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14.7.18

O DIREITO À VERDADE - XXVII




No domingo depois de almoço, Helena foi visitar a zona da Ribeira nas margens do rio Paiva. A jovem deixara-se envolver pela beleza da zona, quando recebeu uma chamada do seu presumível pai. 
Jorge queria saber como ela estava, pedia desculpa de não ir à cidade estar com ela, mas como lhe tinha dito, a esposa estava doente, e além disso o mês de Setembro já ia na segunda semana, estava-se a entrar na época das vindimas, e havia muito trabalho na quinta. Confirmava o exame de ADN para o dia seguinte, e informava que estaria no hotel às dez para irem ao laboratório.
A jovem ficou feliz com o telefonema. Jorge era um homem conhecido e estimado na terra, segunda as informações que obtivera na Vinícola e no café de Nelas. Fora carinhoso com ela, não duvidara nem por um momento do que lhe contou, e mostrava-se um homem interessado e carinhoso mesmo antes de terem efetuado o teste e ter a certeza se era ou não sua filha. Oxalá fosse, Gostava da ideia de saber, que podia contar com alguém que a amasse, e lhe oferecesse o ombro quando ela precisasse. Claro que ela tinha o tio Alberto, que sempre fora muito carinhoso com ela, e que tinha redobrado de atenções depois que o filho morrera. Coitado do tio, a vida, como as madrastas más da história, roubara-lhe tudo. Primeiro a esposa, quando ele mal completara quarenta e cinco anos, deixando-o com um filho prestes a entrar na adolescência, e recentemente esse mesmo filho. Ela sabia que podia contar com o tio. O envelope que lhe entregara na estação era prova disso. Mas um pai é sempre um pai, e ela que nunca experimentara esse sentimento, rogava a Deus que o exame fosse positivo.
Helena estava agora junto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, e resolveu entrar. Não tinha recebido uma educação católica, apesar de ser batizada. Gostava de visitar Igrejas, como quem visita um museu. Para admirar a arquitetura, as pinturas, os retábulos, a riqueza interior. Porém naquele momento a necessidade que a fez entrar na Igreja era outra. Pela primeira vez sentia vontade de estar em comunhão com Deus, de conversar com ELE.
Antes de entrar viu a informação sobre o monumento. Datava do século XVIII, mas sofrera várias transformações a maior das quais no início do século vinte, quando construíram a escadaria que lhe dava aquele aspeto cénico.
Entrou. A Igreja de uma só nave tinha três belos retábulos. O principal, do altar, dedicado a Nª Sª da Conceição. Os outros dois mais pequenos, colocados, um de cada lado do espaço do altar, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus, e a Santo António.
Na Igreja estava apenas uma mulher já idosa que ia desfiando as contas de um rosário.
A jovem ajoelhou, um pouco mais atrás e ficou em silêncio, observando o altar, talvez tentando entrar em contato com o divino, ou talvez buscando no seu íntimo as palavras, com que devia dirigir-se a Deus.



12 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Tomara que o exame dê positivo. Por ironia do destino, o Cláudio irá
cruzar-se com ela... Estou a amar a estória! ;)

Beijos, bom fim de semana

Edum@nes disse...

Helena está feliz e ansiosa para saber o resultado do teste. Como já tem acontecido nas maternidades troca de bebés, oxalá isso não aconteça com o teste de ADN!

Tenha um bom fim de semana amiga Elvira.
Um abraço.

chica disse...

Acompanhando, na torcida e gostando sempre mais! bjs, chica

Janita disse...

Compreendo esse prazer que a Helena sente ao entrar numa Igreja, sem estar imbuída de grande sentimento religioso, mas pelo interesse de apreciar esses lugares de culto, como se fossem Museus e obras de grande valor, porque sou igual. Claro que, juntando a isso, também pela necessidade de recolhimento e meditação.

Voltando à nossa história, penso que o resultado do exame será positivo, porém...e se não for? Grande expectativa! Grande reviravolta...:))

Bom fim de semana.

Um abraço

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Vim só pra te ver
Não sei onde fica os outros blogs seus, pois não da pra seguir esse
Beijos no coração
Lua Singular

Larissa Santos disse...

Agora é a ansiedade do resultado do exame, creio que vai tudo correr bem :))

Bjos
Uma óptima noite

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Parece que não vai ser desta que ela reencontra o Cláudio! Ou será?

Teresa Isabel Silva disse...

Quero saber o que vai acontecer! Adoro!

Bjxxx
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Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Se o ADN se confirmar , o Claudio é irmão dela de pai , o que pode complicar o relacionamento entre os dois .
O que terá na cabeça a nossa autora ?
Suspense !!
JAFR

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Com certeza esse exame será positivo, a minha ansiedade é vê-la visitando e conhecendo a mulher do pai e o reencontro com aquele homem, pois tenho para mim que ele é filho do pai dela.
Beijos!

Smareis disse...

Nossa, vamos ver como vai ser, se o exame der positivo.
Beijos!