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29.12.15

FELIZ ANO 2016



O ano que hora se apresenta, é um ano bissexto. Não tenho muita fé com os anos bissextos, talvez porque em menina, sempre ouvia minha avó dizer. "Em ano bissexto, nem trigo na eira, nem fruta no cesto". Por outro lado a numerologia diz-nos que este é um ano 9. E o nove é o fim  de um ciclo. E a preparação para um novo ciclo.
Todos os números têm uma carga positiva e negativa. O 8 por exemplo tem na negatividade a ambição excessiva, sede pelo poder, materialismo desenfreado, intolerância, arrogância, autoritarismo, teimosia, impaciência e desonestidade. Nós tivemos isso no país, neste ano que acaba. .
Vejamos então o que a numerologia nos diz para esperar do 9.
O número 9 é o final de um ciclo e começo de outro. Este número está associado ao altruísmo, a fraternidade e espiritualidade. O que compreende. Palavra chave: Realização, universalidade, abnegação, compaixão. O nove representa a realização total do homem com todas as suas aspirações atendidas e seus desejos satisfeitos. Ele é capaz de dedicar-se ao amor universal, incondicional por tudo e por todos. Busca a perfeição. Este número representa a mais alta forma do amor universal. É o número da grande sabedoria e poder espiritual, já que contém a experiência de todos os números anteriores. Representa a plenitude espiritual. Associa-se à totalidade e à conclusão.
Caracteriza-se na positiva, pelo amor universal, paciência, tolerância, fé, generosidade.
Na negativa, pelo sacrifício, fracasso, solidão, decepção, fanatismo.
Já agora só para os portugueses, sabem o que os números dizem do PM, e de todos aqueles cujo nome começa por um A?
Quem tem o A como primeira letra no nome, tem uma personalidade activa e decidida. É uma pessoa cheia de energia, sempre pronta a aceitar qualquer desafio, pois a vida sem eles não é vida para ela. E como também é um líder nato, acaba arrastando os outros com o seu entusiasmo. O seu alicerce indica que foi construído sobre as qualidades de individualidade, independência, criatividade, progressividade, liderança, invenção, estimulação, vontade firme, determinação, originalidade e coragem. Porém, e apesar de todas estas qualidades, se não tiver cuidado, pode tornar-se num ser teimoso, egoísta e autoritário.
E depois desta lenga-lenga, resta-me acrescentar que vos desejo o mesmo que quero para mim.
Saúde, Paz, e Muitos Momentos de Alegria e Felicidade.

FELIZ 2016

26.12.15

PENSO EM TI






Penso em ti
Na solidão
angustiada
dos dias
que dançam
em ondas de agonia
no oceano
do meu corpo
esquecido.

Penso em ti
Nos labirintos
do sonho
perdida.
Como barco
sem rumo
nem norte
em mar de
tempestade.

Penso em ti
Na escuridão
silenciosa
da minha noite
que cavalga
o tempo sem fim
do meu corpo
ondulante
de desejo.

Penso em ti
Principio e fim
da razão
do meu ser.

UM SONHO QUE SE REALIZOU






Continuação de Boas Festas.



23.12.15

FELIZ NATAL AMIGOS



A todos/as os/as amigos/as, que sempre me dedicam algum do seu tempo, passando por aqui, deixando ou não uma frase de incentivo, eu desejo  que o vosso Natal não seja como este postal, apenas enfeites e prendas, mas que ele brilhe com momentos de amor, risos e boa vontade. Quando os anos passarem, as vossas memórias de ouro, não serão as prendas, mas o amor que entre vós reinou, a alegria das crianças, o sorriso dos mais velhos, o abraço de alguém, que há tempos não se via.
 Para todos vós, amigos/as deixo-vos um poema de que gosto muito

Amigos
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, 
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, 
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, 
que tivessem morrido todos os meus amores, 
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos 
e o quanto minha vida depende de suas existências ... 

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. 

Mas, porque não os procuro com assiduidade, 
não posso lhes dizer o quanto gosto deles. 
Eles não iriam acreditar. 


Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. 


Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, 
embora não declare e não os procure. 


