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12.7.18

O DIREITO À VERDADE - XXV




Três dias mais tarde, Helena recebeu uma chamada de um número identificado, mas que não conhecia. Atendeu.
-Estou!
- Menina Helena?
-Sim.
- Fala Jorge Noronha. Seu tio telefonou-me ontem de manhã, dizendo que tem uma coisa para me entregar. Estou em Viseu. Pode encontrar-se comigo?
-Claro. Estou no hotel Avenida. Pode passar por cá?
- A que horas?
- Quando quiser ou puder. Peça na receção para me avisarem que eu desço.
- Certo. Estou muito perto, dentro de minutos estou aí. Até já.
-Até já.
A jovem desligou o telemóvel, foi à casa de banho, escovou os cabelos, deu uma olhadela ao espelho, meteu na bolsa as certidões e a caixinha com a joia, e desceu para a salinha no átrio. Estava ansiosa e emocionada. Como seria o homem que lhe dera o ser?
Minutos mais tarde, viu entrar um homem de meia-idade, alto e magro. Caminhou com segurança até ao balcão de receção e falou com a empregada. Esta apontou na sua direção e o homem voltou-se e olhou-a. Depois disse qualquer coisa à empregada, que a jovem supôs ser um agradecimento e dirigiu-se para ela. A tremer a jovem via-o aproximar-se sentindo vontade de desatar a correr e ir-se embora. Porém não se mexeu. Os dois tinham direito a conhecer a verdade. O que acontecesse depois, se o homem ia ou não rejeitá-la já era outra história e ela tinha que estar preparada para tudo.
Cumprimentaram-se com um aperto de mão, e sentaram-se.
- Não percebo o que pode ter o Alberto de tão importante para me mandar que não o pudesse fazer pelo correio.
-Já vai entender, - disse a jovem tirando do envelope a certidão de casamento e estendendo-lha.
Ele deu uma olhada rápida ao documento, e franziu o sobrolho.
- Que quer isto dizer? – Perguntou
A jovem não respondeu. Em vez disse passou-lhe o registo do divórcio.
- Cada vez entendo menos. Para que é que o Alberto me mandou isto?
- Não foi o tio que lhas mandou. Fui eu que quis vir. Nessa certidão de divórcio a data é de vinte e oito de Novembro de mil novecentos e noventa e um. É correta essa data?
- Sim, mas continuo sem entender. Quem a mandou vir? A Natália? O que é que ela pretende agora?
- Vim por minha espontânea vontade, senhor. Vai entender se lhe disser que encontrei esses papéis, no quarto da minha mãe, Natália Trindade, exatamente há vinte e cinco dias após o seu funeral.
-A Natália morreu? 
-Vitima de cancro, no dia doze do mês passado. 
-Lamento. Apesar de tudo, não lhe desejava mal. Mas continuo sem entender, porque guardou  esses documentos, durante tantos anos, E porque a menina faz questão de mos entregar.
- Vai entender se lhe disser que eu nasci cinco meses e vinte dias após esse divórcio.
Fez-se silêncio. Um silêncio interminável, enquanto os dois se olhavam. A jovem expiando as reações no rosto do homem, enquanto ele tentava digerir a informação.
- Isso quer dizer que a menina é minha filha, - disse por fim. Era uma afirmação, não uma pergunta.
- Penso que sim. Por isso vim. Para lhe pedir que fizesse comigo um exame de ADN. Ambos temos o direito a saber a verdade.


15 comentários:

chica disse...

Nossa!Imagino o susto que ele levou e ela foi bem resoluta e calma pra chegar ao ponto! Vamos ver! Curiosa! beijos,tudo de bom,chica

António Querido disse...

A verdade acima de tudo!

Uma feliz sexta feira 13.

O meu abraço

Jaime Portela disse...

Um encontro pesado...
Mas que se pode transformar em algo de bom. Veremos...
Amiga Elvira, continuação de boa semana.
Um beijo.

Teresa Isabel Silva disse...

A trama está a ficar densa!


Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Cidália Ferreira disse...

Gostei muito deste episódio! Acho que se vão dar bem!! :)

Beijos-Boa noite!

Gaja Maria disse...

Ficou em choque...

noname disse...

Estou em pulgas eheheheh
Boa noite

Edum@nes disse...

Estou aqui a pensar, que o senhor Noronha, não irá virar as costas a Helena, depois de ter a certeza que ela é sua filha?

Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.

Kique disse...

Com a pulga atrás da orelha vamos ver como a coisa se desenvolve
Bjs

Hoje em Caminhos Percorridos - O TEU NOME

Tintinaine disse...

Que bomba!
O homem não caiu de costas por mero acaso!
A rapariga é brava mesmo!

Manu disse...

Adorei este encontro e pergunto-me se o pai vai fazer o teste de ADN.

Abraço Elvira

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga!
Gostei como ocorreu o encontro.
Estou contemplada com o desenrolar.
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm fraterno de paz e bem

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
È grande a espectativa .
vamos ver se vai haver alguma surpresa da nossa autora .
JAFR

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Uauuuuu amei esse capítulo, imagino as emoções dos próximos!
Beijos!

Rosemildo Sales Furtado disse...

Pelo visto, pai e filha vão se entender muito bem. Espero que tudo corra bem, pois a Helena precisa muito do apoio paterno. Continuo gostando.

Abraços,

Furtado