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24.7.18

O DIREITO À VERDADE - XLVI


Porém antes de regressar a Lisboa, Jorge e os dois jovens, foram a Viseu. Jorge foi consultar um advogado, saber o que necessitava fazer, para legalizar a sua posição de pai, e dar a Helena o seu nome.  E depois foram ao registo para iniciar o processo de casamento. Por fim, entraram numa ourivesaria, onde Cláudio comprou o anel de noivado.
 A jovem queria usar o que fora da mãe, mas nem o noivo nem os pais acharam bem. Afinal não fora um anel que trouxesse felicidade. No teu lugar, - disse-lhe o pai - vendia essas jóias de má memória. 
Regressou a Lisboa com o tio, e com a promessa de que tão depressa tratasse do que a levava a regressar, Cláudio iria buscá-la.
Em casa esperavam-na várias mensagens de Paula Correia, a sua melhor amiga. A única aliás a quem podia chamar de amiga. Desde criança, Helena sempre fora uma criança tímida e um tanto introvertida. Talvez por isso era pouco procurada pelas outras crianças para participar nas brincadeiras. No terceiro ano, a sua turma recebeu uma nova menina, que vinha transferida de outra escola. Paula Correia acabara de ser adotada por uma família daquela freguesia. A menina um pouco mais velha do que o resto da classe, nunca tinha conhecido os pais biológicos. Vivera sempre numa instituição, e aos dez  anos já não alimentava esperanças de que alguma família a quisesse, quando o casal que viria a adotá-la a conheceu, e embora inicialmente tivessem pensado adotar uma criança bem mais pequena, deixaram-se encantar com o seu ar doce e triste.
 As duas crianças, sentiram-se imediatamente atraídas, e em breve eram inseparáveis.  Paula estava atrasada em relação ao resto de classe e teria perdido o ano, se Helena, não se tivesse proposto ensiná-la. As duas passaram a estudar juntas. Helena era a melhor aluna da turma, Paula tinha uma capacidade de aprendizagem incrível e assim em pouco tempo tinha recuperado o atraso.  Desde então sempre tinham sido companheiras e amigas. No secundário e depois na faculdade. Na verdade Helena só se afastara no último ano por duas razões. Primeiro porque a doença da mãe, requeria que ela estivesse o máximo de tempo com a progenitora, pelo que mal saía das aulas ia imediatamente para casa. Segundo, a amiga arranjara namorado, e mesmo que a mãe não estivesse doente, ela ter-se-ia afastado na mesma, pois entendia, que quando duas pessoas se amam, bastam-se um ao outro, e qualquer intrusão não é aconselhável.
Porém quando a sua mãe piorara, Paula, foi um grande apoio. Ela passou muitas horas lá em casa, ajudando-a não só na tarefa de cuidar da mãe, como apoiando-a moralmente. Depois quando a mãe foi internada e até à sua partida, era raro o dia que não ia com ela ao hospital. Helena nunca iria esquecer tudo isso, muito embora a descoberta da sua origem e a consequente partida em busca da sua história, lhe tivessem feito esquecer-se da amiga.
E Paula estava preocupada e assustada com o seu desaparecimento, dizia numa das mensagens que lhe deixara. Também dizia que o seu telemóvel avariara, e ficara sem os seus contatos, por isso é que não lhe ligara para o telemóvel.
Helena ligou e combinou um encontro nessa mesma tarde, numa pastelaria da zona para lancharem e contarem uma à outra as novidades. E Lena tinha tanta coisa para contar à amiga.


9 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

E ter com quem partilhar emoções é gratificante!!!bj

Jorge Sader Filho disse...

Este mistério está ficando intenso, amiga Elvira!
Abraço.
Jorge

Joaquim Rosario disse...

Boa tarde
Nova personagem ! o que virá por aí ??
JAFR

Edum@nes disse...

Helena está feliz. Deseja encontrar com a sua amiga Paula, para, talvez, lhe contar o motivo a sua felicidade?

Tenha uma boa tarde de Terça-feira amiga Elvira.
Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

Não perderam tempo para o noivado.Muito bem. Vamos a ver que novidades tem Paula, para contar Helena. Amei!

Beijo e um excelente dia.

chica disse...

Esse encontro será recheado de novidades! Vamos lendo e gostando! Bjs praianos,chica

Larissa Santos disse...

Por vezes basta um/a amigo/a apenas, que seja verdadeiro e nada mais. Vamos ver o que vem aí;))


Hoje, do Gil António:- Lágrimas tristes sem dono

Bjos
Votos de uma óptima Terça -Feira

Tintinaine disse...

Mais dois episódios que li de uma assentada. Li e gostei. O fim aproxima-se em grande velocidade, não dá para enganar.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Uma amiga assim fiel, companheira de todas as horas é muito valiosa!
Beijos carinhosos!