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30.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXV


Teresa dormiu mal, incomodada por uma dor nas costas que não a largava desde as dez horas da noite. Não que ultimamente não tivesse sempre dores, só o ter que estar deitada há quase dois meses lhe fazia dores no corpo, mas aquelas eram mais intensas. 

Será que estava com alguma infeção urinaria, interrogou-se? Tentou virar-se para o outro lado e gemeu levando à boca o lençol para evitar acordar a enfermeira. "Coitada" - pensou - também quase não dormira, ela levara a noite a chamá-la, a toda a hora aflita por uma premente vontade de urinar. Os últimos tempos não tinham sido nada fáceis, mas Graças a Deus, a gravidez estava quase no fim.

O mês de Fevereiro ia a meio e ela tinha a cesariana marcada para o dia um de Março, altura em que estaria com trinta e seis semanas.

 Para trás ficara o casamento do cunhado, a que não assistira, o Natal passado em casa, com os noivos, acabados de regressar da lua-de-mel, Olga, e a Inês e família. Nessa altura ela dera folga às enfermeiras, para que também elas tivessem o Natal com as suas famílias, e Olga fizera questão de dormir no seu quarto e cuidar dela com todo o carinho. Às vezes Teresa pensava, no que levara Olga a escolher uma vida solitária. Apesar dos quarenta e seis anos, tinha ainda um aspeto jovem, era bonita, inteligente e carinhosa.  

Voltou a sentir uma dor mais forte e desta vez não conseguir evitar o lamento que acordou a enfermeira. Gabriela levantou-se e aproximou-se da cama.

-Que se passa dona Teresa? - perguntou a ver o seu rosto pálido e crispado.

Teresa explicou-lhe e a enfermeira alarmou-se:

- Meu Deus devia ter-me dito logo ontem, - disse afastando a roupa para a observar precisamente no momento em que a bolsa amniótica se rompia e Teresa tinha a sensação de que acabava de fazer xixi na cama.  Gabriela endireitou-se e correu para o telemóvel dizendo:

- Os bebés não querem esperar mais tempo. Vou chamar a ambulância, e telefonar à doutora Laura.

Ao mesmo tempo que falava ao telemóvel, ela corria para o quarto de vestir onde pegou nas malas com as roupas dos bebés, para levar para o hospital e colocou-as em cima do sofá. Depois foi bater à porta do quarto do empresário gritando que tinha chegado a hora.

Correu à casa de banho, lavou-se e vestiu-se com toda a rapidez.

Depois ajudou Teresa a sentar-se na cama para trocar a camisa de dormir molhada e vestir-lhe o robe. Tinha acabado de o fazer quando João entrou no quarto já vestido, e os dois ajudaram Teresa a deslocar-se até ao sofá, porque a cama estava toda molhada. Ela  movia-se com muita dificuldade. Estava com  trinta e quatro semanas e além das dores, pesava mais vinte e cinco quilos. 

Já no sofá agarrou a mão do marido como se buscasse nele a coragem que lhe faltava.  

-Tenho tanto medo, João. E se eles ainda não estão capazes de sobreviverem? - disse com as lágrimas a deslizar pelo rosto pálido e suado.

Embora ele também estivesse apreensivo, disse:

-Não penses nisso, amor. A natureza é sábia. Se eles querem nascer é porque estão prontos para enfrentar o mundo. E depois a doutora Laura não te receitou aquele medicamento para acelerar o desenvolvimento dos pulmões e parte respiratória? Vai correr tudo bem, vais ver.

Naquele momento chegou a ambulância e os paramédicos apressaram-se a transportar a jovem depois de terem sido informados pela enfermeira do "rebentamento das águas" e de que se tratava de uma gravidez múltipla de trinta e quatro semanas.

Já na entrada do elevador, o empresário disse:

-A Gabriela pode ir para casa. Eu sigo com a Teresa para o hospital.

- Por favor dê-me notícias. Fico em cuidado, - respondeu a enfermeira.

29.11.20

DOMINGO COM HUMOR





Um idoso vai à farmácia e pergunta:

- O senhor tem Viagra?

-Tenho sim. Quantos quer?

-Dê-me 4 mas por favor parta cada um, em quatro partes.

-Mas um quarto de um comprimido não lhe dá uma ereção completa, - informa o farmacêutico.

- Não faz mal. Eu não quero uma ereção completa, só quero que levante um pouquinho para não mijar os chinelos.




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Dois alentejanos encontram-se e um pergunta:

- Antão, compadri, já sê que estêve em Lisboa! E gostou do que viu?

O outro:
- Se gostê, amigo Zèi! Olhi, e até estive no hotéli mais caro da Capitali!

O primeiro:
- Ó compadri, e isso nã lhe saiu caro!

O outro:
- Nã senhori! Eu só entrêi e nã fiquêi lá mais de três minutos…




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Num restaurante, pergunta o cliente ao empregado de mesa:
- Qual é prato do dia?

O empregado de mesa:
- Língua de vaca estufada.

O cliente:
- Nunca como o que sai da boca de um animal!

O empregado;
- Então, se preferir, podemos fazer uma omolete…



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O pai avisa o filho:

- Filho quando você entrar no ónibus, diga que tem 9 anos.

O menino questiona:

- Mas pai, eu não tenho 10 anos?

O pai explica

_ Sim mas se você disse que tem 10 anos eu vou ter de pagar o seu bilhete.