E às vezes, quando os procuro, 
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, 
porque eles fazem parte do mundo que eu, 
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, 
em síntese, dirigida ao meu bem estar. 
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece 
é que a roda furiosa da vida 
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo, 
falando comigo, vivendo comigo, 
todos os meus amigos, e, principalmente, 
os que só desconfiam 
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.
Vinicius de Moraes    



Então FELIZ NATAL

22.12.15

UMA HISTÓRIA DE NATAL



Era uma vez um burro. Velho e cansado como todos os burros que viveram  anos e anos, dia após dia, sempre carregando no lombo, pesadas cargas. Agora, no fim da vida, ele só esperava que o seu dono o deixasse morrer em paz. Mas parecia-lhe que não era essa a intenção do seu dono, quando nessa manhã de Inverno o levou para a feira. O burro, que não era tão burro quanto o seu nome dizia, percebeu que o dono, a quem servira toda a vida, se ia desfazer dele, porque achava que não tinha mais préstimo.  E embora ele reconhecesse que até já não tinha forças para grande coisa, doía-lhe a ingratidão do dono. 
Esperaram por mais de três horas na feira. De vez em quando aparecia alguém que parecia interessado no burro, mas ao analisá-lo de perto concluía que era demasiado velho para o que precisavam, e depressa se desinteressavam. 
Um dos que se aproximaram para o ver, dissera mesmo ao dono. "Está velho. Já não tem préstimo. Devia abatê-lo"
O velho burro estremeceu de terror. E pensou que os homens eram animais perigosos. Serviam-se dos outros animais, enquanto eles podiam, executar por si as tarefas mais difíceis, e quando estavam velhos, matavam-nos. Pensou se eles fariam o mesmo aos da sua espécie. Mandariam abatê-los quando estavam velhos?
Ao findar do dia, quando o dono se preparava para fazer o regresso, e o pobre burro, não pensava noutra coisa que não fosse a frase cruel ouvida de manhã, sem conseguir descortinar no seu dono se era ou não isso que ele ia fazer, um homem alto e magro de ar calmo e bondoso aproximou-se do burro e do seu dono.
Examinou-o e perguntou o preço. 
-Muito alto para um burro velho, -disse.
Voltou a examinar o burro. Passou-lhe a mão pelo lombo. O burro estremeceu. Sentiu os calos na mão do homem, e no entanto aquela mão, transmitiu-lhe uma tal doçura, que o pobre do burro não habituado a isso, ficou maravilhado.  Ah! Se ele soubesse rezar, decerto teria rogado ao Deus do homem,  para que ele  o comprasse, de tal forma o desejou. Mas ele era apenas um burro.
-Dou-lhe metade, -disse o homem
O dono regateou. E o homem virou costas decidido a partir. O burro ficou triste. Tão triste, que uma lágrima turvou o seu olhar cansado.  Mas então o dono, perdida já a esperança de melhor preço, chamou o homem.
Este voltou atrás e fez a compra.
O homem pegou o burro pela arreata, e dirigiu-se para casa. Pelo caminho falou como se soubesse que o burro o entendia:
-Estás velho amigo. Vamos a ver se consegues ajudar-nos.  Para te ser sincero, preferia um animal mais novo. Mas não vi nenhum. E ainda que visse, talvez não tivesse dinheiro suficiente para o comprar. Espero que dês conta do recado e nos ajudes na viagem.
A palavra viagem, não agradou ao velho burro, que  já se sentia fraco das patas. Mas entre uma viagem e a morte,  que decerto o esperava na volta para casa do seu antigo dono, a escolha era óbvia. 
Relinchou tentando dar ao novo dono, uma confiança de que ele próprio duvidava.
Nessa noite, foi o burro muito bem tratado, em palavras, e ração, pelo que adormeceu feliz da vida.
Na manhã seguinte, eis que o homem se apresenta com a esposa, e uma carga que lhe põe no lombo, e os três empreendem a tal viagem. De vez em quando, o burro olhava a mulher, que se apresentava em adiantado estado de gravidez, e pensava que ela não ia aguentar muito tempo a caminhada. Em breve teria que a carregar.  Temia não ter forças para isso.
A meio do dia, fizeram uma pausa.  Tiraram-lhe a carga e deixaram-no livre, para que pastasse algumas ervas que por ali espreitavam entre o gelo do inverno, enquanto o casal se sentava sobre um pedaço de rocha e comia alguma coisa. 
Pouco tempo depois, o homem pegou o burro pela arreata e levou-o até junto da mulher que se mostrava visivelmente cansada. O burro percebeu que tinha chegado o momento tão temido. E se ele não fosse capaz de levar a mulher? Que seria do casal, perdido no descampado ermo, em pleno inverno?
O homem ajudou a mulher a montar e pegando na carga até aí transportada pelo burro colocou-a às costas e os três recomeçaram a viagem.
Mal retomaram a marcha, o velho burro abriu ainda mais os seus grandes olhos, espantado. Que milagre era aquele? Porque não sentia qualquer peso no lombo?  Será que a pobre mulher tinha caído? No seu estado? Virou a cabeça, para constatar que ela seguia bem sentada no seu lombo.
Então porque ele não sentia qualquer peso? Seguia sem esforço, caminhando melhor que nos anos da sua juventude. E assim seguiram os três até que à noitinha chegaram à cidade. O burro reconhecia aquela cidade. Várias vezes lá fora com o antigo dono. Até já ficara num estábulo numa daquelas ruas, uma vez que o dono pernoitara na cidade. Por isso, quando depois de percorrerem várias estalagens, não encontraram lugar para pernoitar, e o casal já desanimava,  o burro, ansioso por mostrar a sua gratidão ao casal, tomou o rumo do estábulo que ele conhecia bem.

