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12.5.20

CONVERSANDO






Como sabem no último ano por causa dos olhos, e do AVC que o marido sofreu, a minha capacidade de escrita ficou muito reduzida pelo que tivemos poucas histórias novas. E este ano tenho-me limitado a reposições. Como vos disse há tempos estou a escrever uma história nova. Porém por um lado a falta de tempo, desde Janeiro tomo conta da minha neta Margarida, que faz hoje 9 meses, e desde que as escolas fecharam, também da irmã, Mariana de 11 anos. Como devem calcular o meu tempo foi drasticamente reduzido. Acresce o meu problema dos olhos, que cada vez me trás mais dificuldade para estar no computador. Daí que a nova história caminha a passo de caracol. Deixo-vos com o primeiro capítulo, e a promessa de tentar acabá-la o mais rápido possível e entretanto a partir de amanhã, terão aqui mais uma reposição de uma história que já tem mais de cinco anos, portanto só os mais antigos recordarão. Agradeço a vossa compreensão.


Nova história (Ainda não tem título)

I

A manhã ainda não tinha alvorecido no horizonte quando Teresa se levantou. Enfiou um robe e foi à cozinha onde preparou umas torradas, tirou do frigorífico duas laranjas e preparou um sumo. Saboreou o pequeno almoço com gosto.  Quando terminou, lavou o prato e o copo e foi para a casa de banho.
Escovou os dentes, prendeu os seus longos cabelos castanhos no alto da cabeça, cobriu-os com uma touca, despiu-se e entrou no duche. Quando terminou enrolou ao corpo uma toalha e dirigiu-se ao quarto. Abriu a gaveta da cómoda, donde tirou um conjunto de roupa interior de algodão aos quadrados.
Retirou a toalha do corpo e vestiu-o. Olhou-se ao espelho. Não eram peças finas, de seda e rendas, mas ajustavam-se-lhe perfeitamente ao corpo, eram cómodas, e isso era o que lhe importava, não pretendia seduzir ninguém. Vestiu umas calças de ganga, e um camiseiro branco. Tirou a touca, desprendeu o cabelo, escovou-o e prendeu-o numa trança. Calçou uns ténis brancos, puxou a roupa da cama para trás, e abriu um pouco a janela a fim de arejar o quarto, e saiu em seguida.
Na cozinha, pegou nas chaves da casa, e no telemóvel que meteu no bolso das calças e abrindo a porta que dava para as traseiras, saiu de casa. Contornou a habitação, uma casa térrea, pintada de branco como quase todas as outras da aldeia, passou pela porta principal e seguiu em direção ao fundo da rua.
O sol apenas despontava no horizonte, mas na aldeia acordava-se cedo. A maioria dos homens, já se encontrava nos terrenos, cavando ou regando, que Junho estava no fim, e era necessário aproveitar aquelas horas, já que pelo meio-dia, o calor começava a apertar e de tarde era impossível fazer trabalhos ao ar livre.
- Bom dia Teresa! – saudou uma mulher que dava milho às galinhas no seu quintal.
- Bom dia, dona Arminda. Como vai a senhora?
- Como Deus quer, filha, como Deus quer. Sempre de coração apertado, com muitas saudades da minha Lena, mas que fazer? Deus quis assim, há que aceitar, a Sua vontade!
- É a vida dona Arminda. Cada um procura o sítio onde a pode ter melhor. O que interessa é que ela e a família estejam bem. E não tarda chega Agosto e estão aí todos para matar saudades. Vou andando. Até logo
- Vai com Deus - respondeu a mulher
 Teresa continuou o seu caminho. Ao chegar ao fundo da rua, a principal da aldeia, virou à esquerda, e entrou num pedaço de terreno onde pontuavam apenas meia dúzia de oliveiras, e a erva crescia solta, por todo o terreno  que se estendia até à margem do  ribeiro, onde tantas vezes em menina se banhara nos dias de maior canícula.
Ao chegar ao leito do mesmo, agora quase seco devido ao calor intenso que se fizera sentir durante todo o mês, sentou-se numa pedra e olhou ao seu redor. Na sua frente na outra margem, estendiam-se os campos de milho, e para lá deles erguiam-se as montanhas. Atrás de si, o campo inculto que atravessara, e que lhe pertencia, destoava dos campos de outros vizinhos, todos cultivados com os mais diversos legumes.
-Bom dia, Teresa! Por cá de novo?
Levantou a cabeça. Ali perto um homem de cabelos brancos com umas quantas cebolas numa mão e o boné na outra, os pequenos olhos meio escondidos entre as rugas, mirava-
a.


E eis as minhas meninas


                                                             

29 comentários:

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
Admiro-a muito. É uma
Mulher extraordinária, que apesar dos problemas de saúde seus e do marido tem tido muita força e coragem e ainda cuida das suas lindíssimas netinhas.
A nova história começou muito bem, gostei imenso, mas não se preocupe, poupe os seus olhos.
Um beijinho e bom descanso.
Ailime

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Elvira, entendo tudo tão bem, amiga, estamos todos muito sobrecarregados, mas o importante é que vamos fazendo calmamente, o estresse é inimigo número um da saúde. As netinhas são lindas e precisam de você, sem marido, seus olhos... vá com calma, não há problema, blog é prazer!
Li esse primeiro capítulo, ainda no campo...vou ver se consigo acompanhar!
As netinhas são lindas!!!
Cuide-se bem.
beijo

Pedro Coimbra disse...