O ónibus chegou e eles entram e o revisor pergunta ao menino:

-Quantos anos você tem?

O menino responde :

-Tenho 9

E quando é que você faz 10 ? - pergunta o cobrador.

-Quando descer do ónibus - responde o menino


                                                         ********


Numa aula de ciências, o professor faz uma experiência. Coloca 4 lombrigas em tubos de ensaio com diferentes conteúdos.

Uma em álcool, outra em fumo, a terceira em uísque, e a quarta em água.

No dia seguinte mostra o resultado aos alunos. Todas estavam mortas exceto a que estava em água. 

E então pergunta aos alunos:

- Que lição podemos tirar desta experiência?

Levanta-se o Joãozinho e diz:

-Que quem toma cachaça, fuma e bebe uísque, não tem lombrigas.

27.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXIV


Naquele dia, a ida à consulta foi mais demorada, pois Teresa teve que fazer análises, antes de poder ser atendida pela médica.

Mais tarde, já na consulta, a doutora não se mostrou nada surpreendida ao saber que os dois eram agora um casal. Disse, que ao ver a emoção dos dois, aquando da ecografia anterior, e o modo como ambos se olhavam, pensou que o destino deles seria o casamento. Depois explicou-lhes que as análises que tinha feito eram, a de anticorpos anti-toxoplasmose, e da diabetes, e que estava tudo bem.

A ecografia, foi mais demorada, a médica estava muito atenta a cada um dos bebés, sem fazer comentários, o que estava a pôr o casal muito nervoso.

Finalmente disse-lhes que os bebés estavam ótimos, não apresentavam qualquer deficiência,  os órgãos abdominais, estômago, intestinos e fígado estavam completos e os bebés mediam agora quase  quinze centímetros, da cabeça às nádegas e pesavam cerca de duzentos e cinquenta gramas. Era um pouco menos do que um bebé único com o mesmo tempo, mas estava muito bem para trigémeos. E mostrou-lhes o sexo dos bebés no ecrã. Dois meninos e uma menina. 

-A partir de agora,  disse a doutora Laura, eles já distinguem o bater do seu coração e o som da sua voz. Também vêm e experimentam emoções e partilham consigo. as suas mudanças de humor e as suas sensações, razão porque deve evitar ao máximo emoções fortes.

Teresa queixou-se da barriga já bastante grande e do peso a mais e a médica riu-se dizendo-lhe que três bebés não se podiam desenvolver no espaço de um e quanto ao peso ainda ia aumentar mais uns bons quilos Pois a partir de agora os bebés iriam crescer com muito mais rapidez do que até aí. 

-E a propósito - acrescentou - muito cuidado com as guloseimas, em que o Natal costuma ser farto.  

Disse-lhe ainda que a partir de agora, iria ter muito mais sono, e provavelmente baixas de tensão arterial quando deitada de barriga para cima, ou sentada, devido à pressão do útero na artéria aorta e veia cava quando o corpo está nessas posições.

Acrescentou ainda que era cada vez mais importante o repouso, não podia fazer esforço absolutamente nenhum.

Teresa aproveitou para perguntar:

-O meu cunhado vai casar, dentro de quinze dias e desejava que fossemos os padrinhos. A doutora acha que eu posso ir? 

- Se fosse uma gravidez normal, eu diria que sim desde que não estivesse muito tempo em pé e evitasse as emoções intensas. No caso da Teresa, com uma gravidez múltipla, não aconselho. Nessa data já estará com vinte e duas semanas e daqui para a frente o tempo é muito importante. 

Tem que aguentar esses bebés no útero o máximo de tempo possível, para que os seus órgãos internos ganhem maturidade e quando realizarmos a cesariana, eles estejam capazes de funcionar normalmente e não oferecerem riscos de sobrevivência para os bebés. O ideal seria como já lhe disse na última consulta, conseguir chegar às trinta e seis semanas, embora isso seja raro nas gravidezes múltiplas.  O facto de estar a toda a hora acompanhada de uma enfermeira, sossega-me. 

A propósito, deve ser a enfermeira que a acompanha, a colocar-lhe o cinto de segurança sempre que tenha de andar de carro. Uma má posição do cinto, pode causar danos graves aos bebés. E, a partir de agora quero vê-la de quinze em quinze dias.

E pronto, por hoje é tudo, aqui tem a marcação da próxima consulta, as receitas foram enviadas para o seu email.

O casal despediu-se, e saiu. Na sala de espera, Sandra perguntou se precisava entrar.

- Desta vez não - disse João encaminhando-se para a saída. -  A doutora Laura já nos fez todas as recomendações, e disse-nos que devia ser a Sandra a colocar o cinto de segurança na Teresa, pois se colocado de forma incorreta pode trazer danos aos bebés. Acompanhe a Teresa, enquanto eu vou buscar o carro.

25.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXIII




Casaram três semanas depois, numa cerimónia íntima, no átrio da sua casa, tal como João propusera. À, já de si bela decoração do átrio, que se assemelhava a uma sala, no meio da natureza, um decorador, juntou uma pequena gruta e uma cascata além da mesa da cerimónia. 

 Dos vestidos de noiva, que uma conhecida casa de modas levara até Teresa, ela escolhera um modelo, comprido em cetim e renda, cortado sob o peito e caindo a direito pois disfarçava a sua notável barriga, apesar de contar apenas quinze semanas.


