Depois
do almoço, foram até à baixa. Passearam um pouco pela larga avenida da cidade, e
sentaram -se na muralha que separava a avenida da ribeira que ali vinha desaguar no
oceano. O verão terminara há muito, mas o outono mantinha-se ameno, pelo menos
durante o dia, que à noite sempre se levantava vento, e fazia frio. Havia ainda muitos
turistas na cidade, e os barcos rumo à marina, ainda eram frequentes. Falaram de
coisas sem importância, ou melhor, Miguel falou, a jovem limitava-se a ouvir,
por vezes atenta, outras nem isso.
Por
vezes Miguel desesperava, e quase tinha vontade de desistir. Ir à sua vida e deixar a
jovem ali perdida nos seus labirintos interiores. Mas logo se recriminava. Ele
nunca fora homem de desistir de nada, não era agora que ia começar a sê-lo. Outras vezes recriminava-se por não ter naquele dia, quando saíram da falésia, acompanhado a jovem à polícia e ter dado parte do acontecido. Mas logo se desculpabilizava, com o pensamento de que o facto de lhe ter salvo a vida, lhe dava a responsabilidade de a integrar nela. E ela só podia voltar verdadeiramente à vida quando recuperasse a memória.
Levantou-se,
e estendeu a mão à jovem.
-Vamos
Teresa? São horas do lanche. E ainda precisamos fazer umas compras.
Depois
do lanche, entraram numa papelaria. Miguel ia comprar um caderno de desenho e
um lápis para que a jovem fizesse o que o médico lhe recomendara. Ela porém estacou
à entrada, onde estavam algumas revistas expostas. Com uma breve mirada, Miguel
viu que se tratava de revistas sem nada se interessante, revistas de
programação televisiva, e de palermices sobre os artistas, as revistas
habitualmente apelidadas de cor de rosa.
Depois
de efectuada a compra, dirigiu-se à saída onde a jovem continuava na mesma
contemplação.
Intrigado
perguntou:
-
O que há de tão interessante, nessas revistas?
-
Não sei. Gosto desse, - e apontou a capa de uma pequena revista, com uma conhecida artista
de novelas. Miguel olhou e leu em voz alta.
-Mariana.
É isso? O nome de Mariana, diz-lhe alguma coisa?- Perguntou esperançado.
-Não
sei, respondeu ela confusa. Mas gosto dele.
-
Pois a partir de hoje, será Mariana. E quem sabe não é esse o seu verdadeiro
nome.
14 comentários:
Nem quero ler quando o Miguel se cansar de tanto mutismo...
Pode não ser o nome, mas é bela,
nenhum dos que Miguel tenta adivinhar
com calma é preciso saber esperar
porque ficaremos a saber o nome dela!
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.
Mariana
é um nome que vale por dois
Maria,
eu já disse que seria
Olá Elvira.
Como não tenho tempo de comentar em todos os 'post´' somente vim dizer que estou a acompanhar.
Beijos e resto de bom domingo!
Li hoje "de tacada" os últimos 7 episódios.
Continuo a achar que este Miguel é demasiado bom para ser verdade, mas estou muito intrigada sobre a menina.
Quando será que ela vai recuperar a memória? E o que é que lhe vai acontecer?
Bjs
Um nome que lembra quatro: Maria, Ana, Ana Maria e Mariana. Uma grande ajuda na recuperação do nome. Aguardemos os acontecimentos.
Abraços,
Furtado.
Ora aí está um nome que também gosto; Maria Ana = Mariana.
Ainda não chegou o momento, mas ninguém fica desmemoriada para sempre.
Grande paciência a do Miguel. E a R.M. que nunca mais está pronta e a ida à falésia que tarda.
É um suspense e tanto. Aguardemos o final e que seja feliz.
Um abraço, Elvira
Um nome muito bonito.
O da minha filha mais nova.
Boa semana
Mais um pequeno paço na historia.
Um abraço e boa semana.
Oi Elvira.
Fico imaginando onde acha tanta inspiração para um conto tão longo.
Beijos
Minicontista2
Lindo nome!!E inspiração.
Abraços,
Mariangela
Será que o nome dela é Mariana?... Acho que ele deveria comprar a revista!
xx
Mariana. Um belo nome.
AINDA LENDO.
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
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