Na hora do almoço, não se falava de outra coisa no refeitório, que não fosse o novo dono, e a recente reunião.
As duas amigas, que sempre partilhavam a mesma mesa, não fugiam à regra.
- Que te pareceu Tê?
- Implacável.
- Sabes que tive a mesma sensação? Um homem disposto a tirar do seu caminho, tudo o que possa impedi-lo de chegar aonde quer. Desculpa, - disse ao ver as lágrimas assomarem ao rosto da amiga. – Não queria magoar-te.
- Não tens culpa. É verdade. Só que às vezes as verdades magoam. Apesar de tudo, acredito que se alguém pode salvar a empresa, esse alguém é ele.
- Ontem à noite, fui ao Google pesquisá-lo. Já o fizeste Tê?
- Não. Não quero saber nada dele, a não ser que de momento é o meu patrão. Já te disse que vou começar a enviar currículos para outras empresas.
- Pois digo-te que é impressionante o que descobri. Tem imensos e diversificados negócios, a maior parte na Inglaterra. É muito rico. E deve ser solteiro. Não li nada sobre casamento.
- Não me interessa, Luísa.
- Não mesmo, amiga? Então porque pensas ir-te embora? Se fosse como dizes, tinhas necessidade de fugir dele? Esqueces que te conheci antes e depois que te deixou sozinha, que acompanhei toda a tua gravidez, as tuas noites de choro? Pode um amor tão forte, morrer assim sem deixar uma réstia de esperança, uma pequena fagulha pronta a reacender-se?
- Pode. Não há amor que sobreviva a uma grande traição. E o seu abandono sem uma explicação, ao fim de dois anos de entrega total da minha parte, foi uma traição sem tamanho. Temo que ele descubra o Martim. E que mo queira tirar. Como viste à pouco, é implacável quando quer alguma coisa.
- Não me convences Tê. Já te olhaste ao espelho? És uma mulher muito bonita. Tens tido nestes anos vários pretendentes. E mantens – te só. Não sais com um homem há séculos, se é que saíste com algum depois do Martim nascer. E se ele é o pai do teu filho, diz-me tu, se houve mais algum homem na tua vida.
- Não quero dar um padrasto ao meu filho. Estamos muito bem os dois sozinhos.
-E à noite na cama? Não sentes falta de um homem? O corpo não te anseia por nada?- perguntou Luísa quase num murmúrio.
- Sabes bem que há outras coisas, capazes de aliviar a tensão do corpo, sem recorrer ao homem. - Respondeu no mesmo tom
Tinham acabado a refeição, iam voltar aos seus postos de trabalho.
- Para o corpo sim, e para o coração? – Perguntou Luísa pondo-se de pé.
Teresa não respondeu.
11 comentários:
Acho que muito ainda se desenrolará por aqui. Mas, antes, digo eu, ela tem que encontrar outro trabalho, para ele sentir falta, ou não. As coisas são como são e especular não é bem o meu forte eheheheh
Boa tarde, Elvira
Teresa não respondeu á pergunta de Luísa, mas de certeza irá responder. Se eu quiser saber, tenho de voltar aqui, para ler o próximo capítulo se nada o impedir?
Tenha uma boa tarde amiga Elvira. Um abraço.
A amiga é que a vai convencer! Será que ele se lembra ou pensa nela?
Amei
Beijos. Boa noite
Boa noite Elvira,
Um diálogo muito interessante.
A Elvira tem um enorme dom para escrever. Está comprovado. Admiro-a muito.
Beijinhos e até amanhã.
Ailime
A amiga a funcionar como Cupido
Passando para reler mais um capítulo.
Beijinho amiga Elvira.
Bom dia
Adoro ler estas situações , embora não gostasse de passar por elas .
JAFR
Interessante o diálogo!
Precisei de ler até aqui para me situar na história e estou gostando!!! Bj
Com as leituras em dia, deixo-lhe um forte abraço, Elvira.
Continuo a acompanhar com interesse e aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Muito interessante essa história, amando cada capítulo!
Beijos!
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