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9.11.18

ESTRANHO CONTRATO - PARTE XIII



-Não quero que os meus pais saibam do casamento. Não iam entender. Vou dizer-lhes que me contratou para ama das meninas, e que não se importa que tenha comigo os meus filhos. Não me agrada mentir, mas sei que eles não iriam aprovar o que nos propomos fazer. Mais tarde lhes contarei a verdade. É a minha única exigência.
- Muito bem. Vou telefonar à minha irmã para a vir buscar. Entretanto se me der os seus documentos, mando já fazer as cópias para dar início ao processo de casamento.
Francisca tirou os documentos e estendeu-lhos. Ele abriu a porta e chamando a secretária, pediu que lhos fotocopiasse.
Fechou a porta e voltou-se para ela.
-  Sendo assim pode dizer a seus pais que tem emprego. Amanhã, às cinco espero-a aqui para assinar o contrato  combinado. Traga os seus filhos. Gostaria de conhecê-los. E no fim-de-semana, espero que vão passar o dia connosco. Para que conheçam a casa e as minhas filhas. Será uma espécie de ambientação para eles.
Enquanto o casamento não acontece, a Graça irá buscá-la a fim de tratarem do que pensem ser necessário, para a cerimónia, mas devo dizer-lhe que ela será o mais discreta possível e não haverá festa, nem viagem. Também terão que escolher os móveis e decorar o quarto para os seus filhos.
A secretária bateu à porta e Afonso ordenou:
-Entre.
- Aqui tem doutor, - disse pondo os documentos e respectivas fotocópias em cima da secretária. Mais alguma coisa?
- Não obrigado. Logo que a minha irmã chegue, faça-a entrar. Pode retirar-se.
- Com certeza Doutor.
A secretária retirou-se, não sem antes lançar uma mirada curiosa a Francisca. Desde que trabalhava para o doutor, nunca o vira tanto tempo no gabinete com uma mulher.
Pouco depois Graça chegou.
-Espero que tenham chegado a acordo. Os seus olhos foram de um para o outro interrogativos. – Chegaram ou não?
- Chegámos – respondeu o irmão
- Ufa. Pensei que não tinham decidido nada. Estão com uma cara.
- O assunto é sério Graça. Não querias que estivéssemos a pular de alegria.
- Está bem. Não precisas zangar-te. Já sabes como sou.
Afonso não respondeu. Levantou-se e aproximando-se estendeu-lhe a mão
-Não se aflija. Vai correr tudo bem. Não esqueça, espero-a amanhã às cinco.
Apertou-lhe a mão sentindo a suavidade da mão feminina.
E agora ali estava, casado  e disposto a partilhar a vida com uma quase desconhecida, esperando não ter feito uma grande asneira da qual se pudesse arrepender. Tinha-o feito pelas filhas. Elas eram toda a sua vida e para não as perder, faria qualquer coisa.

reedição

17 comentários:

Odete Ferreira disse...

Olá, Elvira.
Vejo que continua com o ritmo das suas, sempre interessantes e bem desenvolvidas, histórias. Neste caso, uma de que ainda me lembro bem.
Como se apercebeu, estou praticamente em pausa por motivos que conhece, presumo, pois tem estado lido as minhas publicações. Apesar de ter saudades deste convívio da blogosfera, não tenho hipótese de regularizar a assiduidade que mantinha.
Obrigada pela sua presença no meu espaço.
Bjinho

Pedro Coimbra disse...

Um sentimento que compreendo perfeitamente - pelas minhas filhas sou capaz de fazer qualquer coisa.
Bfds

Jorge Sader Filho disse...

Mistério! Gosto disso, Elvira.
Grande abraço.

Josélia Micael disse...

Boa noite amiga!
Mais um lindo romance muito bem conseguido!
Vamos ver o que vai acontecendo, por enquanto é mistério!
Beijo no 💖🌹

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Inicio do que se pode comparar a uma viagem sem saber o destino , mas ao mesmo tempo sabe que o transporte é seguro .
JAFR

Maria João Brito de Sousa disse...

Bom dia Elvira.

Já de leitura em dia, envio-lhe o meu abraço.

chica disse...

Mais um capítulo bem escrito cheio de detalhes que nos prendem, mesmo na releitura! bjs, chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Continuo a acompanhar minha amiga.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

António Querido disse...

Meio cá e meio lá, vou acompanhando as suas histórias, ontem foi o dia de reparação dos estragos causados na minha casa!

Bom fim de semana.

Tintinaine disse...

Bom fim de semana, Elvira!
Resta-me esperar que esta acabe e comece outra.

Edum@nes disse...

Agora que já acertaram as agulhas. O que é que mais a seguir irá acontecer?

Tenha um bom fim de semana amiga Elvira.
Um abraço.

_ Gil António _ disse...

Boa tarde:- Continuando a ler e, muito interessado, a tentar desvendar o fim do conto.
.
* Teu olhar ... me seduz *
.
Desejando um dia feliz.

Cidália Ferreira disse...

O dia está a chegar-se! Estou a gostar!!

A chuva invade-me a alma
Beijos e um excelente fim de semana.

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Gostei imenso deste capítulo.
Vamos ver como se desenrolará o seguinte.
Beijinhos,
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Romance muito envolvente, sempre com gostinho de quero mais!
Beijos!

Pradeep Appslure disse...

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Pradeep Appslure disse...

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