- É uma nova tática de engate? – Perguntou mirando o
homem que tinha na sua frente. Era alto, moreno de cabelos castanhos e olhos cor de âmbar,
elegantemente vestido. Reparou que a sua tez morena empalidecia, enquanto o seu
olhar frio, ganhava um brilho perigoso. Ela não se assustou. Não fora à toa, que passara a vida
lutando para se impor aos dois irmãos.
-Não brinques, Ana Clara. Sei bem de onde vens. Vem
comigo, precisamos ter uma conversa séria, não vamos tê-la aqui no meio da rua.
É claro que Anete não estava disposta a ir a lado nenhum
por muito interessante que aquele desconhecido lhe parecesse.
- Caro senhor, não sei quem você é, nem quem é essa
Ana Clara, se é que existe alguém com esse nome. Agora por favor deixe-me em
paz.
Voltou-se e desceu
o primeiro degrau da escada que a conduziria ao metro. Mas logo a mão do homem
se fechou sobre o seu braço, com tal força, que receou lhe esmagasse o osso.
Voltou a encarar o homem, e verificou que estava furioso.
Havia um brilho de loucura nos seus olhos que a atemorizou. Seria um psicopata?
Olhou à volta procurando um polícia, ou alguém que a pudesse ajudar, mas as
pessoas passavam apressadas e nem davam por eles.
- Por favor, creio que o senhor me deve estar a confundir
com alguém. Meu nome é Anete Sampaio, cheguei à cidade há menos de um mês e tenho
a certeza que não o conheço.
Salvador franziu o sobrolho. Que raio de conversa era aquela?
Será que a sua cunhada sofria de dupla personalidade? Ela parecia não
reconhecê-lo. E por muito desconfiado que a sua profissão o tivesse tornado,
custava-lhe a crer, que Ana Clara conseguisse fingir com tanto realismo. Logo
porém afastou aqueles pensamentos.
-Não me enganas, Ana Clara. Conheço-te demasiado bem para
cair nesse teu jogo. Juro-te que se não me escutas, telefono ao meu irmão, para
vir ter connosco,agora. E mostro-lhe o prédio onde a sua encantadora mulher se
encontra com o seu amante. Tenho a certeza de que te tira os teus filhos e
nunca mais os vês, - ameaçou.
Agora, Anete ficou muito preocupada. Será que havia na cidade
uma mulher tão parecida com ela, capaz de confundir alguém que a devia conhecer
muito bem? E se realmente havia, será que não ia destruir a sua vida, se não
acabasse com aquela confusão? Decidida a acabar com aquela cena, disse:
- Vamos acabar de vez com esta confusão, senhor. Vamos até
aquela pastelaria, e vou-lhe provar de uma vez por todas que não sou essa tal Ana Clara.
ESTAVAM À ESPERA DISTO? AFINAL PARECE QUE NÃO SÃO DUAS HISTÓRIAS.