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1.11.18

ESTRANHO CONTRATO - PARTE II






O carro rodou pela rua principal, voltou à esquerda e deteve-se uns metros mais à frente, junto de um portão verde que dava acesso a uma casa senhorial, quase se poderia dizer um palacete, rodeado de um pequeno jardim, cercado por um muro pintado de branco. O homem accionou o comando, o portão abriu-se e o automóvel percorreu a meia centena de metros até à entrada da casa. Os ocupantes saíram, com as crianças fazendo algazarra, pois pretendiam ficar no jardim, onde dois baloiços e um escorrega solitário, eram um apelo irresistível à brincadeira. Porém o homem não deixou, dizendo que primeiro tinham que despir aquelas roupas e vestir algo mais confortável para as brincadeiras que se propunham. Então sim poderiam brincar até à hora do almoço. Pouco convencidas, as crianças lá seguiram com os adultos para casa, onde os esperava uma serviçal de meia-idade. 
Lá dentro, a noiva tentou acompanhar as duas mulheres ao quarto dos miúdos,  mas o marido segurando-lhe a mão, reteve-a.
- Vem comigo. A Graça e a empregada cuidam deles.
Entraram num aposento espaçoso, misto de sala e escritório, com uma ampla janela, em frente da qual havia uma secretária. As paredes estavam repletas de livros. Num dos cantos havia um sofá, uma mesa de apoio e um vaso com uma bela planta verde. Formava uma espécie de recanto íntimo, como se alguém gostasse de estar ali, e a mulher pensou, se seria hábito da falecida, estar ali enquanto o homem trabalhava.
- Senta-te. Precisamos conversar, ainda há alguns pontos que não esclarecemos.
Sentou-se. Formavam um casal curioso. Ele alto, moreno, cabelos escuros, já com alguns fios brancos aparecendo indiscretos. Os olhos também escuros encerravam uma grande tristeza. A sua figura tinha uma elegância natural. Estava quase a fazer quarenta anos. Ela de estatura média, morena, cabelos e olhos amendoados. Tinha trinta anos embora parecesse mais jovem, e também não demonstrava a alegria natural de quem tinha acabado de casar. Parecia nervosa, pelo constante retorcer das mãos. Mantinha o olhar fixo nos seus sapatos, como se eles fossem a oitava maravilha do mundo, ou não tivesse coragem de encarar o homem. 


reedição




16 comentários:

Diana Fonseca disse...

Quando as pessoas nos encantam assim, só pode dar em coisa boa.

Isa Sá disse...

A passar por cá para acompanhar a história!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

chica disse...

Sem dúvida, uma situação bem inusitada para recém casados...beijos, tudo de bom,chica

noname disse...

Mistéeeeeeerio

Bom dia, Elvira

Larissa Santos disse...

Mais um conto que me parece muito bom :)) Bom dia :))

Do nosso amigo Gil António, com- "Amantes" num Universo de apetência.

Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira

Edum@nes disse...

Se o noivo está triste e a noiva nervosa. Para os recém-casados. Esperam-se dias melhores?

Tenha um bom dia amiga Elvira.
Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

Será que casaram por procuração?

Beijos. Bom fim de semana!

Maria do Mundo disse...

Bom fim de semana minha querida amiga.

António Querido disse...

Agora casam no dia que se conhecem! Viva a democracia!!!

Espero pelos próximos capítulos!

Aquele abraço.

Sandra May disse...

Bom dia, Elvira!
Já aqui pra acompanhar mais um dos seus textos.
À princípio parece que foi um casamento por contrato, aguardando a continuação.
Boa sexta-feira para vocês todos!

Maria João Brito de Sousa disse...

Passando para acompanhar a, para mim, nova história, deixo um abraço e votos de um bom fim-de-semana.

Cantinho da Gaiata disse...

Passando para ler novidades, já vi que o novo conto está já em andamento.
Será mais um casamento com contrato? A ver vamos.
Beijinhos e bom fim de semana.

Teresa Isabel Silva disse...

Ainda agora começou e eu já estou curiosa!

Bjxxx
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Os olhares da Gracinha! disse...

Vou acompanhando as emoções do conto!!! Bn

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Essa história promete um bocado de emoções, estou amando!
Abraços!

Berço do Mundo disse...

Agora estou meia indecisa. Parece que já "vi" estas cenas... sigo para o próximo episódio pra tirar as teimas