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16.11.15

FOLHA EM BRANCO - PARTE XXX




                                                  Foto do google


Luísa era uma mulher dos seus quarenta anos, alta e magra de rosto simpático e voz suave. Vestia de preto, e tinha no olhar uma expressão de tristeza. A filha, Maria, tinha dezoito anos, e era igualmente alta, e bem proporcionada. Mariana gostou delas.
Miguel acabou contratando-as, embora ficasse estabelecido que Maria faria apenas companhia a Mariana, quando o seu horário o permitisse.
A consulta com o tal doutor Serra, ficou marcada para a Segunda-feira seguinte e no resto da semana, a jovem não viu Miguel.
Saía antes dela, acordar, chegava quase de madrugada. Às vezes, à noite, sentia-o no estúdio, e tinha um desejo enorme de ir até lá.
Como nessa noite, em que se levantara, enfiara um robe e se dirigira à escada em caracol. Parou junto dela sem se atrever a subir.  Que justificação teria para o fazer? Não podia dizer simplesmente que tinha saudades dele. Ia rir-se dela. Arrependida voltou para a cama. Porque não vinha para baixo? O que fazia lá em cima? Caramba, as telas para a exposição, é que não era. Já tinham sido todas levadas para a galeria, onde iam ser expostas. Pinturas novas? Talvez. Mas tinha que ser agora?
Desde o primeiro momento, quando Miguel lhe disse que a escada, era o acesso ao estúdio, e não a convidou a subir, para lho mostrar, Mariana entendeu que aquele era um local que lhe estava vedado. Era um espaço só dele, uma espécie de santuário masculino. Por isso, pese toda a curiosidade que sentia, nunca se atreveu a subir, nem mesmo quando sabia que Miguel tinha saído. Cansada acabou por adormecer.
Eram quase onze horas quando acordou. Finalmente era Segunda- feira. Dia da consulta. Que diria o médico. Seria da mesma opinião do outro? E Miguel? Lembrar-se-ia da consulta?
Vestiu o robe e dirigiu-se à cozinha.
-Bom dia Luísa.
- Bom dia menina. Preparo-lhe o pequeno-almoço?
- Se comer agora, não almoço. Obrigado.
- O senhor disse, para a avisar que vinha almoçar a casa, e para a menina não esquecer que tinham a consulta de tarde.
- Não esqueço. Vou-me arranjar.
“Miguel vem almoçar! E vamos ficar juntos umas horas. Que bom!” – Pensou enquanto mergulhava na banheira, para um relaxante banho de espuma.

17 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Parece que quanto mais se avança, mais suspense! Vislumbrar-se-á , após a primeira consulta de Mariana ao médica, alguma "luz no fim do túnel" ?

Edum@nes disse...

Arrependida voltou para a cama,
com vontade de subir as escadas
quando alguém outro alguém ama
coisas de mulheres apaixonadas!

Tenhas uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Ana disse...

Ai nada como um banho de espuma para relaxar e pensar melhor!
boa semana.
abraço

Unknown disse...

EStou cada ve mais curiosa.

Rogério G.V. Pereira disse...

Deliciar-se com um banho de espuma é já
um ponto avançado de identificação

Há quem se contente com um simples duche
Precure-se-lhe o rasto
em bairro caro

Vera Lúcia disse...


Atualizei a leitura, Elvira.
O conto continua num ritmo interessante.
Ainda bem que 'Mariana' soube respeitar o espaço de Miguel.


Beijo.

Pedro Coimbra disse...

Uma paixão que começa a crescer, um romance que se começa a adivinhar.
Boa semana

Maria disse...

Á espera do que virá...bem curiosa!
Bjs e ótima semana
Maria

Laura Santos disse...

Até já sente saudades de Miguel!...E até anda muito mais bem disposta!
Veremos como decorrerá a consulta...
xx

LopesCaBlog disse...

Eu duvidava da amnésia dela mas sendo assim.
Está mesmo com amnésia :)

Unknown disse...

Um prazer pessoal. Um banho de espuma perfumada e silenciosa.

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Agora tenho certeza... É amor mesmo!
Lindo desfecho!
Abraços!
Mariangela

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Perdi muitos capítulos, cheguei há pouco do massagista, vamos ver o que posso fazer.
Eu queria estar nessa banheira relaxante, uma vez dormi quando jivem quase morri afogada.kkk
Beijos
Amanhã eu volto
Beijo
Lua Singgular

Olinda Melo disse...


Até que enfim já sei quem é a Maria.
Ela e a mãe, Luísa, foram contratadas
para trabalharem lá em casa. Maria,
mais para companhia da Mariana.
Agora vejo que há um mistério lá em
casa. O esconderijo masculino...
Acho que a resolução deste mistério
é mais acima, quando a Elvira publicar
outro capítulo.
Ainda tenho de ver porque é que ela
se chama Mariana. Ela lembrou-se do
nome numa das sessões ou esse nome
foi escolhido por eles?
Para quem não sabe, estou a fazer
uma leitura de cima para baixo.
Bem feita! Viesse eu uns capítulos
mais cedo...

Socorro Melo disse...


Novas emoções. Expectativas. Sonhos, talvez.

Zilani Célia disse...

É, MARIANA ESTÁ GOSTANDO DO MIGUEL.

http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Rosemildo Sales Furtado disse...

Continuo lendo e gostando cada vez mais.

Abraços,

Furtado.