Helena chegou a Viseu, às onze e vinte minutos. Deu a entrada no hotel, mas como a sua reserva era a partir do meio- dia, teve que aguardar na sala.
Enquanto esperava interrogava-se sobre a reação de
Cláudio quando fosse buscá-la e não a encontrasse. Oxalá fosse à receção
perguntar por ela, para que lhe entregassem a sua carta. Estava triste. Nunca tinha conhecido um homem
tão interessante, nunca alguém a tinha feito sentir o que sentira no dia
anterior, quando ele a beijara, nunca tinha sonhado com emoções tão intensas. Se
ela fosse mais velha, mais experiente, se tivesse uma vida diferente, não teria
fugido. Mas a vida era como uma estrada de montanha. Cheia de ses, e ela não se
considerava apta a ultrapassá-los. Daí ter-se retirado, enquanto o estrago não
era demasiado grande.
Agora o mais importante era encontrar o pai, conhecê-lo,
saber que tipo de pessoa era. Depois regressaria a Lisboa procuraria um
trabalho e seguiria com a sua vida. No dia seguinte começaria a busca. Não
acreditava que fosse fácil. Afinal pelo que lhe fora dado investigar, a região
demarcada do Dão era muito grande. Estendia-se pelos vales entre as serras da
Estrela, Lousã, Caramulo, Bussaco, Nave e Açor, e era atravessada por quatro
rios, o Mondego, o Vouga, o Paiva e Dão. Este último, dera origem ao nome da região,
quando ela fora criada em mil novecentos e oito.
Encontrar uma quinta, da qual não sabia o nome, se era
grande ou pequena, num vasto espaço que engloba, os distritos de Coimbra, Viseu
e Guarda, era como procurar uma agulha num palheiro. Felizmente que o tio se
lembrava que a quinta ficava nos arredores de Viseu. Isso sem dúvida reduzia
bastante o seu trabalho. Enquanto esperava, resolveu pedir algumas informações
à rececionista.
- Desculpe…
Sem a deixar terminar a jovem informou:
-São só mais cinco minutos, o pessoal está a terminar a
limpeza do quarto.
- Obrigado. Mas o que eu queria era uma informação.
Disseram-me que esta zona pertence à região demarcada do Dão. É verdade?
- Claro. Deve ter visto durante a viagem, algumas dessas
quintas, embora grande parte delas não se vejam, pois há pinheiros junto às
estradas de modo a escondê-las do olhar de quem passa.
-Gostava de ver alguns desses vinhedos. Devem ser muito
bonitos.
- Sem dúvida. Sobretudo agora, que as uvas já estão quase
maduras, pois está prestes a começar a época das vindimas. Mas Viseu tem muito
que ver sem serem as vinhas, e sem sair da cidade.
- Acredito. E espero ver o máximo possível, embora ainda
não saiba ao certo quanto tempo ficarei.
Entretanto passava do meio-dia e uma empregada acabava de
trazer a chave do quarto.
Helena pegou nela e subiu ao aposento, situado no
primeiro andar. O hotel era pequeno, possuía apenas vinte e nove quartos, mas era
muito acolhedor, estava muito bem situado, perto da Sé e do Museu Grão Vasco, e
o preço era excelente, o que também contava sempre nas suas contas.
17 comentários:
Muito interessante mais esse capitulo. Agora vamos ver se ela tem sorte de saber algo de concreto do pai.
Gostei da foto e te mandei um email...parece muito um hotel de uma praia aqui do Sul!
Bjs,chica
Além do essencial da história, ficámos a conhecer as belezas de uma região que a Helena certamnete irá visitar.
E tudo pode acontecer...
Abraço Elvira
Boa noite, querida amiga Elvira!
Gosto muito dos seus pormenores que acrescenta aos contos.
Ansiosa pelos novos fatos.
Tenha dias abençoados!
Bjm fraterno e muito carinhoso de paz e bem
Boa noite Elvira,
Acompanhando com muito interesse o desenrolar da história.
Quanto tempo Helena levará para encontrar o pai?
Dura tarefa, mas que decerto será coroada de êxito.
Beijinhos,
Ailime
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Bom dia
vai haver ajuda com certeza , falta saber como !!
JAFR
Muito interessante este capitulo, estou a gostar.
Um abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
É importante a Helena resolver essa parte da sua vida: encontrar o pai.
Depois estará mais disponível para o amor...ou deveria confiar mais e tentar uma coisa e outra?
Bj
Olinda
Acho que vai ser fácil encontrar as suas verdadeiras raízes. Estou a adorar:))
Poema do Gil António, que, foi gozar as suas merecidas férias e, " me deixou de serviço" kkkk :) Esperamos que entendam. Obrigada.
Cartas escritas em letras esquecidas
Bjos
Votos de uma óptima Quarta- Feira.
Helena já se instalou no comando, a partir de onde começarão as buscas para localizar o seu pai. Não irá ser difícil localizá-lo penso eu. Só espero é que ela não encontre alguma surpresa desagradável!
Tenha um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.
Elvira, gostei muito do seu testemunho relativamente a MST.
Obrigada
Muito bem! Vamos a ver se o destino faz com que Helena volte a cruzar-se com o Cláudio! :)
Queria ser a água corrente do teu desejo
Beijos e um excelente dia!
Interessante e cultural esse capítulo, amei!
Beijos!
Cenas dos próximos capítulos, quanto tempo vai a Helena levar para saber do Pai.
Bjs
Dizem que todas Helenas tem mistérios e são guerreiras.
Espero que o mistério do pai chegue logo ao fim.
Beijos!
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