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25.5.18

CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA - PARTE IV



- Catarina, era  quase uma menina. Apaixonou-se pelo Pedro, e esse amor foi-lhe fatal. Um dia, sem que nada o fizesse prever, ele desapareceu e nunca mais deu notícias. A minha irmã, ficou inconsolável. Perdeu a vontade de viver, só o filho fez com que sobrevivesse os últimos seis meses de gravidez.
- E o que a senhora pretende agora?
-Fazer com que o Pedro dê o seu nome ao menino. Mesmo que depois não queira saber dele, eu me arranjarei para que ele tenha uma vida o mais feliz possível.
Pedro sentiu vontade de acabar com aquela conversa ridícula.
-Bom; vamos acabar com isto. Não sei o que lhe deu na cabeça para me vir importunar com esta conversa sem pés nem cabeça. Nunca conheci a sua irmã e nunca desapareceria assim da vida de uma mulher que carregasse no ventre um filho meu, De modo que se era sua intenção extorquir-me dinheiro, com essa conversa, dê graças porque não chamo a polícia e a denuncio.
A jovem levantou-se. Tirou os óculos e encarrou-o de olhos faiscantes e rosto lívido.
- Compreendo que não tenha tempo a perder, mas isso não lhe dá o direito de ser agressivo e mal-educado comigo. Nunca quis tomar o seu tempo, apenas pedi à sua secretária que avisasse o senhor Pedro Mesquita de que precisava falar com ele. Nem sequer entendo porque veio importunar o diretor, presidente, ou lá o que o senhor é.
- Acontece que eu sou o único Pedro Mesquita que existe nesta firma, e provavelmente em toda a cidade.
O rosto da jovem, passou do pálido ao vermelho vivo em fração de segundos. As pernas tremiam-lhe, cambaleou e acabou por se deixar cai pesadamente na cadeira. 
Como se o bebé sentisse a tempestade que o rodeava, começou a chorar. Ela deu-lhe a chupeta, embalando-o suavemente e quando ele se calou falou enfim com voz cansada:
- Não entendo. O pai do menino, sempre se apresentou como sendo Pedro Mesquita, e disse-nos que trabalhava nesta firma. Se não trabalha aqui… ou foi despedido, ou nos enganou. Sendo assim, não faço aqui nada. Peço-lhe desculpa, pelo tempo que lhe roubei.
Tinha voltado a por os óculos. Os seus olhos castanhos estavam demasiado brilhantes, como se estivessem a ponto de chorar, mas o rosto estava calmo, e sereno, apesar de ter voltado a perder a cor. Poucas coisas nesta vida, conseguiam impressionar o frio homem de negócios, mas naquele momento, aquela mulher de ombros caídos e ar derrotado, conseguira-o.
De súbito ocorreu-lhe algo e sentiu um aperto no peito. Seria possível? Suavizou-se a sua expressão.
-Sente-se mais um pouco. – Ligou o interfone e pediu: - Rita, traga-nos um chá, por favor.
Voltou de novo a sua atenção para a jovem. A sensação inicial, de que se tratava de uma vigarista, que lhe queria aplicar um golpe, desaparecera ao ver a reação da jovem,  mas continuava intrigado com aquela insólita situação.
Rita entrou com a travessa e duas chávenas de chá, que pousou sobre a mesa.
- Pode retirar-se,- disse-lhe ele, sem deixar de olhar a mulher que tinha na sua frente.


Gente, acabei de chegar. Tivemos um dia de chuva intensa, venho cheia de dores, cansada mas aprendi imenso, sobre a nossa história. Vou jantar, tomar um comprimido para as dores, e depois passo pelos vossos cantinhos.

23 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

Está interessante a história!
Aguardo os olhares da visita!bj

Cantinho da Gaiata disse...

Antes de mais as melhoras amiga.
Passando para pôr em dia mais um capítulo, sempre a nos surpreender com estas estórias maravilhosas.
Beijinho grande.

chica disse...

Cada vez mais empolgante está a história. És danada de tão boa escritora!Adoro!

Melhoras, bom descanso! chica

PAULO TAMBURRO. disse...


