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31.5.20

DOMINGO COM HUMOR




Um camionista para a sua viatura à beira da estrada e dá boleia a uma bela jovem.
Depois de conversarem um pouco, ambos decidiram parar para comer qualquer coisa e acabam por ir para o quarto de um motel.
Enquanto a jovem se despe, o homem pergunta-lhe:
- Diz-me lá: que idade é que tens?
- Treze.
- Por amor de Deus! Veste-te imediatamente e vai-te embora daqui!
- Olha...outro supersticioso!


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Foi almoçar a casa...

Numa galeria de arte, uma mulher está parada em frente de um quadro muito
estranho, cujo nome é: 'Foi almoçar a casa'.
Nele, estão representados três negros, nus, sentados num banco de jardim,
com os seus pénis em primeiro plano. Mas, curiosamente, o homem do meio tem o pénis cor-de-rosa...
- Desculpe-me - diz a mulher ao funcionário da galeria - eu estou curiosa a
respeito desses negros. Por que é que o homem do meio tem o pénis
cor-de-rosa?
O funcionário responde:
-Receio que a senhora não tenha interpretado bem o quadro.  Esses homens
não são negros; eles trabalham numa mina de carvão, e o homem que está
sentado no meio...'Foi almoçar a casa'...!



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Uma mulher jovem, da cidade do Porto, fez a sua primeira viagem ao Dubai.
Tudo era novidade!
Hospedou-se num tremendo hotel de seis estrelas, chiquérrimo.
Ao chegar à sua sofisticada suite, foi fazer um chichizinho.
Sentou-se na sanita, daquela luxuosa casa de banho, com peças em ouro. Ao terminar, notou que faltava papel higiénico.
Muito chateada, de dentro da casa de banho, ligou pelo intercomunicador, a rececionista:
- Minha filha... que carago! Um hotel luxuosíssimo desta categoria, sem papel higiénico?
Como vou limpar a minha...?
- Desculpe senhora, não temos esse tipo de material de higiene, nos nossos hotéis.
- Por gentileza, veja o painel em ouro, a seu lado direito.
Aperte o primeiro botão de diamante, à esquerda.
A mulher, curiosa seguiu as instruções.
Imediatamente, um jatinho delicioso de água morna, foi esguichado.
- Senhora, agora aperte o segundo botão de rubi, ao lado do primeiro.
Imediatamente, um ventinho quente rapidamente secou.
- Que maravilha, falou a hóspede.
- Espere, senhora.
Por favor agora aperte o terceiro botão de pérola.
Ela apertou e sentiu uma borrifada de um delicioso perfume íntimo francês que foi lançado.
Maravilhada com aquela tecnologia, não se conteve e exclamou:
- C a ***** !!!!
E, a rececionista, respondeu imediatamente:
- É no botão vermelho, senhora. Queira, por gentileza, especificar cor, comprimento e espessura, já é lubrificado e vibra!


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Uma jovem morena vai a um consultório médico e queixa-se de que todos os lugares do seu corpo doem quando ela os toca.
- Impossível - diz o médico - mostre-me como isso acontece.
Então, ela encosta o dedo no seu próprio ombro e grita de dor.
Depois ela encosta o dedo na perna e grita.
Encosta no cotovelo e grita, e assim por diante.
 Em qualquer lugar em que ela se tocava, ela gritava.
O doutor perguntou:
- Você não é morena natural pois não?
- Não! Na verdade eu sou loira!!!
- Foi o que eu pensei ! -, diz o médico
- O seu dedo está partido !


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Um dia a minha mamã saiu e o meu papá ficou a tomar conta de mim. 
Eu tinha então perto de 2 anos e meio e estava a convalescer de um pequeno acidente. 
Nessa altura alguém deu-me um serviço de chá miniatura que se tornou um dos meus brinquedos preferidos. 
Certo dia o papá estava na sala assistindo atentamente ao Telejornal, enquanto eu, brincando com o meu novo serviço, ia-lhe servindo chávenas de "chá" que, naturalmente, era só água... Depois dele ter bebido - e elogiado constantemente o meu "chá", a mamã chegou a casa.
O papá empatou a mamã na sala para que ela pudesse ver-me a trazer-lhe mais uma chávena de "chá" pois ele estava absolutamente "derretido" comigo.
A mamã esperou e viu-me chegar orgulhosa com mais uma chávena de "chá" e assistiu espantada ao ar deliciado com que o papá o bebeu até ao fim.
Mal o meu papá acabou de beber, a mamã (como só uma mãe saberia fazer) disse-lhe: 
- "Ouve lá: alguma vez te passou pela cabeça que o único lugar com água a que ela chega cá em casa é a sanita????"


