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30.11.18

UMA HISTÓRIA DE AMOR - PARTE XX


Durante um longo minuto, o silêncio caiu sobre eles. Por fim Ana falou.
- Eu queria sentir esse amor. Queria que me ensinasses a ser feliz, e a fazer-te feliz. Mas tenho medo Simão. Um medo irracional, que me sufoca.
- E de que tens medo, querida?
- De não ser capaz de corresponder às tuas expectativas. De não conseguir fazer amor contigo, porque de repente me lembro, que somos irmãos.
- Tu sabes que não é verdade, Ana.
 – Por favor, não me interrompas. Deixa que te exponha todos os meus receios. Supõe que não dá certo. Vou perder-te para sempre, magoar os nossos pais, e isso aterroriza-me.
Com imensa ternura, contornou os olhos brilhantes, numa carícia suave.
- Já chega. Não te atormentes. Eu não tenho medo. Acredito em nós, e na força do amor. Vieste ter comigo. Sabes o que sinto e o que desejo. Só tens que decidir se vieste para ficar, e viver este amor que tenho para te oferecer, ou se te vais embora agora, e dás outro rumo à tua vida. 
Era o momento derradeiro, a última hipótese de virar costas e procurar um caminho que lhe parecesse mais seguro, ou fechar os olhos e saltar o abismo em que o medo se transformara. Lembrou-se da mãe. “Às vezes é preciso correr riscos”
Prendeu-lhe o rosto entre as mãos, e  disse baixinho:
- Fico.
Ele engoliu em seco. A emoção era um garrote que lhe sufocava a garganta. Apertou o corpo tremente nos braços, e começou a beijá-la. Lentamente, como quem saboreia um doce, foi-lhe beijando os olhos, e o rosto, até aflorar os lábios femininos. As suas mãos pareciam ter vida própria. Percorriam-lhe os braços, as costas, infiltravam-se sob a blusa, em suaves caricias que a enlouqueciam.
O beijo, tornou-se mais intenso, atrevido e urgente. Simão concentrava toda a sua energia, todo o seu amor,  toda  a sua experiência e conhecimento do corpo feminino, na tarefa única, de a levar pelos secretos labirintos da paixão, até à mágica saída, na apoteose final.
As roupas desapareceram, como por magia, e os corpos livres, uniam-se, na mais famosa dança de todos os tempos, num reconhecimento que vinha desde os primórdios da humanidade.
Mais tarde, apaziguada a loucura que os envolvera, num gesto cheio de ternura, ela tocou com a ponta dos dedos, o rosto masculino. Ele segurou-lhe a mão e beijou-os.  Simão, era um homem experiente, sabia reconhecer quando a mulher que tinha nos braços, estava com ele na entrega sublime do amor. Ana tinha estado. Tinha-se entregado de corpo  e alma. Ele sentiu-o. Mas precisava ouvi-lo da sua boca. Saber até que ponto ela tomara consciência do que acabara de acontecer, saber se conseguira matar todos os seus fantasmas. 
- E, então, querida?- Perguntou num sussurro 
- Amo-te.
- Sem medos, nem fantasmas?
- Sim
-Tens a certeza?
- Nunca tive tanta certeza de nada na minha vida. É… incrível. Sei que é um lugar-comum, mas não me ocorre outra maneira de to dizer. Sinto-me a mulher mais feliz do mundo.

reedição









20 comentários:

Acrescenta Um Ponto ao Conto disse...

Caros leitores,
convidamos-vos a ler o capítulo 2 do nosso conto escrito a várias mãos "Ecos de Mentes", que esta semana nos chegou pela mão da Luísa Vaz Tavares, interpretando Gabriel.

Sempre com o mesmo carinho por vós
saudações literárias!

Edum@nes disse...

Diz-se, quem não arrisca, não petisca,
Ana arriscou e já está petiscando
sentindo-se mais confiante na vida
Ana e Simão loucamente se estão amando!

Tenha uma boa tarde e também um bom fim de semana amiga Elvira.
Um abraço.

noname disse...

Paris, Paris, e vivre l'amour

Boa tarde, Elvira

Cidália Ferreira disse...

E... subiram à Torre Eiffel... Que bonito. O Amor é lindo! Loool

Beijos. Bom fim de semana.

chica disse...

VIVA!!! Muito bom que o amor falou mais alto! Valeu! Adorei! bjs, chica

Larissa Santos disse...

Imagino os bombardeiros :)) Adoreiiiiiiii :)) Vamos a ver como vai correr:))

Hoje : Pensamentos libertinos nas ondas do mar
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira

Roselia Bezerra disse...

Boa Noite, querida amiga Elvira!
Que Amor lindo e bem narrado com emoção e beleza!
Amo seus contos de Amor.
Tenha um fim de semana cheio da Presença de Deus!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

Kique disse...

Gostei tanto de ler este capitulo
Bjs

Kique

Hoje em Caminhos Percorridos - Ronaldo arrisca outro processo...

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Finalmente os dois puderam dar asas ao amor que os sufocava.
Intenso e lindo este capítulo.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

Sandra May disse...

Estive ausente mas já coloquei a leitura em dia. Está no apogeu, o amor aconteceu, Ana tomou coragem, e conforme conselho da mãe, decidiu por correr riscos. Simão, por amar a moça, soube ser paciente ao esperar por ela.
Estou gostando demais...
Um abraçõ e ótimo fim de semana!

Teresa Isabel Silva disse...

Gostei desta capitulo, o amor é lindo!

Bjxxx
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Manu disse...

Sublime este texto!
O amor falou mais alto!

Abraço Elvira

Maria João Brito de Sousa disse...

Cá estou, Elvira. Pressuponho que esta história esteja quase, quase a chegar ao fim...

Forte abraço.

_ Gil António _ disse...

Bom dia- Mas eles são irmãos? Se são entregaram-se assim aos desvarios do amor?
.
* Da minha Janela, olho o além ( Poetizando e Encantando ) *
.
Votos de feliz fim de semana.

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
IRRESISTIVEL ! ! ! !
JAFR

Fá menor disse...

Tenho gostado muito de seguir novamente, ler vários episódios de cada vez e relembrar a leitura anterior. As suas histórias merecem ser lidas várias vezes.

Beijinhos, amiga Elvira.

Os olhares da Gracinha! disse...

AMAR é isto mesmo!!!
bj Elvira

lourdes disse...

A Ana e o Simão em Paris......
Finalmente juntos.
É bom reler mais este conto.
Bjs.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

A plenitude do amor se realizando e fazendo-os felizes, satisfeitos e completos.
Beijos!

Rosemildo Sales Furtado disse...

Como sempre, o amor vence todas as barreiras. Continuo gostando e aguardando os acontecimentos.

Abraços,

Furtado