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23.7.18

O DIREITO À VERDADE - XLIV



Chegaram à quinta, quando o sol, acabava de desaparecer no horizonte mas a noite ainda não se fazia presente. Eram dezanove horas do dia quatro de Outubro do ano da Graça de dois mil e quinze. Durante a viagem, Helena falou de si, da faculdade que se vira obrigada a abandonar com a doença e morte da sua progenitora, Falou da sua infância, de como lhe custou o facto de não ter o pai a seu lado quando era menina, da surpresa que foi achar aqueles documentos no armário da mãe. E do seu amor por ela, por todos os sacrifícios que fizera para a criar e educar. Apesar da desilusão que teve ao  descobrir o que a mãe fizera, nada apagava os anos de amor incondicional que a mãe lhe devotara. Abriu o coração para ele, como ele fizera com ela quando chegou.
Com a aproximação da quinta, fora ficando cada vez mais nervosa. Apesar de Cláudio lhe garantir que a mãe, era uma excelente pessoa, e que mesmo sem a conhecer já gostava dela, por saber que era a mulher que ele escolhera, ela estava receosa. Sempre ouvira dizer que sogras e noras não se amam, porque ambas competem pelo amor do mesmo homem, A mãe sempre teme que a nora afaste o filho dela, e a nora receia que o marido faça comparações, entre as duas, com desprimor para ela. Acresce que no caso, ela era também filha do marido da futura sogra. E para uma mulher que não pôde dar ao homem que amava, um filho, de repente, ele aparecer com uma filha, de outra mulher, devia ser doloroso. Helena vinha pensando nisso, e cada vez estava mais nervosa.
Cláudio estacionou o carro em frente da casa. Saiu do veículo ao mesmo tempo que a jovem. Jorge e a esposa, que estavam sentados no alpendre, levantaram-se para os receber.
Cláudio pegou na mão da jovem e apertou-a carinhosamente, enquanto dizia baixinho.
-Tem calma. Vai correr tudo  bem.
-Boa noite, -disse saudando os pais. Depois falando apenas para a mãe acrescentou:
-Mãe aqui tens Helena, a mulher que eu amo.
As duas, cumprimentaram-se beijando-se, enquanto Jorge perguntava ao filho:
- Foi difícil de convencer?
Ele respondeu sorrindo.
- Achas? Com todo o meu charme?
Todos riram e aquela pequena brincadeira contribuiu para quebrar a tensão de um primeiro encontro. Depois, Jorge beijou a filha e disse:
- Vocês devem estar cansados e talvez queiram tomar banho antes do jantar. Os dias continuam muito quentes. Cláudio, mostra a casa à Lena e diz-lhe onde é o seu quarto. Esperamos que estejam prontos para começarmos a jantar.
O jovem assim fez. Começou pela cozinha, a sala, os dois quartos de hóspedes, o quarto dos pais e por fim o seu.
Helena, não conseguiu reprimir a surpresa, ao ver o quarto de Cláudio, a grande cama de ferro pintada de preto, o armário, a posição da janela, tudo. Como era possível, que sem nunca ali ter entrado, se visse naquele quarto nos seus loucos sonhos?



Gente, agora até acabar vão ter dois episódios por dia.  Para acabar Sexta-feira. Pode ser?


11 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Estou sempre à espera de novos episódios loool.. Agora falta o diálogo entre nora e sogra, lool. Amei!! Venham daí esses dois episódios por dia!! .)

Cascata em ecos de silêncio.

Beijo e uma excelente Semana!

noname disse...

ahahahah
Venham eles :-)

Larissa Santos disse...

Apesar de ser um conto, acredito que hajam casos verídicos idênticos, Gostei muito. Até ao próximo. :))

Bjos
Votos de uma óptima Segunda-Feira

Teresa Isabel Silva disse...

Estou a adorar esta reta final!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Edum@nes disse...

Depois de Helena conhecer a futura sogra. Para quando será marcada a data do casamento?

Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.

chica disse...

Muito bom e estoy voando pra acompanhar mesmo em férias! Não quero perder...bjs, chica

José Lopes disse...

Na recta final está muito bem, porque estamos à espera do final, que neste caso se afigura feliz...
Cumps

Kique disse...

A intensidade aumenta a curiosidade aguça venham eles
Bjs

Hoje em Caminhos Percorridos - Como mudam as coisas...

Os olhares da Gracinha! disse...

Isto promete Elvira!!!bj

Janita disse...

À vontade, Elvira! :))
Estive a ler os dois últimos e vejo que tudo corre sobre rodas. Depois disto, é acrescentar a celebração da união dos dois jovens e, uns meses volvidos, o riso de crianças a soar por entre as vinhas, não da ira, mas da felicidade. Que coisa boa é o mundo da ficção! :)

Um abraço.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Graças a Deus ela foi bem aceita pela mulher do pai.
Abraços afetuosos!