Feliz Natal

19.12.15

QUANDO UM COMENTÁRIO VIRA POST






O amigo Rogério  do blogue CONVERSA AVINAGRADA deixou-me este comentário que achei um delícia e não resisti a partilhar convosco. Pensei erradamente que a receita era sua, mas o Rogério acaba de me informar que a receita é do blogue SEARAS DE VERSOS. da poetisa Lídia Borges. 








!Receita para adoçamento de melancolias


Ingredientes:

· - toda a melancolia disponível
· - mel
· - um pau de camélia
· - amor condensado
· - sorrisos ao natural
· - ternura q. nunca b.
· - uma vagem de sol
· - um noz de luar


(De véspera, coloque a tristeza de molho para que largue o excesso de acidez.)

Comece por colocá-la em pequenas porções na centrifugadora e bata até obter um suco bem fluído.

Junte duas colheres (de sopa) de mel bem cheias, um pau de camélia de preferência com rebentos em estado de promessa rosada. Envolva bem.

Em seguida adicione umas gotinhas de amor condensado e uma chávena de sorrisos. (Atenção: não use sorrisos cristalizados, opte por sorrisos ao natural, para não ter surpresas menos doces no final.)

Não esqueça a ternura (levemente açucarada), sem medida, em castelo firme, batida.

Prove. Se estiver ainda amargo, acrescente um pouco do sumo do sol contrapesado com uma pitada de luar para não enjoar.


Verta para uma forma (em forma de coração, de preferência) e leve a corar em forno brando. Depois de desenformado polvilhe com uma mãozinha de versos granulados.

Sirva em finas fatias a quem passar, a quem quiser provar…

Bom apetite

18.12.15

DOCES TENTAÇÕES - AZEVIAS


foto minha 


Azevias. Esta é a minha iguaria preferida de Natal. Faço sempre de grão e de batata doce, mas as minhas preferidas são as de grão.
E eu faço-as assim




Para a massa

.250 gr de farinha 
 2 colheres de sopa de margarina
Raspa e sumo de uma laranja
2 ovos
água, sal, óleo, açúcar e canela qb.


Para o recheio 

200 gr de grão, cozido e sem casca
125 gr de açúcar
0,5 dl de água, 
6 gemas, 
1 colher de sobremesa de canela em pó
1/2 colher de café de cravinho em pó (opcional) Eu ponho sempre que gosto muito do sabor.
raspa de limão
60 gr de amêndoa moída


Prepara-se uma calda levando ao lume o açúcar. Quando atinge o ponto de fio, tira do lume, e despeja-se as gemas batidas, a canela e a raspa do limão, mexe-se bem e de seguida junta-se o puré de grão e o miolo de amêndoa. Leva-se a mistura ao lume brando, e deixa-se engrossar mexendo sempre. Retira-se e deixa-se arrefecer.


Depois amoleça a gordura, e misture com a farinha e os ovos Acrescenta-se a água morna, e amassa-se bem. Depois de bem amassado estenda a massa até ficar bem fina.  Cortam-se círculos, coloca-se uma colher de chá do recheio no centro do círculo, dobra-se  e apertam-ase nas pontas para que fiquem bem unidas, e fritam-se. 

Agora só falta passar pela mistura de açúcar e canela.




As de batata doce, eu faço da mesma maneira, só que reduzo a quantidade de açúcar para a metade.     

E  com este dou por findas as postagens de iguarias de Natal.
Quando os meus pais eram vivos e nos juntávamos todos no Natal, os coscorões e os sonhos eram tarefa da minha irmã, eu não sei fazê-los.
O ano passado experimentei fazer coscorões, (esses da foto) uma receita da net, mas nem de longe, nem de perto ficam como os que ela faz.                  

17.12.15

DOCES TENTAÇÕES - FILHOSES




                         Esta foto, tirei da net. As minhas nunca ficam tão redondinhas.



