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27.5.18

CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA - PARTE VII



Quinze dias depois, Pedro acabara de chegar do Algarve, onde tinha formalizado a compra do Hotel Rio Azul em Albufeira. Não era uma grande unidade hoteleira, mas por algum lado se começa e de momento era o que estava disponível no mercado. cinquenta quartos, distribuídos por três pisos.
Tirou o casaco que pôs nas costas da cadeira, afrouxou o nó da gravata, tirou-a e meteu-a na gaveta, procurando ficar o mais confortável possível, para encarar um dia de trabalho intenso. Há três dias que estava fora, e no dia seguinte viajaria para o Porto para supervisionar as obras de ampliação do restaurante na cidade.  Em cima da secretária, tinha o envelope que no dia anterior Abílio Morais, o investigador a que sempre recorria, quando era necessário, entregara.
Abriu-o e leu atentamente todas as informações. Surpreendeu-se ao descobrir que a jovem Joana, tinha vinte e nove anos. Parecera-lhe muito mais nova e imaginou que fosse a irmã mais nova, de Catarina quando afinal era o contrário. Mas a sua surpresa foi muito maior ao descobrir que Joana tinha estudado restauração e hotelaria, e tinha formação em cozinha e pastelaria. Fora a responsável pela pastelaria, “Sonho de verão”,  no Príncipe Real, até há oito meses, altura em que teve de se despedir para cuidar da irmã  grávida e da mãe que na altura lutava contra um cancro na mama. Depois que a irmã morreu, dedicou-se ao fabrico de bolos e organização de festas de aniversário infantil. Criara uma firma na Internet e trabalhava por encomendas através dela. 
Segundo as informações recolhidas por Abílio, as duas irmãs eram muito unidas, e duas raparigas sossegadas. A mais nova apaixonara-se por um jovem bem-parecido e adiantara-se ao casamento. Quando o namorado soube que estava grávida, desapareceu e nunca mais souberam dele. A rapariga sofrera um grande desgosto, perdera a alegria e a vontade de viver, apesar de todos os esforços da irmã e da mãe, que sempre a apoiaram e animaram. Conseguira levar a gravidez até ao fim, mas dera o último suspiro, mal o filho nascera.
Pôs de lado o relatório e ficou pensativo. As informações coincidiam com o que Joana lhe havia contado naquele dia. Tinha que pensar no que ia fazer, mas ele queria aquele menino. Era da sua família, tinha direito a uma vida melhor do que aquela, que as duas mulheres lhe pudessem dar. Por outro lado, ele não tinha o direito de tirar-lhes a criança. Era tudo o que lhes restava, da filha e irmã que elas amaram. Ouviu-se um toque na porta e Rita entrou, trazendo alguns documentos para assinar.
- Aconteceu alguma coisa digna de registo enquanto estive fora? – Perguntou enquanto assinava o documento que tinha na sua frente.
- Nada a não ser os telefonemas da menina Cristina Barbosa, a perguntar se o senhor já tinha regressado. A propósito se ela telefonar hoje, o que faço?
- Passa-me a chamada. Faça com que este documento siga imediatamente para o seu destino. Depois localize o doutor Araújo e passe-me a chamada. É urgente.
- Mais alguma coisa doutor?
- De momento não, Rita.
A secretária pegou no documento e saiu, deixando-o entregue aos seus pensamentos.


18 comentários:

Andre Mansim disse...

Elvira, obrigado pelo grande carinho que você tem por mim.
Mesmo eu aparecendo aqui de vez em quando, mesmo eu não seguindo seus contos fantásticos todos os dias, você não desiste do meu blog e nem da nossa amizade.
Esse sistema do seu blog de postar todos os dias, fica pra mim quase impossível de acompanhar, e eu fico triste por isso, porque sinto por você uma amizade e admiração enormes.
Me perdoe e mais uma vez obrigado!!

Quanto a esse capítulo, eu não acompanhei a história desde o começo, mas como sempre, tudo que lí aqui, está muito bem escrito.

Um grande beijo!

Cidália Ferreira disse...