À margem. Aos amigos que foram até ao Sino da Aldeia e gostaram do post sobre as Pin-Up Girls,  Já lá estão os outros posts. O Jorge não consegue atualizar o feed que continua a dar a postagem de há cinco anos. Se tiverem curiosidade em ver o resto, basta clicarem ali no Sino ao lado. Já agora vou contar-vos um segredo. Foi o Jorge em 2007 quem me incentivou a escrever as minhas histórias. E esse selo foi mesmo o maior incentivo ao longo destes anos. Talvez não tivessem reparado nele estava ali no lado esquerdo e veio agora para aqui para ser mais fácil o acesso ao blogue

30.5.20

PENSAMENTO DO DIA


Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada.
Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco.
Disfarçar a dor, é dor ainda maior.

Martha Medeiros



Amigos, mais uma vez, as minhas desculpas pelas ausências. Estes dias de calor intenso pioraram imenso os  meus olhos. Estou ansiosa pelo dia 3 a ver se os médicos me receitam alguma coisa nova que me ponha melhor.

29.5.20

ISABEL - PARTE XIII

Queria esticar as pernas, tomar um café.
Entrou no edifício e dirigiu-se à caixa para o pré pagamento do café. Havia uma fila de quatro pessoas e Isabel entrou nela. Na sua frente um homem alto de ombros largos e porte atlético. Bem moreno, a julgar pela cor dos braços meio descobertos pela manga curta da camisa. Ocorreu-lhe um pensamento estranho. Como seria sentir-se presa nuns braços assim? Passou a mão pela testa, desorientada com os seus próprios pensamentos.
O homem pagou e afastou-se. Isabel tomou o seu lugar, pagou o café e aguardou que o outro empregado lho trouxesse, ali mesmo ao lado da caixa. Então pegou na chávena e dirigiu-se à ponta do balcão para o beber. Não lhe apetecia ir para uma mesa, estava farta de estar sentada.
De súbito sentiu uma estranha sensação. Era como se atrás dela, alguém lhe pedisse mentalmente para se voltar. Agitou-se. Levou de novo a chávena aos lábios, tentando esquecer aquela sensação, mas em vão, ela continuava lá, queimando-lhe  a nuca.
Pousou a chávena vazia sobre o balcão e muito lentamente voltou-se. Sentado numa mesa, bem na sua frente, olhando-a fixamente estava o homem que estivera na fila da caixa minutos antes.
Mas o que fez Isabel tremer da cabeça aos pés, foi reconhecer os profundos olhos cinzentos, que a atormentaram durante toda a noite.
A lembrança dessa noite, fez com que se ruborizasse e fugisse dali correndo, como se o diabo a perseguisse.
“Sê inteligente Isabel. Como podia o homem saber que sonhaste com ele? Ou aquilo que estavas a pensar atrás dele? Portaste-te como uma adolescente” murmurou finalmente mais calma, enquanto atravessava a ponte 25 de Abril em direcção ao seu apartamento.
Sempre que Isabel entrava em casa, após alguns dias de ausência, sentia uma sensação de bem-estar e felicidade. Sentia-se protegida. Como se ali no seu pequeno mundo, nada nem ninguém a pudesse molestar. Desta vez porém, a casa pareceu-lhe fria e pouco acolhedora. Abriu as janelas e afastou os cortinados deixando que o sol penetrasse na sala. Como se ao iluminar o aposento afugentasse os fantasmas do passado e aquietasse o coração.
Pegou no telefone.
- Amélia? Já cheguei.
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- Sim, a viagem foi boa. Está confirmado o jantar?
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- Às oito? Está bem. Vens por aqui?
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-Claro. Então vamos juntas.
Desligou.
Passou o resto do dia arrumando as coisas. De vez em quando,  surpreendia-se a pensar no que acontecera na viagem. Desde  que na véspera, esbarrara com aquele desconhecido na praia, e ele a segurou nos braços, que sentia um estranho desassossego.
Não percebia o que se passava consigo, e isso assustava-a.  Afinal tinham passado quase vinte anos desde a morte do marido, e durante esse tempo ela cruzara-se com muitos homens, até porque a sua profissão o proporcionava,  e nenhum lhe tinha nunca provocado tal desassossego. 
 Que estranho feitiço tinham aqueles olhos cinzentos, que pareciam invadir cada recanto do seu corpo, mergulhando até ao mais profundo do seu ser? Estava ansiosa por voltar ao trabalho. Lembrou-se do ditado . "Mente desocupada, oficina do diabo" O que ela estava a precisar, para se livrar de pensamentos indesejáveis, era ocupar a mente.
Arrumou a mala, que entretanto esvaziara, tomou um duche rápido e começou a arranjar-se para o jantar com os amigos.
Pouco passava das sete e meia quando a campainha da porta tocou. Isabel deu um último retoque nos lábios, pegou na mala e saiu. Em frente à porta estava estacionado um carro cinza e junto dele um casal aguardava.