Foram padrinhos do noivo, Olga e David e da noiva Inês e seu pai, Mário.

Além destes e do Conservador que ia realizar a cerimónia, estavam apenas, meia dúzia de pessoas mais, pessoas por quem os noivos tinham consideração. Helena, a noiva de David, o advogado, Afonso Cardoso e esposa, dada a relação de amizade que os ligava ao noivo, Gustavo, o marido de Inês, o filho Martim, muito compenetrado no seu papel de levar à madrinha  as alianças e Sofia, a mãe de Inês, e mulher de Mário, além claro de Sandra, a enfermeira.

 Eram poucas pessoas, sim, mas eram aquelas com  quem tinham uma verdadeira ligação de amizade e com quem eles queriam partilhar aquela mudança nas suas vidas. E todos puderam testemunhar a genuína emoção dos noivos, quando pronunciaram os votos. 

 No final da cerimónia houve uma pequena comemoração, e pouco depois a noiva agradeceu a presença de todos e retirou-se acompanhada pela enfermeira e pela madrinha, que a ajudaram a despir-se e a deitar-se. 

 E Outubro chegou ao fim  com o início do outono apresentando-se nubloso, mas não frio. Nos dias em que o sol se dignava aparecer, Teresa, sempre acompanhada por Sandra, passeava um pouco pelo terraço, admirando as cores vibrantes, com que a natureza ia pintando as árvores no parque lá em baixo. Por vezes sentavam-se num cadeirão conversando como se em vez de paciente e enfermeira, fossem duas amigas. E na verdade era assim que  Teresa, considerava a simpática enfermeira. Das três,  aquela com quem ela menos se ligara, fora com Gabriela, a que ficava com ela de noite.  Não porque não fosse  carinhosa e competente, mas porque passava quase todo o tempo a dormir.

No que se referia à sua rotina, o casamento não viera alterar grande coisa. Os dois faziam juntos as refeições, conversavam, faziam planos para o futuro, como qualquer outro casal. Escolheram o quarto mais perto do principal, para os bebés, e já o estavam a decorar, ou melhor, Teresa escolheu os móveis em revistas de decoração e o marido encomendou-os, depois de ter contratado uma empresa que esvaziou o aposento e o pintou como motivos infantis. 

João, estava decidido a ser para os seus filhos, um pai bem diferente do que tinha sido o seu. Por isso investigou na Internet tudo sobre bebés e a interação dos pais com eles. E ao ler num desses sites que os pais deviam estabelecer contacto com os bebés, cantando-lhes, ou contando-lhe histórias antes de nascerem, para que se fossem habituando à sua voz, decidiu fazê-lo. Comprou alguns livros com histórias infantis, e todas as noites, depois do jantar, levava Teresa para o escritório, sentava-a no sofá, sentava-se a seu lado e pegando num dos livros, lia em voz alta uma história para os bebés. Por vezes interrompia-se para acariciar o ventre dela, e dizer aos filhos que gostava muito deles, que os esperava com ansiedade, coisas que ela não sabia se os filhos ouviam, ou entendiam, mas que a ela a emocionavam, e faziam com que cada dia se sentisse mais apaixonada pelo marido.

E aos dias, cada vez mais pequenos, sucediam-se as noites, o tempo corria inexoravelmente, o ano aproximava-se do fim. Na semana seguinte iniciava-se Dezembro, o mês do Natal, e do casamento do seu cunhado. David queria que eles fossem os seus padrinhos, mas embora ela tivesse desenvolvido, uma relação de amizade com o cunhado e gostasse bastante dele e da sua noiva, não se sentia com coragem para enfrentar uma cerimónia na igreja, antecedida por uma missa. Completara vinte semanas de gravidez, mas o ventre estava tão dilatado, que parecia ter pelo menos mais dez, e pesava mais catorze quilos.  

Bom, - suspirou naquela noite antes de adormecer. Vamos ver qual a opinião da doutora Laura, amanhã na consulta.

 

 

23.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXII

 


-Boa tarde Olga.  Alguma novidade? – perguntou o empresário ao passar pela secretária da sua assistente.

- Comunicaram do armazém para avisar que já seguiu a encomenda do Survive II, para a Holanda. E o dr. Afonso diz que precisa falar contigo, por causa do contrato dos estagiários.  Mas diz-me, como correu a consulta da Teresa, está tudo bem com ela e os bebés.

- Vem, falamos no meu gabinete, - disse abrindo a porta.

Uma vez lá dentro, João despiu o casaco e pendurou-o num cabide, afrouxou e tirou a gravata, e pendurou-a também.

-Senta-te mulher, - disse ao ver que Olga  continuava de pé. - Estou cansado de te dizer, que quando estamos sós, não tens que aguardar ordem para te sentares.

Ela obedeceu e esperou que ele falasse.

A médica disse que está tudo bem. A Teresa, está com bom peso, e os bebés já estão formados. Até já vimos que um é menino. Os outros dois tinham o sexo escondido. Parece que daqui para a frente é só crescerem e desenvolverem os órgãos internos. Imaginas o que é um bebé que da cabeça aos pés, mede cinco centímetros?

- Mais pequeno que qualquer boneco. Os meus parabéns. E a gravidez continua a ser de risco?

