NADA de novo com o meu marido. a situação é estável e estão a fazer exames. Ontem fez mais uma TAC, e electrocardiograma. O médico tem pedidos um ecocardiograma com doppler, um registo de Holter, um dopler das carotidas,e uma ressonância magnética. Obrigada pelo vosso apoio. Deus vos abençoe.
Isabel acabou de atender a chamada, poisou o telefone,
pegou no documento que tinha na sua frente, e preparou-se para o digitalizar.
Depois de o fazer, enviou-o por correio eletrónico para o cliente. Estava quase
a terminar mais um dia de trabalho. Gostava do ambiente na empresa, dava-se bem
com o chefe e colegas. Pena que dentro de poucos meses tivesse de sair.
Olhou o relógio. Dezoito e trinta e cinco. Mais vinte e
cinco minutos, e o dia chegaria ao fim. Ela saía, e encontrava o marido à sua espera,
iriam buscar a filha e iam para casa. Depois do casamento, o marido quisera
comprar-lhe um carro. Não um modelo luxuoso, esses eram para o aluguer na empresa, mas um vulgar carro citadino, para que fosse levar e buscar a filha a casa de Natália. Como ela o recusou, ele tomou o hábito de as levar e
ir buscar.
Sentiu um arrepio que não tinha nada a ver com frio, antes
com o pensamento no marido. Tal como ela previra, apaixonara-se pelo marido, e
aquele casamento estava a ser um martírio, de tal modo que não sabia se tinha forças
para o continuar a manter. As coisas estavam cada dia mais difíceis, eles já nem conversavam com a naturalidade de antigamente. Talvez a culpa fosse dela, ele avisara-a antes do casamento
que não esperasse amor da parte dele. Ela pensou que poderia resguardar o coração,
mas não conseguiu. Carente como era, amou-o desde a primeira noite que dormiram juntos.
Ingénua, pensou que a força do seu amor faria com que ele lhe retribuísse. Não foi assim. Ricardo era um homem bom, um companheiro dedicado, um amante atento ao que lhe agradava no sexo. Mas era só isso que lhe dava.
Ele nunca lhe falara dos seus sonhos, dos seus desejos, do seu passado, do porquê da sua desconfiança com as mulheres. Ela sabia, vira nos documentos, quando estavam a tratar dos papéis para o casamento, que ele já fora casado. Suspeitava que fora uma má experiência, mas suspeitar era tudo o que lhe restava, já que ele não a deixava entrar no seu passado. O único lugar onde ele fazia dela rainha e senhora, era na cama. No sexo, ele dava-se por inteiro, ela conhecia todas as suas reações, os seus pontos fortes e fracos. Mas ela queria muito mais que isso. Queria amor, queria conhecer o marido, como conhecia o amante.
Sonhava com um filho dele, mas não arriscava deixar de tomar a pílula, apesar de estar quase a fazer trinta e quatro anos, e já não lhe restarem muitos anos de fertilidade. Porquê? Porque nem uma única vez ele mostrou desejos de ter um filho dela, apesar de ser doido por Matilde.
Ingénua, pensou que a força do seu amor faria com que ele lhe retribuísse. Não foi assim. Ricardo era um homem bom, um companheiro dedicado, um amante atento ao que lhe agradava no sexo. Mas era só isso que lhe dava.
Ele nunca lhe falara dos seus sonhos, dos seus desejos, do seu passado, do porquê da sua desconfiança com as mulheres. Ela sabia, vira nos documentos, quando estavam a tratar dos papéis para o casamento, que ele já fora casado. Suspeitava que fora uma má experiência, mas suspeitar era tudo o que lhe restava, já que ele não a deixava entrar no seu passado. O único lugar onde ele fazia dela rainha e senhora, era na cama. No sexo, ele dava-se por inteiro, ela conhecia todas as suas reações, os seus pontos fortes e fracos. Mas ela queria muito mais que isso. Queria amor, queria conhecer o marido, como conhecia o amante.
Sonhava com um filho dele, mas não arriscava deixar de tomar a pílula, apesar de estar quase a fazer trinta e quatro anos, e já não lhe restarem muitos anos de fertilidade. Porquê? Porque nem uma única vez ele mostrou desejos de ter um filho dela, apesar de ser doido por Matilde.