Uma explicação:
O comentário 47.000 pertenceu à poetisa Maria João Brito de Sousa.
Se não conhecem, cliquem ali no nome e vão ver que não se arrependem. 
Uma explicação aos novos leitores para o facto de eu falar no virar do milhar, nos comentários. Sempre que passa um milhar o leitor que o fez, recebe da minha parte um miminho que é constituído por uma das minhas histórias. É a maneira com que tento agradecer a simpatia e o tempo que me dispensam. E já foram distribuídas 47 histórias.

28.5.20

ISABEL - PARTE XII




Foto minha


Terminada a chamada dirigiu-se à casa de banho com uma pequena bolsa, na qual guardou os seus objectos de higiene pessoal.
Depois de transportar tudo para o carro, percorreu a casa a ver se tinha esquecido alguma coisa,  colocou os óculos escuros, guardou o telemóvel na bolsa que colocou a tiracolo, pegou  nas chaves e saiu. Tocou a campainha do lado e entregou à senhora as chaves da casa. Esta desejou-lhe boa viagem e deu-lhe um cartão com o número do telefone. “ Pode precisar quando voltar para estes lados” disse.
Isabel agradeceu e finalmente meteu-se no carro e subiu a rua em direcção à parte alta da cidade. Aí poderia seguir para a A 22 a chamada “via do Infante”, mas Isabel pretendia tomar o rumo contrário e seguir em direcção à Avenida dos Descobrimentos, vulgo marginal. Queria olhar a baixa e o mar pela última vez. Sairia da cidade no final da avenida em direcção do Chinicato, e aí entraria na "via do Infante".
E foi o que fez. Passou pelo parque de campismo, viu a estátua de S. Gonçalo, o beato lacobrigense, padroeiro da cidade, situada por cima da praia da Batata, passou pelo forte Pau da Bandeira, pelo Castelo dos Governadores, lançou um último olhar ao arco sob as muralhas do Castelo, onde segundo a lenda, nasceu São Gonçalo passou pela praça do Infante D. Henrique, procurando um local onde pudesse estacionar. Conseguiu o tão precioso lugar bem em frente do mercado municipal quase por trás do banco onde estivera sentada no dia anterior.




Foi até à muralha, e admirou mais uma vez o movimento na ria. Depois e antes de atravessar a avenida, fotografou o monumento aos navegadores aí colocado a meio da avenida. Era uma estátua composta por três peças em caracol, com uma pequena bola vermelha na peça do meio. Isabel esboçou um sorriso, ao lembrar quando chegou e perguntou a uma idosa local o significado do monumento.
- "Sinceramente não sei, menina. Há quem diga que é  um monumento de homenagem aos homens do mar. Que significa  as ondas e uma bóia. Coisas de artista sabe? A mim parecem-me três fatias de torta com uma cereja."
Atravessou a avenida, e dirigiu-se a uma pastelaria. Pediu uma sandes e um sumo. Por fim bebeu um café, pagou e saiu. Dirigiu um último olhar para a Praça Gil Eanes e decidida rumou ao carro e iniciou a viagem de regresso.

Mais de duas horas depois, estacionava o carro na área de serviço de Palmela. 

Não se vê nesta minha imagem, mas aquele elemento do meio tem no lado contrário uma pequena bola vermelha. 

