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10.7.18

O DIREITO À VERDADE - XXII




Helena chegou a Viseu, às onze e vinte minutos. Deu a entrada no hotel, mas como a sua reserva era a partir do meio- dia, teve que aguardar na sala.
Enquanto esperava interrogava-se sobre a reação de Cláudio quando fosse buscá-la e não a encontrasse. Oxalá fosse à receção perguntar por ela, para que lhe entregassem a sua carta.  Estava triste. Nunca tinha conhecido um homem tão interessante, nunca alguém a tinha feito sentir o que sentira no dia anterior, quando ele a beijara, nunca tinha sonhado com emoções tão intensas. Se ela fosse mais velha, mais experiente, se tivesse uma vida diferente, não teria fugido. Mas a vida era como uma estrada de montanha. Cheia de ses, e ela não se considerava apta a ultrapassá-los. Daí ter-se retirado, enquanto o estrago não era demasiado grande.
Agora o mais importante era encontrar o pai, conhecê-lo, saber que tipo de pessoa era. Depois regressaria a Lisboa procuraria um trabalho e seguiria com a sua vida. No dia seguinte começaria a busca. Não acreditava que fosse fácil. Afinal pelo que lhe fora dado investigar, a região demarcada do Dão era muito grande. Estendia-se pelos vales entre as serras da Estrela, Lousã, Caramulo, Bussaco, Nave e Açor, e era atravessada por quatro rios, o Mondego, o Vouga, o Paiva e Dão. Este último, dera origem ao nome da região, quando ela fora criada em mil novecentos e oito.
Encontrar uma quinta, da qual não sabia o nome, se era grande ou pequena, num vasto espaço que engloba, os distritos de Coimbra, Viseu e Guarda, era como procurar uma agulha num palheiro. Felizmente que o tio se lembrava que a quinta ficava nos arredores de Viseu. Isso sem dúvida reduzia bastante o seu trabalho. Enquanto esperava, resolveu pedir algumas informações à rececionista.
- Desculpe…
Sem a deixar terminar a jovem informou:
-São só mais cinco minutos, o pessoal está a terminar a limpeza do quarto.
- Obrigado. Mas o que eu queria era uma informação. Disseram-me que esta zona pertence à região demarcada do Dão. É verdade?
- Claro. Deve ter visto durante a viagem, algumas dessas quintas, embora grande parte delas não se vejam, pois há pinheiros junto às estradas de modo a escondê-las do olhar de quem passa.
-Gostava de ver alguns desses vinhedos. Devem ser muito bonitos.
- Sem dúvida. Sobretudo agora, que as uvas já estão quase maduras, pois está prestes a começar a época das vindimas. Mas Viseu tem muito que ver sem serem as vinhas, e sem sair da cidade.
- Acredito. E espero ver o máximo possível, embora ainda não saiba ao certo quanto tempo ficarei.
Entretanto passava do meio-dia e uma empregada acabava de trazer a chave do quarto.
Helena pegou nela e subiu ao aposento, situado no primeiro andar. O hotel era pequeno, possuía apenas vinte e nove quartos, mas era muito acolhedor, estava muito bem situado, perto da Sé e do Museu Grão Vasco, e o preço era excelente, o que também contava sempre nas suas contas.


17 comentários:

chica disse...

Muito interessante mais esse capitulo. Agora vamos ver se ela tem sorte de saber algo de concreto do pai.

Gostei da foto e te mandei um email...parece muito um hotel de uma praia aqui do Sul!

Bjs,chica

Manu disse...

Além do essencial da história, ficámos a conhecer as belezas de uma região que a Helena certamnete irá visitar.
E tudo pode acontecer...

Abraço Elvira

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga Elvira!
Gosto muito dos seus pormenores que acrescenta aos contos.
Ansiosa pelos novos fatos.
Tenha dias abençoados!
Bjm fraterno e muito carinhoso de paz e bem

Roselia Bezerra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Acompanhando com muito interesse o desenrolar da história.
Quanto tempo Helena levará para encontrar o pai?
Dura tarefa, mas que decerto será coroada de êxito.
Beijinhos,
Ailime

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
vai haver ajuda com certeza , falta saber como !!
JAFR

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Muito interessante este capitulo, estou a gostar.
Um abraço e continuação de boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Olinda Melo disse...


É importante a Helena resolver essa parte da sua vida: encontrar o pai.
Depois estará mais disponível para o amor...ou deveria confiar mais e tentar uma coisa e outra?

Bj

Olinda

Larissa Santos disse...

Acho que vai ser fácil encontrar as suas verdadeiras raízes. Estou a adorar:))

Poema do Gil António, que, foi gozar as suas merecidas férias e, " me deixou de serviço" kkkk :) Esperamos que entendam. Obrigada.

Cartas escritas em letras esquecidas

Bjos
Votos de uma óptima Quarta- Feira.

Edum@nes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edum@nes disse...


Helena já se instalou no comando, a partir de onde começarão as buscas para localizar o seu pai. Não irá ser difícil localizá-lo penso eu. Só espero é que ela não encontre alguma surpresa desagradável!

Tenha um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.

O meu pensamento viaja disse...

Elvira, gostei muito do seu testemunho relativamente a MST.
Obrigada

Cidália Ferreira disse...

Muito bem! Vamos a ver se o destino faz com que Helena volte a cruzar-se com o Cláudio! :)

Queria ser a água corrente do teu desejo

Beijos e um excelente dia!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Interessante e cultural esse capítulo, amei!
Beijos!

Cantinho da Gaiata disse...

Cenas dos próximos capítulos, quanto tempo vai a Helena levar para saber do Pai.
Bjs

Smareis disse...

Dizem que todas Helenas tem mistérios e são guerreiras.
Espero que o mistério do pai chegue logo ao fim.
Beijos!