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18.7.18

O DIREITO À VERDADE - XXXIV





O exame de ADN levaria oito dias úteis. Helena deixou no laboratório a sua morada de Lisboa e disse a Jorge, que iria embora no dia seguinte. Se o resultado do exame fosse o que os dois pensavam que era, o pai entraria em contacto com ela quando tivesse revelado à família a sua existência. Até lá podiam falar ao telefone. Disse-lhe também que gostaria muito de conhecer a sua casa, e a sua família, mas que entenderia se a família dele, não a quisesse receber. Entretanto resolveu ir ao hotel para lhe entregar as duas certidões. Elas serviriam para quando ele tivesse de falar com a esposa, e se o resultado não fosse o que esperavam, então ela não tinha qualquer direito a eles, os  documentos eram dele, e ele lhes daria o destino que entendesse.
Enquanto ela foi ao quarto, Jorge foi à receção pediu para fecharem a conta da jovem para o dia seguinte e pagou a estadia da jovem. Afinal, era por causa dele que ela viera até ali e fizera semelhante despesa. 
Quando a jovem desceu, guardou os documentos e saíram do hotel para irem almoçar.
Depois do almoço, passearam um pouco e despediram-se cerca das três horas, pois Jorge pretendia apanhar a camioneta que saía para Nelas a essa hora.
Helena ficou triste. Voltou ao hotel e já não saiu o resto do dia. À noite, depois do jantar, pediu que lhe fechassem a conta pois sairia no outro dia de manhã.
Na receção disseram-lhe que a conta já fora liquidada. O senhor Jorge Noronha pagara a conta nessa tarde enquanto ela se ausentara. Não gostou, e não ia aceitar. A conta era sua. Jorge teria tempo de lhe pagar o que quisesse, depois de saber o resultado do exame, se realmente fosse seu pai. Antes, não. Insistiu que queria pagar a conta e que devolvessem ao senhor Noronha a quantia que ele despendera. A empregada chamou o gerente.
Depois de muita insistência da jovem o gerente aceitou que ela pagasse a conta e prometeu que eles enviariam ao senhor Jorge Noronha um cheque com a importância que ele pagara.
Resolvido o assunto, e como a noite estava quente, saiu a dar um pequeno passeio. Era como uma despedida. Não sabia quando, ou se voltaria. Mas era também uma necessidade de cansar o corpo, de modo a adormecer logo que se deitasse. Ultimamente tinha dificuldade em fazê-lo. A recordação de Cláudio e dos momentos que passaram juntos em Coimbra, era cada dia mais pungente.
No dia seguinte, logo de manhã, apanhou a camioneta para Coimbra, onde iria apanhar o comboio para Lisboa. Já na estação depois de comprar o bilhete telefonou ao tio. Durante aqueles dias, fizera-o diariamente. Com exceção da noite anterior. Agora informava-o que já estava em Coimbra e da hora de chegada a Lisboa.  
Continuava a querer conhecer Coimbra, mas enquanto se lembrasse de Cláudio não voltaria à cidade. O pior, é que ela suspeitava que ia lembrar-se dele durante muito tempo.



18 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Gosto sobremodo dos textos de autores portugueses, caríssima Elvira. É um jeito bem característico de escrever.
Grande abraço.

AC disse...

Boa narrativa, sempre, em que predominam os valores de equilíbrio da vida.

Um beijinho, Elvira :)

Janita disse...

As lembranças, boas ou más, não se apagam da memória, nem do coração, segundo a nossa vontade.Antes fossem!

Gostei da atitude da Helena em não aceitar a oferta do suposto pai, no pagamento da sua estadia. Eu faria o mesmo. :)

Veremos o que vai acontecer nestes dias de espera do exame.

Um abraço.

Os olhares da Gracinha! disse...

A ansiedade instalou-se no coração dela!!!...bj

Cidália Ferreira disse...

Portanto, a Helena "mexe" com o coração dos dois. e vice versa. Agora é esperar. Quero ver é como vai correr a conversa entre Cláudio e o Jorge... Looool AMEI!

Beijos e um excelente dia!

Edum@nes disse...

Oito dias passam depressa,
encurta a nossa permanência
aqui nesta vida que é tão bela
saibamos esperar com paciência!

Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
Um abraço.

Larissa Santos disse...

Grande Helena. Não admite que lhe paguem as despesas, kkkkkkk. Continuo com borboletas no estômago, kkk Isto está bom :))

Hoje:-Das cartas que eu nunca te enviei.

Bjos
Votos de uma óptima Quarta-Feira.

Tintinaine disse...

Passei o episódio anterior sem comentar, mas isso não quer dizer que não li. Estava a preparar-me para o fazer agora, quando vi que já havia um novo episódio na prateleira. Foi um verdadeiro dois em um e fiquei a ganhar.
Agora fico à espera de ver como vai o Cláudio enfrentar o pai!!!

Anete disse...


Olá, Elvira, estou por aqui novamente p ver o novo capítulo... O suspense continua... Não tem nada escondido que não venha à luz...

Obrigada pelos parabéns 🎈...
Bjs e boa noite...

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde, querida amiga Elvira!
O Amor é difícil de se esquecer fácil...
Levará muito tempo ou o encontrará mais rápido do que imaginamos.
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm fraterno de paz e bem

chica disse...

Muito lundo mais esse capítulo e fico feluz em edtar conseguindo acompanhar...
Bjs praianos,chica

Joaquim Rosario disse...

Boa tarde
Como vai ser a reação de pai e filho quando se encontrarem . Um grande dilema !!
JAFR

Teresa Isabel Silva disse...

Também acho que ela não vai esquecer facilmente!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Rui disse...

Pois é. E palpita-me que ainda se irão encontrar antes de ele e o pai terem a tal conversa que tudo esclareceria !
Vai dar para o torto, vai, até porque ela desconhece que ele é filho ! :((
Vai "dar luta" ! :))
Está muito interessante ! :)

Abraço

António Querido disse...

Passando e acompanhando lendo seguirei como habitualmente faço até final.

Deixando o meu abraço.

José Lopes disse...

Tive mais de 30 minutos agradáveis ao colocar em dia a leitura. Vamos ver os resultados da análise.
Cumps

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Um capítulo bem legal que mostra o bom caráter da personagem central.
Beijos carinhosos!

Gaja Maria disse...

Isto está a complicar-se....