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18.11.18

ESTRANHO CONTRATO - PARTE XXXI









Afonso foi até ele. Dobrando os joelhos para ficar à altura da criança, perguntou:
-Estás triste? O Pai Natal enganou-se no presente?
-Não. Estou confuso.
- Queres dizer-me o que te faz confusão?
- Um menino na escola disse-me que não há Pai Natal. Que os presentes são os pais que os dão. No entanto tu estiveste sempre aqui. E o Pai Natal veio trazer os presentes. Tento perceber onde está a verdade.
Desde o primeiro momento, Afonso considerara Simão um menino muito especial.  Era muito precoce no entendimento das coisas, muito responsável, ele diria até que demais para a sua idade.
- Queres saber a verdade? E depois guardas segredo?
- Claro.
Afonso falou-lhe então, da lenda do Pai Natal. Disse-lhe que os irmãos acreditavam na sua existência e eram felizes com isso. Mas a verdade é que eram sim os pais que compravam os presentes. Depois pediam a alguém de confiança, que se vestisse de Pai Natal e fosse entrega-los naquela noite. Mas agora ele tinha que guardar segredo. Um dia quando os irmãos fossem maiores também iam descobrir a verdade. Mas por enquanto iam ficar muito desiludidos se perdessem aquela magia.
O menino sorriu feliz.
- Fica descansado. Sei guardar um segredo. E sabes uma coisa? Gosto muito de ti. 
-Também gosto muito de ti, filho – respondeu emocionado, abraçando o menino.
Por fim a noite chegou ao fim, as crianças recolheram aos quartos.
Mariana e Matilde, as gémeas, ficaram na cama de Ana, e esta foi dormir com a irmã. Os adultos trocaram então os presentes, com os pais de Francisca a retiraram-se logo a seguir, pois estavam habituados a dormir cedo. Na sala, Afonso conversava com o cunhado, e Graça aproveitou a ida de Francisca à cozinha, para a seguir.
- Ainda não tive oportunidade de falar contigo. Vejo que vocês se entenderam. Há muito tempo?
-Há dois dias.
-Por isso esse ar atarantado dos dois. Estão em lua-de-mel.
-Oh! Nota-se assim tanto? - Perguntou corando.
- Como não? – Vocês devoram-se com os olhos.
- Meu Deus que vergonha!
- Não sejas tonta, amar não é vergonha. Fico feliz por saber que vocês o são. Merecem-no bem. Estava preocupada convosco. Era evidente para mim que vocês estavam apaixonados um pelo outro. Mas são tão teimosos que temia, nunca viessem a reconhecê-lo.  

reedição




13 comentários:

noname disse...

Tudo a correr tão bem, o que nos trará o episódio seguinte?

Boa noite, Elvira

Kique disse...

Goste de ler mais este capitulo
Bjs

Kique

Hoje em Caminhos Percorridos - Há quem diga...

Ailime disse...

No meio de tanta felicidade, o que virá ainda?
Estou muito curiosa.
Boa noite, Elvira.
Beijinhos,
Ailime

Pedro Coimbra disse...

Há coisas que TÊM QUE SER.
Abraço, boa semana

Cantinho da Gaiata disse...

Acordar e ler este magnífico post é muito gratificante 😁.
Bjs e uma boa semana.

chica disse...

Que bom quando o amor transparece...Lindo! bjs, chica, linda semana!

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar com bastante interesse.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Depois de um Natal assim , o que será que aí vem ?

Estamos ansiosos !

JAFR

Manu disse...

Um texto cheio de magia e ternurento.


Abraço Elvira

Maria João Brito de Sousa disse...

Cá estou, ainda aguardando o que nos possa trazer o grande desenlace :)

Um abraço e votos de uma boa semana, Elvira :)

Cidália Ferreira disse...

Tudo no bom caminho! Amei!


Não me deixes sozinha... {Poetizando e Encantando}
Beijos e uma excelente semana!

Edum@nes disse...

Entre Afonso e Francisca será que já acabou a teimosia? Quanto à confusão do garoto. No meu tempo de criança não conheci o Pai Natal, por isso, mesmo, não acredito que exista? No entanto, se é que existe não será para ajudar quem mais precisa de ser ajudado...

Tenha um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Uma bela história que dá pena chegar ao fim!
Beijos!