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21.11.15

FOLHA EM BRANCO - PARTE XL



                                                foto do google



Entretanto no  estúdio, Miguel acendeu um cigarro. Estava nervoso. Não conseguia deixar de pensar que em breve, Mariana ia embora, da sua casa.E na mudança que isso ia trazer à sua vida. Ele podia voltar à sua vida de  boémio, mas sentia-se cansado e começava a questionar-se sobre a finalidade dessa vida.
Ultimamente já nem as saídas à noite lhe interessavam. A busca do prazer, pelo prazer, já o cansava. "Estou a ficar velho" ,- pensava.
A estadia da jovem lá em casa, tinha sido uma lufada de ar fresco na sua vida. Por causa dela, contratara Luísa, e passara a fazer as refeições em casa, coisa que não fazia, desde que os pais morreram. Ela enchia a casa, com seu jeito suave, os seus silêncios, os seus sorrisos. Aquecia-a com a sua presença. Agora a casa ia ficar vazia. E fria.
Começava a pesar-lhe a solidão. Tinha-se afeiçoado à jovem, gostava dela como se fosse seu pai. Mas não era, e portanto era natural que a jovem quisesse voltar à sua casa, e viver a sua vida longe dele. Mas doía. E como doía.
Como seria a vida dela, quando se fosse embora? Teria o pai, deixado à jovem, meios suficientes para a sua sobrevivência?  E se assim não fosse? Do que ia  ela viver, se não tinha mais ninguém no mundo? Talvez tivesse 
 que abandonar os estudos e ir trabalhar. Mas em quê, se não tinha experiência de coisa nenhuma? E depois cada vez havia menos empregos e mais desempregados. Por outro lado, não lhe agradava que abandonasse os estudos. Ele  podia pagar-lhos. Mas, ela aceitaria? Uma coisa era a jovem desmemoriada, carente  e totalmente dependente dele. Outra bem diferente a jovem que ele tivera hoje na sua frente. A segurança com que ela dissera. “Deixemos isso para depois das festas” quando ele sugerira que teriam de ir ao Algarve, era prova evidente que a jovem se libertara e  já não precisava dele.
Estava irritado, inquieto.
Não sabia o que se passava com ele, mas ficava sempre assim, quando pensava que um dia a jovem ia recuperar a memória e partir.  
Ouviu as jovens conversarem em baixo, sinal de que já tinham regressado. Relaxou. Ficava mais calmo, quando a sabia por perto.
Na tela, exposta no cavalete, a jovem, deitada na relva, parecia querer perguntar-lhe alguma coisa.

15 comentários:

Maria do Mundo disse...

Pois, as pessoas que entram sem contarmos deixam marcas. Que quereria dizer a jovem do cavalete?

Dorli Ramos disse...

Oi Elvira,
Não mude o conto eu não teria coragem de ler se ele a queria como pai se ela era o contrário.
O amor não tem idade, nisso eu tenho experiência.kkk.xiiiiiiiii!!
Beijos no coração
Minicontista2

Rogério G.V. Pereira disse...

...te seguindo... lendo

Andre Mansim disse...

Continua indo muito bem. Cada capítulo melhor.
Eu estava pensando... Você me disse que escreveu o conto inteiro em uma noite de insônia??????????? Puxa vida, você escreve rápido demais!

Bom final de semana minha amiga!

Unknown disse...

Questões importantes que agora se desenham.
Penso que os segredos do amor ainda podem revelar-se adversos ou talvez não.

Edum@nes disse...

O pensamento de um vai ao encontro do pensamento do outro. Portanto, tudo indica de que o mais certo é juntarem os trapinhos e serem felizes o resto de suas vidas!

Tenha uma boa noite e um bom dia de domingo, amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.

Isa Sá disse...

Por cá vamos acompanhando a história. Tenha um ótimo domingo.

Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

António Querido disse...

Hoje domingo, estou de visita ao seu "Sexta Feira", como sabe acompanho as suas histórias, mas hoje começo por felicitá-la pela sua grande família de FUZILEIROS que a rodeiam, sendo assim a Senhora faz parte deles, mas como qualquer ser humano, quando os sustos ligados à saúde nos batem à porta, pensamos naquela viagem sem regresso que ninguém deseja, desta já me safaram!

Com o meu abraço lhe desejo um BOM DOMINGO.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Pois parece que está a haver uma viragem na história.
Continuo a acompanhar.
Um abraço e bom Domingo.

Socorro Melo disse...


O cupido lhe flexou...

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Ele já não imagina sua vida sem ela!
Que bom!
Vou ler a próxima...
Abraços!
Mariangela

Laura Santos disse...

Já está com imenso receio que ela deixe a casa...está apaixonado também.
xx

Olinda Melo disse...


Esse dia tinha que chegar. Era tudo muito incerto, desde o dia em que a encontrou. Agora, se calhar, é melhor deixá-la seguir o seu caminho. Mas enfim, a ver vamos...

Bj

Olinda

Rosemildo Sales Furtado disse...

Acho que essa história de pai e filha não tem nada a ver. Meu pai quando casou com a minha mãe com 18 anos na época, era viúvo, tinha três filhos e 54 anos de idade, e desse casamento tiveram 8 filhos, inclusive eu. Rsrs. Aguardemos!

Abraços,

Furtado.

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
O AMOR PINTANDO E COM ISSO AS COISAS COMEÇAM A SE DEFINIR.
ABRÇS
-
http://zilanicelia.blogspot.com.br/