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31.10.22

E OUTUBRO CHEGA AO FIM... COM O DIA DAS BRUXAS

O Púca Festival é um evento que leva o público à raiz do Halloween, no condado de Meath.

É verdade amigos outubro chega hoje ao fim... com o Dia das Bruxas, uma  festa que os ingleses batizaram de Halloween e que começou na Irlanda há mais de 2000 anos, como um festival pagão do povo celta. Mais especificamente, no condado de Meath, onde rituais eram feitos justamente no final de outubro e começo de novembro para celebrar os mortos. 

Vejamos então como tudo começou. Se voltássemos no tempo, para cerca de 2.000 anos atrás, a Irlanda estaria perto de celebrar o seu Ano Novo, no dia 31 de outubro. Essa era a data que os antigos povos celtas acreditavam ser o início de um novo ciclo.

A passagem de um ano para o outro era, também, o fim do verão, chamada pelos povos druidas — uma classe poderosa dentro da sociedade celta — como Samhaim (em irlandês).

A palavra era como eles nomeavam o rito de passagem entre o verão e o inverno. Foi essa a origem do Dia das Bruxas.

No Samhaim, acreditava-se, os espíritos dos familiares falecidos voltavam para casa querendo se alimentar e se proteger do frio, buscando abrigo e o calor do fogo das lareiras.

Acredita-se que seja essa tradição que, centenas de anos depois, deu origem ao Dia das Bruxas (Halloween) ou Dia de Todos os Santos ou Dia dos Mortos, dependendo da cultura e do país onde se vive.

Por isso mesmo, existem as fantasias, as abóboras e outras figuras e enfeites assustadores que serviam para expulsar os espíritos e não deixá-los entrar nas casas quando não era esse o desejo das famílias.

Afinal, não é sempre que a gente quer parente entrando assim em casa, ainda mais depois de morto.

No condado de Meath, na Irlanda, cerca de 40 km distante da capital Dublin, foi onde tudo começou. Isso porque escavações arqueológicas, lendas, mitos e a história celta foram examinados durante anos até encontrar as origens autênticas do Halloween na Irlanda.

A cidade de Athboy, em Meath, onde fica Tlachtga ou The Hill of Ward, era um local sagrado e de grande reunião dos celtas durante o Samhain. O mesmo também foi descoberto em Boyne Valley.

De acordo com o site do Festival Púca, que até hoje remonta à tradição lá no local onde o Halloween começou na Irlanda, era em Tlachtga que os antigos irlandeses acendiam uma grande fogueira e era a partir dela que todas as outras fogueiras eram acendidas no restante da Ilha para celebrar o fim do verão.

Tlachtga, que fica numa colina, foi usada para esses festejos e comemorações há mais de 2.000 anos e é um dos muitos locais históricos importantes da tradição do Halloween na Irlanda.

A grande emigração de irlandeses para a América durante a década de 1840, espalhando-se por todo o território americano levou com eles a tradição do Dia das Bruxas.

Claro, com eles, a cultura celta também se espalhou, e o Dia das Bruxas se tornou muito popular entre os cidadãos dos EUA.

O cinema e a televisão espalharam essa cultura também mundo afora, com muitos programas e filmes que retratavam as festas aterrorizantes de Halloween e a brincadeira divertida de se fantasiar.

Mas é sempre bom lembrar, a origem do Dia das Bruxas não aconteceu nos Estados Unidos e, sim, na Irlanda, onde o Halloween até hoje é celebrado com muita festa!

Fonte A

E agora falemos das outras comemorações do dia de hoje. Vós sabeis que hoje é o Dia da Dona da Casa? E o Dia Mundial da Poupança? Bom, não se pode negar que quem instituiu estes dias era um humorista. É que gerir uma casa, com os salários atuais, e ainda conseguir fazer poupança, só mesmo sendo uma Bruxa, se é que elas têm o poder que a superstição lhes confere. E como eu também sou dona de casa, e gostava de conseguir poupar alguma coisa  vou começar a treinar



 

30.10.22

DOMINGO COM HUMOR


 Um bêbado entra na farmácia e grita:
– Eu quero uma camisinha!
A farmacêutica fica irritada e diz:
– Seja mais discreto, por favor.
Ele tira aquilo para fora da calça e pede novamente:
– A senhorita teria uma roupinha para esta criança?