Como eu disse noutro post, a minha mãe não sabia fazer filhoses, pelo que eu não aprendi a fazê-las. No Natal de 70, em Nampula, o primeiro que passava longe da família, eu queria fazer filhoses para o marido mas não sabia fazê-las. Naquela altura, não havia net para se ir em busca de uma receita.
Uma vizinha, mulher de um camarada do marido, senhora mais velha, natural de Setúbal, me deu esta receita, que faço até hoje.
 A receita, é muito simples, não envolve esforço de amassar, pois a massa é feita com a batedeira como se fora um bolo. E não levam aguardente. Nem açúcar. A não ser claro para polvilhar.
Então lá vai

1 Kg de abóbora
20 gr de fermento de padeiro
400 gr de farinha sem fermento
4 ovos
Raspa e sumo de 1 laranja
1 pitada de sal.
Açúcar e canela qb



Corta-se a abóbora em pedaços e coze-se. Depois de cozida, esmaga-se, escorrendo a água em seguida. Junta-se-lhe o fermento, enquanto está quente para que o derreta. Depois da pasta de abóbora com o fermento estar frio, junta-se a farinha, os ovos, a raspa de laranja e o sal. Bate-se bem.
Junta-se-lhe de seguida o sumo da laranja e bate-se mais um pouco.Tapa-se o recipiente da massa com um pano de cozinha, envolve-se num cobertor ou edredon, e aguarda-se três horas. Findo esse tempo, retiram-se com um colher, pequenas porções de massa e fritam-se em óleo. Escorrem-se sobre papel absorvente e polvilham-se com a mistura de açúcar com canela.

Para as de cenoura, só se troca a abóbora por cenoura. De resto é tudo igual.

Estas filhoses mantêm-se  macias mesmo passados dias do Natal.


16.12.15

DOCES TENTAÇÕES - RABANADAS

Nesta foto do ano passado. eu tenho rabanadas e fatias douradas. E azevias de grão e de batata doce.



A poucos dias do Natal, hoje vou falar de rabanadas.
Quando eu era menina, no Natal da nossa casa, não havia filhoses, nem coscorões, que minha mãe não sabia fazer e não havia dinheiro para comprar. Mas a minha mãe fazia rabanadas. Com vinho pois claro. Passava o pão pelo vinho com açúcar, punha a escorrer, passava pelo ovo, e fritava.
Minha avó dizia, que rabanada era sempre feita com vinho, com leite, eram fatias douradas e não rabanadas. Dizia ainda que lá na aldeia, noutros tempos, se faziam  fatias paridas . 
Fatias paridas eram feitas como as rabanadas, mas em vez de serem mergulhadas em vinho, ou em leite como as fatias douradas, eram mergulhadas em água simplesmente. Depois eram envoltas no ovo e fritas, por fim eram regadas com mel, e dadas às mulheres que tinham acabado de parir,(era assim mesmo que a avó dizia) para que tivessem bom leite.Hoje lembrei-me disto e andei pesquisando na Internet. E realmente constatei que a maioria chama rabanada à fatia dourada, havendo até sites que dizem  nas suas receitas, rabanada, ou fatia dourada.
Não sei se a Internet está certa, ou se era a minha avó, que tinha razão.
 Diz-se que a rabanada é um doce tipicamente português, mas ela aparece com pequenas variantes em todo o mundo. Na França, chamam-lhe "pain perdu" e na Colômbia, Chile, Equador,  Guatemala e México, chamam-lhe "tostadas francesas" ou "pan francés",
De origem portuguesa, ou francesa, o que importa é que de uma maneira ou de outra, ela vai a muitas mesas nesta época do ano.
 Eu gosto muito de experimentar novos sabores, variar receitas. Por isso, eu vos deixo aqui a receita das minhas rabanadas, que nem são como a minha mãe as fazia, nem como as vejo por aí na Internet.
Começo por comprar um pão cacete dois dias antes para que esteja bem duro. No dia 24, logo pela manhã, ponho ao lume, 1 litro vinho branco, com uma colher de açúcar, 5 cravos da Índia, (cravinhos), um pau de canela, a raspa de um limão, e meia estrela de anis.
Quando o vinho começa a ferver, reduzo o lume para o mínimo, e deixo ferver durante um quarto de hora, tempo necessário para evaporar todo o álcool do vinho, sem que perca o sabor. E também para que ele absorva  o sabor das especiarias. Ao fim desse tempo, apago o lume, e com uma espumadeira, retiro as especiarias, mergulho o  pão no vinho quente, e retiro de seguida para uma rede onde fica a escorrer.
Depois do pão frio, passo por ovo, e frito. Para absorver parte da gordura, eu vou colocando-as sobre  papel absorvente. Acabada a fritura, misturo num prato,açúcar com canela. Coloco as rabanadas numa taça e  com um garfo salpico-as com esta mistura. Nunca as passo directamente na mistura, pois elas absorvem muito açúcar, e como sabem o açúcar é um doce veneno. Garanto-vos que ficam muito boas.Usem e abusem da canela, nesta altura em que se comem mais doces, pois ela faz com que o sangue não absorva parte do açúcar.
Ah! Só mais uma coisinha. Cuidado ao mergulhar o pão no vinho. Mergulham, viram e retiram imediatamente. Como o vinho está bem quente, o pão fica impregnado muito rapidamente, e se estiver tempo demais, desfaz-se.
Então aqui vai a minha receita

1 pão duro, (tipo cacete)
1 litro de vinho branco
6 ovos
açúcar q.b.
1 pau de canela
5 cravinhos
raspa de um limão
meia estrela de anis


Bom Natal.

