Chegaram ao restaurante e a jovem admirou-se ao descobrir
que ele já tinha feito marcação, afinal ela pensava que tinham ido ali como
poderiam ter ido a qualquer outro lugar.
O almoço foi muito agradável, tanto pelo serviço, como
pela conversa animada entre eles. Cláudio estava encantado não só com a cultura
e clareza de ideias da jovem, como com a simplicidade com que expunha os seus
pontos de vista. Porém notou que ela se retraía e contornava a situação, cada
vez que ele tentava saber mais sobre ela, onde vivia o que fazia etc.
No fim da refeição, foram passear pela Quinta das
lágrimas, com Cláudio fazendo de guia e explicando à jovem as maravilhas com
que se ia deparando naquele lugar tão belo. Passearam pelo jardim medieval,
único no país, admiraram as frondosas e bicentenárias sequóias, viram o canal que em
1326 a Rainha Santa Isabel mandara construir para levar a água das duas
nascentes para o Convento de Santa Clara. Por esse canal reza a lenda, que Dom Pedro mandava barquinhos com mensagens a Dona Inês, a sua amada que fora obrigada a entrar para esse convento, por causa desse mesmo amor. Sempre que Pedro podia libertar-se das suas obrigações de futuro rei, refugiava-se nessa quinta e por esse meio, mandava-lhe mensagens, pedindo-lhe para se encontrar com ele.
No local existem duas fontes. Uma chamada Fonte dos Amores, por, diz a lenda, ter presenciado os encontros amorosos de Pedro e Inês. A outra a Fonte das Lágrimas, porque segundo a mesma lenda nasceu das lágrimas de Inês quando do seu assassinato pelos homens de Dom Afonso IV pai de Dom Pedro e rei de Portugal à altura.
No local existem duas fontes. Uma chamada Fonte dos Amores, por, diz a lenda, ter presenciado os encontros amorosos de Pedro e Inês. A outra a Fonte das Lágrimas, porque segundo a mesma lenda nasceu das lágrimas de Inês quando do seu assassinato pelos homens de Dom Afonso IV pai de Dom Pedro e rei de Portugal à altura.
O passeio, a envolvência romântica do local, a história
trágica de um tão grande amor, a sua recente orfandade, a descoberta do
mistério do seu nascimento, a presença marcante do homem que seguia a seu lado
e lhe iam mostrando aquele local, tudo isso contribuiu por uma enorme emoção
que foi tomando conta de Helena, de tal modo que em determinado momento não
conseguiu mais suster um soluço. Cláudio parou, colocou-lhe as mãos nos ombros,
e vendo as lágrimas que lhe molhavam as faces, abraçou-a e quase de forma
inconsciente, baixou a cabeça e procurou a boca feminina. Não foi um beijo
apaixonado, invasivo, foi antes um beijo suave cheio de ternura, mas que
incendiou o coração da jovem, virgem de carícias masculinas. Assustada com as
reações que o seu corpo experimentava, colocou as duas mãos sobre o peito
masculino e empurrou-o.
- Por favor, Cláudio, leva-me ao hotel.
- Não fiques assim. Foi apenas um gesto de carinho, uma
reação à tua emoção.
-Reages à emoção das pessoas beijando-as? Eu não. E não
me agrada, que um quase desconhecido me beije.
- Estás a ser criança, Lena. Primeiro porque como deves
saber muito bem, um beijo entre um homem e uma mulher é muito mais que o toque
carinhoso que te dei. Segundo, prometi que te ia mostrar alguns pontos
interessantes de Coimbra e ainda não vimos quase nada. Vamos para o carro.
Ela não respondeu. Limitou-se a encaminhar-se para a
saída da quinta. Claro que ela sabia que aquilo não era um beijo de amor. Não
por experiência própria mas sabia-o. Porém se a reação do seu corpo foi tão
poderosa que ainda sentia as pernas a tremer, se tivesse sido mais intenso
morreria queimada na fogueira que o seu corpo ateara.
Enquanto isso, o homem interrogava-se. Em que mundo teria
ela vivido até então, para ficar tão perturbada com um simples toque de carinho.
Afinal o calendário marcava o mês de Agosto do ano da graça de dois mil e
quinze, e ela tinha vinte e três anos que ele reparara na data de nascimento,
quando fora fazer a inscrição no hospital. Devia ter sido beijada dezenas de
vezes. Que raio de reação fora aquela?
13 comentários:
Nem sempre é fácil perceber o óbvio numa mulher...
A história está a ser bem interessante. Estou a gostar muito.
Amiga Elvira, bom fim de semana.
Beijo.
Continuo a acompanhar esta interessante história.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Para mim apaixonou-se e não sei se pode.. Ai minha nossa senhora das lágrimas.. kkkkkkk :))
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira.
As coisas estão bem românticas e ela a derreter-se... Vamos aguardar! bjs, chica
O lugar escolhido pelo "mariola, do Cláudio, para almoçarem não terá sido por acaso? Se Helena com um tocar de lábios quase que incendiou o seu corpo. A seguir o que é que mais irá acontecer?
Tenha um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.
Bom dia
temos de saber evitar os espinhos quando se colhem as rosas.
Será que não vai haver aqui um amor impossível ??
JAFR
Tão bonito! Cada dia gosto mais deste conto. Isto promete! :)
Hoje - A janela, reflexos da minha alma.
Beijos e um excelente fim de semana!
O cenário é perfeito!
O romance paira no ar!
bj
E, como sempre, as suas histórias prendem o leitor.
Está melhor?
Ah meu Deus! Mas que mania as pessoas aquilatarem da experiência de vida dos outros, sobretudo das mulheres, pelos anos de vida que têm! Enfim!..
O Cláudio está a ir depressa demais pra meu gosto! Estou a ver que de mulheres percebe pouco. :))
Está a ficar muito interessante, mas espero que a Helena não se esqueça dos motivos que a levaram a sair de Lisboa. :)
Um abraço, bom fim de semana.
A passar por cá para acompanhar a história e desejar um bom fim de semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Como narras! Neste caso aproximando-nos a um ponto geográfico que fez historia, e ficou para sempre na historia.
Beijinhos.
Cada vez mais empolgante essa história!
Beijos!
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