Seguidores

28.11.18

UMA HISTÓRIA DE AMOR - PARTE XVII


Ana nem soube bem como chegou a casa. Sentia o corpo tremente como se estivesse cheia de febre. Como era possível que a sua vida se tivesse desmoronado assim em tão pouco tempo. Três meses antes ainda ela era uma rapariga alegre que saía quase todas as noites com um belo homem, que dançava, ria e sonhava com um futuro risonho, mais ou menos próximo. Depois, foi a desilusão, o perceber que Paulo nunca seria o homem da sua vida. Uma nova desilusão a juntar às duas anteriores. E agora, a sua vida tinha-se transformado num caos, um doloroso emaranhado de sentimentos que ela não sabia destrinçar.
Amara o irmão, como não tinha amado mais ninguém na vida. Ele era o seu ídolo, o seu anjo da guarda. Agora o irmão tinha morrido. Sim porque depois do amor que vira nos seus olhos, e sobretudo depois daquele beijo carregado de paixão, era uma imoralidade continuar a pensar nele como irmão.
Mas podia ela matar o irmão por uma ilusão de amor, que não sabia se não passaria disso mesmo?  A verdade é que o beijo, despertara-lhe sensações até aí desconhecidas. Mas isso seria amor? O que ia ser da sua vida daí para a frente? Saber que Simão se mantinha longe do país e da família por culpa dela, fazia-a sentir-se culpada, mas ao mesmo tempo, dava-lhe uma sensação de plenitude, saber que alguém a amava até aquele ponto.
Mas se depois de morto, o irmão, ela não fosse capaz de amar Simão como uma mulher ama o homem da sua vida?
Como poderiam conviver em família? Fosse como fosse sentia-se como um algoz, capaz de acabar com a felicidade de todos.
A meio da tarde do dia seguinte, ainda não tinha saído. Tinha os olhos vermelhos de chorar, estava mal-encarada, não tinha dormido nem comido nada desde o dia anterior.
Mas tinha tomado uma decisão. Tomou banho, carregou um pouco a maquilhagem, para disfarçar as olheiras, e bebeu um copo de leite frio. Pegou nas chaves do carro, na mala e saiu. Ia procurar refúgio junto da mãe. Francisca sempre a compreendera.

Reedição

Amanhã vou a Lisboa, fazer os exames na clínica onde serei operada aos faróis se o cirurgião lá for da mesma opinião que aquele que me viu aqui no Barreiro.



                                            

11 comentários:

Edum@nes disse...

Que grande confusão se instalou em Ana e Simão. Se sabiam que eram ou são irmãos como é que se apaixonaram um pelo outro como fossem apenas amigos?

Tenha uma boa tarde amiga Elvira.
Um abraço.

noname disse...

Criados como irmãos, mas não sendo irmãos, terão que reconhecer isso, e seguir juntos. Não estarão a fazer mal algum.

Bom exame, Elvira

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde, querida amiga Elvira!
Hoje fiquei com o final: como é bom ter uma mãe! Emocionei-me.
Tenha alegrias de flores recém regadas!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

Cidália Ferreira disse...

Imagino o sofrimento dela.Ainda assim,acho que Francisca lhe vai dar bons e positivos conselhos! tenho essa fé!

A nossa estória ...possante telepatia ...
Beijos e uma excelente noite!

Teresa Isabel Silva disse...

Espero que corra tudo bem!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Trini Altea disse...

Hola Elvira,voy a leerte.
Que tengas buen día

chica disse...

Mais uma bela leitura aqui,Elvira! Desejo a maior sorte pra ti amanhã! Boa cirurgia! beijos, chica e te cuida!

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Um dilema que se estabeleceu entre Ana e Simão.
A mãe vai decerto ouvi-la e aconselhá-la com a ternura e bondade que lhe são habituais.
Beijinhos e que corra tudo pelo melhor.
Ailime

Kique disse...

Que a consulta corra pelo melhor
Bjs
Kique

Hoje em Caminhos Percorridos - Come...come... ou comes...

Pedro Coimbra disse...

Que corra tudo como deseja em Lisboa.
Abraço

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Turbilhão de emoções! A mãe abrirá um novo olhar para seus sentimentos, com certeza!
Beijos!