15.12.15

O DIA EM QUE PERDI A INOCÊNCIA

 foto do presépio da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro


Quando eu era menina (e já lá vão tantos anos) o Natal era uma festa. Naquela época, primeira metade da década de 50 ninguém falava no Pai Natal. Pelo menos onde eu vivia, na Azinheira Velha. Meus pais, e meus avós ,diziam que era o Menino Jesus, quem na noite de Natal, vinha recompensar os meninos bons e trazer presentes.
 Nós vivíamos num barracão de madeira, que em tempos fora habitado por quatro casais e respectivos filhos, mas no qual ficaram apenas os meus pais, quando os outros casais se foram. O barracão, tinha um salão com 11 metros de comprimento, ao fundo do qual tinha um fogão, constituído por duas fileiras de tijolos, com uma grelha em cima, e um forno de tijolo onde minha mãe cozia o pão. Pelo Natal, todos os anos, vinham meus avós maternos, que viviam numa aldeia da Beira Alta, e se juntavam lá em casa com alguns dos filhos, – meus tios, e suas famílias. Era a única época do ano, em que víamos os avós, e era sempre uma alegria, além do mais, porque eles sempre traziam, queijo, presunto, e outros miminhos, que em casa nunca havia.
Não havia rádio, nem TV, nem sequer tínhamos luz eléctrica. Mas havia em casa, três candeeiros a petróleo, que na noite de Natal, ficavam acesos até depois da meia-noite. Muito antes do Natal, meu pai, colhia no pinhal perto da nossa casa, algumas pinhas, que secava abria e debulhava. Partiam-se alguns pinhões para comermos e os outros eram para jogarmos. Ele mesmo fazia uma piorra,ª de quatro lados, com o Rapa Tira Põe e Deixa. Cada um tinha um montinho de pinhões que ia aumentando ou diminuindo, ao sabor da sorte. Ou então jogávamos ao "Pinhas alhas", que era assim. Cada um tinha 50 pinhões para começar o jogo. Pegávamos uns quantos na mão fechada, e dizíamos para os parceiros do jogo, "pinhas-alhas" e o outros respondiam "abre a mão e dá-lhas". "Sobre quantas?" E saía um número de cada um dos jogadores. Se fosse a quantidade que tínhamos na mão, tínhamos que dar os nossos pinhões, ao jogador que acertara. Mas recebíamos de todos os que errassem igual número.  E era o nosso entretém.
Pelas 10 horas, meu pai dizia que tínhamos de ir para a cama e mandava-nos pôr os tamancos, junto ao fogão para o Menino Jesus deixar os presentes. E nós lá deixávamos os tamanquitos e íamos para a cama na esperança de que nesse ano, o menino Jesus deixasse uns brinquedos, iguais ou parecidos, aos lindos brinquedos, que tinham os filhos do capitão, que geria a Seca do Bacalhau, onde os meus pais trabalhavam e nós vivíamos. Mas no dia seguinte, era a mesma coisa, ano após ano. Uma tremenda decepção, pois lá só havia, meia dúzia de rebuçados e dois ou três figos secos.
Lembro-me que um ano, andava eu pelos seis anos, decidi esperar acordada a chegada do Menino Jesus, para lhe perguntar porque é que deixava lindos brinquedos aos filhos do capitão, que eram meninos ricos, a quem não faltava nada, e a nós que éramos tão pobres, que nada tínhamos, só deixava rebuçados. Consegui manter-me acordada e quando ouvi barulho, levantei-me e apanhei a minha mãe a pôr os rebuçados nos tamancos. Fiquei muito revoltada, pensei que o Menino Jesus, não queria saber de nós, e chorei tanto, que a  minha avó para me acalmar, me explicou que o Menino Jesus não vinha dar prendas a ninguém, que era uma tradição dizerem isso, porque fazia anos que Ele nascera, mas que na verdade as prendas eram dadas pelos pais, e os meus não tinham dinheiro que desse para outra coisa que não os rebuçados. Foi um choque e um alívio ao mesmo tempo.

Esta é a história verdadeira do meu Natal de 53. Já aqui a contei em 2011. Porém nessa data a maioria de vós não frequentava o blogue.


