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13.7.18

O DIREITO À VERDADE - XXVI


- Minha filha! Meu Deus! Como é que a tua mãe foi capaz de semelhante maldade? Nunca lhe vou perdoar que me tivesse roubado a alegria do teu nascimento, as tuas gracinhas, o teu crescimento.
- Sem fazermos o exame não podemos ter a certeza.
- Faremos o exame se isso te deixa mais confiante. Por mim, não é necessário. Se nasceste nessa data, não tenho qualquer dúvida. Eu e a tua mãe éramos muito apaixonados, mas ela era muito insegura, achava que não era merecedora do meu amor e tinha uns ciúmes doentios. Disse que eu a traí, pediu o divórcio e foi para casa da irmã em Lisboa. Nunca mais me quis ver, nem ouvir, apesar dos meus esforços. E juro-te que nunca houve tal traição. É verdade que me viu abraçar uma mulher. Era uma prima em segundo grau que estava de partida para o Brasil, sem data de regresso. Não era um abraço de amantes nem beijo nem nada disso. Era uma despedida, duma familiar, que durou até hoje, pois nunca regressou. Tua mãe nunca aceitou sequer as minhas explicações. Mas conhecendo-a como conheci, sabendo do amor que me devotava, tenho a certeza de que nunca me teria traído. Estou em crer que nunca mais quis saber de nenhum homem.
- É verdade, nunca a vi interessada por ninguém.
- E dizes que faleceu há menos de um mês?
-Sim. Quando fui retirar as coisas do seu quarto para dar a uma instituição, encontrei este envelope. Há aqui também as vossas certidões de nascimento e encontrei também isto, - disse estendendo-lhe a caixa com o anel de noivado e a aliança.
Ele abriu a caixa, olhou as joias e voltou a fechá-la. Devolveu-lha
- Eram dela. Agora são tuas. Mas fala-me de ti, filha. Agora que a Natália morreu, com quem vives? E onde? Quero apresentar-te a toda a gente, levar-te lá para casa, mas tens que me dar algum tempo, a minha mulher tem estado doente, tenho que a preparar para esta notícia. Não posso dizer-lho assim de repente, pode sofrer algum choque não sei.
- Não precisa de me apresentar a ninguém. Eu só queria saber quem era o meu pai, já que a minha mãe sempre me disse que eu tinha nascido de uma aventura e que nem ela mesma sabia quem era o meu pai. Gostaria que fizéssemos o teste o mais rápido possível. Depois regresso a Lisboa, não quero atrapalhar a sua vida.
-Como podes pensar assim? Espero que não tenhas herdado a insegurança da tua mãe. A minha casa é a tua casa. Queres fazer o exame, vamos fazê-lo, embora ele seja desnecessário. És minha filha, e tens o direito a participar da minha vida, a conhecer a minha casa e a minha família. Queres fazer o exame na segunda-feira?
-Não tem que ser marcado?
- Não. Sendo particular penso que não. De qualquer modo eu vou agora passar pela clínica e confirmo. Depois telefono-te. Agora tenho de ir. Meu Deus, uma filha. Eu tenho uma filha linda e não sabia.
Pôs-se de pé. Por momentos ficou indeciso. Depois pediu:
-Posso dar-te um abraço?
Sem responder a jovem refugiou-se nos seus braços. As lágrimas rolavam pelas suas faces morenas. Emocionado, Jorge depositou um beijo na testa da jovem.
- Não chores filha. Tudo vai correr bem, vais ver.
Largou-a, e dirigiu-se à porta. A jovem ficou a vê-lo afastar-se.




Gente, vocês querem que eu continue com esta história o fim de semana? Ou querem descansar?

15 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia cara Elvira, gostei e gostaria saber do resultado final, uma dúvida cruel paira na cabeça da moça!
Bom final semana!

Abração!

Larissa Santos disse...

Que bonito. Eu adoraria que continuasse no fim de semana. É que depois esquecemos-nos como terminou o "anterior"..
Isto está bom...Agora, era o que mais faltava a Helena não ser filha do Jorge Noronha. :))

Acordo, recordo-te em meu coração.

Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira


noname disse...

Nem ela sabe a surpresa que vai ter, se for apresentada à família do pai ehehehehh

Bom dia, Elvira
Está melhorzinha?

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Como se costuma dizer isto está a aquecer.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Edum@nes disse...

Bonito, assim mesmo é que é! O senhor Noronha está feliz por ter encontrado a filha que não sabia que existia. Helena feliz está por ter encontro o pai, que não conhecia. Agora só falta fazer o teste para não terem mais duvidas?

Tenha um bom dia de Sexta-feira 13, amiga Elvira.
Um abraço.

chica disse...

Fiquei feliz que ela foi tão bem acolhida e certamente eles serão felizes como pai e filha. Tomara! Adorando!

Entro em férias, mas de lá, se der, pretendo ler o restante dessa história linda que me toca muito! beijos, chica

Anete disse...


Olá, Elvira... Gostei do encontro da filha com o pai! Revelações formidáveis... Fique à vontade quanto à publicação no fdsemana...
Abraços e boa sexta-feira 13... Hoje é um dia de vitória...

Janita disse...

Bem...agora o Cláudio só pode ser filho adoptivo ou enteado! :)))

Por mim quero que continue. Já que situações tão emotivas e com finais felizes só as vejo em ficção...

Um abraço, boa sexta-feira 13! :)

rendadebilros disse...

Histórias com suspense... Gosto de vir aqui e ver que a inspiração não pára! Beijinhos. Por aqui, está tudo a correr bem. Bem haja pelas palavras de apoio.

Cidália Ferreira disse...

Este foi empolgante!! Amei ! :)

Por mim não páre, para não perdermos o fio à meada!! Looool
Está muito bom, o conto!

Deambulando, no meu silêncio.

Beijos e um excelente fim de semana!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Um momento lindo, comovente e emocionante, adorei!
Beijos!

Manu disse...

Muito emocinante este encontro, gostei imenso e com a imaginação que tem, penso que devia continuar.

Abraço Elvira

Smareis disse...

Que bonito esse momento dos dois. Você deixou no final o melhor.
Beijos!

Gaja Maria disse...

Emocionante Elvira. Abraço

Gaja Maria disse...

Emocionante Elvira. Abraço