A semana que se seguiu, foi de muita preocupação. Odete passava todo o tempo que o hospital permitia junto da mãe.
Os seus pais, sempre foram um
casal muito unido, e o pai estava desesperado. Por isso, quando não estava no
hospital, apoiava o pai. Chegava à noite emocionalmente destroçada. Se não
fosse o apoio incondicional do marido, o seu carinho, ela não teria conseguido
aguentar-se. Os dois estavam cada dia mais próximos, como se ela tivesse
esquecido a traição que sofrera. E chegou finalmente o dia da cirurgia. Odete e
o pai esperavam no hospital que a operação terminasse. Ela não parava de olhar o relógio. João tinha-lhes dito que
a cirurgia demoraria entre quatro a cinco horas, havia quase seis horas que tinham levado a mãe e o marido não aparecia.
Finalmente João apareceu com um
sorriso nos lábios, informando que tudo tinha corrido bem, a paciente já saíra do recobro, e fora levada para a UTI (unidade de terapia intensiva) onde ficaria durante quarenta e oito
horas, permanentemente monitorizada. Durante esse tempo, eles não poderiam
vê-la, apenas informarem-se acerca do seu estado na secretaria. Como médico, ele
sim, poderia vê-la, e informá-los-ia, além de se manter em contato constante
com o hospital, para saber como ela estava. De momento não podiam fazer mais
nada, a não ser regressar a casa e esperar que tudo continuasse a correr bem.
Se assim fosse, depois dessas quarenta e oito horas, ela
seria transferida para o quarto e aí já podiam visitá-la. Emocionada Odete deu
livre curso à sua alegria abraçando e beijando o marido.
Os três saíram então do hospital,
para casa dos pais de Odete. Aí, enquanto o pai telefonava para os filhos, ela
foi para a cozinha e começou a preparar o jantar. Mexia o refogado, quando o
João nas suas costas, a abraçou pela cintura e a beijou no pescoço.
- Que fazes? – Perguntou quase
sem voz
- Retribuo o abraço que me deste
no hospital – murmurou ao seu ouvido.
- Por favor, o meu pai pode
entrar.
- E então? Somos casados. O teu
pai sabe que marido e mulher trocam carinhos.
- Mas tenho que preparar o jantar,
- protestou.
- Não tenho fome de comida. A
minha fome é outra, - murmurou mordiscando-lhe a orelha.
Corada e sentindo as pernas a
tremer, ela soltou-se.
- Por favor, João. Deixa-me
preparar o jantar, não sei se te lembras, mas nenhum de nós come há imensas horas. E se tu
não tens fome, o mesmo não posso dizer eu e o pai.
- Pronto, pronto, rendo-me, - disse
ele levantando as mãos num gesto cómico. - Vou para a sala.
Quando ele saiu, Odete
encostou-se ao balcão. Cada dia lhe custava mais resistir às carícias do marido.
Todo o seu corpo clamava por ele. Mas e a traição? Conseguiria ela algum dia esquecer
que ele fora capaz de dormir com Inês, enganando-a duplamente porque lhe
dissera que estava de plantão?
Esta história aproxima-se do fim. Mas pela primeira vez desde que venho escrevendo estas histórias eu fiz dois fins, e serão vocês a escolher o final. A história terminará no capitulo 28, ou seguirá para o outro final, tudo depende do vosso desejo.
Esta história aproxima-se do fim. Mas pela primeira vez desde que venho escrevendo estas histórias eu fiz dois fins, e serão vocês a escolher o final. A história terminará no capitulo 28, ou seguirá para o outro final, tudo depende do vosso desejo.
16 comentários:
Elvira parece -me que há vontade de amar e sentir amor por isso ...
bj
:) Continuo a gostar Elvira !
E quanto ao fim, eu preferiria que fosse aquele que anteriormente tinha idealizado, quer seja o que mais nos agradaria ou não !
A autora deverá ter a palavra final ! :)
Abraço
Aff... Que bom tudo correu bem com a mãe dela. Agora era hora de relaxar e viver o amor que sentem um pelo outro, sem mais máscaras!" bjs, chica
O melhor fim é aquele que termina assim:
... e foram felizes para sempre!
Para poder optar pelo fim que mais me agradar - tipo novela televisiva - terei de conhecer os dois. Seria engraçado a Elvira deixar dois finais, para este imbróglio e permitir que fosse a maioria dos seus leitores a ditar o the end...veria como seria surpreendente a discrepância de pareceres. :))
Sempre assim foi e há-de ser: «cada cabeça seu parecer»!!
Bom resto de Domingo.
Parece um casalinho que está principiando o namoro. O João deixa lá a Odete mexer o refogado enquanto o fogão se mantém a aceso. Para mim o fim será sempre triste. Só a continuação da vida é que poderá ser feliz?
Tenha uma boa tarde de domingo amiga Elvira.
Um abraço.
É (sempre) um 'cheio inteiro' que nos fica no espírito, ao cabo do tempo da leitura. É como se o quotidiano de cada um, de nenhum, de todos, se fosse desfiando ao ritmo de cada palavra ou de cada frase.
abraço.
jorge
Que bom que a cirurgia aconteceu exitosamente e, eles estão quase se rendendo aos finalmentes. Muito carinho envolvido e a esperança de tudo ser esclarecido está bem próxima.
Beijos!
Estava tudo a correr tão bem, até lhe virem outra vez os (maus) pensamentos à mente...
Gostaria de um final feliz para ambos. Mas, com tudo esclarecido. tenho certeza que há aqui (veneno da Rita) que acabou num grande mal entendido. Não obstante dos homens não serem nenhuns santos. Mas se assim fosse ele teria tomado outro rumo.
Next :)
Beijinhos
Cá para mim pode publicar os dois acho que vou adorar essa situação, mas please primeiro o final feliz depois o outro.
Acredito que a amiga nos vá surpreender com os desfechos diferentes, fica a sugestão.
Beijinho grande.
Tudo se conjuga para um final feliz.
Bjs
Ailime
também penso que vamos ter aqui os dois finais e depois faremos os nossos comentários .
JAFR
Sou da mesma opinião de Janita:)
Bom a situação clínica da Mãe parece estar resolvida e pelo melhor e isto de ter um sogro médico ajuda muito :))
Espero pelo resultado final .
Quando se Ama também há capacidade para Perdoar e penso que eles ainda gostam muito um do outro e só assim fará sentido ficar juntos (digo eu ).
Beijo
Já não devo ir a tempo de votar em que acabem juntos e bem...
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