ª) pequeno pião,  que em vez de ser redondo, era quadrado, em cujas faces se desenhavam as letras. Tinha a ponta em cima, ligeiramente maior, para que o fizéssemos girar com um toque de dedos.

A todos os que durante este ano me acompanharam, eu desejo um Santo Natal. Muita saúde e muito amor à vossa volta


14.12.15

AMANHECER TARDIO - PARTE XVI


                                  
                                                  Foto minha


Foi até à muralha, e admirou mais uma vez o movimento na ria. Depois e antes de atravessar a avenida, fotografou o monumento aos pescadores aí colocado a meio da avenida. Era uma estátua composta por três peças em caracol, com uma pequena bola vermelha na peça do meio. Isabel esboçou um sorriso, ao lembrar quando chegou e perguntou a uma idosa local o significado do monumento.
-Dizem que é um monumento aos pescadores. Que são as ondas e uma bóia. Coisas de artista sabe? A mim parecem-me três fatias de torta com uma cereja.
Atravessou a avenida, e dirigiu-se a uma pastelaria. Pediu uma sandes e um sumo. Por fim bebeu um café, pagou e saiu. Dirigiu um último olhar para a Praça Gil Eanes e decidida dirigiu-se ao carro e iniciou a viagem de regresso.
Quase três horas depois, estacionava o carro na área de serviço de Palmela. Queria esticar as pernas, tomar um café.
Entrou no edifício e dirigiu-se à caixa para o pré pagamento do café. Havia uma fila de quatro pessoas e Isabel entrou nela. Na sua frente um homem alto de ombros largos e porte atlético. Bem moreno a julgar pela cor dos braços meio descobertos pela manga curta da camisa. Ocorreu-lhe um pensamento estranho. Como seria sentir-se presa nuns braços assim? Passou a mão pela testa, desorientada com os seus próprios pensamentos.
O homem pagou e afastou-se. Isabel tomou o seu lugar, pagou o café e aguardou que o outro empregado lho trouxesse, ali mesmo ao lado da caixa. Então pegou na chávena e dirigiu-se à ponta do balcão para o beber. Não lhe apetecia ir para uma mesa, estava farta de estar sentada.
De súbito sentiu uma estranha sensação. Era como se atrás dela, alguém lhe pedisse mentalmente para se voltar. Agitou-se. Levou de novo a chávena aos lábios, tentando esquecer mas aquela sensação continuava lá, queimando a sua nuca.
Pousou a chávena vazia sobre o balcão e muito lentamente voltou-se. Sentado numa mesa, bem na sua frente, olhando-a fixamente estava o homem que estivera na fila da caixa minutos antes.
Mas o que fez Isabel tremer da cabeça aos pés, foi reconhecer os profundos olhos cinzentos, que a atormentaram durante toda a noite.
A lembrança dessa noite, fez com que se ruborizasse e fugisse dali correndo, como se o diabo a perseguisse.



Termina aqui a primeira parte de Amanhecer Tardio. Veremos em 2016, o que vai acontecer com Isabel. Devo informar que Isabel está viúva quase há 20 anos. Vejo em vários comentários que pensam que o marido dela está vivo e vai aparecer a qualquer momento. Ele chamava-se Fernando. Não, Sebastião.
Lembro que o site Maria Capaz publicou ontem um dos meus contos. Se alguém tiver curiosidade é só clicar AQUI

12.12.15

AMANHECER TARDIO - PARTE XV




Foto minha


Acabou de se vestir e olhou-se no espelho do roupeiro. Por momentos ficou indecisa entre um ténis brancos e uns sapatos rasos, azuis, tipo sabrina. Acabou por escolher estes e juntou o ténis ao restante calçado, num saco de lona azul com riscas brancas.
Fechou a mala e colocou o saco com os sapatos em cima.
O telemóvel tocou de novo.
- Bom dia. Está tudo bem? – Perguntou Amélia
- Bom dia. Sim, está. E contigo? Alguma coisa urgente? Vi que ligaste quando estava no banho.
- Queria saber a que horas chegas. O Paulo esteve cá. Quer que vamos a um jantar de despedida esta noite em sua casa.
- Está bem. Chego cedo. E ele? Disse se já tem substituto?
- Diz que sim, mas ainda não chegou. Parece que é um filho de um amigo do Paulo.  Segundo ele não vivia em Lisboa.
- Está bem. Logo falamos. Estou a acabar de arrumar as coisas. Dentro de uma hora mais ou menos, estou a caminho.
- Então até logo. Boa viagem.
-Obrigado.
Terminada a chamada dirigiu-se à casa de banho com uma pequena bolsa, na qual guardou os objectos de higiene pessoal.
Depois de transportar tudo para o carro, percorreu a casa a ver se tinha esquecido alguma coisa,  colocou os óculos escuros, guardou o telemóvel na bolsa que colocou a tiracolo, pegou  nas chaves e saiu. Tocou a campainha do lado e entregou à senhora as chaves da casa. Esta desejou-lhe boa viagem e deu-lhe um cartão com o número do telefone. “ Pode precisar quando voltar para estes lados” disse.
Isabel agradeceu e finalmente meteu-se no carro e subiu a rua em direcção à parte alta da cidade. Aí poderia seguir para a A 22 a chamada “via do Infante”, mas Isabel pretendia tomar o rumo contrário e seguir em direcção à marginal. Queria olhar a baixa e o mar pela última vez.  Sairia da cidade pela marginal,  na direcção do Chinicato, e aí entraria na "via do Infante".
  . E foi o que fez. Passou pelo parque de campismo, viu a estátua de S. Gonçalo, passou pelo forte Pau da Bandeira, pelas muralhas de castelo sempre procurando um sítio para estacionar. Conseguiu o tão precioso lugar bem em frente do mercado municipal quase por trás do banco onde estivera sentada no dia anterior.








