- Bom-dia. O que aconteceu, para me pedires que viesse aqui
hoje, que não me pudesses dizer ontem, na festa dos dois anos da Matilde? - perguntou Artur ao entrar no escritório do amigo.
- Bom-dia. Senta-te. O que tenho para te dizer requer
privacidade, coisa que ontem não tínhamos.
- Que se passa? Os negócios vão mal?
- Não. Felizmente por esse lado não há que temer. Notaste
algo diferente na Isabel?
- Eu? Não! Mas agora que falas nisso, há dias a Natália,
comentou que estava preocupada com ela.
- Preocupada como? - perguntou inclinando-se para a frente e
apoiando os braços na secretária. – Que disse exatamente a tua mulher?
-Disse que a Isabel estava diferente e que não era para
melhor.
-Então, ela também notou.
- Homem desembucha! O que se passa afinal?
-Isso queria eu saber. Quando casámos, ela era sincera,
espontânea, bastava um olhar para nos entendermos. Era como um livro aberto
para mim. Depois quase impercetivelmente o livro foi-se fechando. Hoje está
completamente fechado e eu não sei como abri-lo. O nosso casamento ainda não tem seis meses, mas tu sabes que não foi um casamento como os outros.
- Porque não te sentas e conversas com ela? Pode ser
preocupação com alguma coisa no trabalho, receio do desemprego, por acaso, o tempo do
contrato está a acabar?
- Tenho a certeza que não é nada disso, ela não esconderia
isso de mim. Ainda faltam quatro meses para a outra empregada voltar, e além
disso sempre lhe disse que se quisesse dedicar-se à casa e à família podia
fazê-lo. A nossa situação financeira é ótima. Não, o assunto é mais grave.
- O que temes afinal?- perguntou o amigo
- Um pedido de divórcio. Ela sempre me disse que acreditava no amor,
e eu temo que se tenha apaixonado por algum colega no escritório, e esteja a
pensar na separação.
- Ela não faria isso. Adora a Matilde, e tu como pai, irias querer ficar com ela.
- Esqueces que pela adoção, ela deixou de ser tia, para
ser sua mãe? Em caso de divórcio temos os mesmos direitos. Mas ainda que assim não fosse, eu nunca as separaria. Se isso acontecer, teremos a guarda partilhada. O problema é comigo.
- Como assim? Não entendo. Fizeste alguma asneira?
Traíste-a?
- Estás doido? Como podes pensar em semelhante
insanidade?
- “O problema é comigo”! O que querias que pensasse?
- Eu não saberia viver sem ela, - confessou em voz baixa.
- Queres dizer que a amas? Mas não eras tu que não
acreditavas no amor?
Que dizias que o casamento ia ser uma espécie de contrato?
Que dizias que o casamento ia ser uma espécie de contrato?
- Por favor! Preciso de ajuda, não de troça.
- Muito bem. Vamos lá então analisar a questão. Quando e
como começaste a notar essa diferença?
- Foi mais ou menos a seguir ao teu casamento.
- Foi mais ou menos a seguir ao teu casamento.
- Em Março, portanto. Estamos na segunda quinzena de Junho. E em todo
este tempo não a questionaste?
- Algumas vezes, mas ela diz sempre que está tudo bem.
- E não está mesmo? Será que não andas à procura de
piolho em cabeça de careca?
- Tenho a certeza. As nossas conversas, já não têm a
naturalidade de outrora.
17 comentários:
Bom dia
Ainda falta qualquer coisa neste casal , que lhes está a escapar . Talvez um pouco mais de confiança em relação ao futuro .
Rápida recuperação do seu marido e o resto vem por acréscimo .
JAFR
Por diferentes razões, cada um dos elementos do casal é incapaz de assumir, perante o outro, que aquilo que por ele sente é amor...
Deixo-lhe um forte abraço, esperando que o grave problema de saúde do seu marido esteja a evoluir no melhor dos sentidos, Elvira.
Continuo a acompanhar com interesse, aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Bom dia:- Acompanhando com muito interesse o desenrolar da estória.
.
Desejando um dia feliz
.
** Amor em desventura **
Falta uma conversa franca, leve ela onde levar, é precisa e urgente.
Como está o seu marido? Já tem novas que a sosseguem?
Beijinhos para os dois
O que será teremos pela frente com esses dois? Gostando de acompanhar! beijos, chica
Ummmm. Problemas...
O que é que mais estará acontecendo. Para que tivesse originado essa desconfiança agora?
Como está o seu marido amiga Elvira? Espero que esteve melhor!
Um abraço.
Sempre encantado a cada capítulo que leio.
As melhoras rápidas para o seu marido.
Elvira, continuação de boa semana.
Beijo.
Eita! Os dois apaixonados e sem saberem o que se passa um com o outro, está cada vez melhor essa história!
Beijos e melhoras para seu marido!
Há algo por resolver!?
Bj
Será que está grávida e tem medo de lhe dar a notícia? Ou está apaixonada?
Bem.. Sei que se vão resolver!
Beijinhos e as melhoras do seu marido.
Passo para lhe deixar um abraço e os meus votos de melhoras de ambos, em especial as do marido, por me parecerem ser de maior preocupação para si..
Quanto à história, vou continuando a ler, ainda que sem o interesse inicial, confesso.
Boa noite Elvira,
Ricardo está com muitas inseguranças que se revela na falta de confiança em Isabel.
Vamos ver o desenrolar dos acontecimentos.
Beijinhos,
Ailime
Afinal o que se passa com a Isabel?!
Gravidez?
Hum, vou esperar para ver...
Beijo.
Estará grávida?
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