27.5.20

ISABEL - PARTE XI



Acordou tarde e com a cabeça pesada. O sono fora povoado de sonhos esquisitos, em que via um homem com o rosto encoberto, envolto em neblina. Ela sabia que o homem era Fernando era o seu corpo, o seu jeito, mas quando o rosto se tornava visível era um desconhecido com uns profundos olhos cinzentos. Depois o rosto ia-se esfumando e ficava de novo encoberto e ela voltava a ter a certeza de que era  o falecido, mas então a neblina desaparecia e ela via uma figura masculina com um pé em cima de uma muralha, o corpo inclinado para a frente e o rosto voltado para o lado contrário. Era o mesmo desconhecido? Ou era outro? Ela não sabia. Mas de uma coisa tinha certeza. Não era Fernando. Mas então o homem endireitava-se e afastava-se e embora ela não lhe visse o rosto, sabia que era o falecido marido.
Levantou-se, tirou uma mala que estava em cima do armário e colocou-a  sobre a cama. Depois abriu o roupeiro e escolheu umas calças de ganga e um top sem mangas para a viagem. Dobrou cuidadosamente o resto da roupa e meteu-a na mala.
Abriu uma gaveta separou duas peças de roupa intima meteu as restantes num saquinho de algodão florido, atou com a fita de cetim rosa e guardou-a igualmente na mala.
De seguida dirigiu-se à casa de banho e meteu-se no duche. Deixou que a água lhe resvalasse pelo corpo esbelto durante alguns minutos tentando afastar da mente a recordação do sonho esquisito que tanto a inquietava. Inutilmente. A água acalmava o corpo mas não o espírito.
Pensou em Paulo. Que diabo lhe teria acontecido para pedir transferência? Paulo era o director comercial de uma grande superfície. Era também o encarregado das campanhas publicitárias da empresa e fora o seu primeiro cliente. Ele acreditara no talento de uma jovem inexperiente, e dera-lhe a oportunidade que a maioria dos jovens não tem. Foi um risco para ele e uma bênção para ela. 
Graças a esse primeiro trabalho bem sucedido viera uma boa carteira de clientes. Paulo era um homem a rondar os cinquenta anos, completamente apaixonado pela esposa. Tinha uma única filha. Maria uma jovem que ia agora entrar para a Universidade. Ele era além de um bom cliente, também um grande amigo. E agora? Decerto a empresa continuaria a trabalhar com ela. Pelo menos até ao fim do ano, data em que terminaria o actual contrato.
O telemóvel tocou. Isabel fechou a água enrolou-se na toalha e dirigiu-se ao quarto. A meio do corredor o aparelho calou-se e ela pensou que quem quer que fosse ligaria de novo, e voltou para a casa de banho.
Espalhou pelo corpo uma camada de creme hidratante com gestos automatizados pelo hábito, enquanto o pensamento lhe fugia para o sonho. Que grande confusão. Seria um aviso do seu subconsciente? E se era, o que quereria dizer-lhe? Porque é que o rosto de Fernando não era visível como em sonhos tantas vezes aparecera ao longo de muitos anos? E porque é que no fim ele se ia embora? E aqueles olhos cinzentos? Porque é que lhe apareciam no sonho, se apenas os tinha vislumbrado durante segundos?
"Esquece Isabel", murmurou sacudindo a cabeça e começando a vestir-se.
Depois olhou-se no espelho do roupeiro. Por momentos ficou indecisa entre uns ténis brancos e uns sapatos rasos, azuis, tipo sabrinas. Acabou por escolher estes e juntou os ténis ao restante calçado, num saco de lona azul com riscas brancas.
Fechou a mala e colocou o saco com os sapatos em cima.
O telemóvel tocou de novo.
- Bom dia. Está tudo bem? – perguntou Amélia
- Bom dia. Sim, está. E contigo? Alguma coisa urgente? Vi que ligaste quando estava no banho.
- Queria saber a que horas chegas. O Paulo telefonou-me. Quer que vamos a um jantar de despedida esta noite em sua casa.
- Está bem. Chego cedo. E ele? Disse se já tem substituto?
- Diz que sim, mas que o substituto ainda não chegou. Parece que é um filho de um amigo dele.  Mas diz que não conhece, parece que há muitos anos vive fora do país. 
- Está bem. Logo falamos. Estou a acabar de arrumar as coisas. Dentro de uma hora mais ou menos, estou a caminho.
- Então até logo. Boa viagem.
-Obrigado.




E estamos a duas dezena dos 47000 comentários. Quem será que vai virar o milhar?