Repito, os blogues são passatempo, não obrigação.
Obrigação é dar dois beijinhos às meninas.
Mandados de Macau.

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Todos nós gostamos das suas historias que nos animam todos os dias , mas acima de tudo está a saúde e claro a nossa família .
Quanto a mim , tudo o que vier é sempre agradável , seja nova , ou reposição ou qualquer coisa que a senhora publique , tenho sempre imenso prazer em ler.

JR

Fatyly disse...

Por mim estás à vontade porque vir aqui não é nenhuma obrigação. Tens uma carga tremenda em cima de ti e tens de te cuidar, sei que sim, mas é o me ocorre dizer com sinceridade e amizade.

As tuas meninas são tão bonitas mas a Margarida deve ser mais irrequieta e curiosa e está numa fase que dá o dobro do trabalho. A Mariana orgulhosa do seu certificado de mérito já deve dar uma ajudinha, embora eu que já passei por essas fases com as duas netas que moram mais perto, sei bem dar o valor ao trabalho e sobretudo nunca retirar os olhos delas...e como o tempo passou tão rápido.

Beijos a todos vós e que continues a tua árdua tarefa.

Isa Sá disse...

Eu vou estando por aqui a ver ou rever histórias antigas e a conhecer as novas.
As netinhas são muito giras!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Bom dia!
Tenho pena de si, pelos seus olhos, e tenho pena de mim, por correr o risco de ficar sem esta leitura diária.
Aconselho-a a telefonar para o hospital, reportar a sua situação irregular e ver se lhe antecipam uma nova consulta. O vírus não serve de desculpa para tantos atrasos e completo descontrolo.
E as melhoras!

chica disse...

Elvira, gostei desse capítulo e pra nós é importante que te cuide! Não te preocupa em ler e escrever...rs Sei que és danadinha de parar quieta,rs...Que lindas as netinhas, coisa boa! beijos, chica

António disse...

Ter um blogue tornou-se uma obrigação. Estará certa esta afirmação? Não, de modo algum. Assim sendo, nele se escreve quando queremos/podemos.
Está aí o primeiro episódio de uma nova história. Os seguintes acontecerão de acordo com as suas possibilidades.
Um abraço, com votos de saúde.

teresa dias disse...

Bom dia, Elvira!
Que lindas são as suas netinhas. Para as ver crescer, cuide de si.
A nova história promete. Não necessita de publicar todos os dias. Vá escrevendo com calma.
Três beijos, um para si, dois para as pequeninas.

Anete disse...


Olá, Elvira... O meu abraço nesta terça-feira...
Netas lindas!
Não se preocupe tanto em postar novas histórias... Tudo tem o seu tempo! Precisamos remir e priorizar nossas horas de ocupações...
Com carinho...

" R y k @ r d o " disse...

Boa tarde:- As meninas (netinhas) são lindas. O resto é desejar melhoras para todos vós.
.
Uma terça-feira muito feliz
Cuide-se

Edum@nes disse...

As histórias podem esperar. Enquanto que a saúde não. Como na vida não se pode ter tudo. Cuide de si e de suas netinhas amiga Elvira. Um abraço.

Alexandra disse...

O importante, neste momento, é a saúde e família. O resto...vem por acréscimo. E eu, aproveito para ler algo que nunca li ;)

Netas LINDAS!!

Um abraço :)

Graça Sampaio disse...

Meninas lindas! Como a avó!

Penso que o melhor é abrandares a atividade para não te ires abaixo! Cuidado!!!

Beijinhos

aluap disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aluap disse...

Eu ainda tenho de acabar de ler alguns capítulos da "À Média Luz", que deixei para trás.
Mas um novo dia numa aldeia parece-me bem!
Aquele dia a começar fez-me lembrar o céu a reluzir das Terras do Demo do Aqulino Ribeiro "Desvendam-se hortas e quintais..."
Até me pareceu ouvir a melra a cantar, "que é uma pássara que pega a cantar logo ao depois do rouxinol".
"Dali a pedaço, o cuco, as rolas, a popa e a milheira cantariam, cantariam todos diante da rosa do sol melhor que os senhores padres o tantum ergo".

A visão afeta bastante a vida das pessoas, mesmo assim a Elvira é uma mulher que parece aguentar tudo de cara alegre! Essas netas lindas também devem ajudá-la muito.
Admiro muito também a sua capacidade criativa!
Continue até que o cérebro queira.
Gd abraço e Boa saúde para si e família.

Cidália Ferreira disse...

Netas maravilhosas! Cuide-se minha amiga!
Embora goste de ler os seus contos. Vem ai conto novo? :)
-
Sou como um rio, tão cheia de nada

Beijo e uma excelente noite...

