Fizeram amor ali mesmo, no sofá da sala, ansiosos demais para aguardar a chegada ao quarto. Mais tarde, acalmada a tempestade que traziam dentro de si, e já no leito, voltaram a fazer amor, desta vez com menos paixão e mais amor. Depois Odete deitou a cabeça no ombro do marido e suspirou. Ele sussurrou.
- Amo-te tanto. Ia enlouquecendo
de saudades.
- Estranho amor que não impede a
traição.
- Traição? O que queres dizer com
isso?
-Tu sabes. A Inês.
- A Inês, o quê - Perguntou
afastando-a e sentando-se na cama.
- Porque pensas que me fui
embora? - Perguntou ela, finalmente disposta a pôr a nu a dor que guardou durante quase quatro anos. Descobri a tua traição, e não conseguia viver contigo sabendo que me
enganavas.
Ele pôs-se de pé sem se preocupar
com a sua nudez. Estava pálido e furioso.
- Quer dizer que me abandonaste
porque meteste na cabeça que eu tinha alguma coisa com a Inês?
- Não meti nada na cabeça. Eu sei
que vocês eram amantes.
- Nunca fui amante da Inês, fui
seu noivo, antes de te conhecer, e isso, eu próprio te contei. Depois que casei contigo não me deitei com
mais ninguém. Que raio de homem, pensas que sou? E que tipo de mulher és tu, que
pensando que eu sou esse ser amoral e promíscuo, foste capaz de fazer amor
comigo?
Estava tão zangado que por
momentos ela pensou que estava a falar verdade. Mas como podia ser, se ela
tinha a prova?
Ele pegou na roupa e disse.
- Podes dormir aqui. Eu
durmo no outro quarto. Amanhã podes partir. A obrigatoriedade de viveres nesta casa, terminou neste momento.
Dirigiu-se à porta. Ela
enrolou-se no lençol e foi atrás. Agarrou-lhe num braço.
- Espera João, não podes estar a
falar a sério. Vamos falar, esclarecer as coisas.
- Deixa-me. A hora de
esclarecimentos perdeu-se no tempo. Saber que me abandonaste por uma suspeita
ridícula e sem fundamento, que não confiaste em mim, nem foste capaz de me
falar sinceramente, deixa-me doente. És a maior desilusão da minha vida. Nunca mais quero ver-te.
Saiu batendo a porta com
estrondo. Ela atirou-se para cima da cama e durante muito tempo, chorou amargamente. Naquele momento
teve a certeza de que o marido estava a ser sincero. Mas e aquela carta? Tinha
sido uma intriga de Inês para separá-los? Depois de ter visto a dor e a raiva nos
olhos do marido, não tinha a menor dúvida, no entanto continuava a fazer-lhe confusão, como aquela carta foi parar ao bolso do casaco dele, sem que de alguma forma tivessem estado juntos.
Já passava da meia-noite quando se levantou, tomou um duche,
vestiu um pijama e voltou para a cama, pensando que tinha afastado de si a única hipótese de ser feliz.
Agora não havia volta a dar. O marido nunca lhe perdoaria.
Tudo acabara de vez.
Tudo acabara de vez.
Parece que a história acabou. Qual é a vossa opinião? Ponho aqui um fim? Ou continuo?
DIA 19 DE MARÇO - DIA DO PAI
Porque hoje é um dia triste, o meu pai partiu há 9 anos, não interrompi a novela para um post alusivo ao dia. Apesar disso quero desejar a todos os amigos que por aqui passam, um feliz dia.
21 comentários:
Nãooooooo. Tem de continuar! Ela tem que lhe dizer da carta, pior é que não a tem, sei lá. Nossa Senhora, então e onde fica o amor deles?
Não quero este final, looool
Beijos
Acho que não Elvira. Ela tem que lhe dizer os motivos da separação e ele saber o que a Inês foi capaz de fazer. Mas tu é que sabes, amiga. Um beijinho e, embora triste por nāo ter o meu, deixo um abraço de parabéns aos pais de tua casa. Obrigada, Elvira
Emilia
Acabar? Que nada. Ele tem que ver a carta da Inês. A roupa ainda não foi toda lavada.