********************


Um pastor estava pregando na praça pública dizendo:
– Sai demônio!
E um bêbado responde:
– Não sai não! A praça é pública!

*****************

Um bêbado entra na igreja, vai até o confessionário de diz:
– Senhor pa… pa… padre, eu vim me confessar!
– Meu filho, uma pessoa bêbada não pode participar do sacramento da confissão – explica o padre.
E o bêbado responde:
– Senhor pa… pa… padre, então o senhor vá para casa, tome um banho frio, descanse, cure a sua ressaca e amanhã volte aqui, que eu vou me confessar.

*******************

Um bêbado estava no bar a beber a sua cachaça e pede ao dono do bar:
– Ô moço, coloque aí um disco nessa máquina de música para animar o bar.
O dono do bar diz:
– Não posso, é que meu pai morreu ontem.
E o bêbado pergunta:
– E ele levou o disco?

**********************

Um bêbado está de pé ao lado do defunto, quando um desconhecido se aproxima do caixão, olha para todas as pessoas que estão no velório e pergunta:
– Quem é o morto?
O bêbado aponta o dedo e diz:
-É esse aí que está deitado.

*******************

Um homem sentado na varanda de sua casa com a esposa, diz:
— Eu te amo!
Ela pergunta:
— Esse é você ou já é a cerveja falando?
Ele responde:
— Esse sou eu… falando com a cerveja.

28.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - A LENDA DOS PASSARINHOS




 A Lenda dos Passarinhos

 

Estava a Rainha Santa Isabel no seu Paço de Estremoz, onde vinha passar largas temporadas, talvez porque esta paisagem que envolvia o castelo lhe fizesse lembrar os seus campos de infância.

Das janelas dos seus aposentos, viradas a norte e noroeste descobria nos longes as povoações vizinhas até aos confins azulados da Serra de Portalegre.

De vez em quando pegava no seu trabalho, seguindo os movimentos do fuso entre as suas mãos.

Acostumadas àquela presença tão serena e tão meiga, as aves por ali se entretinham, chilreando, num convite a diálogo com aquela que pressentiam entendê-las.

Quando ela sorria suspendiam o chilreio, como que a corresponder à atenção.

Esta convivência alargava-se dia a dia da delicadeza dum sorriso ao encanto dum gesto da Rainha.

A tal ponto que, numa dessas tardes, desprendidas do mundo e das coisas, aves e Rainha, se quedavam num entretenimento de atenções recíprocas que o fuso se desprendeu das mãos da Rainha e galgou o varandim.

E já se perdia livremente, no espaço, em queda vertiginosa. Rápidas, as aves descreveram círculos e conseguiram alcançar, antes de atingir o chão rochoso, o fuso da Rainha.

De asas trementes, subiram até alcançar a janela e vieram depor no regaço da Rainha o fuso, onde se anicharam, num novelo de penas, à espera do gesto de gratidão e ternura que adivinhavam… e que, na verdade, não tardou.

 

 

Fonte Biblio S/A, . Lendas e Outras Histórias Estremoz, Escola Porfissional da Região Alentejo / Núcleo de Dinamização Cultural de Estremoz, 1995 , p.27-28

27.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - AS MOURAS DE PADERNE



 As Mouras de Paderne

APL 1573

 

Paderne ou Paderna, freguesia do concelho de Albufeira, comarca de Loulé, gozava no tempo dos mouros de grande importância. Um escritor quase contemporâneo daquela época, historiando as façanhas de D. Paio, escreve: 

«…e então foi o mestre [D. Paio Correia] cercar Paderna que é um castelo forte e mui bom de grã comarca em redor entre Albufeira e a serra e estando sobre ele mandou gente ao termo de Silves que fossem tomar a torre de Estombar que d’antes fôra sua». 

