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13.3.18

A TRAIÇÃO - PARTE XVI






Às onze e meia, da manhã de sábado, Odete entrou na casa onde vivera os anos mais felizes da sua vida, e onde iria voltar a viver, a troco da saúde da sua mãe. Não sabia o que lhe reservava o futuro, mas sabia que ia ser doloroso, viver debaixo do mesmo teto que o marido, pois apesar da dor da traição, e do tempo que vivera longe, o seu amor por ele continuava intacto. Por mais que a razão tentasse esquecê-lo o coração não obedecia.
- Bom dia, - saudou-a o marido. Vejo que não esqueceste a chave. Como está a tua mãe?
- Bom dia. Como queres que esteja? Cada vez mais debilitada. Obrigado pelo que estás a fazer por ela.
- Não me agradeças. Os teus pais sempre me trataram como se fosse um filho. A única queixa que tenho deles, é a de não me revelarem o teu paradeiro, mas acredito que por imposição tua. Vai guardar a mala no quarto e prepara o suficiente para uma noite, vamos viajar.
- Não vou a lado nenhum. A minha mãe pode precisar de mim a qualquer momento.
- A tua mãe pode precisar de cuidados médicos e se assim for, a enfermeira avisar-me-á imediatamente e eu tomarei providências. Tenho um colega pronto a atendê-la se for necessário. Vai, faz o que te disse e não demores. Almoçamos pelo caminho.
Mordeu os lábios e engolindo a resposta agreste que lhe apetecia dar, pegou na mala, e dirigiu-se ao quarto de hóspedes. Ele que não pensasse que iam partilhar o quarto.
Mudou de roupa pôs o essencial numa maleta, e regressou à sala.
-Estou pronta, - anunciou
-Vamos, - disse tirando-lhe a maleta das mãos e dirigindo-se para a porta.
Entraram no carro e durante um certo tempo, mantiveram-se em silêncio
- Pode saber-se para onde vamos? - Perguntou ao ver que João entrava na autoestrada do norte.
-A Aveiro ver a minha mãe.
- A tua mãe está em Aveiro? A fazer o quê?
-Logo depois que desapareceste, a tia Margarida ficou viúva, e a minha mãe foi passar um tempo com ela para a animar. Gostou de viver lá e como as duas são viúvas resolveu ficar . Uma faz companhia à outra. Gosta muito de ti e pergunta-me sempre porque não te levo quando vou vê-la.
- Eu também gosto muito dela, foi sempre muito carinhosa comigo.
- Folgo sabê-lo.
O silêncio caiu de novo sobre eles. Intenso, sufocante. João mantinha-se sério, atento à estrada, ela estava espantada. Por que razão a sogra, perguntava sempre por ela? Acaso não sabia que se tinham separado? Será que João tinha escondido isso da mãe?  E porque razão o faria? Teria esperança de que ela voltasse?
Nessa altura, João saiu da autoestrada, na direção de Torres Novas, onde tinha decidido que iam almoçar.


20 comentários:

noname disse...

Muito seco para o meu gosto,mas...

Boa noite Elvira

Cantinho da Gaiata disse...

Bem que podia ser mais meiguinho para a rapariga.
Isto de histórias a prestações faz o meu coração ficar nervoso😂
Mais logo cá estarei.
Bj

Pedro Coimbra disse...

às vezes a sogra ajuda a relação em vez de atrapalhar...
Abraço

Tintinaine disse...

Vai em passo de caracol, mas eu aguento!

Fatyly disse...

...e...aguardarei pelo novo capítulo que promete:)

Beijocas e um bom dia

Joaquim Rosario disse...

bom dia
um bom almoço para o casal !!!
JAFR

Isa Sá disse...

a passar por cá para acompanhar a história.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

chica disse...

B em instigante agora essa visita à sogra, assim de repente, mesmo deixando a mãe dela doente ...Vamos ver o que a Elvira nos reserva,rs...beijos, chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está interessante minha amiga.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

António Querido disse...

Ainda passam pela Figueira, vou-me encontrar com eles na avenida!

O meu abraço.

Larissa Santos disse...

Será que alguma coisa vai dar certo??

Hoje:- Âmago em transparências
.
Bjos
Votos de uma boa Terça - Feira.

Cidália Ferreira disse...

Acho muito duro e decidido. No entanto, não sei se com isso irá ter sorte... Estou em pulgas! :)

Beijinhos

Edum@nes disse...

Ela tudo tem para ser feliz,
então, o que mais é ela quer
Odete sendo apaixonado mulher
senhora deve ser do seu nariz?

Do céu não cai a felicidade,
como das nuvens caí água na terra
João declarando a sua sinceridade
será que Odete não acredita nela?

Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
Um abraço.

Manu disse...

Quem sabe se a sogra não será um elemento chave nesta história.


Abraço Elvira

Meu Velho Baú disse...

Estou curiosa vou ler o outro capítulo.....:))
Beijinhis

Anete disse...


Quantos mistérios envolvidos neste conto... Um relacionamento sem acordos transparentes e sem confiança nenhuma... Desde o início a conversa sincera faltou!
Vamos ver o que vem pela frente...
Boa quarta-feira... Bjs

Ailime disse...

Boa tarde Elvira,
João está a abusar um pouco da bondade de Odete, que pela mãe se está a sujeitar a todas estas imposições!
Vou continuar a ler.
Beijinhos,
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Ambos escondendo o amor que sentem!
Beijos carinhosos!

Andre Mansim disse...

Esses dois... Será que vão dar o braço a torcer?

redonda disse...

Mantém-se o problema entre eles: não conversarem sobre o que é importante, o que sucedeu, o que sentem...