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10.3.17

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO - PARTE XI


O empregado aproximou-se com a lista. Sem a abrir, Quim fez o pedido e ela ia pedir o mesmo, quando ele disse:
- Dá uma olhada na lista. Não tens que comer o mesmo que eu, a menos que seja realmente o que preferes.
-Mas gosto imenso de “Bacalhau à Brás”, - respondeu
- Então está bem. Divides comigo uma garrafa de vinho?
- Preferia água.
Feito o pedido, ele respondeu por fim à pergunta sobre seus tios.
- Voltando aos meus tios. Não, eles não têm filhos. Casaram-se já tarde, e a saúde da tia nunca foi muito boa. Sinceramente não sei, se os não tiveram por opção ou porque não os pudessem ter. O tio Joaquim é o irmão mais velho do meu pai, e é também o meu padrinho. Ele é o responsável por todos me chamarem Quim. Quando vim para cá, cada vez que ouvia chamar por ele, eu acorria julgando que era comigo. Então para evitar confusões, começaram a chamar-me, Quim. Cheguei aqui com dezasseis anos e eles cuidaram de mim como se fosse filho deles. Deram-me casa, uma profissão e amor. Tudo o que sou, devo-o a eles.

24 comentários:

Tintinaine disse...

A história da emigração para França daria assunto para muitos e belos romances, mas exceptuando a Linda de Suza nada tenho lido nem visto sobre o assunto. Eu tenho amigos e familiares que fizeram esse caminho e alguns foram parar à prisão pelo atrevimento de virar as costas ao Salazar.
Aqui, o nosso Quim teve mais sorte, o padrinho não deixou que lhe faltasse nada.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

"Bidonville" um bairro que nos envergonha e que diz muito de como era as nossas gentes e do que se sujeitavam para fugir deste triste país.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

chica disse...

Acompanhando e gostando de ler, vendo pouco a pouco o cenário todo ser montado, peça por peça ...bjs, lindo dia! chica

Socorro Melo disse...

olá, Elvira!

Tenho acompanhado a história com bastante interesse. A imigração é uma faca de dois gumes, tem suas benesses, mas, também seus malefícios, em todos os tempos. E hoje vivemos um período da história em que este tema, ou melhor, esta realidade é demasiado preocupante, muito delicada. Tema bem pertinente.

Grande abraço.

AvoGi disse...

Bidonville? Nao Conhecia.
Kis :=}

António Querido disse...

O Quim tem muito que contar à cerca da França, mas teve sorte com o padrinho e com o restaurante, se eu tivesse sido convidado, também me atirava ao bacalhau à Brás, nunca lá fui almoçar porque era longe, mas fui a alguns restaurantes portugueses, matar saudades da nossa gastronomia, admirada no mundo.

Bom fim de semana.

Anete disse...

Novamente por aqui acompanhando e gostando muito.
Um casamento diferente e que nos surpreenderá, com certeza!
Bjs

As Mulheres 4estacoes disse...

Acompanhando a história e gostando muito.

rendadebilros disse...

Os emigrantes passaram tempos muito duros, os homens, a maior parte das vezes, sem a família, dormiam em quartos sem condições, eram pessoas muito corajosas, trabalhadoras e persistentes. Ainda hoje, se vão sozinhos, fazem uma vida muito frugal, apesar das melhores condições, até de comunicação. SE as mulheres e os filhos os acompanham torna-se tudo, em particular, as saudades, menos difícil. A conversa calma parece indiciar um caminho tranquilo. E os sentimentos mais fortes chegarão com serenidade? ( A Elvira revela uma atenção e curiosidade fora do vulgar, daí a "perícia" na escrita e os textos com tanto pormenor. A construção branquinha da foto é um pombal. Há imensos nesta região e estão a tentar recuperá-los como está explicado aqui http://cm-fcr.pt/noticias/camara-incentiva-recuperacao-de-pombais-tradicionais/ Dão à paisagem um toque especial!) Obrigada pelo interesse e pelas visitas! Beijinhos e bom fim-de-semana!

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Bell disse...

Acompanhando.

bjokas =)

Prata da casa disse...

Um retrato de época muito bem exposto.
Bjn
Márcia

Ana disse...

Bairros de lata existem por todo o lado, inclusive na França. Porque nem tudo é um mar de rosas.
Bom fim de semana.
Abraço

Silenciosamente ouvindo... disse...

Já li muito sobre a história dos primeiros
portugueses que chegaram a França.
Sofreram muito e alguns morreram pelo caminho.
Vou continuando seguindo.
Bjs.
Bom fim de semana,
Irene Alves

Os olhares da Gracinha! disse...

Pois ... notória a diferença! Bj

Edum@nes disse...

Os portugueses que fugiram de Portugal, para não irem para a guerra. Muitos regressaram depois da revolução de Abril. Como que fossem eles os verdadeiros heróis da Nação. Os que lutaram em defesa da Nação, são, por alguns políticos, considerados bandidos!

Tenhas uma boa noite amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.

Rosemildo Sales Furtado disse...

Parece que o sim, não, é, foi, não foi, acabou. O diálogo entre eles está mais extenso, duradouro. Acompanhando e aguardando os acontecimentos.

Abraços,

Furtado

Odete Ferreira disse...

Pois, iam a salto, como se dizia.
Cá estou para não perder pitada.
Bj, amiga

Cantinho da Gaiata disse...

Passando para colocar a leitura em dia.
Está a ficar muito interessante, que será que vem aí ?
Beijinho e boa continuação.

Tais Luso de Carvalho disse...

Oi, Elvira, retomando - adiante!
Conhecendo aqui, também alguns costumes de Portugal.
Beijo, querida amiga.
Um ótimo fds.
Obrigada (sempre) pela tua presença!

aluap disse...

Os meus pais (e eu própria) emigraram para França, Bayone ou Baiona, já numa altura em que não se ía a “salto”. Não ficaram por lá muitos anos, decidiram voltar a Portugal a seguir ao 25 de Abril. Embora me tenham levado e ao meu irmão (segundo filho), enquanto criança ainda convivi com filhos de emigrantes que viviam no bairro de Pontoise, em tudo semelhante ao de Bidonville. Havia alguns filhos de emigrantes em França, que eram criados na aldeia pelos avós. Alguns só quando chegaram à idade adulta é que saíram da aldeia!
França, levou a que muitas famílias se desmoronassem, pela separação dos cônjuges, que iam em busca de melhores condições para a família e ganhar dinheiro suficiente para poderem chamá-los (ficavam as mães com os filhos ainda pequenos ou só os filhos, com os avós).
Lembro-me também de uma rapariga que casou um rapaz emigrante e ficou uns bons anos na aldeia e só depois que nasceu o filho é que foi para junto do marido. O casamento não foi por procuração, mas hoje à distância vejo o quanto estranho foi aquele casamento. Ainda vivem em França e já são avós.
Bom domingo e um abraço.

Lua Singular disse...

Oi Elvira.
Tô aqui de volta
Quantos sofrimento nessa Terra de Deus, a maioria sofre com o descaso, intriga, mentiras, etc; mas temos que acreditar, com a ajuda dos anjos tudo mudará.
Beijos
Obrigadinho
Lua Singular

Lua Singular disse...

Fiz mais um comentário e sumiu
Pode verificar pelos dois comentários que fiz: X e XI
Beijos
Lua Singular

Fê blue bird disse...

Elvira, estou a pôr a escrita em dia pois tenho estado ausente .

Beijinho