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23.3.18

CONVERSANDO COM O LEITOR




Nunca em todos os outros contos ou novelas (eu chamo-lhes conto, a minha professora de literatura, diz que são novelas, contos são os outros curtos que escrevo de vez em quando)  que vos tenho contado, um personagem foi tão controverso como este João. E o que era ele? Um homem bem sucedido profissionalmente, que escondia uma vida pessoal, cheia de insegurança com uma vontade de ferro. Logo na apresentação vi-mo-lo ao espelho, e soubemos que se achava feio. Não gostava dos olhos, da boca  e do queixo, Depois vimos que era um homem muito solitário. Tinha que ser sempre o melhor nos estudos, e não convivia com os colegas. No fundo como vinha de uma família muito pobre, tinha medo da rejeição por parte deles. A primeira vez que se apaixonou, a amada trocou-o por um homem mais rico o que acentuou a sua insegurança, que ele tentava compensar com trabalho, porque aí ele sabia que era bom mesmo. Quando se apaixonou por Odete, hesitou em assumir esse amor, porque ela era mais jovem, Casou e o receio de que ela o trocasse por um homem mais jovem e mais bonito acompanhou-o sempre. Sem experiência amorosa, pensou que dando-lhe uma vida de Princesa ela ia amá-lo sempre. Quando ela o abandonou, ele sempre pensou na traição, com um homem mais jovem, mas o seu amor era tão grande que não contou a ninguém e secretamente esperava que ela voltasse. Ele perdoaria, faria com que ela voltasse a amá-lo e ninguém saberia. Esta foi a personagem que eu criei, e tentei passar-vos.
Por seu lado a Odete também era muito insegura. Era uma mulher muito jovem que se apaixonou por um doutor famoso, homem mais velho e experiente. Ela considerava-se inferior, e daí  ter ido estudar, mas ainda assim ela temia que ele a traísse por uma mulher com mais estudos, uma médica talvez, ou mais rica, como a Inês. Secretamente ela temia que ele se cansasse dela, e a trocasse por alguém ,mais dentro do estrato social dele.
A Inês, bom se a Inês não tivesse enviado aquela carta, vocês pensam que este casamento teria sido feliz? Não. Se não fosse a Inês seria outra coisa qualquer, o casamento não tinha pernas para andar a menos que os dois vencessem os demónios que traziam dentro de si
Mas ela teve sim impacto na trama. muito embora Inês  verdadeiramente não quisesse o João. Ela julgava-se uma Princesa e irritava-se que ele não lhe prestasse a atenção que os outros homens lhe prestavam. Daí que quando ele se apaixonou por ela perdeu o interesse. Quando voltou, e o encontrou casado, quis testar até que ponto ainda tinha influência sobre ele, e como ele não lhe ligou decidiu vingar-se. Mulher vivida percebeu logo o ponto fraco de Odete e agiu apenas por vingança.
Mas não foi de todo a culpada desta separação. Porque nesta história não há inocentes. Todos são culpados.
Foram enriquecedores para mim enquanto pessoa que gosta de escrever, os vossos comentários. eles são sempre o barómetro que me diz se estou ou não a passar na escrita aquilo que imaginei.
Foi curioso que senhoras e cavalheiros se viraram contra o doutor, por causa da chantagem exercida sobre a esposa. E tinham razão, Chantagem é sempre má mas quando exercida sobre a vida de uma pessoa é uma monstruosidade. O próprio João tem consciência disso, mas ele pensa que é uma arma como outra qualquer para reconquistar a mulher. De resto com puderam ler no final, o tratamento da sogra nunca esteve em causa.
Apesar de alguns se terem irritado a meio da história, o que me levou a pensar acabar a história mais cedo, deixando subentendido que o caminho seria o divórcio. Mas afinal provou-se que não era isso que queriam, com uma exceção.
A próxima história só começará em Abril. Não tem nada a ver com as últimas, desde logo porque começa em 1968, altura em que alguns de vós ainda não tinham nascido.
Mais uma vez obrigada a todos, pela atenção que dedicam às minhas histórias.





22 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

Personalidades iguais a muitos de nós com (in)sucessos ... como na vida real!
bj

Larissa Santos disse...