-Sim, mas segundo a médica, parece que a partir de agora o risco de aborto diminuiu e embora a Teresa tenha que continuar com muito descanso não precisa passar o resto da gravidez de cama a não ser que surja qualquer problema. Pelo menos por agora pois também lhe disse que depois das vinte e quatro semanas é provável que volte a estar o tempo todo deitada, para tentar aguentar os bebés o máximo de tempo possível, pois se nascerem muito antes das trinta e seis semanas, provavelmente precisarão de incubadora. E sabes a novidade maior. Convenci a Teresa a casar comigo. Finalmente vou saber o que é pertencer a uma família, a minha.

- Que bom João.  Fico tão feliz por ti, que tenho vontade de abraçar-te.

- E o que esperas para o fazer? - retorquiu pondo-se de pé.

Ela também o fez e os dois abraçaram-se emocionados.

- Lembras-te do que te disse a primeira vez que me falaste da Teresa depois da primeira visita dela? - perguntou Olga com a voz embargada, enquanto se sentava de novo. 

-Sinceramente, não.

-Eu disse: "Deus os fez, Deus os juntou" Acredito nisso, sabes? E acredito que vão ser uma família feliz. E para quando é o casamento?

- Por tudo o que te disse, o mais breve possível. Espero que dentro de duas, três semanas no máximo. Amanhã vou começar a tratar de tudo, e espero que me ajudes, pois, receio esquecer-me de algo importante. Vai ser uma cerimónia íntima, com pouco mais que os padrinhos, lá em cima no átrio. Depois dos bebés nascerem, casamos pela igreja e fazemos então a festa que não é possível agora, dadas as circunstâncias. E, claro, que conto contigo para minha madrinha.

-E eu sinto-me honrada pelo convite. Parece-me que tens tudo mais ou menos delineado, por isso só tens que me dizer o que queres que eu faça.  A propósito, não me mostraste o anel de noivado.

- Meu Deus, o anel. Como é que me esqueci disso? Anda, veste o casaco e vamos à ourivesaria.

-Agora? Esqueceste o doutor Afonso?

- Olha, liga para o departamento jurídico e passa-me a chamada.

Minutos depois estava em contacto com o advogado.

- Boa tarde, Afonso. Que se passa com os estagiários?

- Estão a terminar o estágio. E dos três, dois são mesmo muito bons e gostava de continuar com eles, o problema é que só temos vaga para um.

- Traga-os amanhã ao meu gabinete às dez e resolvemos isso. Agora preciso sair.

22.11.20

DOMINGO COM HUMOR




 Diz ele:

- Eu sou o ”Lobo Mau”.

Diz ela:
- E eu sou o ”Capuchinho Vermelho”.

Ele:
- Sabes porque é que tenho uns olhos tão grandes?

Ela:
- É para me veres melhor!

Ele:
- E porque é que eu tenho uns braços tão compridos?

Ela:
- É para me abraçares melhor.

Ele:
- E porque é que eu tenho uns lábios tão grossos?

Ela:
- É para me beijares melhor.

Ele:
- Então e se fossemos para a cama?!

Ela:
- Para quê, se o ”resto” é tão pequenino…


                                             **************


Um casal assiste ao noticiário na TV quando dão a notícia de que a Farmacêutica Pfizer  criou uma vacina com 90% de eficácia.

-A Pfizer não é a farmacêutica que criou o Viagra? - pergunta a mulher

- É sim, - responde o marido. 

- Eu acredito naquela vacina, - continua a esposa- se eles foram capazes de ressuscitar mortos, também conseguem curar os vivos



                                           ***************



Altas horas da madrugada, o casal acorda ao som insistente da campainha da casa. O dono da casa levanta e pela janela pergunta:
- O que é que você quer?
- Olá, eu sei que é tarde. Mas preciso que alguém me empurre. A sua casa é a única nesta região. Você precisa me empurrar!
Louco da vida, o recém-acordado replica:
- Eu não te conheço, são 4 horas da manhã, e me pede para te ajudar? Ah! Vai te catar! Você tá bêbado.
E ele volta pra cama. Sua mulher, que também acordou, não gosta da atitude do marido:
- Você exagerou. Você já ficou sem bateria antes, você bem que poderia ajudar esse cara.
- Mas ele está bêbado - desculpa-se o marido.
- Mais um motivo para ajudá-lo - insiste a mulher. Ele não vai conseguir sozinho. Você, foi sempre tão prestativo!

Tomado por remorsos, o marido se veste e vai para a rua.
- Hei, cara, vou lhe ajudar! Onde é que você está?
E o bêbado, gritando:
- Aqui, no baloiço!!!



**************


Um casal foi a uma Feira de Animais e na primeira “box” encontraram uma tabuleta que dizia: “ESTE TOURO COBRIU 50 VEZES NO ANO PASSADO”.

A mulher ao ver aquilo, a brincar deu um toque no marido e disse:
- Hum ele cobriu 50 vezes no ano passado… uma vez por semana!

Continuaram a andar e na próxima “box” estava uma tabuleta que dizia: “ESTE TOURO COBRIU 150 VEZES NO ANO PASSADO”

A mulher deu uma palmadinha nas costas do marido e disse:
- Elah isso são três vezes por semana! Tu podias aprender alguma coisinha com ele.