Amigos/as.  O site Maria Capaz, acaba de publicar um pequeno conto meu.
Se puderem passem por lá. O tema do conto é a violência a que muitas mulheres estão sujeitas. AQUI o link  para o conto. Muito obrigado a todos.

11.12.15

AMANHECER TARDIO - PARTE XIV


foto do google

Levantou-se, tirou uma mala que estava em cima do roupeiro e colocou-a em cima da cama. Depois abriu o roupeiro e escolheu umas calças de ganga e um top sem mangas para a viagem. Dobrou cuidadosamente o resto da roupa e meteu na mala.
Abriu uma gaveta separou duas peças de roupa intima meteu as restantes num saquinho de algodão florido, atou com a fita de cetim rosa e guardou-a igualmente na mala.
De seguida dirigiu-se à casa de banho e meteu-se no duche. Deixou que a água lhe resvalasse pelo corpo esbelto durante alguns minutos tentando afastar da mente a recordação do sonho esquisito que tanto a inquietava. Inutilmente. A água acalmava o corpo mas não o espírito.
Pensou em Paulo. Que diabo lhe teria acontecido para pedir transferência? Paulo era o director comercial de uma grande superfície. Era também o encarregado das campanhas publicitárias da empresa e fora o seu primeiro cliente. Ele acreditara no talento de uma jovem inexperiente, e dera-lhe a oportunidade que a maioria dos jovens não tem. Foi um risco para ele e uma bênção para ela. Graças a esse primeiro trabalho bem sucedido viera uma boa carteira de clientes. Paulo era um homem a rondar os cinquenta anos, completamente apaixonado pela esposa. Tinha uma filha. Uma jovem que ia agora entrar para a Universidade. Ele era além de um bom cliente, um grande amigo. E agora? Decerto a empresa continuaria a trabalhar com ela. Pelo menos até ao fim do ano, data em que terminaria o actual contrato.
O telemóvel tocou. Isabel fechou a água enrolou-se na toalha e dirigiu-se ao quarto. A meio do corredor o aparelho calou-se e ela pensou que quem quer que fosse ligaria de novo, e voltou para a casa de banho.
Espalhou pelo corpo uma camada de creme hidratante com gestos automatizados pelo hábito, enquanto o pensamento lhe fugia para o sonho. Que sonho tão confuso. Seria um aviso do seu subconsciente? E se era, que quereria dizer-lhe? Porque é que o rosto de Fernando não era visível como em sonhos tantas vezes aparecera ao longo de muitos anos? E porque é que no fim do sonho ele se ia embora? E aqueles olhos cinzentos? Porque é que lhe apareciam no sonho, se apenas os tinha vislumbrado durante segundos?

"Esquece Isabel", murmurou sacudindo a cabeça.



Nota: Este conto, vai ser interrompido NO DIA 15, para postagens mais alusivas à época, regressando pós Ano Novo para o seu desfecho. 