Depois da conquista de Silves voltou D. Paio sobre Paderne e tomou o castelo depois de um combate fortíssimo. 

Diz a este respeito o aludido cronista: 

«…e tomada a cidade de Silves se tornou o mestre a Paderna, que antes tivera cercada e tomou a vila e o castelo por força...». 

Antes de D. Paio e no reinado de D. Sancho I era o castelo de Paderne de grande nomeada. Um dos cruzados que assistiu à tomada de Silves, no tempo deste monarca, mencionando os castelos que cairam em poder dos cristãos depois da conquista da cidade, escreve: 

«…Estes são os castelos de que os cristãos se apoderaram depois da tomada de Silves: Sagres, Lagos, Alvôr, Portimão, Monchique, Montagudo, Carvoeiro, Messines e Paderna”. 

Naturalmente com a nova tomada da cidade pelos mouros voltou o castelo de Paderne para o domínio destes, pois que no tempo de D. Afonso III o encontramos em poder dos mouros. 

Nas lendas locais encontram-se vagas referências à tomada do castelo. Dizem assim: 

Em um dia de manhã da mais poética primavera tomavam as belas mouras o seu banho na ribeira que corre no sopé do monte do castelo, quando umas crianças que brincavam próximo das margens vieram a correr dizendo: 

 — Veja minha mãe. Que bonito é...! 

 — O quê, filho? 

 — As mouras a correr para o castelo. 

Saiu a mãe do banho, cobriu o corpo nu com o albornoz do marido e correu a verificar o facto. 

Então teve a compreensão nítida da sua desgraça. 

Os cristãos serviam-se de uma estratégia para se aproximar do castelo. Tinham arrancado a distância grande porção de mato e encobertos com este tentavam entrar no forte castelo. 

Deu imediatamente a voz de alarme e logo todas as suas companheiras, como as ninfas da ilha dos amores cantadas por Camões, correram nuas a entrar pela boca do subterrâneo que da ribeira comunicava com o interior do castelo, em cujas salas se esconderam. 

Semelhantemente os mouros que trabalhavam em seus campos recolheram ao castelo e foram reunir-se aos seus camaradas que pelejavam contra os cristãos. 

Foi rude e mortífero o combate. Ao primeiro encontro caíram feridos de morte dois freires espatários, cuja morte foi bastante sentida pelo Mestre D. Paio. 

Depois de algum tempo foram expulsos do castelo os sarracenos, entrando os cristãos na sua posse. 

Afirma a lenda que no subterrâneo do castelo ficaram encantados mouros e mouras, que ali defendem os seus tesouros até que a sua raça se resolva a vir desencantá-los. 

Nunca saem dali a não ser à meia noite ou ao meio dia. Algumas pessoas dos arredores os têm visto àquelas horas.

Há mais de cem anos foi uma pobre mulher, chamada Carlota, ao castelo. Viu ela sentada sobre uma pedra uma criança de barrete encarnado. Era meio dia. A criança chamou a mulher pelo seu nome, mas Carlota, receosa de que lhe roubassem os santos óleos, em vez de se aproximar do mourinho, safou-se do lugar, de corrida. A criança ficou muito triste.

Em outra ocasião o mesmo mourinho saiu dos seus palácios subterrâneos e foi a casa de um moleiro, próximo do castelo. Ficou a mulher surpreendida. Nunca vira por aquele sítio criança tão linda e tão garridamente vestida. 

— O que quer, meu menino? perguntou.

— Quero um bolo, respondeu a criança.

— Vou cozê-lo na lareira. Espere um pouco.

— Coza depressa porque é para o meu pai que está doente. Eu Vou esperá-la lá em baixo junto da ribeira.

A mulher foi preparar o bolo.

— Não diga a ninguém que eu lhe pedi o bolo, disse a criança ao sair de casa.

Quando a mulher saiu com o bolo cozido, encontrou o marido.

— Aonde vais?

—Vou levar este bolo a uma criança que tem o pai doente.

— Quem é essa criança?

— Não conheço: é um menino muito bonito, bem vestido e traz um barrete encarnado na cabeça.