26.5.20

ISABEL - PARTE X



Apesar da saúde da mãe que se ia degradando cada vez mais, foi uma alegria quando conseguiu o primeiro contrato. Uma campanha publicitária para uma grande superfície. Fez sucesso e logo veio uma outra para um telemóvel. E essa campanha mudou o conceito publicitário no país. Foi um sucesso tão grande, que em breve não conseguia dar conta de tantos contratos sozinha, e teve que arranjar uma assistente para a ajudar, até porque nos fins-de-semana tinha que cuidar da mãe e andava muito cansada. Foi nessa época que contratou Amélia,  que se veio a revelar ser de grande valia, uma assistente competente e confiável, que se tornou mais tarde,  também numa grande amiga.
Menos de dois anos depois a mãe partiu. O pai ficou muito abalado e a sua saúde, já débil, ressentiu-se ainda mais. Isabel desdobrava-se para conseguir cumprir datas no trabalho e cuidar do pai que uma noite caiu da cama e ficou ainda mais dependente. Ermelinda continuava cuidando de tudo de dia, mas de noite e nos fins-de-semana era sempre ela quem cuidava do pai. Lembrou-se da primeira vez que lhe deu banho. O pai chorou o tempo inteiro de vergonha.
Foram três anos muito cansativos. Um certo dia Isabel teve conhecimento de um concurso internacional de marketing  que ia decorrer na Alemanha, e decidiu concorrer. O seu trabalho foi premiado e teve que viajar para lá.
O pai estava cada dia pior e ela viu-se obrigada a procurar um lar onde o pôr. Não podia viajar de outro modo.
Depois desse trabalho Isabel teve outros trabalhos para a Europa e outras viagens. Sempre que estava no país passava todas as tarde duas horas com o pai. No escritório, agora apenas dela, já que Irene se casara e fora viver para Coimbra,  além de Amélia, sua assistente, tinha uma jovem estagiária, que acabou ficando a trabalhar com ela durante mais de quatro anos, até que decidiu trabalhar por conta própria A vida profissional de Isabel progredia a olhos vistos mas a vida pessoal praticamente não existia.
No início de 2007, o pai partiu. Morreu serenamente enquanto dormia.
Depois do funeral Isabel pôs à venda a casa dos pais e foi viver para um moderno apartamento perto do escritório. Talvez para compensar a sua solidão embrenhou-se ainda mais no trabalho.
Claro que muitas vezes se sentia sozinha. Por vezes ao olhar os casais de namorados que se cruzavam com ela na rua, sentia uma certa nostalgia, e até porque não um pouco de inveja.
Ela queria ter um homem a seu lado, a quem amasse, e que a fizesse sentir-se  amada. Que, como um rio, penetrasse nos recônditos da sua alma sequiosa de amor, transformando a aridez da sua vida, num oceano de novas sensações e emoções.
Era normal. Afinal era uma mulher na plenitude da vida, a quem já fora dado a conhecer, os prazeres de uma vida de amor e paixão. Não era freira, e naqueles vinte anos que passaram desde a morte de Fernando, teve alguns relacionamentos. Breves, sem mais intimidade que a troca de um ou outro beijo, mas logo terminadas, por não conseguirem despertar-lhe qualquer emoção.
“Por esse andar, um dia vais acordar velha e sozinha” costumava dizer-lhe Amélia sua assistente, amiga e confidente,  sempre a seu lado quase desde o primeiro trabalho.
Aquele era um cenário, que não lhe agradava nada. Mas que fazer, se ela ainda não esquecera Fernando? Ela nunca conseguiria partilhar a sua vida com um homem a pensar noutro. Nem acreditava que uma união assim fosse feliz, para qualquer dos dois.  
Veio-lhe à memória a imagem do marido, mas pela primeira vez em quase duas décadas, o seu rosto aparecia esbatido, como que envolto em neblina.
Deu mais uma volta na cama, ajeitou a almofada e por fim adormeceu.



 

25.5.20

ISABEL - PARTE IX


                                          Rua da Barroca - Foto minha


Encolheu os ombros, levantou-se e iniciou o regresso a casa, desta vez subindo a rua da Barroca. 
Apesar de se ter deitado cedo nessa noite, Isabel custou a adormecer.  O que mais lhe desagradava naquela cidade eram as noites demasiado barulhentas para o seu gosto. Contudo ela não costumava sofrer de insónias, e quase sempre depois de dez minutos de leitura estava pronta a entregar-se nos braços de Morfeu. Todavia naquele dia, a noite há muito entrara pela madrugada, e ela continuava a dar voltas e voltas na cama sem adormecer. As lembranças surgiam como fantasmas, avançando traiçoeiras a coberto da escuridão nocturna.
Nunca em vinte anos, elas a tinham atormentado, durante tanto tempo seguido, como nesse dia. Talvez porque estava de férias, ou quem sabe o seu cérebro estava a fazer uma catarse para se livrar de todas as mágoas que ela acumulou e guardou durante metade da sua vida. Talvez quem sabe para abrir lugar a novas emoções.
Recordou o dia em que terminou o Curso, a alegria dos seus velhos pais, apesar do ar cansado da mãe. Há dias que ela andava assim, mas quando Isabel perguntava se tinha alguma coisa, sempre respondia sorrindo. “Nada filha, não é nada. Ou melhor, é o peso dos anos”.
Bem cedo no dia seguinte, o pai bateu-lhe à porta do quarto, pedindo para ela ir ver a mãe que não acordava.
 Isabel saltou da cama, e ao chegar ao quarto dos pais,  logo se apercebeu de que algo grave tinha acontecido com a mãe. Chamou uma ambulância e preparou-se para a acompanhar  ao hospital.
Antes de sair, bateu à porta da vizinha e pediu se podia acompanhar o pai até que ela voltasse. Tinha medo de o deixar sozinho, mas só uma pessoa podia seguir na ambulância.
No hospital, depois de vários exames, foi-lhe dito que a mãe tivera um AVC, fruto talvez de uma diabetes descontrolada. Tinha sido feito tudo o que era possível, mas a mãe estava em coma. Informaram-na, das horas a que eram dadas as informações sobre os doentes na UCI e da hora a que podia vê-la durante escassos minutos. Agradeceu, agarrou no saco que uma enfermeira lhe trouxe com as roupas da mãe e chamou um táxi para regressar a casa.
Não sabia como dar a notícia ao pai. Ele estava quase a fazer oitenta anos, e estava casado há mais de cinquenta. Desde que se lembrava de ser gente, Isabel sempre notara o imenso amor que os unia. Na troca de olhares, no roçar das mãos, nos sorrisos cúmplices, no adivinhar de certas frases apenas afloradas por um e respondidas pelo outro, estava patente esse amor. E ela? Estava preparada para a possível perda da mãe? Nunca ninguém está preparado para semelhante facto, mas ela era nova e forte. O pai sim preocupava-a. E tinha razão para isso.
Durante os quarenta dias que a mãe esteve no hospital, foi muito difícil conseguir que o pai comesse alguma coisa. Felizmente a mãe saiu do coma, e embora ficasse com o lado esquerdo paralisado, mentalmente estava lá, e isso foi muito importante para todos.
Nada pior do que ter fisicamente presente um familiar, cuja memória se perdeu por estranhos labirintos, dos quais não há esperança de retorno.
Isabel tinha muitos projectos para a sua vida, após ter terminado o curso. Ia montar um escritório com duas amigas e começar uma vida totalmente diferente daquela que tivera até ali. Mas... e agora? O que fazer? A mãe precisava dela.
Foi a própria mãe que a encorajou a realizar os seus sonhos. Ela precisava de cuidados sim. Mas contratariam uma pessoa para cuidar dela e ajudar a tratar da lida da casa. O pai como sempre estava de acordo.
Foi assim que passados uns dias, contrataram Ermelinda, uma senhora de meia-idade, forte e trabalhadora, que não só cuidava da sua mãe, como cuidava da casa e refeições.
Foi uma grande ajuda para Isabel atarefada com a montagem do escritório, no andar em que inicialmente ela e mais duas amigas iam ter os seus escritórios  e que acabou sendo só para ela e Irene que se tinha formado em advocacia, já que Patrícia, acabara resolvendo voltar para a Guarda, cidade de onde era natural, para ficar mais perto dos pais. Depois da montagem era necessário contactar possíveis clientes, dar-se a conhecer.
E foi bem difícil abrir caminho num mundo que se fechava a tudo o que era inovação.


