Ficou triste. Mais do que isso, sentia-se irritada. Gostava do emprego, tinha-se esforçado por ser uma boa empregada e não tinha tido culpa de ter adoecido.
- Não fiques triste. Não é nada pessoal, acontece a qualquer um. E é melhor assim, precisas pôr-te boa e ainda vai levar um tempinho até que voltes a sentir-te como antes, - animou-a Quim.
-Sei. Mas não consigo evitar. Gostava do trabalho e as colegas eram uma simpatia. Também estou preocupada contigo, passas os dias comigo, não tens ido trabalhar…
-Não te preocupes. Nesta época a afluência ao restaurante baixa sempre de forma drástica. Por isso costumamos fechar oito dias antes do Natal, e reabrimos dois dias antes da passagem de ano. Natal é tempo de recolhimento, de família, mas no ano novo é diferente, é sempre dia de muito movimento. Faltam poucos dias para o Natal. Gostaria de cear com os tios. Achas que estarás bem até lá?
- Espero que sim. Estou cansada desta imobilidade.
Uma sombra de tristeza ensombrou o seu rosto. Ele reparou. Estava sempre atento.
- É a proximidade do Natal? Sentes saudades? - Perguntou
- Sim. É o primeiro Natal que passo longe dos meus pais. Da nossa terra.
Sentia vontade de chorar, mas não o queria fazer na frente dele. Já lhe bastava o sentir-se feita um trapo velho, o rosto macilento, o cabelo sem brilho, o corpo sem forças pela doença.
O carinho com que a tratava, fazia com que cada dia gostasse mais dele. Mas com aquele aspeto era impossível provocar algum sentimento nele que não fosse compaixão.
O carinho com que a tratava, fazia com que cada dia gostasse mais dele. Mas com aquele aspeto era impossível provocar algum sentimento nele que não fosse compaixão.
Será que ele ainda pensava na Joana-Boneca? Ela sempre pensava na outra, como um boneca, não conseguia imaginá-la como uma mulher a sério.
No dia
seguinte, escreveu uma longa carta para a mãe. Falou da cidade, da casa, do marido. Disse-lhe que não estivesse preocupada, ela era muito feliz. Mas não disse que estava doente, nem falou das saudades que tinha de casa.
18 comentários:
Que situação pra essa moça, cada vez mais apaixonada e ainda nada tendo, nem o emprego que gostava tanto... Vamos acompanhando e aplaudindo a escritora que sabe muito bem nos envolver na trama! bjs,chica
Será mesmo muito feliz? Ou de ser feliz tem vontade! Das duas uma, se não for mentira é verdade. Ela lá sabe! A vida é dela e ninguém tem nada haver com isso. Cada um pensa como quer, enquanto pode pensar. Muitas das vezes a vida não é como a gente quer, que ela seja, é como tem de ser, e o que tem de ser tem muita força...
Tenha uma boa noite, e um bom dia de domingo amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
A maioria dos portugueses que partiram levaram Portugal dentro deles e no Natal as saudades estão mais presentes.
Depois, naqueles tempos a comunicação com a família fazia-se por carta ou um postal. Uma carta era uma prenda dos Correios para cada família. Tinham a função de alegrar a vida de quem os recebia, mesmo que a vida em França não fosse "um mar de rosas", o mesmo se passava com os aerogramas. Os soldados para sossegar a família e namoradas não escreviam os horrores da guerra!
Bom fds/beijinhos.
A passar por cá para acompanhar a história.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Apesar de tudo teve sorte a Sofia. Podia ter-lhe calhado um "mastronço" que lhe batesse e não só....
A vida era muito difícil na altura e os emigrantes passavam muitas dificuldades para juntarem dinheiro e depois voltarem para a sua terra e fazerem uma casinha e depois viverem mais desafogadamente.
O nosso Quim foi mais para fugir da guerra, o que tb aconteceu a muitos jovens.
Ainda se vai apaixonar pela Sofia (é cá um palpite)...
Estou a gostar muito da história.
Bjs
Boa noite Elvira,
A história está muito bem escrita e deixa-nos em "suspense".
Aguardemos.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Bom domingo, Elvira!
A história vai um bocado devagar para o meu gosto, mas o contador da história é que sabe, o remédio é esperar que as coisas comecem a andar.
Puxa, qdo vejo já estou c vários capítulos acumulados... Rsss... Mas coloquei em dia!
O relacionamento dos dois tá crescendo. Suspense e ação em todo tempo... Veremos as novas atitudes dos dois!
Bom domingo, Elvira!! Bj
Acabo de ler (acompanho diariamente mas nem sempre comento para não me repetir) e apetece-me deixar isto: muito bem conseguido este sentir de um alguém que está longe da sua terra.
Bjinho :)
Bom dia
talvez o Natal lhe traga melhores dias pois é sempre uma época com muitas energias positivas .
vamos aguardar
continuação de um santo domingo
JAFR
Está a ficar interessante minha amiga.
Um abraço e bom Domingo.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Ela não ia preocupar a família e por isso lhes diz na carta que está bem e feliz. É normal. O Natal, o ambiente de festa, a chegada do Novo Ano, passada a doença, talvez, tudo isso, seja bom sinal e traga nova vida ao casal. Beijos e bom Domingo.
Bom dia querida Elvira!
Não tenho deixado de ler sua estória, mas comentar no celular era impossível, mas agora cá estou.
Estou amando, mas que dó que dá da muita pena da Sofia, dá, embora o marido seja atencioso e gentil, a mocinha está ficando apaixonada e ele não parece estar, apesar de tanto zelo.
Será que vai ter correspondência este amor?
rsrsrsrs
Até amanhã e feliz semana.
No Natal pode ser que aconteça o milagre do amor.
Estou a gostar imenso amiga Elvira, obrigada!
beijinhos
O Toque do coração
Acredito que tudo se comporá em breve :)
A sorte parece não estar a ajudar muito, Sofia... esperemos que as coisas melhorem e ela, também!!!
A saúde retornando, o Natal chegando, a saudade apertando e a expectativa de melhores dias alimentando. Aguardemos os acontecimentos.
Abraços,
Furtado
Boa noite, querida Elvira!
Uma bela narrativa que me envolve e me faz ficar em suspense para saber como ficarão os dois moços...
Bjm muito fraterno
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