Depois retomou o percurso apressando o passo. Acabara de sair do notário, onde fizera a escritura da sua nova casa. Há muito tempo, que Luís não tinha uma casa, no sentido convencional do termo, muito embora os seus pais estivessem sempre a dizer que a casa deles, era também a sua casa, e que se sentiriam muito felizes, se fosse viver com eles. Mas ele era demasiado independente para isso. Vira na agência um apartamento que lhe agradara, era perto, ali mesmo no quarteirão, e com o metropolitano quase à porta. Uma vantagem para quem não tinha carro nem pretendia comprar. Luís tinha uma auto caravana maravilhosa, que essa fora a sua casa, na vida de aventureiro que levava há anos.
Abriu a porta do edifício e viu uma senhora idosa a regar as plantas que adornavam o átrio.
- Boa tarde – saudou
- Boa tarde, senhor – respondeu a mulher endireitando-se
- Sou o novo proprietário do 6º C. Suponho que a senhora
seja a porteira. Esperava a visita do decorador às cinco horas e atrasei-me. Sabe
se alguém me procurou?
- Não Senhor. A mim não. Nem sabia que o andar já tinha
novo proprietário.
- Obrigado. Vou então subir e aguardar. Até logo.
- Até logo. Se precisar de alguma coisa é só dizer.
- Para a semana vou tratar da mudança de nome da água, gás e electricidade. Depois falo consigo quando souber o dia que vêm, - disse abrindo a porta do elevador.
- Para a semana vou tratar da mudança de nome da água, gás e electricidade. Depois falo consigo quando souber o dia que vêm, - disse abrindo a porta do elevador.
Mal abrira a porta a campainha tocou. Era o decorador.
- Boa tarde. É o senhor Nuno Fraga? Eu sou Pedro Carvalho, o
decorador enviado pela agência que o senhor contratou.
- Boa tarde,- respondeu. Entre. Vamos ver o apartamento.
Este era composto por um quarto grande, com roupeiro e casa de banho, um mais pequeno só com roupeiro, uma grande sala com lareira, uma casa de banho no corredor e uma cozinha não muito grande mas bem equipada e com muita luz.
Este era composto por um quarto grande, com roupeiro e casa de banho, um mais pequeno só com roupeiro, uma grande sala com lareira, uma casa de banho no corredor e uma cozinha não muito grande mas bem equipada e com muita luz.
- Tem alguma ideia sobre a qual possamos trabalhar, ou fica tudo por minha conta? – Perguntou Pedro.
- Bom, eu sou sozinho. Pretendo um apartamento simples e confortável. O quarto mais pequeno será onde vou trabalhar a maior parte do tempo, portanto será um escritório. Tudo o resto deixo consigo. O que acontece é que tenho uma certa pressa.
- Bom. Se me deixar tirar agora as medidas, amanhã à tarde apresento-lhe os croquis. Se estiverem a seu gosto, discutiremos então os elementos decorativos, cores, tecidos, quadros.
- Muito bem. E depois disso quanto tempo mais?
- Bom, se tudo ficar delineado amanhã, depois é rápido. Numa semana, o máximo duas, fica pronto.
- Combinado. Passo então amanhã pela agência a que horas?
- Às 17 pode ser?
- Claro. Lá estarei.
Pedro acabara de anotar as medidas. Guardou a fita e os apontamentos na pasta. Dirigiu-se para a porta e estendeu-lhe a mão.
- Até amanhã, senhor Fraga.
Até amanhã, Pedro. - Disse apertando-lhe a mão.
Fechou a porta e dirigiu-se à janela. Decididamente gostava do apartamento. Ocorreu-lhe que a mãe ia gostar do lugar. Sorriu. Gostava muito dos pais mas irritava-o a mania, que a mãe tinha, de que ele devia “arrumar-se”. Anos atrás, de cada vez que ele voltava de uma viagem, todos os dias a mãe tinha um lanche com alguma amiga. Nada demais se essa amiga não se apresentasse sempre com uma filha casadoira a tiracolo. Por mais que lhe dissesse que não estava interessado nesses encontros a mãe não desistia. Então, tomara uma atitude radical. A partir daí, passou a ficar num hotel e a visitar os pais sempre de surpresa. Claro que depressa a mãe percebeu e deixou de se armar em casamenteira.
Quando os pais soubessem que ele tinha comprado uma casa, decerto iam ficar muito contentes.
Fechou a porta e dirigiu-se à janela. Decididamente gostava do apartamento. Ocorreu-lhe que a mãe ia gostar do lugar. Sorriu. Gostava muito dos pais mas irritava-o a mania, que a mãe tinha, de que ele devia “arrumar-se”. Anos atrás, de cada vez que ele voltava de uma viagem, todos os dias a mãe tinha um lanche com alguma amiga. Nada demais se essa amiga não se apresentasse sempre com uma filha casadoira a tiracolo. Por mais que lhe dissesse que não estava interessado nesses encontros a mãe não desistia. Então, tomara uma atitude radical. A partir daí, passou a ficar num hotel e a visitar os pais sempre de surpresa. Claro que depressa a mãe percebeu e deixou de se armar em casamenteira.
Quando os pais soubessem que ele tinha comprado uma casa, decerto iam ficar muito contentes.
16 comentários:
Ontem li a história do Jaime Bento e a herança de seu pai que não quis aceitar. Está muito bem engendrada. Parabéns!
Um conto que prende, cada vez mais.
Vamos ver se o que penso, se irá concretizar...
Bjo, amiga :)
Parecia uma gazela assustada, essa está boa. Eu penso que ela e ele estão apaixonados um pelo outro? Da maneira como reagem nesses encontros ocasionais, só pode ser mesmo isso!
Tenha uma boa tarde amiga Elvira, um abraço,
Eduardo.
Uma história que prende...
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Oi Elvira, boa tarde!
Parece mesmo que estão apaixonados...
Acho que ele desencalha! rss
Fico feliz em estar aqui, e obrigada pelo seu comentário.
Abração,
Mariangela
Seguir atentamente e esperar pelo final.
Deixar a sua veia criativa deslizar...
Bjs.
Irene Alves
シ
Vou ser sincera, infelizmente não pude acompanhar toda a história.
Mas, do que li gostei muito, o enredo instiga o leitor.
Ótima semana com muita saúde e tudo de bom!
Beijinhos.·ه♩♫
✿゚ه° ·.
Estou muito curiosa quanto ao desfecho desta excelente narrativa.
Vai dar em casamento, tenho quase a certeza :)
Obrigada amiga Elvira pelo seu apoio.
Um beijinho com carinho
Fê
Gosto muito da sua escrita e a história está a empolgar-me, estou ansiosa por continuar. Beijinho Elvira
Adorei!
R : Muito obrigada pelas suas palavras, sem dúvida que me aqueceram o coração :)
Isto do apartamento faz lembrar aquele dito, que eu agora modifiquei: "Apartamento, Casamento".
Contra a corrente do ditado popular
"quem casa, quer casa"
quem mota casa sempre acaba por casar
Acompanhado Elvira . Um grande beijinho
elisaumarapariganormal.blogspot.com
Gosto cada vez mais querida Elvira.
Um abraço.
Gosto cada vez mais querida Elvira.
Um abraço.
Um conto que nos prende a atenção por completo mesmo!
Já avançando para o próximo capitulo...
Bj
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