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23.11.20

CILADAS DA VIDA - PARTE LXII

 


-Boa tarde Olga.  Alguma novidade? – perguntou o empresário ao passar pela secretária da sua assistente.

- Comunicaram do armazém para avisar que já seguiu a encomenda do Survive II, para a Holanda. E o dr. Afonso diz que precisa falar contigo, por causa do contrato dos estagiários.  Mas diz-me, como correu a consulta da Teresa, está tudo bem com ela e os bebés.

- Vem, falamos no meu gabinete, - disse abrindo a porta.

Uma vez lá dentro, João despiu o casaco e pendurou-o num cabide, afrouxou e tirou a gravata, e pendurou-a também.

-Senta-te mulher, - disse ao ver que Olga  continuava de pé. - Estou cansado de te dizer, que quando estamos sós, não tens que aguardar ordem para te sentares.

Ela obedeceu e esperou que ele falasse.

A médica disse que está tudo bem. A Teresa, está com bom peso, e os bebés já estão formados. Até já vimos que um é menino. Os outros dois tinham o sexo escondido. Parece que daqui para a frente é só crescerem e desenvolverem os órgãos internos. Imaginas o que é um bebé que da cabeça aos pés, mede cinco centímetros?

- Mais pequeno que qualquer boneco. Os meus parabéns. E a gravidez continua a ser de risco?

-Sim, mas segundo a médica, parece que a partir de agora o risco de aborto diminuiu e embora a Teresa tenha que continuar com muito descanso não precisa passar o resto da gravidez de cama a não ser que surja qualquer problema. Pelo menos por agora pois também lhe disse que depois das vinte e quatro semanas é provável que volte a estar o tempo todo deitada, para tentar aguentar os bebés o máximo de tempo possível, pois se nascerem muito antes das trinta e seis semanas, provavelmente precisarão de incubadora. E sabes a novidade maior. Convenci a Teresa a casar comigo. Finalmente vou saber o que é pertencer a uma família, a minha.

- Que bom João.  Fico tão feliz por ti, que tenho vontade de abraçar-te.

- E o que esperas para o fazer? - retorquiu pondo-se de pé.

Ela também o fez e os dois abraçaram-se emocionados.

- Lembras-te do que te disse a primeira vez que me falaste da Teresa depois da primeira visita dela? - perguntou Olga com a voz embargada, enquanto se sentava de novo. 

-Sinceramente, não.

-Eu disse: "Deus os fez, Deus os juntou" Acredito nisso, sabes? E acredito que vão ser uma família feliz. E para quando é o casamento?

- Por tudo o que te disse, o mais breve possível. Espero que dentro de duas, três semanas no máximo. Amanhã vou começar a tratar de tudo, e espero que me ajudes, pois, receio esquecer-me de algo importante. Vai ser uma cerimónia íntima, com pouco mais que os padrinhos, lá em cima no átrio. Depois dos bebés nascerem, casamos pela igreja e fazemos então a festa que não é possível agora, dadas as circunstâncias. E, claro, que conto contigo para minha madrinha.

-E eu sinto-me honrada pelo convite. Parece-me que tens tudo mais ou menos delineado, por isso só tens que me dizer o que queres que eu faça.  A propósito, não me mostraste o anel de noivado.

- Meu Deus, o anel. Como é que me esqueci disso? Anda, veste o casaco e vamos à ourivesaria.

-Agora? Esqueceste o doutor Afonso?

- Olha, liga para o departamento jurídico e passa-me a chamada.

Minutos depois estava em contacto com o advogado.

- Boa tarde, Afonso. Que se passa com os estagiários?

- Estão a terminar o estágio. E dos três, dois são mesmo muito bons e gostava de continuar com eles, o problema é que só temos vaga para um.

- Traga-os amanhã ao meu gabinete às dez e resolvemos isso. Agora preciso sair.

16 comentários:

noname disse...

Ai se não existisse uma Olga ahahahah

Boa noite, Elvira

Maria João Brito de Sousa disse...

Ai, esta memória masculina, rsrsrs...

Forte abraço, amiga!

chica disse...

Está lindo e tudo se esncaminhando muito bem...E nós esperando um lindo final,cheio de coisas boas! beijos, linda semana,chica

Tintinaine disse...

Belo vai o romance! Que pena a vida real ser um bocado mais complicada. Ou somos nós que temos a capacidade de a complicar?
Não sei, que responda quem souber.

teresa dias disse...

É lindo o amor!
Olinda, espero-desejo que nada estrague tamanha felicidade. Pode ser?
Beijo, boa semana.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Eu sei que é ficção, mas estou a adorar este conto.
Obrigada Elvira.
Boa semana.
beijinhos
:)

Janita disse...

Sinto-me tão piegas, hoje, que até eu fiquei feliz pelo João!
Isto vai de vento em popa, Elvira.
Vá pensando noutra.

Beijinhos e que os seu olhos também sigam para a pronta recuperação.

aluap disse...

"o'noivo e que sabe" só que aqui o noivo tem a ajuda da madrinha e não do padrinho. Estou bastante curiosa com o que poderá acontecer.
Boa semana.
Um abraço.

Edum@nes disse...

O casamento está para breve. Afonso convidou Olga para sua madrinha e, os dois lá foram a correr à ourivesria comprar o anel de noivado.

Com saúde, tenha uma boa noite amiga Elvira. Um abraço.

Artes Ideias e Dicas disse...

E a cilada da vida continua .Espero que o final seja feliz....Bjs

Cidália Ferreira disse...

Fantástico de se ler, mais um bom capitulo:))
--
Um rosto sombrio...
-
Beijo e uma excelente semana.

lis disse...

Um romance e tanto Elvirinha
Espero que não azede no final rs
Precisamos de finais felizes não é ?
Espero que seus olhares estejam claros como está sua memória maravilhosa.
Grande abraço

Rosemildo Sales Furtado disse...

Casamento à vista e cheiro de felicidade no ar. Gostando e aguardando os futuros acontecimentos.

Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

Furtado

Ailime disse...

Bom dia Elvira,
Penso que nos aproximamos de um final feliz. Tudo se encaminha para que isso aconteça.
Entretanto, aguardemos.
Um beijinho e um ótimo dia.
Ailime

João Santana Pinto disse...

A história avança e os personagens vão acabando por preencher as peças deste bonito puzzle.

São muitos personagens (com dois principais), muitos locais de passagem, muitos temas tratados, uma disciplina e envolvimento difíceis de concretizar. Um grande trabalho de escrita.

Abraço e boa semana

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

A emoção é tão grande que ele esqueceu o anel de noivado, salvo pelo anjo Olga!
Abraços fraternos!