O marido percebeu imediatamente quem o menino era e disse:

— Vai, mas acautela-te.

—Do quê?

— Não consintas que te toque com um dedo que seja. 

A mulher riu-se da recomendação do marido, compreendendo mal a sua intenção, e levou o bolo à criança. Com grande pasmo da boa mulher, a criança não aceitou o bolo, dizendo à maneira das crianças amuadas:

— Leva-o ao teu marido. Ah tirana que perdeste a tua fortuna! Vai para casa, sempre serás desgraçada!

A este tempo ainda a mulher não sabia quem era a criança, que assim a maltratava. Por isso respondeu:

— Eu não sei quem é o menino, mas percebo perfeitamente que é muito malcriado. Pediu-me o bolo e agora recusa aceitá-lo! Fiem-se lá em garotos!

Neste momento desapareceu a criança sem que a boa mulher pudesse saber que destino tomara.

Lembrou-se então de ouvir falar os seus avós em mouras encantadas no sítio do castelo. Apanhou tamanho susto que se pôs a correr para casa, onde não chegaria se o marido, que a espreitava de longe, não viesse recebê-la nos braços.

— Então já sabes quem era a criança? perguntou-lhe o marido, quando a viu mais restabelecida.

— Já sei, já sei, um mourinho encantado!

É a lenda muito expressa em mencionar os tesouros escondidos na cisterna do castelo, convertida em palácio encantado. E o povo ainda crê nessa lenda, que parece confirmada com o som metálico produzido por uma pedra atirada de cima para dentro da cisterna. Um indivíduo, cujo nome não menciono, sonhou com dinheiro escondido na cisterna. Deu notícia do sonho a uns amigos, que resolveram em certa noite explorar o fundo da cisterna. Para o que desse foram convenientemente preparados com enxadas, alferces, barras, luzes e… água benta. Sairam ao anoitecer. À proporção que se aproximavam do castelo ia arrefecendo o ardor dos empresários. Um deles, que levava uma espingarda de fuzil ou pedreneira, largou-a quando começou a subir a ladeira do castelo. Ia na frente o que levava a água benta. Começaram os trabalhos, colhendo umas moitas secas que obstruíram a boca da cisterna. Este serviço, na calada da noite, produziu-lhes certa comoção, por isso, quando quiseram amontoar os ramos secos, fizeram estes uma ramalhada tal que parecia uma coisa horrível. O da água benta largou a caldeirinha e pôs-se a correr em carreira aberta serro abaixo; os companheiros imitaram-no, e quando se reuniram em certo ponto estavam convencidos de que o som da ramalhada era nem

mais nem menos o ranger dos dentes dos mouros encantados!

E vejam como o nosso povo está muito adiantado!

 

FONTE:

OLIVEIRA, Francisco Xavier d'Ataíde As Mouras Encantadas e os Encantamentos do Algarve Loulé, Notícias de Loulé, 1996 [1898] , p.143-146

Local: Paderne, ALBUFEIRA, FARO.

26.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - A LENDA DA TOMADA DE SILVES AOS MOUROS

 






Lenda da Dona Branca ou da tomada de Silves aos Mouros

Em Silves, reinava o mouro Ben-Afan. Um dia, no intervalo das suas lutas contra os cristãos, teve um sonho extraordinário. Na verdade o sonho começou por ser um pesadelo, com tempestades e vampiros, mas transformou-se numa visão de anjos, música e perfumes. Terminou com o rosto de uma mulher, divinamente bela, com uma cruz ao peito.

No dia seguinte, Ben-Afan procurou a fada Alina, sua conselheira, que lhe revelou que tinha sido ela própria a enviar-lhe o sonho. Este significava que a sua vida iria mudar. Deu-lhe então dois ramos, um de flor de murta e outro de louro, significando respetivamente o amor e a glória. Consoante os ramos murchassem ou florissem, assim o rei deveria seguir as respetivas indicações.

