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26.7.18

O DIREITO À VERDADE - FIM




Mais tarde, ela descansava a cabeça no peito forte do marido, enquanto ele, lhe contornava o rosto numa terna carícia. Ela suspirou. Preocupado ele perguntou:
-Estás bem? 
-Sim, - murmurou
-Foi incrível! Nunca experimentei nada assim, senão em sonhos.
Ela levantou a cabeça e olhou-o.
-Sonhavas que eu estava contigo, neste quarto e fazíamos amor.- Não era uma pergunta, era mais uma afirmação, como se ela soubesse
- Muitas vezes, Mas... como sabes? Não me digas que também sonhavas o mesmo, - disse rindo
- Quem julgas, que me ensinou a ser assim tão desinibida? Acreditas que a primeira vez que tive esse sonho, ainda nem sabia quem eras, e vi nele, este quarto tal qual é, sem nunca ter estado na quinta?
- Mais uma razão para nunca duvidares do amor que nos une. Somos almas gémeas, minha querida. Percebi-o desde o primeiro momento que nos vimos. Mas agora é tempo de nos levantar e vestir, já anoiteceu.
-Meu Deus! - Exclamou ela saltando da cama. Daqui a pouco chegam os nossos pais. Que vergonha.
Ele seguiu-a para a casa de banho rindo.
-Querida; estamos casados, lembras-te? E os nossos pais sabem o que é ser recém-casado.
Meia hora mais tarde entravam no carro e dirigiam-se para Coimbra.


Epílogo

Vinte e três de Abril do ano dois mil e dezoito. Cláudio e Helena, estão casados, há quase trinta meses. Durante aquele tempo muitas coisas tinham acontecido nas suas vidas. A casa deles ficara pronta, Cláudio conseguira enfim aquele tal vinho especial que tentava criar há anos, e que acabara de lançar no mercado com o nome de Quinta dos Milagres. Carmo recuperara a saúde e o seu vigor, e até o tio Alberto, estava de novo apaixonado, depois de doze anos de viuvez.
Helena terminara o Curso de História Contemporânea, e já estava a lecionar no Colégio da Imaculada Conceição em Viseu. A sua vida era agora muito diferente daquela que tinha tido em Lisboa. E a maior diferença operara-se nela. A Helena de hoje, era uma mulher feliz e segura de si, do seu amor e das suas capacidades como mulher. Daquela mulher, triste, insegura, que fugia de qualquer relacionamento. por não acreditar ser merecedora, de viver um grande amor, não ficara nem resquício.
Hoje o casal está em Lisboa. Para apadrinharem o casamento de Paula, a amiga de Helena, que foi sua madrinha de casamento, e Sandro o jovem  namorado de há mais de quatro anos.
Tal como a amiga fizera com ela, Helena ajudou Paula a aprontar-se para a cerimónia. E acabava de lhe prender nos cabelos a tiara com o véu, quando a mãe da amiga, entrou no quarto.
- Filha o carro para te levar, acaba de chegar. A noiva deve chegar um pouco atrasada, mas não tanto que desespere o noivo. Lena é melhor vocês irem andando. Os padrinhos já devem estar no altar quando a noiva entrar na igreja.
Helena deu um beijo na amiga, e saiu do quarto. Encontrou o marido na sala com o dono da casa, que parecia mais nervoso do que a filha.
-Vamos, amor? Temos que chegar à igreja antes da noiva.
Cláudio despediu-se do anfitrião, e saíram em direção ao carro. O trajeto até à Igreja de S. Paulo onde se ia realizar a cerimónia era curto.
Quando chegaram ao altar, a igreja já se encontrava cheia. Cumprimentaram o noivo, que se mostrava bastante nervoso, e os padrinhos dele e ocuparam o seu lugar no lado esquerdo do altar. Ouviu-se a marcha nupcial e a noiva entrou no templo, sendo conduzida ao altar pelo braço do pai.
Na hora em que os noivos fizeram os seus votos de amor e fidelidade, Cláudio apertou a mão da esposa entre as suas e olhando-a nos olhos, repetiu num murmúrio, os votos que fizera quando casara, deixando-a emocionada.
E enquanto o padre declarava os nubentes, marido e mulher, e eles se beijavam, Helena inclinou-se e murmurou:
- Eu e o nosso filho, amamos-te hoje e vamos amar-te para toda a vida.
Surpreso, ele olhou-a interrogativo. Ela limitou-se a acenar com a cabeça afirmativamente, enquanto o sacerdote derramava sobre os nubentes, a bênção final.
Cláudio estava por demais emocionado. Apenas teve tempo para lhe segredar, enquanto os noivos se beijavam de novo, antes de serem submersos, por familiares e amigos, num mar de abraços e felicitações.
-Mulher, tu sabes quando dar uma notícia! Prepara-te, a minha vingança vai ser terrível.
Ela riu com malícia, e apressou-se a ir abraçar a amiga.


FIM




26 comentários:

Fá menor disse...

Muito, muito bonito!
Grata por nos presentear com o dom da sua escrita.
Beijinhos e boas férias.
Votos que tudo corra bem em relação à sua saúde.

chica disse...