A Joana Barbosa ainda lhe vai ser muito útil! Alias, o meu pensamento diz-me que, a vida dá muita voltas e o destino vai uni-los para bem da Criança. Não é justo ela perder a única "coisa" que lhe resta. Juntarão o útil ao agradável. Digo eu, não sei!
AMEI!

Beijo e bom Domingo.

Os olhares da Gracinha! disse...

Vida difícil a da Joana!!!bj

Larissa Santos disse...

A vida dá muitas voltas. Essa Joana já passou por boas. Porém, não merece que lhe retirem o sobrinho. Precisa de ajuda,isso sim


Hoje:- {Poetizano e Encantando} Ciúme, da minha ilusão sombria. .

Bjos
Votos de um óptimo Domingo.

chica disse...

Tenho cá comigo que esses dois vão se ajeitar...Juntos!rs bjs, chiuca

Edum@nes disse...

Pelo menos, Pedro, dá sinais de interesse em ajudar a criança. Nada que ele não possa fazer. Porquanto tem dinheiro de sobra. Fica-lhe bem se o fizer. Além da criança ser órfã de pai e mãe. Penso que o sangue que lhe corre nas veias mais os aproxima um do outro!

Tenha um bom dia de domingo amiga Elvira.
Um abraço.

jorge esteves disse...

Bom, vamos ver se atino com o recado todo...
Não sei como foi em Vila Viçosa; ou seja, correu bem a viagem, os objectivos foram atingidos, o resultado foi bom...?
Depois, atrasado como ando, por aqui (uma outra hipótese é a minha amiga ser demasiado profícua na escrita, que me faz lembrar o amado Camilo...), tive de ler seis capítulos de uma assentada. E...
não é que a romana (numeração) encalacrou na quarta e quando engatou a quinta saltou da quarta para a sexta? A caixa das velocidades assim, amiga, vai para o maneta! Ai vai, vai...
Bom e cá estou, com fome (é dos restaurantes...) dos próximos escritos.
É preciso, e importante, que diga: gosto do seu escrever!
Saúde, amiga!
(e, por favor, não deixe que o protagonista ponha um 'chef' na cozinha!... Ia estragar o estrugido!)
abraço, amiga Elvira!
jorge

Anete disse...

O mundo dá muitas voltas, penso que dessas conversas surgirá um relacionamento impactante... Rsss...
Colocando neste domingo em dia as minhas leituras aqui...
Desejo que a sua saúde já esteja normalizada, Elvira.
Um abraço grande

aluap disse...

Como o título é "Casamento de conveniência" e houve uma época que era frequente os casamentos serem feitos por interesse, mais que por amor, este viria depois, vou dizer que me cheira a casamento e este bebé, mesmo que o primo do Pedro não seja o pai, será criado com muito amor.
Boa semana.

Joaquim Rosario disse...

boa tarde
já disse aqui que qualquer conto que meta crianças, tem um sabor especial e este não foge á regra . Vai ser uma historia muito emocionante !!!
JAFR

Cantinho da Gaiata disse...

Já estou fazendo o filme todo na minha cabeça, isto vai dar uma linda história de amor.
Beijinho grande.

Janita disse...

Já estou a alcançar o sentido do "casamento de conveniência".
A convivência irá trazer o amor...:)

Acho que o Pedro vai colocar os pontos nos ii's com a Cristina, de modo a tirar-lhe as ilusões. É notório o seu interesse pela Joana e pelo Pedrinho...

Um abraço, boa semana e melhor inspiração.

Kique disse...

O amor começa a pairar no ar
Bjs

Hoje em Caminhos Percorridos - CASTIDADE !!!

Tintinaine disse...

Li de manhã, comento à noite!
Já é a segunda vez que me acontece!
Boa semana, Elvira!!!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Que história maravilhosa, estou cada vez mais encantada tudo.
Beijos e uma semana feliz!

Pedro Coimbra disse...

A solução óbvia é uma família alargada.
Vamos ver se o Blogger já se porta melhor hoje.
Boa semana
Abraço

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Muitíssimo interessante o desenrolar da história.
Vamos ver, mas parece-me que ficarão juntos no final e criarão o menino.
Beijinhos,
Ailime

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
LENDO MUITO ANIMADA POIS ESTOU ADORANDO.
http://zilanicelia.blogspot.com.br/