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21.7.18

O DIREITO À VERDADE - XLI


- E tens a certeza de que não existe? Porque da minha parte, eu tenho a certeza do contrário. Para amar não são precisos anos. Por vezes basta um olhar, um sorriso, uma frase para nos cativar o coração. E entre nós, assim foi, não há como negá-lo. Se os dois aceitamos esse amor, e fazemos por mantê-lo vivo, ou se o negamos e o deixamos morrer já é outra história. Em Coimbra fui sincero contigo. Na altura ainda não sabia se te amava mas sabia que algo muito forte já nos ligava. Queria conhecer-te melhor, sabia que alguma coisa muita bonita estava a nascer entre nós. Em compensação tu não usaste de igual sinceridade e fugiste. O pai falou-me da tua mãe, da sua insegurança e de como isso destruiu a relação dos dois. Quero acreditar que não tenhas herdado dela essa insegurança. Quando me deixaste, fiquei desesperado, e revoltado, contra ti e contra o próprio destino, que me tinha permitido conhecer-te para logo te afastar. Sentia-me como uma criança a quem dão um doce e quando ela se prepara para o saborear, lho arrancam das mãos. Para tentar esquecer-te, entreguei-me de corpo e alma ao trabalho que nesta época do ano é sempre muito intenso. Como sabes o pai é produtor de vinhos e eu sou o enólogo responsável por toda a produção até ao momento de engarrafamento, muito embora uma boa parte da nossa uva seja entregue à vinícola de que somos sócios, e seja comercializada através dela. Mas por mais cansado que estivesse, não conseguia esquecer a jovem sensível que se emocionou na fonte das lágrimas, nem a menina radiante que percorreu como uma criança o Portugal dos Pequenitos. Muito menos a mulher que tremeu nos meus braços quando nos beijamos na despedida. Incendiaste-me o sangue e a alma. Desesperava, por não saber como te encontrar. 
Por essa altura, o pai começou a ter um comportamento estranho. Ele não conduz desde que teve um acidente e quando se desloca, sempre sou eu que o levo. Então ele começou a ir a Viseu de camioneta. E a falar ao telefone, desligando quando eu me aproximava. Comecei a pensar que ele teria alguma aventura na cidade. Afinal ainda é um homem jovem e a mãe levou o último ano até ser operada, muito doente. Só para teres uma ideia, ela não conseguia caminhar dez metros, sem ter que parar, sem forças.
Questionei-o e ele jurou que amava a minha mãe e que nunca seria capaz de a trair. Acreditei, mas passados uns dias, ele voltou a Viseu. Por uma dessas coincidências com que o destino nos brinda, nesse dia telefonaram-me da empresa onde tinha encomendado uma nova bomba de trasfega, dizendo que já tinha chegado, podia ir buscá-la. Acabava de acondicioná-la no porta-bagagem, quando vos vi sair de um prédio no outro lado da rua. O pai enlaçava-te os ombros e os dois seguiram pelo passeio até ao hotel.  Não será difícil imaginares o que eu pensei. Um homem não vai para um hotel com uma mulher que não é de sua família, se não for para irem para a cama, não é verdade?


Atenção amigos. Acabei ontem de escrever esta história. Não tenho mais nenhuma escrita e com os tratamentos que ando a fazer e o tempo de espera que levo na clínica não tenho tempo para elaborar outra, e nas férias só tenho 
Internet no telemóvel. Não sei se fecho o "estaminé" se deixo agendada uma das minhas primeiras histórias, Sei que alguns já a leram, mas muitos dos meus leitores atuais chegaram em 2016/2017. Posso re-editar uma história mais antiga. Que pensam vocês? Por favor deixem alguma resposta nos comentários. Obrigada 

18 comentários:

chica disse...

Tudo está sendo bem explicado por ele e vamos ver sua reação agora! Adorando! bjs praianos,chica

A Nossa Travessa disse...

Minha querida Elvirinhamiga

Para amar não são precisos anos... uma frase que pode sintetizar toda a estória que vens desenvolvendo sob o cabeça-lho O DIREITO À VERDADE. Cada episódio vai-me (nos) deixando com água na boca à espera do seguinte pois és uma mestra no desenrolar sincopado duma acção. Continuo a gostar - muito.

Muitos qjs deste teu amigo e admirador (e "copiador"...)
Henrique, o Leãozão

noname disse...