NOTA: Para aqueles amigos que gostam de um bom blogue, informo que O SINO DA ALDEIA  está de volta, depois de uma ausência de vários anos

24.5.20

DOMINGO COM HUMOR





Uma mãe, sabendo da inexperiência da filha e na véspera do casamento da filha, avisou-a:
- Tem cuidado minha filha! Os homens são uns malandros e há alguns que pedem o outro lado às mulheres. Por isso, tem cuidado!!!
Um mês depois, a rapariga diz ao marido:
- Amor, estou muito contente contigo. A minha mãe avisou-me de que há homens malandros que pedem o outro lado às mulheres. Mas tu, querido, ao fim de um mês de casados, nunca me pediste o outro lado. Estou tão contente contigo!!
E o homem responde:
- Claro querida… É que do outro lado faz filhos.

                                                         *******************

Duas freiras vinham andando pela rua, à noite, quando foram atacadas por dois assaltantes que, vendo que as duas não tinham nada que valesse a pena roubar, resolveram violá-las.
Elas gritam, gritam e ninguém aparece. Uma delas, tomada do fervor religioso, reza:
- Senhor, perdoai-lhes. Eles não sabem o que fazem!
Ao que a outra responde:
- Ai não que não sabem! Só se for o teu, porque o meu é cá um artista…

                                                        *******************

Uma velha morreu e dentro da capela estava muita gente a velar por ela. Cá fora passou um rapaz com a sua velha bicicleta e, ao ver o que se passava, parou a bicicleta ao lado das escadas e entrou na igreja para se despedir da velha senhora!
Quando chegou cá fora, reparou que lhe tinham roubado a bicicleta e começou a chorar compulsivamente. Nisto passa uma senhora na rua e, cheia de pena do rapaz, pensando que ele chorava pela vizinha, diz-lhe:
- Não fiques assim, meu filho…ela já era velhinha!
O rapaz, muito indignado, responde:
- Era velhinha, mas eu montava nela todos os dias!


                                                      *********************

Um recente artigo no Correio da Manhã informava que uma mulher, Ana Martinho, pôs um processo ao Hospital S. José, alegando que logo após ter sido submetido a uma operação cirúrgica naquele hospital, o seu marido tinha perdido por completo o interesse pelo sexo.
Um representante do hospital respondeu somente isto:
“Estimada senhora Ana Martinho: o seu marido foi admitido em Oftalmologia, e tudo o que lhe fizemos foi corrigir a miopia.” 


                                                           *****************




Num belo dia, a sogra bate à porta da casa de seu genro, de mala feita. O homem vai atender e fica surpreso com a visita.
A sogra estranha a reacção do genro e pergunta:
- Porquê a surpresa? A minha filha não avisou que eu viria passar as férias aqui convosco?
E diz o homem:
- Sim, disse. Mas eu pensei que fosse só para passar os meus soluços!