Enviou-o ao Mosteiro de Lorvão e disse-lhe que lá o esperava a mulher da sua vida: Branca, princesa de Portugal. Ben-Afan entrou no mosteiro disfarçado de eremita. Ambos ficaram apaixonados quando se viram.

O rei mouro voltou ao seu castelo e preparou os guerreiros para o rapto da princesa, prontamente executado. Branca de Portugal e Ben-Afan viveram então a sua paixão sem limites, esquecidos do mundo e do tempo. O ramo de murta mantinha-se viçoso.

Um dia, D. Afonso III, pai de Branca, cercou a cidade de Silves e Ben-Afan morreu na batalha que se seguiu. Nas suas mãos foram encontrados um ramo de murta, murcho, e um ramo de louro, viçoso.

25.10.22

POESIA ÀS TERÇAS - FERNANDA DE CASTRO












O SEGREDO É AMAR




O segredo é amar. Amar a Vida 
com tudo o que há de bom e mau em nós. 
Amar a hora breve e apetecida, 
ouvir os sons em cada voz 
e ver todos os céus em cada olhar. 

Amar por mil razões e sem razão. 
Amar, só por amar, 
com os nervos, o sangue, o coração. 
Viver em cada instante a eternidade 
e ver, na própria sombra, claridade. 

O segredo é amar, mas amar com prazer, 
sem limites, fronteiras, horizonte. 
Beber em cada fonte, 
florir em cada flor, 
nascer em cada ninho, 
sorver a terra inteira como o vinho. 

Amar o ramo em flor que há de nascer, 
de cada obscura, tímida raiz. 
Amar em cada pedra, em cada ser, 
S. Francisco de Assis. 

Amar o tronco, a folha verde, 
amar cada alegria, cada mágoa, 
pois um beijo de amor jamais se perde 
e cedo refloresce em pão, em água! 


Fernanda de Castro
,
in "Trinta e Nove Poemas" , 1942

24.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - A LENDA DA CAPARICA


A LENDA DA CAPARICA



 Há muitos anos, quando a Caparica era apenas um local ermo, apareceu por lá uma criança pobre, muito bonita. Ninguém sabia donde vinha, mas, apesar disso, um velho da freguesia da Senhora do Monte tomou conta dela. A criança trazia aos ombros uma velha capa. O velho reparou que a capa era de boa qualidade, provavelmente pertencente a uma família rica ou mesmo nobre.


Passados alguns anos, a menina tornou-se uma bela jovem. O velho estava às portas da morte e pediu-lhe, como última vontade, que pusesse a sua capa por cima dele para o aquecer naqueles momentos.

Quando o velho morreu, ela juntou o pouco dinheiro que restava para lhe dar uma sepultura digna. A jovem ficou a viver naquele casebre e envelheceu sozinha. Na hora da sua morte, descobriu que a capa era afinal rica, ao encontrar uma verdadeira riqueza escondida no seu forro.

Junto do seu corpo, encontraram uma carta dirigida ao rei. Nela pedia que utilizasse o tesouro para transformar aquela costa numa terra onde houvesse saúde e alegria para todos. Reza a lenda que foi assim que surgiu a Costa da Caparica.


Fonte :

Porto Editora – Lenda da Caparica na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-09-22 17:11:48]. Disponível em 

23.10.22

DOMINGO COM HUMOR


Uma senhora, aparentemente de meia-idade, vítima de atropelamento, chega ao hospital em péssimo estado. O médico examina-a enquanto a enfermeira vai anotando numa ficha:
- Escoriações na cabeça, fratura no braço direito, luxação na clavícula, desarticulação do tornozelo esquerdo…
Virando-se para a paciente, o médico pergunta:
- Qual a sua idade minha senhora?
- Trinta e cinco anos. – Responde a paciente.

Continua o medico:
- Anote também: perda de memória…


                                                      *****************


A maquina de lavar roupa de minha esposa queimou e ela me pediu para comprar outra, para por ela em seu lugar lhe respondi :


"No tempo das cavernas, antes de existirem maquinas de lavar as mulheres lavavam as roupas no riacho"

Ela ficou quieta, fui trabalhar e ao abrir minha marmita tinha arroz, feijão e dois ovos crus. Acompanhava um bilhete que dizia.
"Os homens das cavernas comiam comida crua antes da descoberta do fogo " AGORA TE VIRA MANÉ.


