Coz é uma das mais antigas povoações dos Coutos de Alcobaça.
Reza alguma História que sete séculos antes de Cristo, terão fundado os fenícios, próximo de Alcobaça, uma colónia a que deram o nome de Coz, ou Cós, em memória da ilha com o nome de Kos, de que então eram senhores, pertencente ao arquipélago de Esporádes, nas proximidades das costas da Ásia Menor.
Segundo alguns historiadores a construção deste mosteiro data de 1279, pelo abade do Mosteiro de Alcobaça, D. Fernando, cumprindo assim uma cláusula do testamento do rei D. Sancho II. Este mosteiro seria construído, segundo esse testamento, para albergar as mulheres viúvas que levassem uma vida religiosa. Estas assegurariam o bom funcionamento do Mosteiro de Alcobaça, e fizeram o Mosteiro de Coz evoluir até se tornar num dos mosteiros mais ricos da Ordem de Cister, no início do séc. XVI.
O Mosteiro não foi fundado, mas antes "fundamentado" pela existência das "mulheres piedosas" desde o inicio do séc. XIII e pelo consentimento da Abadia de Alcobaça.A localização primitiva do Mosteiro na baixa Idade Média, permanece uma incógnita embora se creia uma implantação coincidente com as reconstruções posteriores. O Mosteiro sofreu várias obras de reconstrução, reformas e redecoração, ao longo dos séculos, sendo a maior depois do terramoto de 1755, que o teria deixado muito danificado.
Com a extinção das ordens religiosas em 1833, as monjas tiveram que partir para o Convento de Odivelas, e o Mosteiro foi vendido a particulares.
Seguiu-se o saque e a ocupação dos espaços. Deste mosteiro atualmente só resta a igreja, pertencendo a fonte, o celeiro e a adega, que lhe estavam anexos, a particulares e estando o restante em ruínas, nomeadamente os dormitórios que podemos apreciar no exterior, num plano perpendicular à igreja. Nesta fotografia se pode ver o que fizeram do Mosteiro.
Nesta planta se pode apreciar como seria grandioso este monumento. Tudo que tinha valor aqui foi roubado e empregue em outras construções.
Por exemplo, neste palacete em Alcobaça, que hoje é um Colégio, foram utilizados os claustros do Convento de Santa Maria de Coz. Vamos então visitar a igreja.
A igreja é composta por uma nave única com o altar-mor uma posição mais elevada. A nave da igreja está dividida em duas partes por um arco e uma grade de clausura em talha dourada, que separa totalmente a parte reservada às monjas da parte reservada ao público.
Esta grade separava as monjas do resto do público. Mas não se pense que era apenas esta grade. Não. Do lado delas havia um grosso reposteiro que impedia qualquer olhar para o mundo. Imaginem que na parte do mosteiro hoje destruído, havia uma sala onde o publico ia para negociar com elas. Porque o convento tinha terrenos e elas precisavam comer. Assim arrendavam esses terrenos a troco de legumes e frutas. Ora bem havia uma grossa parede, com alguns furos para que elas pudessem conversar com o visitante, mas para que ele não espreitasse do outro lado havia uma cortina. E quando o negócio era feito, havia na parede uma roda onde eram colocadas as coisas e assim passavam de um lugar para outro sem que se vissem ou tocassem
Este lado era aquele onde o padre ia rezar a missa, o que estava aberto ao público.
E este o lado onde as monjas estavam. Enquanto a parte pública tem azulejos até metro e meio de altura, aqui toda a nave está revestida de azulejos.
Aqui os diversos altares laterais. Nossa Senhora de Fátima.
Destaque para o Purgatório de Josefa de Óbidos.
Nos posts do Mosteiro de Alcobaça, falei-lhes de S. Bernardo. Uma lenda diz que S. Bernardo era tão Santo porque foi alimentado com o leite da Virgem. Esta pintura representa isso. Neste quadro vê-se a Virgem com a mão no seio, de onde sai uma linha branca que vai para a boca de S. Bernardo. Na foto não se vê bem, foi tirada com telemóvel, não havia grande luz e não se podia usar flash.
O altar em madeira folheada a ouro.
No qual se destaca uma sagrada família muito rara. Pensa-se que poderá ser única. Senão reparem.
A Sagrada Família é sempre representada com Jesus bebé ao colo da mãe. Aqui vemos um menino de uns três anos caminhando entre os pais.
Pormenor das colunas
Sacrário
Fontes: Explicação do guia
folheto do Convento