                                                     *******************

O professor de Português explica aos alunos:
- Anástrofe significa em grego mudança de posição. Portanto, quando há anástrofe, ocorre uma inversão da posição dos elementos.
Dito isto, o professor vira-se para o Joãozinho e pede-lhe:
- Dê uma exemplo deste conceito.
O Joãozinho, sem saber o que dizer, responde:
- O meu pai e a minha mãe… Ainda esta manhã ouvi o meu pai dizer para a minha mãe: ”Matilde, esta noite trocamos… ficas tu por cima”…


                                                            *****************

22.5.20

ISABEL - PARTE VIII

                                         Estátua do rei D. Sebastião
                                                    Foto minha


Nessa mesma tarde, perto das seis, Isabel saiu de casa com intenção de dar um último passeio pela baixa da cidade. O dia, que de manhã ameaçara chuva, apresentava agora um céu limpo, onde reinava um sol intenso.
Vestia uma saia calção, de algodão azul-marinho e uma blusa branca do mesmo tecido, com um decote na diagonal que deixava a descoberto um dos  ombros. O cabelo castanho apanhado mostrava a forma longilínea do pescoço.
Óculos escuros, escondiam-lhe os olhos sem tirar encanto a um rosto onde se destacava a boca pequena e bem desenhada. Desceu a rua Cândido dos Reis em direção ao centro histórico, passou pela Praça Gil Eanes, onde um turista se deixava fotografar junto à polémica estátua do rei D. Sebastião da autoria do escultor João Cutileiro, lançou um breve olhar à estátua humana, que do outro lado, aguardava que alguém deitasse na caixa uma moeda, para esboçar um breve agradecimento e aliviar ainda que momentaneamente o corpo da incomoda imobilidade.
Seguiu por entre esplanadas até ao mercado municipal, e aí atravessou a Avenida dos Descobrimentos e foi sentar-se num banco sob a sombra de uma frondosa palmeira, junto ao canal. Encantava-se com aquela enorme avenida que corria desde o início da cidade, ao longo da ribeira de Bensafrim, até ao forte Pau da Bandeira, onde se juntava ao mar. 
Pela ribeira, que naquele sitio mais parecia um canal, passavam constantemente barcos, dos mais variados tamanhos e origens.
Grandes e luxuosos iates, que pertenciam aos turistas e se dirigiam à marina, barcos de turismo que fazem a ligação Lagos – Sagres - Lagos, traineiras que saíam ou chegavam da pesca, e os pequenos barcos a motor, sempre cheios de turistas para uma curta viagem até à Ponta da Piedade, cujas grutas marinhas e formações rochosas, são o orgulho da cidade.
Isabel retirou da bolsa um livro e tentou concentrar-se na leitura. O livro "Tsunami!" de Richard Martin Stern, contava a história de um oceanógrafo que descobriu, uma plataforma rochosa abaixo da superfície do oceano Pacífico que está prestes a desmoronar-se o que provocará uma onda aterradora e de dimensão  gigantesca  capaz de destruir por completo a cidade de Encino Beach, no sul da Califórnia. O problema é que tudo parece demasiado calmo e ninguém quer acreditar no cientista, que luta com todas as forças para convencer as pessoas a abandonar a cidade antes do desastre, sabendo que a cada hora que passa o tempo encurta e a tragédia aproxima-se.
 A leitura era interessante, mas a atenção de Isabel aos poucos foi-se afastando,  até que a memória mergulhou de novo no passado. Ultimamente recordava demasiadas vezes o passado. Não sabia porquê, mas que acontecia era um facto.
Lembrou aquela tarde em que disse aos pais que queria trabalhar. E pouco tempo depois estava a trabalhar numa papelaria. Mas o trabalho, não chegava para apagar na memória e no coração a angústia pelo que tinha acontecido. Decidiu estudar. Matriculou-se num curso nocturno. Era uma boa aluna. Terminou o Secundário. Seguiu-se a faculdade. Ela sempre gostara muito de publicidade e era muito criativa. Na hora da escolha decidiu-se pelo curso de Marketing, Publicidade e Relações Públicas. O fim do Curso foi o último dia em que teve os pais junto de si.
Fechou o livro. Olhou à volta e reparou no homem que um pouco mais à frente observava qualquer coisa na água. Encontrava-se de frente para a ribeira, com um pé em cima da muralha e a mão apoiada no joelho. Vestia calça de ganga e uma camisa branca. 
Isabel não conseguiu ver-lhe o rosto voltado para a marina, mas qualquer coisa nele lhe despertou a atenção e pensou que a figura não lhe era totalmente estranha.          