                                                      ************



 O médico, que havia tratado a Dona Berta em quase toda a sua vida, aposentou-se e foi substituído por outro colega.

Na consulta seguinte, o novo médico pediu à Dona Berta a lista dos medicamentos que lhe haviam sido receitados.
Quando o jovem médico viu a lista, ficou atónito!!!
- 'D. Berta, sabe que estas pílulas são.... são... ANTICONCEPCIONAIS???'
- 'Sim, doutor, elas ajudam-me a dormir.'
- 'D. Berta, eu afirmo perentoriamente que não há ABSOLUTAMENTE NADA nestas pílulas que faça uma pessoa dormir!'
A velhinha deu um sorriso, e disse:
- 'Sim, eu sei.. mas para mim, FAZ ! Todas as manhãs dissolvo uma pílula no sumo de laranja da minha neta, que tem 16 anos e, assim,
durmo em paz... ...TODAS AS NOITES...'



*********************************



Um advogado para um novo cliente:
- De acordo com a sua vontade, o senhor quer divorciar-se da sua mulher porque ela o enganou. É isso?
Responde o cliente:
- É sim, senhor doutor. Ela até me confessou que amava outro…
O advogado:
- Mas, então, se ela confessou, disse-lhe a verdade, portanto não o enganou…

21.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - O TESOURO DE ORTIGANA



O tesouro de Ortigana

Iselda era o nome da bela moura que dominava os campos e as gentes que viviam em Ortigana, no tempo em que, na Península Ibérica os árabes estavam a ser expulsos.

Ainda se vivia em sossego naquelas bandas, nada fazendo prever o despontar da horda cristã que em breve atacaria o ameno sítio de Ortigana, quando a velha Taibuz, segurando com a mão esquelética uma sumarenta laranja, diz a Iselda:

— Vês? Vou abri-la e se for vermelha por dentro... é o presságio maldito.

Taibuz abre a laranja e logo a polpa surge sangrenta, salpicada de inúmeros pontos vermelhos. Então, a velha dá um salto e em grande aflição exclama:

— É a profecia! É o castigo de nunca teres ido a Meca, viagem que todo o crente tem de fazer uma vez na vida, como diz o Profeta.

Não importa! Agora urge verter sangue e, como nos teus campos tens prisioneiros cristãos, manda-os esquartejar e talvez haja alguma salvação.

Horrorizada, Iselda diz:

— Cala-te, velha bruxa! Que mal nos fizeram esses homens para os punir com tal horror?


Entre pragas e esconjuros, a velha Taibuz regressa à sua cabana.

Iselda, preocupada e com trágicos pensamentos, observa do seu terraço o esplendor do poente, que tinge de fogo o céu, e preocupada com a profecia de Taibuz, não dorme nessa noite, presa duma angústia sem fim e dum medo desconhecido que lhe crava no coração uma garra fria e dolorosa.

Então, ao romper da aurora, Iselda ordena que escondam as alfaias de ouro, as joias e os diamantes num grande cofre de ferro e o escondam por debaixo do enorme penedo do Outeiro da Mina.

Quando os últimos servos de Iselda se retiram do local, ouve-se o ressoar da trompa cristã, presságio de chacina e crueldade. E, duas horas depois, está consumada a matança dos indefesos mouros de Iselda, a bela moura de Ortigana.

A matança termina e o bispo dos templários reza missa, exatamente no local onde se encontra enterrado o tesouro de Iselda.

Hoje, na Ortiga, ninguém suspeitará daquilo que sucedeu tão dramaticamente no tempo da doce Iselda e da velha Taibuz, e ninguém saberá dizer onde se encontra o seu tesouro que continua enterrado algures, tal como acusa uma velha lista mourisca de tesouros escondidos, encontrada em Granada.