Janita disse...

Que lindas as suas netinhas, Elvira! A pequena Margarida parece uma bonequinha, de tão graciosa. A mais crescida - desculpe, mas não recordo o nome - exibe orgulhosamente um Cerificado de Mérito, mas os meus olhos não conseguem saber a quê, nem importa, mérito é mérito!

Quanto ao resto, não se preocupe, vamos andando como é possível. Histórias são histórias, nada mais do que isso.

Um abraço e muita saúde para todos vós.

Rosemildo Sales Furtado disse...

O mais importante é que te cuides, a leitura e a escrita podem ficar para depois. Tuas netinhas são lindas.

Abraços e muita saúde e paz para ti e para os teus.

Furtado

Isabel disse...

Minha querida Elvira
Continue a seguir o seu coração e tudo correrá pelo melhor
Até sempre

luisa disse...

Mesmo assim, tomando conta das netas (que bonitas são!) conseguir atualizar o blogue é um feito. O que importa mesmo é cuidar da sua saúde, Elvira, embora perceba que a escrita, sendo um gosto seu, lhe faça bem. Mas pode moderar a coisa, o blogue tem tempo. :)
Abraço.

AC disse...

Com duas meninas assim, para alegrar os seus dias, a escrita pode esperar, Elvira. Deve ser uma avó babada! :)
No entanto, e apesar de todos os seus problemas, já se insinua uma Teresa para dar cor a uma nova história. Caramba, como é que a Elvira consegue?

Desejo-lhe tudo de bom!

redonda disse...

As meninas são lindas, a mais velha a crescer e com o certificado de mérito sem dúvida muito merecido e a pequenina dá vontade de pegar nela ao colo.

Gostei de como a história começa, já estou a simpatizar com a Teresa e estou a gostar da descrição de como o dia dela começa e de quem a rodeia
E também gosto da ideia de ir começar uma história que eu talvez não conheça ainda.

um beijinho e uma boa noite

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Lindas suas netas! Adoro seus contos e vou acompanhando as reedições, as quais para mim são novas e o importante é você cuidar de sua saúde!
Abraços fraternos!

Portuguesinha disse...

Tem netas Linda's, elvira.
Parabens, continua a contar as suas historias de uma forma descritiva e muito humana. Gostei particularmente da interaccao entre as vizinhas. Soa a algo muito autentico. Acreditei que eram pessoas de verdade. Lembro-me que a primeira vez que comentei no sexta, fiz-lhe um reparo gramatical pouco significativo e a elvira agradeceu. Podia ter levado a mal, mas nao levou. Vou deixar-lhe outros tres, mas repare que e um so. Trata-se da repeticao da mesma palavra muito proxima da anterior. Procure usar sinonimos. Por exemplo: preparou umas torradas, tirou duas laranjas e preparou um sumo. Se substituir o ultimo preparou pela palavra "fez", ate se subentende que usou as laranjas para o efeito. "Pegou a chave de casa abriu a porta e saiu de casa". Nao esta errado, mas para nao existir a tal repeticao, podia ficar apenas "saiu". Porem parece que fica incompleto, nao é? Para nao ficar pendurado "para onde" ela saiu, pode acrescentar "saiu para a rua". So que mais a frente vai mencionar o fundo da rua. Quase que a mesma palavra e dita muito perto da sua "gemea".

É so isto. Espero que nao me leve a mal. Quem sou eu para a corrigir, nao sei escrever historias como a elvira sabe. EU sou boa é a le-las ahah. E e por a elvira ser tao boa e talentosa que lhe deixo esta observacao.

Nao se preocupe por nao ter o tempo que gostaria para a escrever. Sera quando tiver de ser. Cuide de si, da sua saude, brinde as suas netas.

Gosto muito de si.
Obrigada por todas as palavras amigas que ja deixou no meu blogue. Um abraco.

Fá menor disse...

Bom dia, amiga Elvira.

Estou a seguir "Isabe!" e a gostar muito. Como não me lembrava de já ter lido antes, vim procurar este início em que já tinha passado cá há dias para ver se era da mesma história, já vi que são diferentes; esta também deixa água na boca.

Lindas as suas meninas!

Boa semana, com saúde! Rápida recuperação da vista.
Beijinhos.

Gaja Maria disse...

Que meninas lindas Elvira. E a nova história promete.A Elvira é uma inspiração. Um beijinho e as melhoras rápidas dos seus olhos.

João Santana Pinto disse...

Pode até estar condicionada de tempo e com todas as outras questões que dificultam horas ao computador… agora, nem sei se a inspiração vem das netas, do gosto pela escrita ou de querer voltar a escrever… a verdade é que este primeiro texto prende da primeira à última letra e apresenta uma qualidade de escrita que delicia e pede mais, bastante mais…
Penso que quem escreve gosta de ver o “crescimento das suas próprias palavras”, gosta de continuar a tentar melhorar algo que já está bom, que por vezes já está ótimo…
Parabéns por este ”aperitivo”, muito obrigado pela partilha e continue ao seu ritmo…
Fica um Abraço com amizade