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12.11.18

ESTRANHO CONTRATO - PARTE XX



Dois meses mais tarde, numa visita aos pais, Francisca contou-lhes que tinha casado com o patrão, e convidou-os a irem conhecer a sua casa e o marido. Perante a admiração dos progenitores, afirmou que se tinham apaixonado e agora formavam uma família feliz. Não os convidara, para o casamento, porque devido ao facto de serem os dois viúvos, a cerimónia tinha sido muito discreta, mas tinha com ela a certidão de casamento que comprovava o que dizia.
Se os pais de Francisca ficaram apreensivos com aquele casamento relâmpago, deixaram de estar, depois de passarem juntos o domingo seguinte, após verem como os netos estavam felizes e a maneira carinhosa como eram tratados pelo genro.  Era evidente que as quatro crianças estavam felizes e que os pais os tratavam com amor. Já o apregoado amor da filha e do genro, que os levara a casar tão rápido, não lhes parecia tão evidente, mas enfim, nem toda a gente gosta de expressar os seus sentimentos ante estranhos, decerto seriam mais efusivos na intimidade.
Quando o dia findou, regressaram a casa com a sensação de que a filha tinha tido muita sorte. O marido era de certeza, homem abastado, pois teria sido preciso um bom dinheiro para comprar aquela mansão.
"Saiu-te a sorte grande" murmurou-lhe a mãe quando se despediram.
E mais dois meses se passaram...
Quando temos muitas coisas para fazer, o tempo passa a correr e nem temos tempo para pensar em nós. Isso aconteceu com Francisca naquele primeiro mês de escola das crianças. Embora estivessem na mesma escola, e nos mesmos horários, pelas idades estavam em situação diferente e não na mesma sala. Simão entrara para o primeiro ano, Marta e João estavam na pré-escola. Todos os dias, Francisca levava-os e trazia-os da escola, cuidava e brincava com Ana no jardim, procurando sempre que não se ressentisse com a ausência dos irmãos. Orientava a empregada, dava banho nas crianças, fazia as compras para a casa. Muitas vezes já ia meio a dormir de cansaço quando se deitava. Nem dava conta de Afonso entrar no quarto ao lado para  se deitar. Foi o que aconteceu naquela noite.
Afonso ficou parado, olhando a porta entreaberta do quarto. Fora sempre assim desde o primeiro dia, ela nunca fechara a porta, fosse porque confiava nele, fosse porque assim era mais fácil ouvir, se as crianças chorassem de noite.

reedição

Estão a gostar da historia? A história desta família foi uma das que me deu mais prazer escrever. Saiu tão fluída que a escrevi de seguida numa noite. Nunca mais consegui escrever nada assim tão rápido. 



19 comentários:

noname disse...

Ora cá estou eu, depois de ler mais este capítulo, já me pelo pelo próximo eheheheheh

Boa noite, Elvira

Edum@nes disse...

Num comboio a alta velocidade, quase não dá tempo de se apreciar a paisagem!
Digo isto porque não tenho pressa de chegar ao fim. A vida é para ser vivida com calma. Só assim se poderá desfrutar o bom que ela tem para nos dar?
Assim saibam Francisca, Afonso e seus filhos, todos juntos viverem em harmonia com a sorte que a mãe de Francisca lhe disse ela ter encontrado...

Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

Sem duvida que a estória é linda! Por vezes acontece, umas frases, ou capítulos inspirarem aos outros seguintes.Amei!


És o meu porto seguro...
Beijos e uma excelente semana!

chica disse...

É muito boa essa história e flui.mesmo magnificamente! Bjs chica

O meu pensamento viaja disse...

Desejo-lhe uma feliz eprodutiva semana.
Beijo

Sandra May disse...

Boa noite, Elvira!
Estou gostando como também gostei da história de Clara e Ricardo. Histórias de famílias são bonitas!
Bj.

Kique disse...

Voltei para por a leitura em dia desta maravilhosa historia
Bjs

Kique

Hoje em Caminhos Percorridos - Ao longo do teu Caminho...!!!

Pedro Coimbra disse...

Mas o totó ainda não percebeu o que é que aquela porta entreaberta significa??
Santinho!!!
Abraço

Joaquim Rosario disse...

Bom dia
Com o tempo as coisa vão se proporcionar da maneira como todos esperamos .
Todas as historias da nossa autora são lindas , mas quando mete crianças , ficam mais lindas ainda !!
JAFR

Maria João Brito de Sousa disse...

Bom dia, Elvira :)

Respondendo à sua pergunta no final deste capítulo, dir-lhe-ei o que os poetas, brincando, costumam dizer quando estão em períodos de produção intensa; a musa estava consigo, quando escreveu esta história.

Abraço

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Estou a gostar da história.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Tintinaine disse...

Eu estou a gostar (de ler tudo pela segunda vez) muito!
E quanto á meteorologia - Viva o verão de S. Martinho!!!

Larissa Santos disse...

Isto está a correr muito bem. Vamos lá ver daqui para a a frente!!

"Dando asas ao coração"

Bjos
Votos de uma óptima Terça - Feira.

Os olhares da Gracinha! disse...

É uma história que se lê com agrado!!! Bj

Rosemildo Sales Furtado disse...

Se os sogros do Afonso (antigos e novos) aceitaram a situação, os filhos e os enteados também aceitaram, já era meio caminho percorrido, faltava somente eles aceitarem a realidade e se acertarem. Continuo gostando e acompanhando.

Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

Furtado

Ailime disse...

Boa noite Elvira,
A história continua linda.
Escreveu-a numa noite!?
Que maravilha!
Vou continuar.
Beijinhos,
Ailime

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Realmente, Elvira, criastes uma bela, cativante e emocionante história, dá prazer de ler, mesmo juntando um bom número de capítulos, devido meu tempo, mas me dar muito prazer.
Beijos!

Berço do Mundo disse...

É tão bom quando a inspiração nos bate à porta, não é? Uma vez estava quase a dormir e, de repente, apareceu-me um post inteirinho na cabeça. Acendi a luz, peguei numa folha e escrevi-o de uma assentada. Na manhã seguinte, pensei que tinha sonhado...