Simplesmente linda a Leitura que nos proporcionaste! Adorei do inicio ao fim e só posso te parabenizar! Valeu cada capítulo tao bem escrito e pensado! ADOREI e o fim.foi delais de lindo! Bjs praianos,chica

Isa Sá disse...

Que venha a próxima história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Larissa Santos disse...

E pronto. terminou assim mais um conto tão bonito e interessante. A vida tem destas coisas. Adorei. Boas férias, Elvira.

(espero pelo próximo):))

Um copo de cristal, meio cheio

Bjos
Votos de um óptima Quinta - Feira.

Joaquim Rosario disse...

Bom dia novamente.
já estamos habituados a que as historias desta autora tenham um final sempre surpreendente , e como não podia deixar de ser , há sempre um pormenor muito agradável para um final feliz .
Umas boas ferias acompanhadas de um bom descanso .
JAFR

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

E assim chegou ao fim mais um interessante conto.
Um abraço e continuação de boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

noname disse...

Um lindo final.

Boas férias, Elvira
Até ao seu regresso e de novo às suas histórias.
Beijinho

Cantinho da Gaiata disse...

Muito bonita esta história, adorei.
Venha a próxima.
Beijo grande.

Edum@nes disse...

Um final feliz, que tenham muitos filhos e netos. Lá na Quinta dos Milagres. O interior do pais está ficando despovoado, precisa de gente nova para o povoar!

Tenha com saúde, amiga Elvira, umas boa férias.
Um abraço.

Os olhares da Gracinha! disse...

Parabéns por mais uns capítulos de boa leitura!!!bj

Cidália Ferreira disse...

Muito bem!!
Muito obrigada pelos momentos de leitura que me proporcionou. Mais ma bela estrória de amor. Amei. E agora até vir a próxima? Ok, sei que vai de férias.

Nada na vida acontece por acaso. Motivo por qual, a Mãe de Helena guardou os documentos!.

Espero que tudo lhe corra bem com a sua saúde.



Beijo e um excelente dia!

Janita disse...

Muitos Parabéns, Elvira!!
À medida que os seus contos vão sendo escritos, nota-se um aprimoramento na sua forma de relatar os finais. Nenhum pormenor é deixado ao acaso, e nós, leitores, ficamos embevecidos como se fizéssemos parte da trama.
Adorei!

Desejo-lhe férias tranquilas e felizes.
E que os tratamentos tenham melhorado o seu estado de saúde.

Beijinhos e obrigada.

Socorro Melo disse...


Linda! Adoro finais felizes. Parabéns, Elvira, por mais essa história.


Grande abraço.

Gaja Maria disse...

Lindo! Parabéns Elvira por mais uma história bonita :)

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Uma história lindíssima, que me deu muito gosto ler e acompanhar.
Desejo-lhe continuação de boas melhoras.
Beijinhos,
Ailime

Teresa Isabel Silva disse...

Mais um sucesso! Adorei!

Bjxxx
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Rosemildo Sales Furtado disse...

Como sempre, presenteaste-nos com uma bela história/estória de amor. Adorei! Parabéns Elvira!

Abraços,

Furtado

Kique disse...

Mais uma grande história que chega ao seu final, que nos manteve sempre na expectativa do próximo capitulo.
Parabéns Elvira
Bjs

Hoje em Caminhos Percorridos - ENVELHECER

A Nossa Travessa disse...


INFORMAÇÃO
Acaba de ser publicado na Nossa Travessa o episódio n.º 9 da saga É DIFÍCIL VIVER COM UM IRMÃO MONGOLÓIDE desta vez com o título Vem à baila testamento.


http://anossatravessa.blogspot.pt

Como habitualmente voltarei depois para postar comentário.

Pedro Coimbra disse...

Nada melhor que ouvir uma notícia destas num momento destes.
Abraço, bfds

Rui disse...

Perfeitíssimo, Elvira !!!
... E realmente com todos os pormenores !!! ...
E a melhor notícia no momento certo, para fechar com chave de ouro ! :)

Parabéns !!!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Um final perfeito o quanto foi todo o decorrer do conto. Desde o princípio esta história me encantou, como as demais, com suspenses, mistérios e fortes emoções, adorei e lhe parabenizo pela capacidade de prender seus leitores com enredos bem construídos.
Beijos no coração!

Anete disse...


Elvira, vi o seu comentário por lá, obrigada pelos parabéns!
Ah!, é bom demais ler os últimos capítulos por aqui, principalmente neste tempo em que estou "a comemorar"!...
Gostei MUITO DO CONTO, parabenizo a amiga pela sensibilidade e destreza em cada capítulo... (Recomendo o filme que indico no Ciranda de Frases, há muito de beleza literária)

Abração e fico contente com a sua melhora...

aluap disse...

E com tão bela família o filho crescerá rodeado de atenção e carinho.
Abraço.

lourdes disse...

Mais uma bela história de amor. Tudo está bem quando acaba bem e estes até nem tiveram muito sofrimento pelo meio.
Belos, ricos e felizes, nada mais é preciso.
Bjs.

Teresa Isabel Silva disse...

Mais um conto muito bonito!

Bjxxx
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