- Tens a certeza que ele desistiu de arruinar o teu pai?
-Quando soube que ele tinha recebido os documentos da
“Casa Nova”, pensei que me tinha enganado e sabes como sou. Procurei-o e disse-lhe que
ele não tinha palavra, que não era confiável. E então ele entregou-me todos os
documentos que restituem ao meu pai a “Casa Nova” pedindo-me apenas que não
lhos entregasse até ao fim do mês.
-Mas então os documentos já estão contigo?
- Não. Eu devolvi-lhos. Entendi que se ele confiava em mim, também devia confiar nele.
- Não. Eu devolvi-lhos. Entendi que se ele confiava em mim, também devia confiar nele.
- Bom, espero que não te
tenhas enganado. Se o homem está a ser sincero e vai mesmo desistir da
vingança, só pode estar apaixonado por ti.
- Ou quer fazer de mim o instrumento de vingança, contra
o meu pai, por pensar que isso é maior vingança do que arruiná-lo. Mas isso não
importa. O importante, é que faça uma festa de sonho para a irmã dele, de modo
a que cumpra o nosso contrato, e me entregue os documentos. Depois com um pouco
de sorte nunca mais o vejo.
- Não acredito. Mas como não o conheço, não me quero
aventurar em palpites. Por isso é melhor dedicar-mo-nos ao trabalho. Enquanto eu
analiso as fotos, vai-me dizendo qual a tua ideia.
- Bom, eu pensei fazer a cerimónia de renovação de votos
aqui na parte da frente da casa. Ao fundo junto ao muro ficará o altar. Dos dois
lados as cadeiras para os convidados. Como estamos a entrar no Verão as
temperaturas estão altas, pensei num cenário tropical, com tendas brancas
abertas, ladeadas por vasos com palmeiras.
-Quantos convidados?
-Oitenta.
Durante duas horas as duas amigas mergulharam no trabalho.
Enquanto Paula ia expondo a sua ideia, Margarida ia fazendo o plano, tomando
nota do que precisavam fazer, do material que iam necessitar e anotando os
números do telefone das empresas onde adquiri-los. Depois passaram à parte de
trás da casa onde decorreria a festa propriamente dita, com muita música e comida.
- Aqui temos um
bom espaço. Colocamos as mesas perto da casa numa só tenda. O grupo musical
pode ficar debaixo do alpendre e a pista de dança ao fundo junto à piscina.
- Eu poria as mesas junto à piscina, protegidos por chapéus de sol, com uma única tenda atrás, onde seriam colocados os menus a serem servidos
-Boa ideia. Eu tinha pensado deixar os menus na cozinha, mas assim ficariam mais perto. E a música?
- Eu poria as mesas junto à piscina, protegidos por chapéus de sol, com uma única tenda atrás, onde seriam colocados os menus a serem servidos
-Boa ideia. Eu tinha pensado deixar os menus na cozinha, mas assim ficariam mais perto. E a música?
- O ideal seria conseguirmos a colaboração do Inácio Assis.
É um músico fantástico, tem uma bela voz, e está na moda. Estaria mais de
acordo com o tipo de festa que estamos a pensar do que o grupo musical que
costumas contratar, -disse Margarida.
- É verdade, mas nunca trabalhei com ele nem sei se está
livre nesse dia, ou mesmo se faz este tipo de trabalho.
-Falo com ele amanhã. É amigo nosso. Se não tiver nada
marcado para esse dia, decerto aceita. Convém-lhe conhecer um empresário como o
António Ferreira, com tantos restaurantes onde se realizam muitas festas ao
longo do ano.
- Depois me dirás, se aceita ou não. Vamos jantar agora e
acabamos depois?
-Vamos, -respondeu a decoradora.