21.5.20

NOTÍCIAS

Como todos sabem, fiz um cirurgia dupla, de colagem de retina e transplante de córnea no dia 20 de Fevereiro e depois disso as consultas pós operatória foram canceladas. 
Tinha uma consulta da retina para dia 25 deste mês, e esperava esse dia para tentar uma consulta com o cirurgião do transplante para saber se está tudo  normal, se devo continuar com todo o tratamento com que sai do hospital que só durou um mês e já fui aviar segunda e terceira vez para não interromper sem saber se estou ou não a fazer a coisa correta.
Hoje telefonaram-me do hospital de Santa Maria para remarcar a consulta do dia 25 de Maio para 3 de Junho. Aproveitei e disse à senhora que estava muito preocupada pois não tinha tido ainda nenhuma consulta por causa do transplante feito há três meses. Ela perguntou-me o nome do médico, e depois de eu o ter dito, disse-me que ia mandar um email ao médico e que logo que ele respondesse me informaria. 40 minutos depois, voltou a ligar, disse que o médico tinha dito que fiz bem em não parar com o tratamento, que era para continuar, e como eu tinha a consulta com o médico da retina no dia 3 às 10 horas, que ele me consultaria no mesmo dia às 9 horas.
Estou ansiosa pela consulta até porque continuo a ver tudo ondulado.

ISABEL - PARTE VII

                                              

Embrenhada nas suas recordações não se desviou a tempo do homem parado na sua frente, e, só não caiu, porque uns braços fortes a envolveram.
- Desculpe – murmurou quase sem voz
Os olhos cinzentos do homem cravaram-se nos seus. Era um olhar tão intenso e penetrante, que ela pensou que lhe rasgava as entranhas e a penetrava até à alma.  Porém a sua voz, ligeiramente rouca, soou gentil e educada ao perguntar:
-Sente-se bem?
Isabel assentiu com a cabeça, murmurou um obrigado e afastou-se apressada daquele homem que tanto a tinha desassossegado.
Chegou por  fim ao local onde tinha deixado o saco com as suas coisas. Guardou nele, o telemóvel e o porta-moedas, despiu os calções e a T-shirt, estendeu na areia a toalha colorida, e sentando-se nela começou a espalhar sobre o corpo, o protector solar. O telemóvel tocou e Isabel esboçou um gesto de aborrecimento mas não atendeu. Quando acabou guardou o frasco, voltou a colocar os óculos escuros e fitou o mar. A maré tinha subido um bom bocado desde que ela chegara, o sol aparecia a espaços entre as nuvens, e logo desaparecia como se estivesse a jogar às escondidas com aqueles que estavam cá em baixo esperando por ele. Mas o tempo tinha aquecido bastante e ali ao lado, havia muitas crianças brincando, vigiadas de perto por três mulheres. As crianças, mais ou menos da mesma idade, tinham todos chapéu igual.
 “Crianças de alguma creche” pensou Isabel.
O telemóvel voltou a tocar. Desta vez atendeu e durante breves minutos foi respondendo ao que lhe perguntavam do outro lado. Por fim disse:
- Depois de amanhã estou aí. Por favor Amélia vê se não estás sempre a ligar.
Calou-se e escutou o que lhe diziam do outro lado.
-Eu sei, mas amanhã vou para cima. E Segunda-feira já estou no escritório.  Portanto resolve só o que for mais urgente, eu vejo o resto depois.
Calou-se por momentos.
- Sim, claro. Já visionaste o vídeo da campanha, do novo dentífrico? Sim? Óptimo. 
Escutou de novo:
- O quê? Um novo director comercial? Mas o que aconteceu com o Paulo?
Voltou a escutar, retorquindo ainda antes de encerrar a chamada.
- Transferido? Por interesse dele? Bom, depois vejo isso. Oxalá o substituto esteja à sua altura.
Desligou a chamada no exacto momento em que uma bola lhe veio bater nas pernas.
Era uma bola pequena com desenhos do Super-homem. Agarrou-a e olhou em frente.
Um rapazinho de uns três anos de idade corria na sua direcção seguido de perto por uma das mulheres.
-Queres a bola? - perguntou-lhe Isabel sorrindo.
O miúdo fez um sinal afirmativo com a cabeça.
- Desculpe. Estamos sempre a avisar para terem cuidado mas sabe como é. São crianças – disse a mulher.
- Não tem importância – retorquiu ela atirando a bola para o menino.
Este reagiu de uma forma inusitada. Agarrou a bola, correu para Isabel, deu-lhe um beijo rápido na face e logo voltou para junto dos amiguinhos.
- Desculpe – murmurou a mulher, antes de seguir o rapazinho para junto da água.
Pela segunda vez naquela manhã, Isabel sentiu um estranho desassossego. Uma sensação desconhecida que lhe apertava o peito e a angustiava.
“Estou demasiado sensível hoje” pensou.
Sacudiu a cabeça, retirou o lenço e os óculos que guardou no saco, e pondo-se de pé dirigiu-se para o mar.
 Precisava dar um mergulho. Sentir a carícia das águas. E afastar de vez tristes recordações. Mas, será que o ia conseguir?
Um quarto de hora depois, regressava ao areal. Com gestos mecânicos enxugou-se,  vestiu-se, e preparou-se para regressar a casa
As nuvens tinham desaparecido, o sol brilhava radioso, cobrindo voluptuosamente toda a cidade.