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3.3.18

A TRAIÇÃO - PARTE II





Estendeu as compridas pernas, em cima da mesa, recostou o corpo no sofá e fechou os olhos. Sentia-se tão só. Por onde andaria Odete? E como é que ela estaria? Será que era feliz? Ou, como ele, vivia atormentada com a saudade e a solidão? Durante aqueles anos, tinha recordado, vezes sem conta a sua vida, na tentativa de achar uma resposta, para o facto da sua esposa o ter abandonado.
João nascera numa família de origem modesta. Seu pai fora um militar da Guarda Nacional Republicana. Não uma alta patente, mas um humilde soldado, de posto provincial. A mãe lavava e passava roupa para fora, a fim de ajudar a equilibrar o orçamento que era tanto mais curto, quanto mais caros iam sendo os estudos do filho. Certo que ele ganhou sempre bolsas de estudo, mas ainda assim foi grande o sacrifício dos pais, até se formar em Medicina. E não foram muito melhores, os anos de internato hospitalar, enquanto se especializava em cardiologia.  Foram muitos anos de privações da sua parte, para que conseguisse sempre as melhores notas. Pena que todos os seus estudos, de nada tivessem valido ao seu pai que sofreu um ataque cardíaco fulminante, e, apesar da sua mãe ter chamado de imediato o INEM, chegou ao hospital já cadáver. João ficou então como único apoio da mãe. Completou trinta anos, sem quase ter vivido, pois a ânsia de saber mais, de ser o melhor, não lhe dava tempo para nada mais do que a profissão e o estudo.
Foi nessa altura, numa das raras festas a que foi, por ocasião do aniversário do seu amigo e colega Manuel que conheceu a mulher que, julgava ele, seria a mulher da sua vida. Inês era uma mulher muito bela. Tinha vinte e oito anos, era alta e esguia de cabelo loiro, e olhos azuis.
Apesar de achar que aquela mulher era uma verdadeira beleza, João não se mostrou muito entusiasmado, nem se juntou ao grupo de admiradores que a rodeavam, como se ela fosse uma rainha. Talvez fosse a sua indiferença, que instigou a vaidade feminina e levou a jovem a ir convidá-lo para dançar e a namoriscar com ele. Inês era filha única, de uma família rica, habituada a que todos lhe prestassem vassalagem, e se curvassem ante ela em adoração



Gente, por aqui chove intensamente. E pelos vossos sítios?

22 comentários:

António Querido disse...

Aqui na "Minha Figueira" já choveu a potes, já trovejou e rajadas de vento já fizeram cair os figos, não vou ter figos mas vou ter batatas a murro com bacalhau assado.

BOM FIM DE SEMANA

Anete disse...


Bom sábado, Elvira! Acompanhando o novo conto que promete grandes suspenses e emoções...
Hoje aqui está ensolarado...
Abraços

chica disse...

Gostando do enredo bem feito! Aqui calorão ! bjs, lindo fds! chica

Larissa Santos disse...

Boa tarde. Estou a gostar de acompanhar :)

Sim, chove. :)

Hoje: - Ilusório Flagelo
.
Bjos
Votos de Sábado Feliz.

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde!
Mais um bom episódio!! :))

Hoje: "Poetizando... " Mar e a lua, fiéis ao nosso amor. (...Poetizando...)

Beijos. Bom fim de semana.

Edum@nes disse...

A mania das grandezas,
a qual às vezes faz sofrer
quem por falsas belezas
se apaixona sem as conhecer!

Aqui na Póvoa de Santa Iria,
hoje,tem chovido água abençoada
tem estado, aqui, um rico dia
onde há de tudo não falta nada!

Tenha uma boa tarde amiga Elvira,
Um abraço.

Joaquim Rosario disse...

boa tarde
acabei de ler os dois capítulos desta traição ao som de chuva forte em Santa Maria da Feira a meia dúzia de Kms. de Espinho.
continuação de um bom fim de semana.
JAFR

Teresa Isabel Silva disse...

Ainda agora começou e já estou ansiosa para saber mais!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Tintinaine disse...

Aumenta o suspense com a aparição da Inês.
Aqui não chegou ainda a chuva, mas anda por perto, o céu está negro como chumbo.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

Estou amando o desenrolar de mais esse conto!
Aqui no meu seridó, graças a Deus, está chovendo!
Beijos carinhosos!

noname disse...

Hoje tem sido de reboadas, ora parece que cai o céu, ora pára e mantém-se o tempo seco mas, muito húmido.

Este conto promete, só fiquei baralhada Inês/Odete. Melhor esperar para ver :-)

Beijinho

Os olhares da Gracinha! disse...

Será que vai haver romance?
Por aqui ... a chuva ainda não parou e já deitou abaixo um muro com 40 anos feito pelo meu avô!bj

paideleo disse...

Aquí para de chover, cain treixadas, trona e así estamos.

Eu temén quedei extrañado polos dous nomes de muller que aparecen no conto.

José Lopes disse...

Por cá também choveu moderadamente. Sei o que o João sentiu e não vale a pena chorar sobre o leite derramado, porque só o tempo dará solução para os males do coração, num ou noutro sentido.
Cumps

Kique disse...

Está no inicio e a ficar muito interessante
Bjs

https://caminhos-percorridos2017.blogspot.pt/

Anónimo disse...

Olá Elvira, mais um conto interessante, será que o João não vai cair aos pés da moça tb?

Qto as chuvas aqui no meu sertão brasileiro e nordestino, ontem choveu à cântaros, graças a Deus!
Feliz findi com paz e luz!
Abraço!

Smareis disse...

Bem curiosa com os próximos capítulos.
Aqui muito calor, chuva que bom nada.
Bjs!

redonda disse...

Estou a gostar do João...
vou ler o capítulo seguinte

redonda disse...

Hoje aqui não está a chover, mas choveu muito ontem

Lua Singular disse...

Oi Elvira,
Estou gostando do conto
Por aqui está nublado, mas na capital está um caus
Beijos
Lua Singular

Rosemildo Sales Furtado disse...

A História/estória está bem narrada e eu estou gostando e aguardando os acontecimentos que estão por vir.

Abraços,

Furtado

Andre Mansim disse...

Eu falo: Se der uma de difícil a mulherada não resiste!!!!
Bom, falava...