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2.7.18

O DIREITO À VERDADE - XI




Ajudou-a a sair do carro, e entraram no hospital. Acompanhou-a até uma cadeira e pediu.
-Tem o cartão de cidadão? Vou precisar dele para fazer a inscrição.
Abriu a mala e tirando o cartão estendeu-lho.
O homem afastou-se em direção do guichê. Ouviu-o conversar com a rececionista e só então arriscou olhá-lo
Deveria andar pelos trinta anos, era bastante alto, o cabelo castanho, e os olhos… bom, os olhos eram os olhos mais bonitos que ela já vira. Cinzentos, tão brilhantes que pareciam transparentes. E expressivos. Ela notara-o, na ira que espelhavam, quando ele chegou junto dela depois de a ter atropelado.  
Era um homem muito interessante. Um perigo para a sua alma tão carente de afetos. A sua visita à cidade de Coimbra, teria que ficar para outra altura. Não podia correr o risco de voltar a encontrar-se com aquele homem. O que menos precisava na vida, era uma paixão não correspondida.
Viu o homem sorrir para a rececionista, enquanto pegava de volta o seu cartão. Desviou o olhar, ao ver que ele regressava para junto de si. Estendeu-lhe o cartão, dizendo.
-Estamos com sorte. Está de plantão um amigo meu. Já lhe foram dizer que estamos aqui. Vai ser chamada de seguida.
- Obrigado.
Ela já tinha notado o à-vontade com que ele se movia. Seria médico? Não se conteve.
- É médico?
- Pareço médico, - perguntou por sua vez sorrindo.
-Não sei se um médico tem algum ar especial, mas pareceu-me estar familiarizado com o ambiente.
-Não. Não sou médico, nem é necessário que o seja, para ser amigo de um. Infelizmente nos últimos tempos, tenho vindo aqui várias vezes com a minha mãe, que agora, está internada. Foi submetida a uma cirurgia ao coração.
- Helena Trindade, à sala de triagem, - ouviu-se no altifalante.
A jovem pôs-se de pé, e seguiu acompanhada de Cláudio, para a sala, onde além da enfermeira, já se encontrava o médico amigo dele.
Os dois homens trocaram um forte abraço, que denunciava uma boa amizade, enquanto ela respondia a algumas perguntas da enfermeira.
Helena não ouvia o que os dois falavam em voz baixa e um pouco afastados do sítio onde se encontravam, mas quando a enfermeira acabou de falar com ela, entregou a papeleta ao médico que lhe pediu para os seguir, não sem antes lhe perguntar se andava bem, ou se precisava de uma cadeira de rodas. Depois de ela ter dito que embora com dores caminhava bem, encaminharam-se os três para o gabinete médico, onde ele a mandou deitar, e lhe movimentou os braços e pernas, e lhe apalpou a zona do baço. Depois examinou-lhe os olhos, fez-lhe várias perguntas e por fim disse:
- Não me parece que haja hemorragia interna, nem fraturas ósseas. Mas como em medicina temos que ter certezas, vai fazer uns RX, que eu volto a chamá-la logo que tenha aqui os resultados.
Com as requisições na mão, abandonaram  o gabinete, rumo à zona de radiologia.


19 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Boa noite!
Ai, querem lá ver que o Cláudio é o enteado do suposto Pai? Loool. Bem, pelo menos, bem tratada vai ser! Amei o episódio!

Beijinhos

chica disse...

E lá vamos nós recomeçando a te acompanhar. Muito boa leitura! bjs, tudo de bom,chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar está interessante.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Mariazita disse...

Mais uma história que promete...
Como não posso vir todos os dias... quando venho leio os atrasados.
E às vezes venho, leio, mas por falta de tempo não comento.
Foi o que aconteceu com o final de "Casamento por conveniência", de que gostei muito.

Obrigada pelas suas palavras e apreço na minha "CASA".
Tenciono ir publicando capítulos intercalados com outros textos, de acordo com a disponibilidade para escrever. Estou com um problema de visão (fiz injecção intra-vítreo) e não posso (NÃO DEVO) estar muito tempo a teclar...

Votos de uma boa semana.
Um abraço
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Larissa Santos disse...

Já tinha saudades do conto. Vamos lá ver como se vai safar a Helena . :))


Bjos

Votos de um bom dia.

António Querido disse...

Este é mais um exemplo de como funcionam os hospitais, ou tens um amigo médico, ou preparas-te para esperar duas horas para seres chamado ao médico! Isto foi um aparte, estou a gostar de ler.

Abraço.

Janita disse...

Parece que a menina Helena já foi tirando ilações precipitadas.

Afastar-se da cidade para não correr o risco de uma paixão não correspondida? Valha-a Deus!!
Cá estou, para seguir a estória, como prometido! :)

Um abraço e boa semana

Joaquim Rosario disse...

Boa tarde
dizem que Coimbra é uma cidade encantadora !!
JAFR

lis disse...

Vou tentar acompanhar a história que parece boa como tudo que escreve Elvira
Paixões não correspondidas sempre dá boas leituras rs
abraço e estou em pleno jogo do Brasil_ mas fico agitada e prefiro fazer algo pra só ouvir. Ja temos um gol _ muito bom mas falta ainda muito jogo.
Fiquei triste com a saida de Portugal _gostava de ver o jogo do Cristiano Ronaldo.
Confesso que não li direito,mas volto depois
beijo

Tintinaine disse...

Fiquei meio baralhado, não me lembrava que a miúda tinha ido ao hospital. Ok, já entrei de novo na onda.

Acrescenta Um Ponto ao Conto disse...

Suspense... quem será Claudio?
Muito bom. Parabéns!

Temos um novo conto e gostaríamos que nos ajudassem na escolha do título. Convidamos-vos a ler e a votar.
https://contospartilhados.blogspot.com/2018/06/novo-conto-ainda-sem-titulo.html

Uma boa semana para todos.
Saudações literárias!

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Recomeçando a leitura desta bela história.
Gosto da forma como descreve todos os pormenores.
Um beijinho.
Ailime

Rui disse...

Hummm !... Parece que vai surgir amor de ambos os lados !
A Lena já o sente e é de prever que seja correspondida pelo Cláudio! ... Agora a dúvida é se haverá alguma relação entre este homem e o seu "possível" pai Jorge !?...

Aguardemos ! :)
Abraço

Edum@nes disse...

Será que Helena encontrou o seu príncipe encantado? Só se ficará sabendo disso nos próximos capítulos, a não perder!!!

Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.

Gaja Maria disse...

Ele já faz parte da história, vamos ver em que sentido :)
Abraço Elvira

Os olhares da Gracinha! disse...

Gosto do seu tipo de registo pois permite entrar na história!
Este encontro acidental ... promete!bj

Smareis disse...

Vamos ver se vai dar romance.
Bjs!

aluap disse...

Coimbra dos amores, Coimbra dos doutores...

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Sinto muito romance no ar!
Beijos!