ELVIRA, ou ler partes deste seu Casamento de conveniência e na qualidade de um dos seus mais recentes seguidores a firmo que não consegui ler todas as partes desta sua publicação mas estou chegando lá.

Enquanto isso, gostaria que você visitasse meu blog FALANDO SÉRIO, no qual esta semana publiquei: RECADO PARA ADRIANA.

Gostaria do seu comentário, afinal com a experiencia adquirida nesta difícil arte de escrever, muito aprenderia com seu comentário.

Garanto que até final de semana leito tudo da sua postagem.

Um abração carioca.

noname disse...

E da gripe, como está? Melhorzita ou nem por isso?

Abraço, Elvira

Edum@nes disse...

Há mistério com vigarice à mistura. Pedro pensou tratar de um golpe para lhe extorquir dinheiro. Se ela estiver falando verdade. Nesse caso foi o pai da criança. Para se furtar à responsabilidade de pai, deu o nome de Pedro Mesquita, sem o ser! Será que o Pedro a vai ajudar a encontrar o vigarista?

Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.

Kique disse...

Quando o passeio é bom as dores ficam para depois
O que levamos nesta vida é o que conhecemos e o que nos faz feliz
Bjs

Hoje em Caminhos Percorridos - Compra de Preservativos

Tintinaine disse...

Também tenho a minha dose desses males.
Cuide-se que não queremos perder a nossa novelista preferida.
Abraço

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida amiga Elvira!
Cuide-se bem! Descanse e comente só quando puder, sabemos esperar você, com carinho.
O conto está muito intrigante e vou apreciar ler tudo com calma ainda que não passe todo dia.
Saúde, paz e amor!
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm fraterno de paz e bem

Zilani Célia disse...

OI ELVIRA!
TOMARA QUE DESCANSES BEM.
VOU TENTAR ACOMPANHAR SEM DEIXAR ACUMULAR MUITOS CAPÍTULOS, POIS ESTOU GOSTANDO MUITO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Pedro Coimbra disse...

Pedro Mesquita é o nome de um bom amigo.
Mas esse é fiel e só é pai da Vera.
Não pode ser o mesmo :))

Hoje publiquei uma prenda sua.

Bfds

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Desculpa não acompanhar sua história, pois estou doente
Beijos
Lua Singular

Joaquim Rosario disse...

bom dia
todas as suas historias nos deixam agarrados a elas até ao fim , mas quando metem crianças ainda nos comovem muito mais, e esta não vai ser exceção .
rápida recuperação .
JAFR

Larissa Santos disse...

Acho que a frieza lhe passou e o coração amoleceu. Vai render-se :))

Hoje:- Tocar-te-ei, sem limites, qualquer canção .

Bjos
Votos de uma óptima Sexta -Feira

AFlores disse...

A chuva de novo... a convidar para óptimas leituras.
Bem-haja.
Tudo de bom.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Está interessante.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

António Querido disse...

Há muita gente importante que depressa esquecem com quem "dormiram"!

Espero que o EX.mo Pedro Mesquita se recorde do passado.

Com o meu abraço

Janita disse...

Qual Hitchcock, a Elvira está a transformar-se na rainha do suspense. Gostei.

Já penso que alguém usou o nome do empresário e se fez passar por ele. Só pode! Bela trama nos espera.

Um abraço, continuação de melhoras.

Cidália Ferreira disse...

Começa a ficar muito interessante. Já curiosa para o próximo!! :)

Beijinhos. Bom fim de semana!

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Ai quero logo o próximo capítulo fiquei super curiosa para saber de quem é realmente essa criança e sinto cheiro de romance no ar!!!!
Beijos!

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Será que o menino é mesmo filho de Pedro.
Estou a adorar a história.
Beijinhos,
Ailime

Tais Luso de Carvalho disse...

Agora, pela manhã, estou pegando os capítulos, subindo, amiga!! Quero acompanhar essa história curiosa. Cuida a lombar, amiga, a posição no computador tem de ter cuidado.
Vou para o capítulo próximo.
bj

Meu Velho Baú disse...

As melhoras
Mais uma história fascinante ,
Beijinhos