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14.11.15

FOLHA EM BRANCO PARTE XXVII


                                                     foto do google


Inesperadamente, quase à entrada da ponte Vasco da Gama, Mariana disse:
-Lisboa é maravilhosa!
Miguel quase provocava um acidente ao olhar para ela, ao mesmo tempo que o seu pé carregava no travão.
-Lembraste alguma coisa?
-O quê?
Como o quê? Disseste que Lisboa é maravilhosa! – disse ele nervoso
- Ah! Isso? Não sei. Veio-me à cabeça, essa ideia. Nada mais.
- Pode ser um sinal, disse ele sem convicção. Fica atenta. Se reconheceres alguma rua, algum monumento, por favor diz.
- Fica descansado. Ninguém deseja mais isso do que eu.
Mas não voltou a falar até entrarem em casa.
Miguel vivia, no sexto andar de um edifício antigo, numa das zonas mais bonitas da cidade. À chegada, tiveram que dar uma volta pelo quarteirão, até que Miguel encontrou um lugar vago para estacionar, um pouco distante da casa.
O elevador, era antigo, pequeno, mas os dois lá se acomodaram o melhor que puderam pois as três malas de viagem quase o enchiam por completo.
A casa ocupava todo o espaço do prédio que só tinha um inquilino por andar.
Miguel foi abrindo as janelas e mostrando a casa à jovem.
Um quarto, que fora dos pais, o seu quarto, mais um quarto, que era da avó Ermelinda, quando vinha passar férias com o filho, e que seria o quarto para ela, a cozinha, uma sala, na qual uma escada em caracol, despertou a curiosidade da jovem.
-Dá para a mansarda, onde tenho o atelier. Também tem entrada pelo exterior, que uso para a entrada e saída dos materiais e telas.
E finalmente a casa de banho. Destoa do resto da casa, pois foi reconstruída o ano passado. Havia junto dela, um pequeno quarto sem utilidade, mandei derrubar a parede e assim o espaço quase triplicou.
- A casa está impecável. Tanto tempo, fechada, não devia ter pó?
-Na semana passada, telefonei à porteira e pedi-lha que arranjasse alguém de confiança, para vir limpar e arejar a casa.
- Pensas em tudo!
-Estou habituado a viver sozinho. Bom, agora que já conheces a casa, fica à vontade, eu vou lá abaixo à porteira. Preciso da sua ajuda, para resolver algumas coisas, e saber se já chegaram as telas e se elas as recebeu.
Saiu. Mariana foi até à janela e ficou maravilhada. A paisagem era muito bonita. Via-se uma grande parte de Lisboa, o Tejo, a ponte 25 de Abril, e o
Cristo-Rei. “O ideal para um pintor” murmurou preparando-se para arrumar as roupas no armário

18 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

(Da minha janela
vejo o que na do Miguel se vê dela

Tenho de pensar em pintar...)

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Estou começando achar que ela recuperou memória...
Abraços!! Bom final de semana!
Mariangela

Vera Lúcia disse...


Não conheço Lisboa, mas, por tudo que já vi e li a respeito dela, tenho certeza de que é uma bela cidade. Parece que o nome Mariana já se incorporou à jovem, não é?

Ótimo final de semana.

Beijo.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Parece que já teve uma pequena faisca de memória.
Um abraço e bom fim de semana.

Unknown disse...

Estive ausente para uma operação.
Lentamente vou dando uma visita a todos os meus amigos e actualizando a leitura. Como não vi os artigos anteriores deu-me impressão que houve alguns progressos e que começa a existir um certo dialogo entre eles.

São disse...

ESperemos se recorda ou não...

Bom fim de semana, amiga

Edum@nes disse...

Apreciando a paisagem bela,
ideal para o pintor pensou
a jovem se assomou à janela
mais um episódio terminou!

Venha já outro a seguir,
com a candeia a alumiar
a felicidade faz sorrir
a tristeza faz chorar!

Tenha um bom fim de semana, amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

aluap disse...

Só lhe posso dizer que Lisboa é mesmo maravilhosa e acho que eles vão ter dias bem passados.

Bom fim de semana.

Andre Mansim disse...

Muito bom!
Seus escritos são jovens sabia! Uma vez vc me disse que era velha... Mas onde? A juventude está na alma, e a sua definitivamente é jovem.
Parabéns minha amiga! Os teus escritos merecem uma coletânea impressa, e eu acho que já está na hora de pensar em sair do conto para o romance.

Um abraço!

Janita disse...

Antes de mais, Elvira, deixe-me dizer que na narrativa do post anterior o meu comentário foi o nº 13!!
Isto é que foi pontaria...:)

Quanto ao que li da vida atribulada do Miguel e da Mariana, começo a desconfiar que a moça já recuperou a memória, mas como essa vida cheia de paparicos e atenções, a faz feliz, prefere deixar o tempo passar e continuar ao lado do homem bom pelo qual se apaixonou!
Penso eu de que!!

Um beijinho e bom Domingo.

Laura Santos disse...

Acho que em Lisboa tudo se desvendará!
xx

Duarte disse...

Não há nada como a comunicação, assim podem-se obter os frutos merecidos.
Seguirei a leitura.
Beijinhos, querida amiga

Dorli Ramos disse...

Oi Elvira.
A moça esta melhorando e lo irá recordar de tudo
Beijos no coração
Minicontista

Olinda Melo disse...


Talvez lá bem no fundo haja já alguma coisa
a palpitar. Mas, vários capítulos mais acima
e ainda não há nada de concreto.
Mas continuo na minha demanda à procura do momento
em que surgiu o nome:"Mariana".

Recordo que estou a ler de cima para baixo...

Bj

Socorro Melo disse...

Hum, quem sabe se Lisboa não trará à Mariana o seu passado de volta. Aqui, na torcida.


Beijos
Socorro Melo

Berço do Mundo disse...

Não só a paisagem, pois os pintores adoram a luz de Lisboa. Dizem que é um dos lugares mais maravilhosos para se pintar. Eu não sei, sou leiga na matéria, mas também a acho uma cidade charmosa.
Vou continuar a ler.
Beijinhos
Ruthia d'O Berço do Mundo

Zilani Célia disse...

SERÁ QUE EM LISBOA MARIANA TERÁ UMA LUZ?

http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Rosemildo Sales Furtado disse...

Lisboa promete acontecimentos propícios à recuperação da memória de Mariana. Só pressentimentos!

Abraços,

Furtado.