Envergonhada, sentindo-se imunda e feia, tentou fechar a
porta, mas Cláudio foi rápido a introduzir um pé na ombreira, não deixando que o fizesse.
- Não querida, não vou deixar que me expulses da tua casa
e me fujas como fizeste em Coimbra.
Sentindo que as lágrimas ameaçavam correr pelo rosto, ela
largou a porta e virou-lhe as costas.
- Andava em limpezas. Não estou minimamente apresentável, para receber
visitas.
- Estás linda como sempre. Mas se ficas mais confortável
tomando banho e mudando de roupa, eu espero o tempo necessário na tua sala.
Porém não me vou embora sem termos uma conversa séria.
- Nesse caso, a sala é aqui, -disse abrindo uma porta.
Vou pôr-me apresentável. Mas antes quero saber como me descobriste, quem te deu
a minha morada.
- Dir-te-ei quando voltares, - disse sentando-se no sofá.
Helena não insistiu. Foi ao quarto, tirou um conjunto de
roupa íntima da cómoda, pegou numas calças de seda pretas e numa blusa azul e
dirigiu-se à casa de banho.
Nunca na sua vida, a jovem tomou um duche tão rápido. Pensar
que Cláudio estava na sala e que no tempo de espera, podia entreter-se a
imaginá-la nua, punha-a nervosa.
Com o corpo enrolado na toalha secou o cabelo,
vestindo-se de seguida. Escovou o cabelo à pressa, ansiosa por saber como ele a
tinha encontrado.
- Bom, aqui estou. Podes começar.
Cláudio estava feliz. Voltar a encontrá-la, saber que
tinha sobre ela o poder de a deixar assim, ruborizada e nervosa, era algo que o
encantava. Apeteceu-lhe brincar.
-Isso são modos de cumprimentar o teu futuro marido? Nem
sequer um inocente beijinho? Desiludes-me.
- Deixa-te de brincadeiras estúpidas, -disse,
lançando-lhe um olhar furioso. Como chegaste até minha casa? Quem te deu a
morada?
- Jorge Noronha, o nosso pai.
- O nosso… pai…- soletrou ela deixando-se cair numa cadeira.
Imagens rápidas dos sonhos eróticos, que preenchiam algumas das suas noites, perpassaram na sua memória. Mas
então… nós somos irmãos?
- Não, claro que não, - disse pondo-se em pé. O pai nunca
te falou de mim? Sou filho de Carmo, a mulher com quem se casou, anos depois do divórcio com a tua mãe. Minha mãe era
viúva e eu já tinha nove anos quando eles se conheceram. No entanto,
habituei-me a chamar-lhe pai por duas razões. A primeira, porque ele me criou
com tanto amor, como se eu fosse de verdade, seu filho. A segunda, porque sabia
do muito que ele queria um filho e a mãe, não podia dar-lho. Quando eu nasci, alguma coisa correu mal no parto e a mãe ficou impossibilitada de ter mais filhos. O que importa, é que não somos irmãos e
por isso podemos amar-nos, sem qualquer prurido de consciência.
- Falas de amor como se ele existisse entre nós.
Conhecemo-nos há dias.
Bom fim-de-semana
17 comentários:
A passar por cá para acompanhar a história e desejar bom fim de semana.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Ui! Está a fazer-se dura... Será que ainda irá dar muito trabalho?
Bom fim-de-semana!
Bjs.
Bom dia
Que mais poderemos desejar a este casal senão um bom fim de semana .
Para todos também um BFS
JAFR
Gostei muito de ler este episódo, onde o amor paira no ar.
Bom fim de semana
Abraço Elvira
Bom dia!
Bem, ela teve uma reacção normal. Faz-se dura, mas não por muito tempo! Espero que a estória não tenha um desfeche diferente do que eu penso, lool...AMEI!
Beijo e um bom fim de semana!
Ele foi bem direto...Tomara ela nao resista! Adorando! Bjs praianos,chica
Cláudio fala de amor a Helena, ela faz-se despercebida mas está mortinha por ele. Será que ainda vai haver algum obstáculo que impeça sua união?
Tenha um bom fim de semana amiga Elvira.
Um abraço.
Isto está hilariante ahahahah
Venha o próximo.
Bom dia, Elvira
Haha tão bom, mesmo ao meu jeito, podia era ser um episódio mais longo😁.
Beijinho grande para a minha amiga e bom fim de semana.
Pois ainda bem se não ... a confusão seria total!!!:=)...bj
Que rapidez...mas também os tempos são outros e todos os usos e costumes relacionados com o namoro já não são o que eram. Nem nos relacionamentos nem no resto.
Bom fim de semana.
Muito rápido o relacionamento, entrosamento. As coincidências boas e espontâneas da vida. Difíceis de acontecer, mas ótimas quando há amor e paixão confiáveis.
Um abraço amigo neste sábado...
Como sempre, um capítulo, extremamente bem construído... e de interesse crescente... que tão bem capta o interesse do leitor!...
Diálogo muito bem imaginado, e um enredo sempre muito bem concebido!
Os meus parabéns, Elvira! Nem todos os "grandes" autores, conseguem tal mérito... Tenho um livro do Rodrigues dos Santos, que deixei a meio nas minhas leituras do Verão passado... e que conto terminar de o ler, este ano, nas férias... depois de me encher de paciência... diálogos e descrições... cansativos, e extremamente rebuscados... com um excesso de informação, que ronda a saturação... :-(
Beijinho! Feliz fim de semana!
Ana
Estou a gostar e continuo por cá.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Boa noite Elvira,
Aqui do sul seguindo a história que tem tido um desenvolvimento lindo.
A Elvira escreve maravilhosamente.
Beijinhos,
Ailime
Não apenas esse capítulo, mas a história como um todo, é envolvente e cativante.
Beijos!
Boa noite,querida amiga Elvira!
A cada capítulo, um desenrolar bonito que vai desvendando mistérios.
Tenha umfim de semana feliz e abençoado!
Bjm fraterno de paz e bem
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