Continuaram o passeio e noutra “box” encontraram uma tabuleta que dizia em letras garrafais: “ESTE TOURO COBRIU 365 VEZES NO ANO PASSADO”

A mulher de tão excitada que estava deu uma cotovelada ao marido que quase partiu uma costela:
- Isto dá uma vez por dia. REALMENTE podias aprender alguma coisa com este.

O homem já farto da conversa da mulher, olha para para ela e diz:
- Vai até ali e pergunta-lhe se foi sempre com a mesma vaca…



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Numa roda de novas ricas, diz a Ema à Joaquina que era loira:
- Detesto jogar às cartas com a D. Inês. Está sempre a perguntar-me baixinho qual é o trunfo.

E diz a Joaquina:
- Ah, isso deve ser mesmo irritante! Olhe, minha querida, só eu, quando jogo, nem pergunto o que é isso do tal trunfo…



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Um agricultor alentejano foi até Coimbra visitar o filho, que ali estudava numa Faculdade. O alentejano viajou de comboio e, à chegada, já tinha o filho à sua espera.

Depois dos beijos, abraços e algumas palavras de circunstância, diz o velho:
- Que linda maneira de me receberes! Mal saio do comboio, pedes-me logo dinheiro!

Responde o filho:
- Então, meu pai, não tenho culpa que o comboio tenha chegado com quase meia hora de atraso…

20.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXI

 


- Porque embora eu espere viver muitos anos, para desfrutar da família que vamos criar, ninguém sabe o dia de amanhã, “para morrer, basta estar vivo” como costumava dizer a falecida dona Hortense, mãe da Olga. E eu quero que se me acontecer alguma coisa, tu e os meninos estejam legalmente protegidos pelo casamento, e sobretudo que eles não sejam considerados bastardos. Também quero que me prometas, que se me acontecer alguma coisa, lhe dirás sempre que  eles foram concebidos com muito amor, e não saibam nunca a maneira fria e mecânica, como foram gerados. Prometes-me isso?

-Prometo.

E aceitas que o casamento seja o mais rápido possível?

-Visto por esse ângulo sim, muito embora  me custe a entender que penses nisso. Afinal de contas és um homem jovem e saudável.

-Aos vinte anos era mais jovem e também me julgava saudável e sabes o que aconteceu. Claro que eu espero viver ainda muitos anos, mas sempre ouvi dizer que mais vale prevenir do que remediar. Mas, deixemos de lado pensamentos tristes e diz-me. Como sonhaste o teu casamento?

- Nunca sonhei que me casaria a não ser na adolescência, e nessa altura,  penso que como todas as jovens, sonhava com um casamento de princesa. Depois cresci e a vida se encarregou de me mostrar que os príncipes só existiam nas histórias infantis. Na vida real, os homens estavam mais para sapos, do que para príncipes. Desculpa…

-Não tens que pedir desculpa, não me sinto nem uma coisa, nem outra. Quero que saibas, que devido à minha situação profissional, sou um homem que está habituado a tomar todas as decisões. A ser sempre eu a decidir, o que se faz e o que não se faz.  Sei que aquilo que eu quero e penso, não tem de ser forçosamente aquilo que tu pensas e queres. Então promete-me, que sempre que isso acontecer mo dirás. Para que cheguemos a bom porto, sem  que tenhas que te anular, em função do que eu penso ou desejo. Esclarecido este ponto, vou dizer-te o que pensei em relação ao nosso casamento. Com a certeza de que mudarei, aquilo que não te agrade. 

Pensei que dado o teu estado, podemos realizar uma cerimónia íntima, aqui mesmo, lá fora no átrio, que é um espaço bonito. Poderás escolher o vestido e tudo o mais que precisares pela Internet, e a Olga ou a Inês poderão tratar do assunto. Ou, o que eu penso ser bem mais prático, eu telefono para uma loja da especialidade e eles mandam alguém com vários modelos para escolheres e experimentares, até porque dada essa barriguinha,  decerto terão que fazer alguns ajustes no modelo que escolheres. 

Convidaríamos os padrinhos e alguns familiares deles;  como por exemplo, Helena, a noiva do meu irmão, e Sandra a tua enfermeira, ou as três se preferires. Do teu lado creio que também não são muitas pessoas.

- A Inês e família, incluindo os pais dela, pois já te falei, do quanto os pais dela, têm sido importantes para mim.

- Claro que sim. Depois da cerimónia, teríamos aqui uma pequena comemoração.  Após o nascimento dos bebés, poderemos então realizar o teu casamento de sonho,  uma cerimónia na Igreja, e uma festa num hotel, para alguns dos meus melhores clientes e colaboradores. E até fazer uma festa no refeitório para todos os outros empregados.

 A lua-de-mel, é que é mais complicado, acredito que nem eu, nem tu, vamos querer viajar e deixar três bebés ao cuidado de amas; e uma lua de mel com três bebés e três amas, no mínimo seria muito estranho.  De modo que penso que a lua de mel terá que ser protelada por um ano ou dois, até que os meninos estejam mais crescidos e depois quem sabe, podemos deixá-los com a Olga e as amas. Estás de acordo?

- Sim - disse ela, recostando-se e procurando mudar a posição do corpo.

- Meu Deus estás cansada. Vem, - disse estendendo-lhe a mão para a ajudar a levantar - se. Tens que te deitar um pouco, esqueci que as emoções também cansam. Mais logo ao jantar acabamos a conversa.

Abriu a porta e logo Sandra saiu da sala e se preparou para acompanhar Teresa ao quarto.