Estava num impasse. O maior sonho da sua vida, era ter o amor do
marido, o maior pesadelo, a certeza de que nunca o conseguiria. Já pensara no
divórcio. Como forma de acabar com aquele sofrimento. Afinal conservava a casa que herdara dos pais, não ficava na rua. Mas e a filha? Ela
adorava-os aos dois. Não era só nos documentos que eram pais dela. Eram-no
também no coração da criança que não conhecera outros. Separá-la do pai? De
modo algum, ela não queria que a menina viesse a albergar sentimentos iguais
aos da mãe biológica. Mas também não podia viver sem ela. Suspirou. A sua vida
transformara-se num problema sem solução. Arrumou a secretária, pegou na mala e
saiu.
16 comentários:
Bom dia
Pois é.
Temos mesmo de esperar pelo menos até segunda , para satisfazer o que se vai passar nesse bendito jantar .
BFS
JAFR
Bom, gravidez já vi que não é.
A Isabel anda confusa. Tudo passa com uma boa conversa com o Ricardo.
Elvira estou encantada com a leitura (estreia) desta sua história. E viciada!
Beijo, continuação das melhoras do marido.
Esse problema resolve-se com uma penada, da escritora, claro. Quando ela decidir e como decidir, o problema ficará resolvido.
Bom dia de paz, querida amiga Elvira!
Melhoras ao esposo. Deus está a frente de tudo.
Quanto ao casal, penso que a moca esteja complicando a relacao. O homem lhe e
amoroso, se nao lhe fala do passado, e o de menos. Nao gosto de complicar o Amor que necesariamente nao precisa falar e sim de viver, com cunplicidade, o presente. A cada dia basta o seu mal.
Pode ser que esteja enganada aqui pois nao sei o desfecho da historia nem o rumo.
Estou gostando muito
Tenha um fim de semana excelente!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Fico muito contente por saber que o seu marido se mantém clinicamente estável.
Continuarei a seguir o seu conto, sempre atenta às eventuais notícias que nos possa transmitir, Elvira.
Forte abraço e votos da continuação de boas melhoras.
Isabel deve pouco a pouco elucidar seus questionamentos... Tomara tudo se encaixe! beijos, lindo dia e fds! chica
A coisa não está fácil mas, quando foi fácil, para ela?
Bom dia, Elvira
Vão-se entender!
Peço desculpa por fazer a visita com mensagem copypast, mas não me tem sido permitido fazer melhor...Não obstante, desejo-vos um excelente fim de semana.
Beijos
VIDA
Boa tarde, Elvira!
Não venho fazendo visitas mas estou acompanhando as notícias sobre o seu marido pelo face book. Desejo cada dia as melhoras.
Quanto ao casamento dos pombinhos, era de se esperar que passassem por momentos de incertezas e dúvidas, já que foi um casamento "arranjado", pelo bem de Matilde.
Nós mulheres somos assim mesmo, precisamos de ser amadas.Sexo sem amor pra nós não é tão fácil como para os homens... mas creio que ambos se amam, logo vão perceber!
Hoje coloquei a leitura em dia, está ótimo!
Tenham um bom final de semana.
Bj.
Boa tarde Elvira,
Pois.. Estão num impasse...
Agora acredito que no festejo dos seis meses de casamento tudo vai ficar mais claro para Isabel.
Um beijinho e boas melhoras para o seu marido.
Ailime
Vidas!! Ficção ou realidade, até chegar ao destino há todo um longo caminho a percorrer.
Que tudo continue a melhorar.
Um abraço.
Bom fim-de-semana.
Estou pensando que a situação amorosa de Isabel e Ricardo. Com a surpresa que se avizinha, poderá ter um desfecho feliz?
Desejo as melhoras de seu marido amiga Elvira. Um abraço.
Ambos apaixonados e sofrendo sem necessidade, um diálogo resolveria a situação. O jantar é uma esperança de se declararem e, finalmente, serem felizes.
Beijos e uma semana feliz!
Algo me diz que depois do jantar de comemoração dos 6 meses de casamento a coisa fica resolvida de vez. Afinal o Ricardo tb a ama...
Bjs
Não entendo muito bem, porque não conversam naturalmense já que dantes o faziam. Entendo ainda muito menos porque ambos são adultos!
Passe uma boa semana.
Embora soubesse o que a esperava é normal que pense assim, ama-o...
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