Dois meses mais tarde, numa visita aos pais, Francisca contou-lhes que tinha casado com o patrão, e convidou-os a irem conhecer a sua casa e o marido. Perante a admiração dos progenitores, afirmou que se tinham apaixonado e agora formavam uma família feliz. Não os convidara, para o casamento, porque devido ao facto de serem os dois viúvos, a cerimónia tinha sido muito discreta, mas tinha com ela a certidão de casamento que comprovava o que dizia.
Se os pais de Francisca ficaram apreensivos com aquele casamento relâmpago, deixaram de estar, depois de passarem juntos o domingo seguinte, após verem como os netos estavam felizes e a maneira carinhosa como eram tratados pelo genro. Era evidente que as quatro crianças estavam felizes e que os pais os tratavam com amor. Já o apregoado amor da filha e do genro, que os levara a casar tão rápido, não lhes parecia tão evidente, mas enfim, nem toda a gente gosta de expressar os seus sentimentos ante estranhos, decerto seriam mais efusivos na intimidade.
Quando o dia findou, regressaram a casa com a sensação de que a filha tinha tido muita sorte. O marido era de certeza, homem abastado, pois teria sido preciso um bom dinheiro para comprar aquela mansão.
"Saiu-te a sorte grande" murmurou-lhe a mãe quando se despediram.
E mais dois meses se passaram...
Quando temos muitas coisas para fazer, o tempo passa a correr e nem temos tempo para pensar em nós. Isso aconteceu com Francisca naquele primeiro mês de escola das crianças. Embora estivessem na mesma escola, e nos mesmos horários, pelas idades estavam em situação diferente e não na mesma sala. Simão entrara para o primeiro ano, Marta e João estavam na pré-escola. Todos os dias, Francisca levava-os e trazia-os da escola, cuidava e brincava com Ana no jardim, procurando sempre que não se ressentisse com a ausência dos irmãos. Orientava a empregada, dava banho nas crianças, fazia as compras para a casa. Muitas vezes já ia meio a dormir de cansaço quando se deitava. Nem dava conta de Afonso entrar no quarto ao lado para se deitar. Foi o que aconteceu naquela noite.
Afonso ficou parado, olhando a porta entreaberta do quarto. Fora sempre assim desde o primeiro dia, ela nunca fechara a porta, fosse porque confiava nele, fosse porque assim era mais fácil ouvir, se as crianças chorassem de noite.
reedição
Estão a gostar da historia? A história desta família foi uma das que me deu mais prazer escrever. Saiu tão fluída que a escrevi de seguida numa noite. Nunca mais consegui escrever nada assim tão rápido.
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Estão a gostar da historia? A história desta família foi uma das que me deu mais prazer escrever. Saiu tão fluída que a escrevi de seguida numa noite. Nunca mais consegui escrever nada assim tão rápido.
19 comentários:
Ora cá estou eu, depois de ler mais este capítulo, já me pelo pelo próximo eheheheheh
Boa noite, Elvira
Num comboio a alta velocidade, quase não dá tempo de se apreciar a paisagem!
Digo isto porque não tenho pressa de chegar ao fim. A vida é para ser vivida com calma. Só assim se poderá desfrutar o bom que ela tem para nos dar?
Assim saibam Francisca, Afonso e seus filhos, todos juntos viverem em harmonia com a sorte que a mãe de Francisca lhe disse ela ter encontrado...
Tenha uma boa noite amiga Elvira.
Um abraço.
Sem duvida que a estória é linda! Por vezes acontece, umas frases, ou capítulos inspirarem aos outros seguintes.Amei!
És o meu porto seguro...
Beijos e uma excelente semana!
É muito boa essa história e flui.mesmo magnificamente! Bjs chica
Desejo-lhe uma feliz eprodutiva semana.
Beijo
Boa noite, Elvira!
Estou gostando como também gostei da história de Clara e Ricardo. Histórias de famílias são bonitas!
Bj.
Voltei para por a leitura em dia desta maravilhosa historia
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - Ao longo do teu Caminho...!!!
Mas o totó ainda não percebeu o que é que aquela porta entreaberta significa??
Santinho!!!
Abraço
Bom dia
Com o tempo as coisa vão se proporcionar da maneira como todos esperamos .
Todas as historias da nossa autora são lindas , mas quando mete crianças , ficam mais lindas ainda !!
JAFR
Bom dia, Elvira :)
Respondendo à sua pergunta no final deste capítulo, dir-lhe-ei o que os poetas, brincando, costumam dizer quando estão em períodos de produção intensa; a musa estava consigo, quando escreveu esta história.
Abraço
Estou a gostar da história.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
A passar por cá para acompanhar a história!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Eu estou a gostar (de ler tudo pela segunda vez) muito!
E quanto á meteorologia - Viva o verão de S. Martinho!!!
Isto está a correr muito bem. Vamos lá ver daqui para a a frente!!
"Dando asas ao coração"
Bjos
Votos de uma óptima Terça - Feira.
É uma história que se lê com agrado!!! Bj
Se os sogros do Afonso (antigos e novos) aceitaram a situação, os filhos e os enteados também aceitaram, já era meio caminho percorrido, faltava somente eles aceitarem a realidade e se acertarem. Continuo gostando e acompanhando.
Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Boa noite Elvira,
A história continua linda.
Escreveu-a numa noite!?
Que maravilha!
Vou continuar.
Beijinhos,
Ailime
Realmente, Elvira, criastes uma bela, cativante e emocionante história, dá prazer de ler, mesmo juntando um bom número de capítulos, devido meu tempo, mas me dar muito prazer.
Beijos!
É tão bom quando a inspiração nos bate à porta, não é? Uma vez estava quase a dormir e, de repente, apareceu-me um post inteirinho na cabeça. Acendi a luz, peguei numa folha e escrevi-o de uma assentada. Na manhã seguinte, pensei que tinha sonhado...
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