18.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LX

 


Lentamente ele levantou-se. Estendeu-lhe as mãos para a ajudar a erguer e aproximou-a do seu corpo. Pela sua cabeça, as ideias corriam rápidas como rajada de vento, o coração palpitando acelerado. Ele queria muito aquele casamento. Sentia desejo de uma família,  toda a vida fora um solitário. Mas não esperava aquele teste. E se ele não fosse capaz de transpor para o beijo o que sentia? Ou se ela não sentisse nada por ele? Todavia, toda a sua vida fora um constante desafio. Então porque temer mais um? Segurou-lhe no queixo com a mão esquerda, levantou a direita e com o indicador, percorreu-lhe suavemente o rosto numa carícia breve, que, contudo, fez Teresa tremer da cabeça aos pés.

Então inclinou o rosto e beijou-a suavemente, um beijo cheio de ternura, como se quisesse com ele demonstrar-lhe que não havia razão para os seus receios. Teresa ergueu os braços e enlaçou o pescoço masculino. Ele voltou a beijá-la, mas desta vez com mais intensidade embora não usasse a língua. Não, ainda não era  altura para isso, não  sabia até que ponto ela estaria preparada para o vendaval de sensações que o fustigavam, não queria assustá-la. Limitou-se a dar-lhe prazer com os lábios, mas, ou Teresa era muito sensível ou estava demasiado recetiva por causa das alterações hormonais. O certo é que ela suspirou, apertou o corpo contra o dele e entreabriu os lábios, oferecendo-se para ele, como uma rosa selvagem, se abre para o sol.

E então o desejo correu solto pelas suas veias, fazendo-o esquecer da sua intenção inicial. A sua língua penetrou a boca feminina, explorando e saboreando o gosto dela, que retribuía a carícia com igual paixão, compensando a falta de experiência com o desejo que a abrasava.

Por fim,  João desfez suavemente o abraço, provocando-lhe um queixume de protesto e ajudou-a a sentar-se.

- Meu Deus, o que foi isto, - murmurou ela. Sentia as pernas a tremer e o coração parecia querer saltar-lhe pela boca, pois lhe sentia o pulsar na garganta.

-Isto foi a prova de que o nosso casamento,  nunca será um mar de tédio. 

 Sentada, ela olhou em frente, e como ele permanecia de pé,  não pôde deixar de reparar,  como estava excitado e a vergonha que sentiu, fez com que o seu rosto ficasse  cor de carmim.

Um minuto depois, já sentado na frente dela, ele perguntou:

-E então, passei no teste? Aceitas casar comigo?

-Aceito.

Ele segurou-lhe a mão, e levou-a aos lábios.

-Prometo que farei tudo, para que nunca te arrependas. Então, se me deres os teus documentos, amanhã mesmo, começo a tratar dos papéis e podemos casar dentro de duas,  três semanas no máximo. Agora com a Internet é tudo muito rápido.

-Mas não podemos casar tão depressa! - exclamou ela.

-Porque não? - interrogou ele arqueando as sobrancelhas.

- Porque… porque o casamente tem certas exigências, que não são compatíveis com o meu estado, - disse nervosa.

- Por quem me tomas, Teresa? Não acredito que penses que após o casamento, te vou exigir relações conjugais. Posso não ser muito carinhoso, não ter nenhuma experiência do que é a intimidade ou o amor, mas não sou nenhum animal inconsciente. Se aceitares casar comigo, nada mudará na situação atual, a nossa relação como casal, virá depois que os bebés nascerem e quando estejas pronta para ela, e para mim.

- Mas então, porque temos de casar já? Porque não esperar até essa altura?

17.11.20

NOTÍCIAS

 


Boa tarde amigos.

Estou de volta. Na consulta de hoje foi-me dito que o olho não apresenta inflamação mas que devo continuar com o tratamento intenso que tenho estado a fazer por mais uma semana.  Também me foi dito que a retina está bem, mas que ela tem um anel de silicone, que só poderá ser removido +ou- dois meses após a remoção dos pontos da córnea, se depois de mos tirarem a retina não correr risco de voltar a descolar. Como vou tirar os pontos a 17 de Fevereiro, marcou a nova consulta da retina para início de Maio. "E se nessa altura houver risco para a retina? " perguntei. "Nesse caso terá de ficar com o anel e continuará a ser seguida regularmente"

Gente, não sou de choros, mas confesso que tive vontade de chorar. Fui operada a este olho no dia 4 de Fevereiro de 2019. Depois disso já sofri quatro operações. E ainda corro o risco de ter de ficar com o anel e estar sempre em vigilância. Que Deus me ajude. 

PARA MEDITAR


O Buda e o Mendigo

Uma parábola muito interessante. Espero que gostem


A todos os que me acompanham. Como sabem tirei pontos do olho no dia 11 e estou em tratamento. Hoje dia 17 tenho nova consulta em Santa Maria, e não quero de modo algum que me digam que estou pior pelo que não vos tenho visitado como merecem. Vou optar por visitar uns nuns dias outros noutros a fim de não cansar muito os olhos e não deixar ninguém para trás. Obrigado pela vossa compreensão.

16.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LIX



-Mas estas semanas alteraram tudo. O ter descoberto a verdade sobre a minha mãe, fez-me encarar as mulheres com outra confiança e pela primeira vez nos meus quase trinta e cinco anos, comecei a pensar que afinal o amor pode realmente existir, e não ser uma miragem, inventada por poetas e romancistas. 