AMANHECER TARDIO - PARTE XIII


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No início de 2007 o pai partiu. Morreu serenamente enquanto dormia.
Depois do funeral Isabel pôs à venda a casa dos pais e foi viver para um pequeno apartamento junto do escritório. Talvez para compensar a sua solidão embrenhou-se ainda mais no trabalho.
Claro que muitas vezes se sentia sozinha. Por vezes ao olhar os casais de namorados que se cruzavam com ela na rua, sentia uma certa nostalgia, e até porque não um pouco de inveja.
Ela queria ter um homem a seu lado, a quem que amasse, e que a fizesse sentir-se  amada. Que, como um rio, penetrasse nos recônditos da sua alma sequiosa, transformando a aridez da sua vida, num oceano de novas sensações e emoções.
Era normal. Afinal era uma mulher na plenitude da vida, a quem já fora dada a conhecer uma vida de amor e paixão. Não era freira, e em todos os anos passados, teve alguns relacionamentos. Breves, sem mais intimidade que a troca de alguns beijos, pois sempre que a situação parecia caminhar para algo mais sério Isabel retraía-se e ponto final.
“Por esse andar, um dia vais acordar velha e sozinha” costumava dizer-lhe Amélia sua assistente, amiga e confidente,  sempre a seu lado desde o primeiro trabalho.
Aquele era um cenário, que não lhe agradava nada. Mas que fazer, se ela ainda não esquecera Fernando? Ela nunca conseguiria partilhar a sua vida com um homem a pensar noutro. Nem acreditava que uma união assim fosse feliz, para qualquer dos dois.  
Veio-lhe à memória a imagem do marido, mas pela primeira vez em muitos anos, era uma imagem esbatida, como que envolta em neblina.
Deu mais uma volta na cama, ajeitou a almofada e finalmente adormeceu.
Acordou tarde e com a cabeça pesada. O sono fora povoado de sonhos. Sonhos esquisitos, em que via um homem com o rosto encoberto, envolto em neblina. Ela sabia que o homem era Fernando era o seu corpo, o seu jeito, mas quando o rosto se tornava visível era um desconhecido com uns profundos olhos cinzentos. Depois o rosto ia-se esfumando e ficava de novo encoberto e ela voltava a ter a certeza de que era Fernando, mas então a neblina desaparecia e ela via uma figura masculina com um pé em cima de uma muralha, o corpo inclinado para a frente e o rosto voltado para o lado contrário. Era o mesmo desconhecido? Ou era outro? Ela não sabia. Mas de uma coisa tinha certeza. Não era Fernando. Mas então o homem endireitava-se e afastava-se e embora ela não lhe visse o rosto, sabia que era o falecido marido.


Nota: Este conto, vai ser interrompido NO DIA 15, para postagens mais alusivas à época, regressando pós Ano Novo para o seu desfecho. 

10.12.15

AMANHECER TARDIO - PARTE XII






Foi assim que passados uns dias, contrataram Ermelinda, uma senhora de meia-idade, forte e trabalhadora, que não só cuidava da sua mãe, como cuidava da casa e refeições.
Foi uma grande ajuda para Isabel atarefada com a montagem do escritório, que inicialmente era para dividir por três e acabou sendo só para ela e Irene que se tinha formado em advocacia. Depois da montagem era necessário contactar possíveis clientes, dar-se a conhecer.
E foi bem difícil abrir caminho num mundo que se fechava a tudo o que era inovação.
 Apesar da saúde da mãe que se ia degradando cada vez mais, foi uma alegria quando conseguiu o primeiro contrato. Uma campanha publicitária para uma grande superfície. Fez sucesso e logo veio uma outra para um telemóvel. E essa campanha mudou o conceito publicitário. Foi um sucesso tão grande, que em breve não conseguia dar conta de tantos contratos sozinha, e teve que arranjar uma assistente para a ajudar, até porque nos fins-de-semana tinha que cuidar da mãe e andava muito cansada.
Foi nessa época que contratou Amélia,  que se veio a revelar ser de grande valia, uma assistente competente e confiável, que se tornou mais tarde,  também numa grande amiga.
Menos de dois anos depois a mãe partiu. O pai ficou muito abalado e a sua saúde, já débil, ressentiu-se ainda mais. Isabel desdobrava-se para conseguir cumprir datas no trabalho e cuidar do pai que uma noite caiu da cama e ficou ainda mais dependente. Ermelinda continuava cuidando de tudo de dia, mas de noite e nos fins-de-semana era sempre ela quem cuidava do pai. Lembrou-se da primeira vez que lhe deu banho. O pai chorou o tempo inteiro de vergonha dela.
Foram três anos muito cansativos. Um certo dia Isabel que tinha concorrido a um concurso na Alemanha viu o seu trabalho premiado e teve que viajar para lá.
O pai estava cada dia pior e ela viu-se obrigada a procurar um lar onde o pôr. Não podia viajar de outro modo.
Depois desse trabalho Isabel teve outros trabalhos e outras viagens. Sempre que estava no país passava todas as tarde duas horas com o pai. No escritório, agora apenas dela, já que Irene se casara e fora viver para Coimbra,  além de Amélia, sua assistente, tinha também uma jovem estagiária. A vida profissional de Isabel progredia a olhos vistos mas a vida pessoal praticamente não existia.



Nota: Este conto, vai ser interrompido NO DIA 15, para postagens mais alusivas à época, regressando pós Ano Novo para o seu desfecho.