FONTE:

ORTIGA CONCELHO DE MAÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO, Leonel Raimundo Mourato, pag. 184



Não sei se aconteceu convosco, mas ontem o blogger não me deixou comentar quase ninguém. Vamos ver se tenho melhor sorte hoje.

20.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - A LENDA DA PRAIA DE BOUÇAS

 




A Praia das Bouças

No Vale da Abelha, próximo da Ribeira de Eiras, existia uma gruta, tapada com uma grande pedra que lhe servia de porta.

Aí vivia, em tempos remotos, com um filho pequeno, uma moura que, sempre que tinha de entrar ou sair da gruta, proferia em linguagem pouco clara um palavreado que fazia mover a pedra, ficando a passagem livre.

Esta moura tinha o costume de tomar banho nas límpidas águas da Praia das Bouças, mas para banhar, sem perigo, o seu menino não o queria levar consigo para essas águas, pelo que cavou uma rocha com o feitio de uma pequena banheira e era aí que lhe dava banho em segurança.

Um dia, passaram pelo local uns homens que se dirigiam à ribeira para pescar e ficaram surpreendidos com o aspe
to daquela pedra semelhante a uma grande concha. Como tivessem concluído que tal obra não era natural e só poderia ter sido feita por mão de gente, resolveram ficar escondidos a observar todos os movimentos que por ali houvesse.

Ao longo dos vários dias de vigília nada de anormal se passou, até que, numa tarde bastante quente, viram chegar uma formosa moura com um menino ao colo. Colocou-o na bacia de pedra, onde ele ficou a brincar, e depois dirigiu-se à ribeira para se banhar nas frescas águas.

Descoberto o mistério, os homens saíram do esconderijo para apanharem mãe e filho, mas a moura, astuta e apercebendo-se a tempo da situação, saltou rapidamente da água, pegou no menino e correu o mais que pôde.

Os perseguidores corriam logo atrás, gritando para a assustar e para que se deixasse apanhar, mas ela, pronunciando uma fala desconhecida, desapareceu como por encanto, por entre as altas moitas da margem da ribeira, não deixando o mínimo rasto.

A moura nunca mais foi vista e, porque ninguém teve conhecimento das palavras que faziam mover a pedra, a gruta nunca mais se abriu.

A sua localização perdeu-se com o tempo, mas a bacia de pedra ainda ali está, na Praia das Bouças.

FONTE

  • EXPOSIÇÃO “Histórias e Lendas de Mação”, 2019, Carlos Aleixo
  • César di Ambaca, HISTÓRIAS E LENDAS DE CÁ, pág. 16

19.10.22

LENDAS DE PORTUGAL - A LENDA DA SOPA DE PEDRA


 Lenda da Sopa da Pedra



                                               Foto do site da CM de Almeirim



Reza a lenda que um frade pobre e faminto, que andava em peregrinação, chegou a Almeirim. Com o estômago a dar horas, bateu à porta da casa de uns aldeões. Porém, por ser demasiado orgulhoso para pedir uma refeição, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para preparar uma sopa deliciosa só com uma pedra.

Os que o recebiam, ansiosos por perceber como é que isso era possível, acederam ao seu pedido. O frade apanhou uma pedra do chão, sacudiu-a e entrou na casa.

O frade colocou a panela ao lume só com a pedra e um pouco de água. Questionado pela dona da casa sobre se não precisaria de mais alguma coisa, respondeu que era preciso temperar a sopa… A mulher deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que para ficar melhor, devia levar um fiozinho de azeite.

Depois pediu um pouco de toucinho, batatas, feijão, carne, enchidos, uns temperos… E por aí fora, até a panela estar cheia de coisas boas e a sopa cheirar cada vez melhor.

Quando o frade acabou de a confecionar, comeu-a. No fundo da panela, ficou apenas a pedra. A gente da casa que viu o frade confecionar a sopa perguntou-lhe por que ficara ali a pedra. A isto, o clérigo respondeu prontamente: “A pedra, agora lavo-a e levo-a comigo para outra vez”.

E assim nasceu a lenda de uma das mais famosas especialidades de Almeirim!







Fonte CM de Almeirim