Depois há as crianças, não uma, mas três. Demasiada carga para uma mãe solteira, e se não fora por mais nada, só por elas devíamos casar. Mas há mais. Desde que te conheci que admirei a tua coragem, a frontalidade com que abordaste o que aconteceu. 

E nestas semanas em que convivemos e conversámos diariamente, essa admiração deu lugar a um sentimento maior, que não te sei dizer se é amor, porque nunca convivi com ele e não sei bem o que é, o que sei, é que nada me faria mais feliz do que fazer parte da tua vida, - disse pegando-lhe na mão e apertando-a entre as suas.

Teresa escutara-o sem o interromper e continuou mais um longo minuto em silêncio, fazendo com que João se sentisse cada vez mais nervoso.

-Se bem entendo, acabas de me propor casamento, - disse por fim. Como sabes, essa é uma ideia que nunca me passou pela cabeça, pois tinha tão má ideia dos homens, como tu das mulheres. 

Também para mim, estas seis semanas alteraram muita coisa. Meu Deus, quando a médica me disse que em vez de um, eram três bebés, e que estava em risco de os perder, tive tanto medo. E quando me disse o que tinha de fazer fiquei apavorada. Como ia poder ficar os dias de cama, sem ninguém de família que me fizesse as coisas? 

A Inês é uma grande amiga, mas além da gerência da pastelaria, tem marido e um filho pequeno que requer muita atenção. Mas então tu chegaste e num instante resolveste tudo. E quando acordei na madrugada daquela primeira noite, e te vi no sofá, a postos para me ajudar se fosse preciso, também a minha ideia sobre os homens, sofreu um choque.

Fez uma pequena pausa e continuou.

Estas semanas de convívio, os teus cuidados, as longas conversas que temos tido, as confidências, tudo contribuiu para me convencer de que estava enganada e não te podia julgar pelos trastes que foram meu avô, meu pai e o Alfredo. Esse convívio, também fez com que te ganhasse um certo carinho, mas temo que isso por si só, não seja suficiente para que duas pessoas possam ser felizes juntas uma vida inteira, com todas as adversidades que ela acarreta, muitas vezes.  

E o casamento, apenas por causa das crianças, não me convence. Se nós estivermos infelizes com a relação, eles vão dar-se conta disso e vão sofrer mais, do que se vivessem apenas com um dos dois.

 Por favor não me interrompas, - disse ao ver que ele se preparava para o fazer. – Ainda não acabei. Eu não seria capaz de aceitar um homem na minha cama, sem um sentimento forte por ele. De modo, que em vez de argumentares, cala-te e beija-me.

- Queres que te beije?  De verdade? – perguntou ele surpreso.

- Sim, homem, quero que me beijes, agora, de verdade com tudo o que sentires.

- Mas… porquê agora?

- Porque os dois vivemos quase toda a vida, desconfiando do sexo oposto, sem acreditar no amor, e sem permitir a ninguém que penetrasse nos nossos sentimentos mais íntimos. Sentir desejo é fácil, ambos somos jovens, saudáveis, e bastante apresentáveis. 

Mas isso sendo importante, também não é suficiente, se não houver algo mais. É fácil juntar dois corpos, mas sentir aquela intimidade de duas almas que se completam, é totalmente diferente. E se não o sentirmos num simples beijo como vamos conseguir um casamento feliz? A paixão morre quando acaba a novidade. Tem que existir algo mais, para que a intimidade, e o amor persistam.


 

15.11.20

DOMINGO COM HUMOR





Pergunta a morena à loira:
- Já leste Romeu e Julieta?

Responde a loira:
- O Romeu, já! Julieta, não.


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 Duas amigas conversam e pergunta uma:

- Como está o sonambulismo do teu marido?

Responde a outra:
- Olha, já está curado! Fiz-lhe um tratamento, que nunca mais se levantou de noite.

- Ah, sim?! E que tratamento foi? – pergunta muito interessada a primeira.

Explica a segunda:
- Mandei embora a empregada que tinha vinte anos e arranjei outra que tem mais de cinquenta…



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A esposa levanta-se a meio da noite e percebe que o marido esta na sala a chorar. Ela aproxima-se e tentar perceber o que se está a passar… e ele responde:
- Lembraste quando namorávamos, tu tinhas 16 anos e engravidaste?

Ao que ela respondeu, com um sorriso nos lábios:
- Lembro-me muito bem como se fosse ontem amor.

Diz o homem:
- O teu pai disse-me que se não casasse contigo apanharia 20 anos de prisão…

- Sim e depois? Porque estas a chorar? Isso já passou amor! – insiste a mulher.

Responde o homem:
- Pois já, mas se eu estivesse preso estaria livre amanhã…


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Na aula de ciências, pergunta o professor:
- Pode dizer-me o  nome de cinco coisas que contenham leite?

Responde o Joãozinho com alguma dificuldade:
- Sim, senhor  professor: um queijo… e… e… quatro vacas!


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Um lisboeta foi passear ao Alentejo e grita em cima duma potente mota:
- Quem é que já viu uma máquina como esta?

Os alentejanos olham admirados e não respondem. O lisboeta vai gritando como um louco, por toda a aldeia:
- Quem é que já viu uma máquina como esta?

