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26.5.18

CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA - PARTE V




-Não seria melhor deitar o bebé um pouco no sofá? – Perguntou assim que a secretária saiu. - Deve estar cansada, e além disso pode ser perigoso, que beba o chá com ele ao colo. Ajudou-a a levantar-se e ficou a observar o cuidado com que deitava o bebé no sofá. Quando se voltou e encaminhou para a mesa, não pode deixar de reparar que apesar de não ser uma mulher alta, tinha um corpo escultural.
- Açúcar? - Perguntou.
Ela negou com a cabeça. Não sabia o que fazer ou dizer, sentia-se pouco à vontade na presença daquele homem poderoso, e desconcertante, que ainda há poucos minutos parecia disposto a maltratá-la, e agora se mostrava afável. Pegou na chávena que lhe estendia e levou-a à boca, pensando quão injusta fora a vida para a sua irmã, para ela, e para o menino que naquele momento dormia de novo.
Ele estendeu-lhe a mão dizendo:
- Ainda não me disse o seu nome. O meu já sabe, sou Pedro Mesquita, dono desta empresa.
- Joana Teixeira, - respondeu retribuindo o cumprimento.
- Agora que já nos apresentámos, gostaria de saber. Conheceu o pai do bebé? Se foi algum dos meus empregados talvez eu possa ajudar.
-Claro, - ela tirou da mala o telemóvel, procurou uma fotografia, e estendeu-lhe o aparelho dizendo. – Aqui está. Esta foto, foi tirada dois dias antes do  seu desaparecimento.
Ele pegou no telemóvel e sentiu que os seus piores receios se confirmavam. Desde menino, o primo sempre tivera o costume de se desculpar com ele, quando fazia qualquer asneira. Mas manter o hábito já adulto, e chegar ao ponto de engravidar uma jovem enganando-a quanto à sua identidade era demais.
- Este homem trabalhou aqui sim. Mas o seu nome era Paulo Amado e não Pedro Mesquita. Morreu num acidente há seis meses. Lamento,- disse estendendo-lhe o aparelho.
- Meu Deus! Então o seu abandono não foi propositado, como nós pensávamos. Pobre criança que não chegou a conhecer pai nem mãe.
Pedro não teve coragem para lhe dizer que o primo era um cafajeste, que nunca iria assumir o filho, porque se as suas intenções fossem nobres, não teria trocado o nome. Afinal o primo estava morto, não valia a pena manchar mais a sua memória. Olhou o relógio. Dezoito e quarenta e cinco. O dia estava a acabar, não tinha nada pendente, para acabar nesse dia. Tomou uma decisão.
- Veio de carro?- Perguntou
- Vim de metro.
- Pegue o bebé, eu levo isto, - disse agarrando a bolsa, onde ela carregaria decerto as coisas do menino. Venha, levo-a a casa.
-De modo algum. Já perdeu imenso tempo comigo.
- Não discuta comigo. Afinal a criança é filha de um empregado meu. De certa forma sinto-me responsável. E a senhora deve estar muito cansada.
Esperou que ela acomodasse o bebé numa espécie de bolsa, no colo, e depois apontou-lhe a porta, e seguiu-a. Ao passar pelo gabinete onde a sua secretária desligava o computador, e se preparava para sair despediu-se com um simples até amanhã, e seguiu para o elevador atrás de jovem


20 comentários:

Larissa Santos disse...

Complicado... A criança sem pai nem Mãe? Isto promete :))

Hoje:- Tocar-te-ei, sem limites, qualquer canção .

Bjos
Votos de uma óptima Sexta -Feira

Janita disse...

:) Esta história vai ser das que gosto!!

Essa criança vai ser criada com muito amor, oh se vai...


Um abraço, bom fim de semana

Cantinho da Gaiata disse...

Acho que esta história promete.
Estou a adorar e ainda agora começou.
BJ e bom fim de semana.

Joaquim Rosario disse...

boa tarde
isto mexe com a nossa alma !!
JAFR

Teresa Isabel Silva disse...

Esta criança tem mesmo problemas! E agora?

Bjxxx
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Os olhares da Gracinha! disse...

Quem pensaria que
.. alguém se fez passar por ele!?
bj

Edum@nes disse...

Afinal o pai da criança. É o mariola do seu irmão que sem conhecer o seu rebento partiu para o outro mundo. Pelo menos tem um tio cheio de pastel que, se calhar o ajudará e, quem saber se ainda poderá apaixonar-se pela tia do seu sobrinho?

Tenha uma boa noite de Sexta-feira e um bom fim de semana amiga Elvira.
Um abraço.

chica disse...

Está maravilhosamente bem enredada essa história!ADORANDO! bjs, chica

Rui disse...

!!! Neste aspecto, tudo esclarecido ! ... Todo o caminho livre para a escritora nos surpreender com o seu talento criativo ! :)

:) Abraço, Elvira

Cidália Ferreira disse...

Esta vai ser bem interessante!!!:)

Beijos. Bom fim de semana

Tintinaine disse...

História cabeluda, a coisa complicou-se com a morte do culpado. Mas o Pedro não vai deixar o priminho ao abandono, espero eu.

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga Elvira!
Muito boa está ficando com uma alternativa que se insua para o destino da mulher e da criança...
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm fraterno de paz e bem

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Se no início essa história está assim maravilhosa, imagine do meio para o fim, vai ser um arraso!!!
Beijos!

Isa Sá disse...

A passar por ca para acompanhar a historia.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

esteban lob disse...

Por lo general, amiga Elvira, los casamientos por conveniencia terminan siendo "nada de convenientes". Así es en la larga historia del mundo, pero en este caso te felicito por la variada trama de tu historia, entretenida y llena de matices.

Feliz fin de semana para ti y familia.

Meu Velho Baú disse...

Continuo a acompanhar....
Beijinhos

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
Uma historia muito interessante e já com bastante suspense.
O primo trocar o nome, entretanto faleceu e Pedro parece ser uma pessoa de nobre coração. Que irá ser do bebé?
Vou continuar a ler.
Beijinhos,
Ailime

Gaja Maria disse...

Está a ficar muito interessante :)

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
LENDO.
http://zilanicelia.blogspot.com.br/