Boa tarde Elvira
Não pode acabar sem se saber da realidade das coisas. A Inês tem de ser desmascarada (a ser mentira) que andou com ele.
Gostei no inicio, não gostei do final.. Quero continuação :))
Hoje:- Saudosa Viagem...
Bjos
Votos de uma boa Segunda-Feira.
Feliz dia para todos os Papás.
Não!! !! Falta desmascarar Inês pra que não fique de santinha! Eles se amam então falta mais um pouco...😘😘chica
Este final vem de encontro mais ou menos ao que eu pretendia; a continuar gostava que após esta cena o João percebesse que afinal nem gosta desta Odete, mas a Elvira é que melhor sabe.
Um abraço.
Não soa a final algum.
A Elvira sabe disso.
Solte lá os dois a conversarem que se por causa disto ficarem mais quatro anos sem se falar seria de supor que, se Adão e Eva fossem igualmente obstinados, teriam sido o início e o fim da espécie ahaha.
Claro que continua!! Era o que mais faltava morrermos na praia...Ela, essa maluquinha de Arroios, bem merecia este fim, mas há que dar-lhe a oportunidade de meter juízo na cabecinha e saber que não se condena ninguém sem antes ouvir o que tem a dizer em sua defesa...depois, ambos se amam e eu gosto tanto de finais felizes!!...
Adelante, adelante! Amai-vos e que sejam felizes para sempre! :)
Um abraço
Bem, Elvira, dou-lhe os meus parabéns, esta parte da história está com os ingredientes todos e, todos eles com a temperatura certa. Queimou um bocadinho ali pelo meio, mas o leve sabor a queimado acabou por emprestar à história muito mais ênfase.
Eu cá acho que deve continuar, a história merece um outro desfecho, penso eu.
-/-
O dia do Pai faz sentido a partir do momento em que alguém lembra o seu com vontade de que não parta nunca, mas quando parte, mesmo assim, a presença parece que continua ali, viva.
Um abraço, Elvira. Boa semana.
Não será esse o fim. Algo mais falta para esclarecer. Se João ama a Odete, não acredito que assim sem mais nem menos dela se queira separar. Só por ela ter desconfiado da sua sinceridade!
Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.
Olá querida Elvira,
Estória muito interessante, sem dúvidas.
Sinto muito pelo seu pai, não importa o tempo a saudade sempre é grande. Hoje também seria aniversário do meu avô querido, faria 96 anos, há vinte e um anos partiu e a saudade ainda é grande, ainda mais nesses dias especiais, mas o consolo é que estão em bons lugares.
Grande beijo e uma ótima semana.
O fim ?? Não esta estória tem que continuar...
Bjs
https://caminhos-percorridos2017.blogspot.pt/
Um amor tão grande não pode acabar assim!
Venha o próximo capítulo.
Boa noite Elvira,
Esta história tem sido muito linda, no entanto gostaria ainda que a Odete falasse ao João da Inês mais abertamente.
Eles têm que esclarecer tudo ao pormenor. Não podem ficar com ressentimentos.
Beijinhos,
Ailime
Acompanhando, sempre...
Bom, pelos comentários, certamente que a Elvira vai prosseguir.
Mesmo assim, deixo a minha opinião: não, esta história não podia terminar neste episódio, a clarificação da situação teria de ocorrer.
Bjinho
Agora falta desmascarar de vez a pessoa que tentou instalar a desarmonia no casal.
Como eu sei que isso é importante!
Abraço
Ave Maria, tem que continuar colocar toda verdade para fora, desmascarar a peste da Inês e tudo o mais.
Beijos!
Elvira por favor.....para dar o final a este belo romance temos que saber o que se passou na realidade nesta história de Amor com muitas contradições
Beijinhos
Não, não pode terminar assim...
Não! A história da carta deve ser relatada e encontrada uma forma de desmascarar a Inês, pois ela tem de pagar pelo que fez. Que o amor fale mais alto.
Abraços,
Furtado
Ele está a ser palerma, espero que lhe passe e que eles ainda possam ser felizes...
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