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Depois
que Miguel saiu, a jovem apertou a cabeça entre as mãos, como se quisesse
alcançar a memória perdida.
Quando ele mencionara o facto de poder ser seu pai, ela sentira como se uma
corrente eléctrica, lhe percorresse o corpo. Era uma sensação estranha e
dolorosa que ela desconhecia. Que se passava com ela? A ser verdade que tentara
matar-se, como Miguel dissera, ( e não tinha razão para duvidar da palavra de
um homem, que até ali se portara como um cavalheiro) que fizera ela de
tão grave para desejar a morte? Ou quem lhe tinha feito tanto mal, ao ponto de
a levar àquele desespero? Porque não conseguia lembrar-se de nada? A sua cabeça
era como uma folha em branco, que ela não conseguia preencher. Soltou um gemido
e de novo deu livre curso às lágrimas. Mais tarde, preparou-se para
dormir.
Antes
de se deitar, hesitou. Fechava ou não a porta à chave? Miguel tinha mostrado
ser um homem íntegro. Não podia imaginar que se aproveitasse da sua
fragilidade. Não fechá-la era a prova de que confiava nele. Por outro lado ele
mesmo lhe dissera para o fazer. Então decidida, deu a volta à chave e
deitou-se.
Levou
horas para adormecer. Por fim, cansada, entregou-se nos braços de Morfeu.
Acordou
sobressaltada a meio da madrugada. Sentiu passos na sala ao lado. Depois os
passos no corredor, uma porta que se abria.
Minutos depois, a porta fechava-se, os passos firmes voltaram a ouvir-se pelo corredor até à sala. Logo em seguida, apagou-se a luz e o silêncio reinou na casa.
Acordou
cedo. Saltou da cama e num movimento mecânico, certamente efectuado ao longo de
anos, fez dançar o pé direito debaixo da cama em busca de algo. De repente
lembrou que não tinha visto nas coisas que Miguel lhe comprara, uns chinelos.
Ia retirar o pé, quando encalhou em qualquer coisa. Eram os chinelos do dono da
casa. Enfiou-os. Eram enormes, mas à falta de melhor serviam. Vestiu o robe,
rodou a chave lentamente, e saiu procurando não acordar o homem que dormia
vestido no sofá.
Coitado!
Esquecera-se de retirar do quarto a roupa para dormir, e ela, presa à sua
dor, nem pensara nisso.
16 comentários:
Oi Elvira
Acho que a coisa vai pegar fogo.
Mama mia, estou muito curiosa.kkk
Beijos
Lia Singular
Oi Elvira estou gostando tanto que queria que escresse mais um pouquinho!
Continuo aguardando.
Abraços, uma Boa noite!
Mariangela
Por dever de gratidão
devia partilhar... o colchão
(talvez mais tarde, pois assim
o conto acabaria aqui)
Querem lá ver que a cachopa ainda é filha dele ?
Bem o melhor será ver se arranja uma mãe.
O pormenor da porta fechada está com graça.
Fechar ou não fechar: eis a questão. Na dúvida, é melhor fechar. Só para jogar pelo seguro.
Boa semana Elvira!
Ainda bem estás postando bem seguido, pois estou louca de curiosa! Muito legal! bjs, chica
Uma mulher bonita,
que se queria matar
por que razão o faria
de nada sem lembrar.
Parecia que dormia,
aquela mulher bela
até ao romper do dia
em lençóis de flanela.
Quando recuperar a memória,
o que é que irá acontecer
terei pelo final da história
esperar, para ficar a saber.
Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço.
Eduardo.
Estou curiosa. Quem será esta jovem e que lhe irá acontecer?
É difícil para mim imaginar um homem assim tão bom e desinteressado, mas se calhar existe!
Bjs
Olá Elvira,
Aguardo, curiosa, pela continuação.
Nada confortável a situação desta jovem. Ainda bem que ela foi amparada por um homem digno, como parece ser o Miguel.
Beijo.
Estou como a Vera aguardo curioso por novos desenvolvimentos.
Um abraço e boa semana.
Continuo presa à narrativa, Elvira.
Aguardando os próximos relatos, deixo um bjo.
(Gostei imenso do novo visual do blogue!)
OI ELVIRA!
ESTÁ BOM DEMAIS.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Primeiro: tentar o suicídio; segundo: ao falar no pai, sente algo estranho. Será que vem coisa grave e absurda por aí? É melhor esperar para ver. Ainda gostando!
Abraços,
Furtado.
A história continua com imenso interesse!
xx
Voltei para ler os últimos desenvolvimentos desta novela.
Beijinhos
Ruthia d'O Berço do Mundo
P.S. É muito fácil ir até Barcelona ou Madrid, nos dias que correm. É só estar atenta às promoções das companhias low-cost. A Elvira ia adorar.
A história é instigante, é leve... E a curiosidade vai aumentando.
Socorro Melo
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