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5.3.18

A TRAIÇÃO - PARTE IV





A sua estatura, não ultrapassava o metro e sessenta, mas era bem proporcionada e o corpo apresentava umas curvas tentadoras. Era empregada de uma pastelaria perto da sua casa, onde ele entrara uma vez por acaso, a fim de tomar o pequeno-almoço antes de ir para o hospital, e de onde acabou por se tornar freguês diário por causa dos lindos olhos de Odete, e do seu jeito tímido e simpático tão diferente das mulheres com quem ele se dava ultimamente.
Encantou-se com ela, mas se por um lado compreendeu que a jovem não era mulher que se contentasse com uma simples aventura sem compromisso por outro lado assustava-o a juventude dela, que tinha exatamente menos dez anos do que ele.  Porém um dia convidou-a para uma ida ao cinema, depois para um passeio e quase sem dar por isso, estavam apaixonados.
Odete era a mais nova dos quatro filhos da família Oliveira. Os dois irmãos mais velhos, ainda solteiros, eram emigrantes em França, para onde tinham partido em busca de uma vida melhor. A sua irmã casara com um inglês, que conhecera no Algarve onde estava a trabalhar, e vivia em Leeds. O seu pai era camionista e a mãe, trabalhava numa firma de limpezas. A jovem terminara o secundário e aceitou o primeiro emprego que lhe apareceu, precisamente naquela pastelaria perto da casa do médico. Aurora, a mãe de João aprovou feliz a escolha do filho. “Odete é uma mulher a sério, filho. Uma das nossas” dissera-lhe depois de conhecer a jovem. Casaram meio ano depois. Uma cerimónia simples mas muito emotiva. E durante  mais de três anos foram muito felizes.
Odete era uma mulher maravilhosa, apaixonada, que transformara a sua vida solitária e sem graça, numa vida alegre e feliz.  De súbito, um dia, a sua mulher começou a mudar. Naquela época ele trabalhava muito. Saía do hospital às quatro horas e seguia para o seu consultório, onde atendia até às oito, nove horas. E depois ainda havia as noites de plantão no hospital. Acabava por chegar a casa, como se costuma dizer de rastos e talvez por isso inicialmente nem se tivesse dado conta da mudança subtil da mulher. Uma manhã ao chegar depois de mais uma noite de plantão, encontrou-a com sinais evidentes de ter chorado. Interrogou-a e ela disse-lhe, que eram saudades de Laura a sua irmã. Pensou que era normal e como estava demasiado cansado foi-se deitar. 

23 comentários:

noname disse...

Pois...

Boa noite Elvira

Gaja Maria disse...

Boa noite Elvira

Tintinaine disse...

Ainda agora conhecemos a Odete e parece que já vai desaparecer. Será?
Boa semana Elvira.

Pedro Coimbra disse...

Vida de médico é complicada.
E pode dar origem a situações emocionalmente muito complicadas.
Conheço alguns casos assim.
Boa semana

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história.


Isabel Sá
Brilhos da Moda

Joaquim Rosario disse...

bom dia
há pessoas que precisam da presença física no amor .
JAFR

Cantinho da Gaiata disse...

Olá amiga Elvira, não desapareci, estive muito ocupada, mas cá estou para pôr a leitura em dia.
Mais uma história que me está a encher a alma.
Vamos ver no que vai dar, espero que o João lhe comece a dar mais atenção, senão vai ficar novamente só.
Beijinho grande e uma excelente semana.

chica disse...

Acompanhando ,gostando e esperando...beijos,chica e linda semana!

Jaime Portela disse...

Li de seguida os primeiros quatro capítulos e, como sempre, achei a história bem contada e com os ingredientes que tornam o texto agradável na leitura.
Fico à espera dos próximos capítulos...
Boa semana, amiga Elvira.
Beijo.

António Querido disse...

Vamos ver se o Sr.Dr. tem tempo para curar essa paixão!

Abraço

Mariazita disse...

Li este capítulo e, com a curiosidade desperta, fui ler os anteriores.
A diferença de idades não me parece problema, conheço muitos casais com diferenças de idades grandes, que são muito felizes.
O pior é essa vida que ele leva...
A mulher precisa de um mínimo de atenção e mimos...
Vamos ver no que isto dá...

Obrigada pelos votos de melhoras dos meus dedinhos…

Votos de uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Olinda Melo disse...


Desgostos, só desgostos tem esse rapaz. Primeiro foi com a Inês e agora com a Odete. Mas, talvez a Odete esteja com algum problema...

Bj

Olinda

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

É sempre complicada a vida de médico.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Emília Pinto disse...

E este Sexta Feira é uma autêntica fábrica de histórias, Elvira. Mas, como sempre atrasada, tive que ler muita coisa, os últimos capitulos da anterior e agora estes 4 . Estou a ver que tenho de vir cá todos os dias para não me atrasar, pois é melhor acompanhar capitulo a capitulo Vamos lá ver o que acontece com a Odete, mas parece-me que ela se sente muito sozinha. Claro, quem aceita casar com um médico, deve estar preparada para este tipo de vida. Beijinhos, Elvira e até ao próximo capítulo
Emilia

Cidália Ferreira disse...

Bem, oxalá que o foco no trabalho e só trabalho, não vá estragar o seu casamento...


Beijo e uma excelente semana.

Manu disse...

Gostei do que li.
Vamos ver o que se segue, fiquei curiosa.

Abraço

Edum@nes disse...

A mãe de João aprovou,
que não seja um mau frete
porquanto, João se apaixonou
pelos lindos olhos de Odete!

Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
Um abraço.

Smareis disse...

Estou adorando cada capitulo. Vamos ver o que acontece com os olhos de mel nos próximos capítulos.
Beijos Elvira!

redonda disse...

O que se estaria a passar com a Odete?

Andre Mansim disse...

Hummmmmm sei não hein... Saudade da irmã???
Quero ver.

Lua Singular disse...

Mulher carente,
Tem que ter marido presente
Beijos
Lua Singular

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Estou atrasada na leitura, mas vou acompanhando para colocar em dia e não perder nenhum capítulo dessa história maravilhosa.
Beijos carinhosos!

Unknown disse...

A vida de médico às vezes se compara à de viajantes, cercada de ausências.

Abraços,

Furtado