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16.3.17

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE XIX




Eles continuaram o passeio, mas a alegria que Sofia sentira até aí, já não era a mesma. Era como se uma sombra negra pairasse entre eles.
Decorridos uns minutos, ela perguntou suavemente:
-Dói muito?
Ele olhou-a surpreendido. Encolheu os ombros e respondeu.
-Já foi pior.
A resposta deixou-a cheia de esperança.
Talvez ela ainda tivesse hipótese de conquistar o marido.
Aos poucos Sofia ia conhecendo uma realidade muito diferente daquela que conhecera em Portugal. Não só porque fora de uma pequena aldeia para uma cidade enorme, como pela mentalidade das pessoas, e até pela posição privilegiada de que gozava. Mas o que mais a admirava, era mesmo a diferença de mentalidades. Na sua aldeia, as pessoas viviam presas ao passado, buscando nele, a conformação para o presente. Diziam que apesar das dificuldades, que passavam, não se podiam queixar, porque os seus pais tinham vivido pior. Não fora o medo da guerra, ou da prisão, e a escassez de trabalho, talvez nem houvesse tanta gente a procurar na emigração a solução para as suas vidas. 

17 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

A pouco e pouco ... vão conhecendo! Bj

chica disse...

Tenho pena dela que sente um pouco de amor por ele e ainda nada vê...Tomara consiga! bjs, chica

Edum@nes disse...

Está difícil. A Sofia resta-lhe a esperança. Todavia, o tempo passa. Quim, não ata nem desata. Continua pensando na Joana. Só em ficção, porque na vida real, não sei se Sofia, ainda continuaria a ter esperança de poder ser feliz com um homem que se calhar pensa mais na Joana do que nela Sofia!

Tenha uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Li de um fôlego todos os episódios desta sua nova história e adorei. O enredo é muito bonito e causa bastante suspense.
Vamos aguardar os novos desenvolvimentos.
Um beijinho,
Ailime

maria disse...

Enfim... e pensar que a realidade descrita, até aqui, é um retrato fiel daquela época!!!

Prata da casa disse...

Uma boa amizade está-se a formar.
Bjn
Márcia

Rui disse...

Ora bem, Elvira. Acho tudo normal, tudo dentro de uma lógica e de acordo com a época e num país de emigração, tudo bem !
Há no entanto uma coisa que me deixa na dúvida e apreensivo :
Neste último parágrafo, fico com a impressão de que, apesar da enorme amizade e de uma certa paixão até por parte da "noiva", passado um mês de vida em comum, fico com a impressão que a relação entre eles não passa de uma boa amizade, sem qualquer outro sentimento. Continua uma menina ingénua desde os 15 anos, praticamente enclausurada em casa ! ... Será isso normal ? ... ou passou-me qualquer coisa ?...
(??)

Abraço

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida Elvira!
Nada mal casar-se com um grande amigo... to gostando...
Bjm muito fraterno

Tintinaine disse...

A coisa continua lenta, mas eu não desisto. Tantas vezes hei-de vir aqui que o Jaquim se há-de decidir a avançar!!!

Majo Dutra disse...

Muita água vai passar debaixo da ponte...
Estou a gostar.
Abraço, Elvira.
~~~~~~~~~~

Elisa disse...

Passei para vir matar saudades, saber de si, e mandar lhe um grande beijinho

Odete Ferreira disse...

Amiga: gosto das particularidades que estás a introduzir na narrativa, no que respeita ao sócio- político de ambos os países; gosto também da relevância dada à atração da Sofia pelo que é diferente, a tal diferença de mentalidades que, no caso do Quim, a levou a admirá-lo e a amá-lo.
Bjo :)

Pedro Coimbra disse...

Ainda estão em fase de negação.
Um abraço, bfds

Joaquim Rosario disse...

bom dia
já não há muito mais para dizer a não ser aguardar e esperar que a Luisa ganhe essa batalha.
JAFR

aluap disse...

Os pensamentos da Sofia fazem todos o sentido, afinal aprendemos na escola que nós portugueses somos o caldeamento de várias raças e os árabes terão deixado um pouco da sua resignação e conformismo, que fez de nós um ser agarrado às tradições, sem espírito de iniciativa, durante muitos séculos.
As pessoas das aldeias passavam toda a sua vida (se não iam à tropa) entre os horizontes arejados em que nasceram e o grande sonho era deixar aos filhos, melhorado, se possível, o que já herdaram dos seus pais.
Claro que isto está desactualizado, pois a partir da década de 60 e 70 o desejo de aventura aliado a uma verdadeira necessidade em melhorar "a negra vida", uns influenciando outros, muitos portugueses seguiram com a sua vida noutros lugares. Não esquecendo a Guerra Colonial que também determinou algumas partidas de jovens em fuga da tropa.
Este episódio retrata bem essa época, muitos emigrantes a chegar a França de comboio.

Fê blue bird disse...

Bem, acho que a Sofia tem que se insinuar um pouco mais para conquistar o marido :)

beijinho

Rosemildo Sales Furtado disse...

Acredito que a falta de reciprocidade por parte do Quim, com relação ao amor que a Sofia sente por ele, só aumentará a emoção e o amor dela, quando ele descobrir que a ama e declarar seu amor para ela.

Abraços,

Furtado