Mais adiante, o lisboeta e a máquina vão contra um muro. Então, um alentejano que o tinha ouvido, diz-lhe:
- Bem feito! É para não se armar em vaidoso…

Ao que ele todo amachucado, responde:
- Mas eu só perguntava quem é que já tinha visto uma máquina como esta, para me dizer onde eram os travões…


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Uma empresa, achando que estava na altura de mudar o estilo de gestão, contratou um novo administrador.
Este veio determinado a abanar as bases e tornar a empresa mais produtiva.
No primeiro dia, acompanhado dos principais assessores, fez uma inspeção por toda a empresa.
No armazém, todos estavam a trabalhar duro, mas um rapaz novo estava encostado à parede, com as mãos nos bolsos.
Vendo uma boa oportunidade de demonstrar a sua nova filosofia de trabalho, o administrador perguntou ao rapaz:
- Quanto é que você ganha por mês?
- Quinhentos euros, porquê?? - respondeu o rapaz sem saber que se tratava do administrador que, tirando quinhentos euros do bolso os deu ao rapaz dizendo:

- Aqui estão os seus quinhentos euros deste mês. Agora desapareça e não meta aqui os pés nunca mais!
O rapaz guardou o dinheiro e saiu o mais depressa que pôde.
O administrador, enchendo o peito, pergunta ao grupo de operários que assistia à cena:
- Algum de vocês sabe o que este tipo fazia aqui?
- Veio entregar uma pizza à secretária da direção - respondeu um dos operários.



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13.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LVIII







Nessa mesmo dia, depois do almoço, que pela primeira vez desde que se mudara para aquela casa, Teresa fez mais cedo, para comer à mesa com João, ele lembrou a promessa que ela fizera de tomar uma decisão após os três meses.

- Muito bem, - disse ela – promessas são para se cumprir. Se tiveres um tempo livre, podemos fazê-lo em seguida, na sala.

- Mas não te queres deitar agora, para descansares um pouco?

- Não. Há seis semanas que praticamente não saio da cama. Estou cansada do descanso, - disse sorrindo.  Vou só ao quarto para tomar as vitaminas, e avisar a Sandra de que pode ir almoçar, uma vez que ela não quis vir almoçar connosco. Espera-me na sala.

Ele ficou ali, a vê-la afastar-se pelo corredor, o olhar perdido na saia rodada de flores miudinhas, dançando à volta das esbeltas pernas da jovem.

Pouco depois as duas estavam de volta, e enquanto Sandra se dirigia à cozinha, Teresa encaminhou-se para ele que lhe deu o braço e disse:

-Vamos para o escritório. Tens lá o mesmo conforto e temos maior privacidade. Sandra, – disse dirigindo-se à enfermeira - pode usar a sala depois do almoço, se quiser ver TV ou ler. Não precisa estar metida no quarto, uma vez que a Teresa lá não está.

Já no escritório-biblioteca, depois da jovem se ter acomodado no sofá, ele puxou um cadeirão e sentou-se frente a ela.

Por momentos ficaram os dois calados, como se nenhum deles soubesse como começar uma conversa, que punha em jogo a vida de cinco pessoas. Então Teresa começou:

-Há uns meses atrás, eu tinha um sonho. Queria muito ser mãe, mas por tudo o que já te contei, e não vou repetir, decidi ser mãe solteira. Tinha e tenho uma boa situação financeira, uma habitação que embora não se possa comparar com esta casa é um bom apartamento como viste, e está situada numa excelente zona. 

Tenho uma casa e um terreno numa aldeia no Norte, perto do rio e a menos de um quilómetro de umas termas bastante frequentadas. Cheguei a pensar vender a pastelaria, e a casa e construir nesse terreno, uma pensão rural. Nas termas existem bons hotéis, mas há muitos locais perto, que são cada vez mais procurados pelo turismo e não há nada de turismo rural nem lá nem nas localidades mais próximas. 

Claro que eu não estava a pensar conhecer o pai do meu filho, nem dividir com ele a sua educação e muito menos, que em vez de um bebé, viessem três e, portanto, sinceramente não sei como dar volta a esta situação. E tu, que pensas?

- Durante estas seis semanas conversámos muito, contei-te coisas que nunca me atrevera a contar a ninguém de modo que me conheces suficientemente bem para que não te escandalize o que vou dizer. Quando entraste no meu escritório e me disseste que trazias no ventre o meu filho, imediatamente pensei que iria propor-te casamento.

 Acredito que a educação de uma criança não fica completa, vivendo apenas com um dos progenitores. Por razões que bem conheces, não acreditava no amor, não confiava nas mulheres, e pensei que quando chegasse a hora te proporia o casamento como se de um negócio se tratasse. Era bom para o bebé viver com os dois, e a relação de amizade de que falavas não me convencia, pois, amigos não vivem juntos, e eu não aceitaria ver o meu filho, apenas quando tu estivesses disposta a permiti-lo.

 Por outro lado, imaginava que em qualquer altura, podias arranjar  um companheiro, ou muito simplesmente mudares de ideia e desaparecer com a criança e  eu não queria o meu filho a ser criado por outro homem, muito menos ver-me envolvido numa longa batalha judicial pela guarda da criança.


Amigos, estive ontem e vou estar hoje a descansar os olhos. 

Espero que no sábado, já esteja suficientemente bem para 

voltar ao vosso convívio.