Os dias que se seguiram foram de trabalho intenso. Mário recebeu os relatórios que tinha pedido, analisou-os, aprovou algumas ideias, riscou outras por lhe parecerem não compensar o investimento, e contratou novos empregados, porque verificou que havia alguns que chegariam à idade da reforma no início do ano seguinte e queria que nessa altura os novos empregados já estivessem integrados no esquema de trabalho da empresa. Comprou e mandou instalar duas máquinas novas. Contatou e recuperou dois antigos clientes. Durante aqueles dias, foi várias vezes ao gabinete de Teresa, para acompanhar o processo de admissão dos novos empregados, ou para pedir a opinião dela, noutros assuntos no âmbito da sua gestão.
Entrava, perguntava o que queria, e saía sem demora. Não voltara a falar de assuntos pessoais, nem de saídas noturnas. Parecia outra pessoa, e Teresa, não pode deixar de admirar a tenacidade, e a crença que o impulsionavam.
Mário, todos os dias estava em contacto com os seus homens de confiança, o secretário, e o advogado, que tinham ido para Inglaterra reunir com os seus gerentes, e verificar o bom andamento das suas empresas, pois desistira de viajar enquanto não pusesse a “Tudilar” no rumo certo.
Naquele dia, pouco passava das dez, quando ele chegou ao gabinete. Como sempre impecavelmente barbeado e bem vestido.
- Olá – disse ao entrar.
Assim, como se fosse um amigo, um colega. Começara a tratá-la assim há quase uma semana. Sempre que estavam sozinhos. A princípio ela refilou. Quis impor distâncias. Ele não ligou e acabou por vencê-la pela persistência.
- Olá- respondeu enfrentando o seu olhar
Aos poucos tinha aprendido a dominar as suas emoções. Sentia-se agora mais segura de si, menos temerosa.
-Já me podes dizer qual dos trabalhadores da secção B pode vir a ser um bom chefe, uma vez que o atual atinge a idade de reforma em breve?
- Estou indecisa entre dois. Creio que qualquer deles possui qualidades e capacidades para o lugar. Queres que os convoque e falas com os dois?
- Pode ser para esta tarde?
- Não. Vou sair ao meio dia. Tenho um compromisso para a tarde.
- Mais importante que o trabalho?
- Muito mais.
Dissera-o com raiva, como se quisesse fazer-lhe pagar por tê-la afastado de si no passado. Ele percebeu-o e engoliu a agressividade com que lhe ia responder.
- Está bem.
De súbito curvou-se, estendeu a mão, agarrou a delicada mão feminina, e sem deixar de a olhar beijou-lhe os dedos um a um.
Depois soltou-a, e dirigiu-se para a porta.
- Pensa em mim – disse antes de fechar a porta atrás de si.
Pela primeira vez em muitos anos, Mário estava feliz. Tinha percebido que apesar de tudo, continuava a reinar no coração feminino. E isso soava-lhe a glória, ainda que pela frente tivesse um dura luta, para se redimir pelo passado.
12 comentários:
HUmmm, não estou a gostar deste Mário. Ou muda, ou despeço-o, convencido demais.
:-)
Boa noite, Elvira
Gostei de ler, mas fiquei riste com as notícias n comentário lá! Que as dores cessem! bjs, fica bem,chica
Sem luta não há gozo.
Abraço
Posta a leitura em dia, espero que se encontre melhor, amiga.
Forte abraço
Bom dia
Novidades no emprego e na vida pessoal !!
JAFR
Paso a leerte, Elvira, y expresarte mis deseos de buena salud.
Un beso austral.
... Voltei a acompanhar por aqui, pegando “a carruagem” já bastante andada, mas lembrando o suficiente da reedição.
Torcendo pela saúde do casal, com perseverança superará a fase tão desconfortável. 🙌🏼🙏
O meu abraço nesta terça-feira
Penso que a situação amorosa entre Mário e Teresa. A passos largos está cada vez mais próximo de se tornar num desfecho feliz?
Tenha uma boa tarde de Terça-feira amiga Elvira. Um abraço.
As dores que ontem sentia. já as não sinta hoje nem nunca mais!
Boa tarde:- Acompanhando a estória.
.
Tenha um dia feliz
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** Amor livre, sem amarras **
Oi Elvira
Consegui colocar o conto em dia_li os capítulos anteriores e estou gostando.
Tomara teresa não entregar os pontos e esperar ele se curvar curvar etc etc rsrs
Torcendo por boas noticias suas e do marido, fique forte!
um abraço
Boa noite Elvira,
Um episódio de que gostei bastante.
Será que vamos ter romance?
Um beijinho.
Ailime
As fortaleza dela está aos poucos se rendendo, beijinhos em cada dedo e sem resistência, gostei!
Beijos!
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