Julgar é fácil. Imaginar coisas, também. E tantas vezes isso estraga tudo. Vamos ver o que dá.

Boa noite, Elvira, feliz domingo

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Tomara que ela aceite as explicações dele e se entendam para viverem um lindo amor.
Beijos!

Tintinaine disse...

A história vai acelerada, estou a ver as férias aí à porta. Alô, Lagos, lá vamos nós outra vez.
E os leitores? Que vão também de férias, pois então!
Mas eu recuso-me a ir, já estou de férias o ano inteiro e daqui não quero sair.

Cantinho da Gaiata disse...

É pouco a pouco vamos sabendo a estória, está uma delícia.
Bjs e bom domingo.

Larissa Santos disse...

Bom dia. Mais um episódio lindo e interessante que gostei de ler.:))

Por mim pode deixar a antigas porque não li :))

Hoje:-{B-C Poetizando} Rodopiando em delírio.

Bjos
Votos de um óptima Domingo

Joaquim Rosario disse...


Bom dia
vamos esperar pela reação de Helena, mas claro que estamos todos a torcer para que tudo corra bem .Talvez um pouco de receio em principio mas o amor vai superar essa situação .
As suas historias são sempre bem vindas pois depois que li a primeira jamais deixei de acompanhar este blog.
Um santo domingo para todos .
JAFR

Edum@nes disse...

Cláudio e Helena, com o casamento à vista. Depois desse encontro não terão mais duvidas quanto ao amor que sentem um pelo outro!

Trate da sua saúde. Boas férias amiga Elvira. Quanto a re-editar uma história mais antiga. Penso que no mês de Agosto, a maioria dos leitores/comentadores também estarão de férias. Mas você é quem sabe se o deve ou não fazer.

Um abraço, e bom domingo.

Janita disse...

E pronto, com tanta persistência por parte de Cláudio, tonta seria a Menina Lena se ainda precisasse mais explicações.

Eu acho que deve agendar outras publicações mais levezinhas, para nos deixar entretidos :) enquanto vai de férias, Elvira.
Vou dar-me uma folga à leitura de contos emocionantes. Haja coração que aguente...e o meu anda muito fraquinho.

Mas, calma, que ainda falta o último capítulo desta. :)

Um abraço, bom Domingo, boas Férias!!

Anete disse...


Bom domingo, Elvira. Lendo o capítulo da conversa dos dois... Estão colocando em dia os assuntos pendentes, né?!
Decida vc quanto aos próximos passos das suas postagens... Que tenha férias tranquilas e aprazíveis... Também que o tratamento alcance ótimos resultados!
O meu grande carinho

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Vamos ver como é que as explicações vão se recebidas.
Um abraço e bom Domingo.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Tintinaine disse...

Venha lá essa reedição, é melhor que nada.
Mas tem que ter mais de 3 anos, para eu não ser "prejudicado".

Rui disse...

Olá Elvira
Eu entendo que seria uma "violência" sujeitar-se a um trabalho árduo, ou mesmo um compromisso, de estar a pensar em novas coisas nesta fase. As férias também servem para dar um descanso !

Sugiro-lhe que deixe agendados capítulos das primeiras coisas que escreveu e que certamente serão novidade para tantos de nós !... mas já agora, agendados dia sim dia não ou com dois dias de intervalo !

Quanto a este, calculo que o desfecho não poderá ser outro do que aquele que já todos imaginamos e que será o mais agradável ! :)

Entretanto, nestas férias cuide mesmo, isso sim, da sua saúde !!! :))

Um grande abraço

Cidália Ferreira disse...

Mais um episódio que amei!! Que bonito!!

Beijo e um resto de um Domingo feliz.

aluap disse...

Eu também sou uma que vou d férias, mas acho que não deve fechar o "estaminé", não vejo mal nenhum "socorrer-se" de histórias escritas e publicadas há mais tempo.
Um abraço.

Berço do Mundo disse...

Cheguei numa altura da história em que não consigo perceber o que se passa, sem ir lá atrás e começar do início. Mas o que li deixou-me a "pulga atrás da orelha".
A curiosidade é uma coisa engraçada.
Boas férias, amiga Elvira

Gaja Maria disse...

Esperamos que ela compreenda o que ele desesperadamente lhe tenta explicar.
Agende histórias antigas que algumas pessoas não leram. Fique bem depressa Elvira. Abraço