Quem agradece sou eu, por escrever com carinho para mim, e ouros leitores lerem.

vou agora ler o último.. Imaginando um bom final

Hoje:- Endiabrados, desejos que me atormentam

Bjos
Votos de uma boa Sexta-Feira

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Vamos esperar por Abril e por uma nova história.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Tintinaine disse...

E para Abril já não falta muito. Vamos com paciência!

chica disse...

Imagino o quanto deves ter "convivido" com esses personagens na imaginação, enquanto tramavas os enredos e mudanças daqui e dali. Tiro o chapéu pra ti! parabéns sempre! Vamos esperar abril e o novo conto! beijos, chica

Anete disse...


Gostei desta conversa aqui, Elvira. Complementou a minha interpretação. Um conto/novela muito bem escrito e com doses psicológicas de suspenses.
O meu abraço... Guardei um pedaço de bolo p vc/Vida & Plenitude, rsss...

noname disse...

Obrigada a si que nos mantém em suspenso, nas tramas que inventa :-)

Feliz Páscoa Elvira

AFlores disse...

E venha daí a nova história, com o mesmo carinho e dedicação que emprega nas suas histórias.
Bem-haja
Tudo e bom!

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde!
A Elvira esteve muito bem e soube "dar-nos" um final que desejávamos. Obrigada por me proporcionar bons momentos de leitura. :)


Beijo... Bom fim de semana

Joaquim Rosario disse...

boas
assim é que tem interesse , pois não assim fosse a historia passava a ser banal e sem qualquer motivação .
JAFR

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Elvira!
Você dá um jeito para tudo pois escree muito bem.
Nem sempre tenho tempo hábil para comentar mas, quando venho, leio os anteriores...
Seja sempre feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm de paz e bem

Acrescenta Um Ponto ao Conto disse...

A história teve um desfecho interessante, que de certa forma já se vislumbrava.
Aguardamos o próximo.

Convidamos-vos a ler o capítulo VI do nosso conto escrito a várias mãos "Voar Sem Asas"
https://contospartilhados.blogspot.pt/2018/03/voar-sem-asas-capitulo-vi.html

Saudações literárias

Edum@nes disse...

Já não falta muito para começar,
pressa quem tiver que vá andando
quem paciência não tem para esperar
ainda agora o ano está começando!

Ana disse...

É bom parar entre as histórias para ganhar novas forças e inspiração para a seguinte! Haja inspiração para publicar todos os dias!
Bom fim de semana.
Abraço

Janita disse...

Estas conversas da Elvira com o leitor são sempre muito elucidativas.
Tudo o que escreveu veio de encontro ao que já pensava e referi várias vezes. A insegurança, de ambos, abriu uma brecha para que a Inês pudesse penetrar. Fosse a Odete mais segura de si e do amor do marido, não haveria nada que a fizesse voltar costas ao homem amado sem ter havido uma conversa aberta e franca.

Cá fico, como os restantes leitores, à espera de mais um conto - ou novela, como diz a sua professora. :) -

Entretanto, divirta-se e descanse.
Boa Páscoa!

Um abraço.

Majo Dutra disse...

Adorei ler esta sinopse, Amiga.
Tenho de pedir desculpa por não ter acompanhado
as suas últimas histórias, mas a minha saúde não
ajudou... eu só comento depois de ler com atenção.
Abraço grande, ótima contista!
~~~~

Tais Luso de Carvalho disse...

Não pude acompanhar a história, Elvira, mas gostei desse teu texto, sei a tua alegria em criar, em conduzir o destino desse ou daquele personagem, é uma satisfação incrível o momento da criação. E eu sei do teu empenho.
Um beijo, amiga, um bom fim de semana!

Luis Eme disse...

Também penso que são novelas (e outros poderiam chamar-lhe romances curtos), Elvira.

E que belos exercícios de memória e de imaginação a Elvira faz.

abraço

Ailime disse...

É um prazer acompanhá-la!
Aprecio o seu dom para a escrita e a sua frutuosa imaginação.
Fico na expectativa da próxima.
Beijinhos e boa Páscoa.
Ailime

Rosemildo Sales Furtado disse...

Após a formação das personagens, a trama deve ser bem trabalhosa. O mais importante é que resulte na beleza que acabamos de ler. Parabéns Elvira!

Abraços,

Furtado

cocoya disse...

Personalidades iguais a muitos de nós com (in)sucessos ... como na vida real!
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redonda disse...

Vou recomeçar a ler de onde estava...